Greve de ônibus é encerrada após seis dias de negociação entre patrões e trabalhadores

Os rodoviários do Grande Recife decidiram encerrar a greve hoje, após seis dias de negociação com patrões. A TV Globo acompanhou a reunião em que ficou definido um reajuste de 4% nos salários, no vale alimentação e na gratificação por dupla jornada concedida aos trabalhadores.

Toda a frota de ônibus deve voltar às ruas às 14h, conforme o acordo. A definição aconteceu depois de uma reunião dos trabalhadores com o Sindicato das Empresas de Transportes de Passageiros de Pernambuco (Urbana-PE) na sede do Tribunal Regional do Trabalho (TRT), no Recife.

Os rodoviários entraram em greve na quarta-feira (26), por não concordarem com a proposta de reajuste oferecida pelos donos das empresas de ônibus. Antes do acordo desta segunda, houve duas reuniões em que não houve definição.

Os rodoviários, ao decretarem a greve, pediam aumento de 5%, vale alimentação de R$ 500 e gratificação de R$ 200 pela dupla função de motorista e cobrador, exercida pelos rodoviários. A Urbana-PE tinha oferecido reajuste de 3%, vale de R$ 370 e gratificação de R$ 150.

Na sexta-feira (28), o presidente do Sindicato dos Rodoviários, Aldo Lima, foi detido por policiais militares em frente a uma garagem de ônibus. Segundo os patrões, ele foi preso por desobediência e desacato. O Ministério Público do Trabalho (MPT) abriu uma investigação sobre o caso.

Ao todo, cerca de 1,2 milhão de pessoas dependem dos ônibus para se locomover no Recife e Região Metropolitana. A Justiça do Trabalho marcou para esta segunda-feira o julgamento do dissídio dos rodoviários, que é o acordo entre as empresas e os sindicatos que fixa obrigações e direitos para as duas partes.

Não houve necessidade de julgamento, já que os trabalhadores e os patrões entraram em acordo.

Por Juliana Albuquerque – repórter do Blog

Mesmo afastado do quadro da Polícia Civil há pouco mais de dois anos, quando foi demitido pelo então governador Paulo Câmara, o ex-presidente do Sindicato dos Policiais Civis do Estado (Sinpol), Áureo Cisneiros, utiliza o movimento “Sinpol de Volta pra Luta” para pressionar a governadora Raquel Lyra (PSDB) a promover melhorias e a devida valorização para os policiais civis. 

Para tanto, além de cobrar por sua reintegração diretamente a Raque Lyra, uma vez que já foi autorizada por decisão do Supremo Tribunal de Justiça, no início de junho passado, Áureo marcará presença no lançamento do Juntos pela Segurança. O programa será apresentado logo mais, às 14h, e promete trazer ações do Governo para frear o aumento dos índices de violência no Estado. 

“A governadora está lançando um programa de segurança de gabinete, sem dialogar com ninguém. Sem dialogar com policiais, sem dialogar com outros poderes, com universidades e pior: Sem dialogar com a sociedade civil organizada”, critica Áureo Cisneiros.

Para Áureo, uma das principais maneiras de mudar os índices alarmantes de violência é através de uma reparação salarial histórica do Governo com a categoria. “Nosso Estado não pode continuar pagando o pior salário do Brasil para Policiais Civis”, afirma.

Ele completa: “Não dá mais para Secretaria de Defesa Social (SDS) manter delegacias improvisadas e ter o mesmo efetivo de 30 anos atrás.  É urgente que o governo apresente um cronograma de abertura de concursos públicos”, finaliza.

O ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias, disse, hoje, ao ser questionado sobre uma possível reforma ministerial, que a “ordem do presidente [Luiz Inácio Lula da Silva] é trabalhar”. Ele concedeu entrevista ao programa Conexão, da GloboNews, nesta manhã.

Dias evitou dar posições concretas sobre uma possível saída do cargo. A pasta do Desenvolvimento Social, responsável pelo programa Bolsa Família, é cobiçada por partidos do Centrão, de quem o governo deseja se aproximar.

No entanto, o ministro disse que entende a “importância” de uma base consolidada para o governo no Congresso e defendeu um “entendimento” com o Centrão.

“Eu fui governador quatro vezes e sei a importância, não para um governo, mas para a própria estabilidade do país, você contar no parlamento com uma base sólida”, disse. “Eu defendo que se tenha um entendimento”, continuou.

A educação pública de Petrolina foi premiada pelo Governo do Estado como a melhor de Pernambuco. A cidade ficou em primeiro lugar no Índice de Desenvolvimento da Educação (Idepe) 2023, na categoria das grandes cidades. O município sertanejo obteve as notas mais altas tanto nos anos iniciais quanto nos finais. A premiação foi realizada, na última sexta, em cerimônia no Recife.

O resultado foi celebrado pelo prefeito Simão Durando. Para o gestor, a premiação dupla é a comprovação do trabalho que a gestão municipal vem realizando na educação. “Esta é mais uma grande conquista para Petrolina. Um resultado de muito trabalho, investimentos e cuidado com o nosso futuro. Gostaria de agradecer e compartilhar essa premiação com cada aluno, com as famílias, professores, cada trabalhador e trabalhadora da educação. Esse prêmio é mais um motivo para toda a população de Petrolina bater no peito e se orgulhar. A melhor educação pública é daqui, de Petrolina”, comemorou o prefeito.

O Idepe é um índice criado pelo Governo do Estado para avaliar o ensino básico nas escolas públicas. O índice possibilita o planejamento de políticas públicas que visam a melhoria da educação. Para o cálculo anual do IDEPE, são considerados o fluxo escolar (taxa de aprovação), com base no Censo Escolar da Educação Básica, e o desempenho dos estudantes na avaliação do SAEPE (Sistema de Avaliação Educacional de Pernambuco), que mede anualmente o grau de domínio dos estudantes nas habilidades e competências consideradas essenciais em cada período de escolaridade avaliado.

A premiação do Idepe é dividida em duas categorias: maior crescimento e melhor desempenho. Petrolina liderou os dois rankings da categoria Desempenho, ou seja, ocupando o topo da lista nos anos iniciais e anos finais. Com esses resultados, as escolas municipais de Petrolina, mais uma vez, aparecem na liderança em comparação ao Recife, Olinda, Caruaru, Jaboatão e demais cidades de grande porte elencadas pela avaliação. 

Além de líder no Idepe, a educação pública de Petrolina já é reconhecida por ter a melhor nota no Ideb em Pernambuco. A cidade também ostenta o selo Unicef para políticas públicas para a infância. Hoje, a rede municipal conta com a maior rede pública de creches e é referência em escolas em tempo integral do estado. A estrutura escolar ainda possui um dos maiores percentuais de salas de aula com climatização.

A equipe econômica tem como prioridade, neste início de segundo semestre, finalizar a votação de projetos e garantir a aprovação de medidas para assegurar recursos ao Tesouro Nacional neste e no próximo ano, a fim de cumprir as metas de fechar 2023 com déficit perto de 1% do PIB, e zerar o do ano que vem.

Nesta linha, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai se reunir com os presidentes do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), e da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), além de líderes partidários.

Haddad quer finalizar ainda em agosto a votação do novo marco fiscal e do projeto que recria o voto de desempate para o governo em julgamentos do Carf.

A prioridade do ministro, porém, é começar a negociar outros projetos, como a taxação de fundos exclusivos, hoje isentos de Imposto de Renda, para garantir cerca de R$ 130 bilhões aos cofres da União no ano que vem.

Essa receita é fundamental para garantir o cumprimento da meta de zerar o déficit público em 2024. Dentro do governo, uma ala avalia que a meta corre risco caso o governo não aprove todos os projetos de geração de receitas, que precisam ser receber aval do Congresso ainda neste ano.

Hoje, o Tribunal Regional do Trabalho da 6º Região (TRT-6) julga o dissídio coletivo dos rodoviários da Região Metropolitana do Recife (RMR). O julgamento ocorre após três audiências de conciliação sem sucesso entre os sindicatos patronal e dos empregados. As informações são do portal Folha de Pernambuco.

Desde a meia-noite da última quarta-feira (26), a categoria, que reúne motoristas de ônibus, está em greve. Em nota, o TRT-6, que havia mediado as audiências, afirmou que o agendamento do dissídio “foi feito de acordo com o tempo de análise do processo pela desembargadora relatora”. A relatora, escolhida aleatoriamente pelo sistema automático do tribunal, é a presidente do TRT-6, Nise Pedroso.

A audiência ocorre na sede do TRT, no Centro do Recife. Nela, “os desembargadores se reunirão e vão dar seus votos para decidir, de forma conjunta, o que deve ser feito”, informou o tribunal.

Na quarta, em decisão do corregedor do TRT-6, desembargador Fábio Farias, o tribunal determinou retorno de 60% da frota de ônibus em horários de pico e 40% nos demais períodos sob risco de multa de R$ 30 mil por dia. Os ônibus transportam cerca de 1,8 milhão de passageiros na RMR.

Por José Adalbertovsky Ribeiro*

MONTANHAS DA JAQUEIRA – O brasileiro cordial, de que falava o sociólogo Buarque de Holanda, nunca existiu, nem na Colônia, nem no Império, nem na República. Só existiu na cabeça dele. O Brazil vem da abominável escravidão negra de 350 anos, do massacre de Canudos, do extermínio dos índios, da degola dos cangaçeiros de Lampião. A guerra do Paraguai (1864-1870), junto com Argentina como parte da Tríplice Aliança, foi também um massacre inominável. Desde a Corte parasitária de Dom João VI, este sempre foi o reino das conchamblanças e do jeitinho.

A história oficial não conta: acontece no advento da República (1896-1897) o massacre mais vergonhoso e mais violento desta Nação, quando mais de 20 mil sertanejos desvalidos foram mortos e esquartejados e tiveram suas malocas incendiadas por tropas republicanas. Os beatos eram mansos e carentes, subjugados pelo sofrimento da vida. Precisavam de paz e pão. Os fazendeiros eram truculentos e os religiosos de ofício eram intolerantes.

Fugidos da fome/seca do mandonismo dos fazendeiros e sob as bênçãos do beato messiânico Antônio Conselheiro, penitentes do Arraial de Canudos foram acusados de fanatismo pela Igreja Católica e de conspirar contra o regime republicano por não pagarem impostos. A República foi pacificada na bala, reinou a paz dos cemitérios. Mas, o Arraial de Canudos ainda hoje sangra e a escravidão é um traço indelével na consciência nacional.

Os beatos eram mansos e carentes, subjugados pelo sofrimento da vida. Precisavam de paz e pão. Os fazendeiros eram truculentos e os religiosos de ofício eram intolerante. Tempos depois o jornalista Assis Chateaubriand escreveu uma resposta a Canudos, baseado no exemplo construtivo do empreendedor Delmiro Gouveia: a pacificação pelo trabalho e educação. Ocorre que o exemplo do visionário Delmiro foi aniquilado pelo capitalismo predatório dos trustes e pelo governo arbitrário de Sigismundo Gonçalves. O arbítrio deitou raizes na sociedade brasileira.

Não por acaso ocorrem de 40 mil a 50 mil mortes violentas a cada ano nesta Terra de Vera Cruz, a terra da verdadeira Cruz. O homem de Neandertal das cavernas continua presente nas torcidas organizadas, nos estádios, no trânsito, nos gabinetes, palácios e palacetes e até nas catedrais.

A conciliação nacional não será alcançada com pedradas nem com vinganças. Com esses ingredientes haverá mais bois de fogo. A virtude dos vitoriosos é serem magnânimos, se lhes permite a ambição de poder. As fogueiras das vaidades e ambições de poder estão acesas. Estes são tempos de intolerância, de radicalizações e incertezas.

O ministro José Múcio Monteiro é criatura da paz e do bem, além de competente, vacinado contra coronavírus, gripe, pólio, hepatite e bois de fogo. É um guerreiro da boa paz.

Se é para extirpar, que sejam extirpados os tumores da intolerância e das radicalizações. Extirpar milhões de cérebros dos opositores do cordão azul seria missão impossível para o brincante-mor do cordão encarnado, nem que fosse com anestesia raquidiana, nem peridural, nem anestesia geral nem na base da lobotomia. Esta Nação precisa de bandeira branca, não de revanchismos nem de vinganças, para trabalhar, para lavrar, para amar e ser feliz.

*Periodista, escritor e quase poeta

Sivaldo preferiu ser temido

No princípio básico da política ensinada por Maquiavel em “O Príncipe”, é melhor ser amado que temido, ou o contrário? Resposta difícil, mas o certo seria ser as duas coisas. No entanto, é quase impossível uma única pessoa reunir as qualidades para provocar esses dois sentimentos ao mesmo tempo.

Para o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), é melhor ser temido do que amado. Por isso, ele anunciou, em vídeo postado nas redes sociais, que o Festival de Inverno de Garanhuns (FIG) do próximo ano, em razão do retumbante fracasso da versão que se encerrou ontem, resultado da interferência do Governo do Estado, ficará sob o controle absoluto do Poder Municipal.

Imediatamente, a governadora Raquel Lyra (PSDB), que foi ao evento no primeiro dia e sofreu uma humilhante e grosseira hostilidade, com palavrões impublicáveis, reagiu. Não só confirmou que o FIG é propriedade do Estado, como já anunciou a data da promoção em 2024: de 18 a 28 de julho. “Só esqueceram de combinar comigo”, reagiu Sivaldo, deixando florir seu sentimento do conselho de príncipe temido, das admoestações de Maquiavel.

O FIG, na verdade, não é de Sivaldo nem de Raquel. É do povo de Garanhuns, que sedia o evento. É patrimônio de Pernambuco, incluído no calendário turístico do Estado, já em sua 33ª versão. As pessoas hesitam menos em ofender aqueles que amam do que aqueles que temem. Sivaldo, ao mostrar a sua face para ser temido, retirou de si o temor conservado pelo medo da perda e do castigo, presentes na maioria dos prefeitos que temem enfrentar a governadora.

As armas da guerra – Alijado do FIG deste ano, Sivaldo Albino declarou guerra ao Governo do Estado. Sua fala, entretanto, foi entendida como uma espécie de guerra contra um sentimento de perda do município encarnado pela população. Exigiu respeito, assumindo uma postura mais firme, segura e confiante. Agiu determinado a reafirmar sua autoridade máxima no município, delegada pelo povo de Garanhuns. Quando alguém acredita no que faz, como ele, essa simples crença pode mudar tudo.

O dono do cofre – Majoritário em Garanhuns, o deputado Felipe Carreras, líder do PSB na Câmara dos Deputados, teve forte influência para levar Sivaldo a declarar independência do Governo em relação ao FIG. Parlamentar influente, ele pode garantir os recursos federais necessários para bancar o evento, até então custeado pelo Estado. Segundo a Secretaria de Cultura, o Festival custou R$ 15 milhões neste ano.

Um mês de FIG – Se não houver entendimento até lá entre Sivaldo e Raquel, Garanhuns poderá sair “lucrando” com essa guerra pelo controle do Festival de Inverno, ganhando dois eventos, um do Estado, já com data marcada, e outro da Prefeitura, em período ainda a ser definido pelo prefeito. Quem vai sair lucrando é o comércio, especialmente bares, restaurantes e a rede hoteleira. Garanhuns poderá ter o mês de julho inteiro para aproveitar o FIG.

O bobo da corte – Na organização do FIG deste ano, o Governo do Estado excluiu a Prefeitura de Garanhuns de toda preparação do evento, inclusive na escolha da grade de artistas, ponto mais reclamado por quem se deslocou para viver a intensidade do Festival, tomar chocolate quente no frio e relaxar. Na virada da página, entretanto, terá que responder a questionamentos de irregularidades na contratação de artistas diante do Ministério Público. O primeiro a depor será o ex-secretário de Cultura, Silvério Pessoa, que sai nessa história como o bobo da corte.

PE com mais um Ministério – A semana começa, hoje, com um encontro entre o presidente Lula e o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), no qual será batido o martelo em cima da minirreforma ministerial. É provável que o pernambucano Silvio Costa Filho, deputado federal pelo Republicanos, encerre a semana como ministro do Esporte. Se for confirmado, Pernambuco passa a ter quatro gabinetes na Esplanada dos Ministérios – os demais são José Múcio (Defesa), Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) e André de Paula (Pesca).

CURTAS

A FATIA DO PT – Há um zunzum nos bastidores de que a nova secretária de Desenvolvimento Agrário, Ellen Viégas, tenha sido a primeira indicação do PT acolhida pela governadora Raquel Lyra (PSDB), por meio do senador Humberto Costa.

E AGORA, DANIEL? – Se isso se confirmar, o PT terá dado o primeiro passo para lançar candidato próprio à Prefeitura do Recife numa aliança inédita com o PSDB. O que dirá Daniel Coelho, que já ensaia sua candidatura à sucessão de João Campos?

Perguntar não ofende: Sivaldo declarou a independência da República de Garanhuns?

Depois do recesso informal no mês de julho, o Congresso Nacional volta às atividades na próxima semana de olho na aprovação do Orçamento de 2024, na reforma tributária e na retomada das discussões do projeto de lei das fake news.

Um dos temas com maior repercussão que deve ser analisado logo no começo do mês de agosto é o marco fiscal, aprovado com alterações no Senado antes do recesso e que precisa passar pelo plenário da Câmara dos Deputados para, enfim, ser enviado à sanção presidencial. As informações são da CNN.

Essa confirmação da Câmara é necessária, pois os senadores tiraram do limite de gastos o Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb), o Fundo Constitucional do Distrito Federal (FCDF) e despesas com ciência em tecnologia.

Segundo avaliação de técnicos da Câmara, isso pode gerar um impacto de R$ 73 bilhões e, por essa razão, o tema tem causado divergência entre os deputados. Além disso, disputas dos partidos por espaço no governo federal e o consequente apoio às pautas governistas também dão a tônica das disputas.

A aprovação do marco fiscal é essencial para que a Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO) seja votada, uma vez que os parâmetros, as diretrizes e os efeitos econômicos do marco fiscal impactam diretamente o relatório da LDO.

A presidente da Comissão Mista de Orçamento (CMO), senadora Daniella Ribeiro (PSD-PB), afirmou à CNN que 2023 está sendo um ano atípico por causa das mudanças que o novo marco fiscal deve trazer e que a proposta da LDO só deve ser analisada depois que estiver consolidado o que muda.

“A espera é para não refazermos o trabalho e para já votarmos a LDO com o cenário real”, disse Ribeiro.

A LDO estabelece as indicações para a confecção da Lei Orçamentária Anual (LOA), orçamento anual enviado pelo Executivo ao Legislativo, que define a execução dos recursos de cada ano.

Até 31 de agosto, o Executivo deve enviar ao Congresso Nacional o Projeto de Lei Orçamentária Anual (PLOA). Em um possível cenário sem marco fiscal aprovado e sem LDO, o governo teria que enviar um texto do PLOA com base nas regras ainda vigentes do atual teto de gastos.

Reforma tributária

O relator da reforma tributária no Senado, Eduardo Braga (MDB-AM), quer que a matéria seja votada no plenário em meados de outubro.

Segundo o relator, o plano de trabalho será definido logo no retorno do recesso e já adiantou que os senadores devem fazer alterações no texto que veio da Câmara, o que obrigaria o retorno às discussões entre os deputados.

Braga adiantou pontos que devem ser alterados: a mudança feita na Câmara que retirou incentivos fiscais do PIS/Cofins e do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) a projetos aprovados até 31 de dezembro de 2024.

O trecho foi derrubado por uma margem mínima – precisava de 308 votos para ser mantido na votação dos destaques, mas teve 307 votos. Foi a única derrota do governo na análise da reforma na Câmara.

Ex-senadora pelo MDB do Mato Grosso do Sul, a ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, promete fazer o que estiver ao seu alcance para que a reforma tributária sobre o consumo seja aprovada no Senado a tempo de ser promulgada ainda em 2023. “Se o Senado me permitir, vou dormir lá!”, disse Tebet em entrevista exclusiva à CNN na última semana.

Se o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, desempenhou papel importante na articulação política pela aprovação da emenda constitucional na Câmara dos Deputados, em atuação próxima com o presidente da Casa, Arthur Lira (PP-AL), no Senado esse papel será assumido pela titular do Planejamento, de acordo com a própria ministra.

PL das Fake News

O PL 2630 que trata da regulamentação das redes sociais, retirado de pauta em maio devido ao risco de ser rejeitado pelos deputados, deve ter a discussão retomada agora no segundo semestre.

Em maio, o projeto caminhava para aprovação, numa força-tarefa que uniu os esforços da base aliada do governo, de Arthur Lira e membros do Supremo Tribunal Federal (STF). Só que o forte lobby das big techs e os esforços de parlamentares ligados ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) travaram a tramitação.

Agora, para diminuir os desgastes entre os opositores — que alegam censura ao direito de liberdade de expressão — e aqueles que defendem a regulamentação das redes sociais, o governo estuda colocar a Controladoria-Geral da União (CGU) para atuar no monitoramento do cumprimento de novas regras para as plataformas.

No texto que tramita na casa, havia a proposta de criação de uma agência reguladora de supervisão das plataformas que seria responsável por desenhar a regulamentação do projeto, fiscalizar o cumprimento das regras, e aplicar sanções às plataformas que descumprissem as obrigações.

Essa agência foi duramente criticada pela oposição desde o início e foi combustível para os críticos do projeto. Alguns dos deputados chegaram a chamar o órgão de “ministério da verdade” e alegar que poderia haver risco de interferência ideológica na agência.

Com a entrada da CGU, não haveria uma entidade autônoma de regulação criada pelo Executivo. A ideia é que, com isso, as críticas sobre a criação de uma agência reguladora de supervisão das plataformas sejam arrefecidas.

Integrantes mais radicais da oposição afirmam que somente a ideia da CGU como entidade autônoma não destrava o projeto. Eles sustentam que esta agência seria um órgão ligado ao Estado e que a proposta ainda tem viés de censura e precisa de mais discussão.

Por outro lado, a base governista colocará no debate situações em que a agência se faz necessária em casos onde houve a demora das redes sociais de retirarem publicações do ar, como em anúncios falsos sobre o Desenrola feitos por golpistas.

Ainda sobre projeto de lei, o relator, deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) diz que a inclusão da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) pode ser a saída para o embate.

“Devemos estudar qualquer proposta que seja apresentada, inclusive pelo Governo. Algumas bancadas sugerem a Anatel para ter atribuições regulatórias no plano digital; a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB) propôs um sistema de regulação incluindo a participação dos três poderes, da sociedade civil e da indústria. Aguardo o chamado do presidente Arthur Lira para avaliar com ele e com líderes dos partidos o caminho a seguir”, afirmou Silva.

A apreciação do PL 2630 se dará após entendimento dos líderes partidários que permita ao presidente da Casa levar o assunto ao Plenário.

Da Agência Brasil

O ministro dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, informou neste sábado (29) que o governo federal prepara um plano voltado para a população em situação de rua. “Estamos desenhando, sob a coordenação do presidente Lula, uma grande política nacional em defesa das pessoas em situação de rua. Vai mobilizar uma série de outros ministérios, como o do Trabalho, da Saúde, do Desenvolvimento Social e Regional”.

O ministro deu a declaração ao participar da Expo Favela Innovation 2023, feira de empreendedorismo que estabelece conexões entre favela e asfalto, na Cidade das Artes, na zona oeste da capital fluminense.

Entre as ações, segundo o ministro, está a regulamentação da Lei Padre Julio Lancellotti, que veda o uso da arquitetura hostil que cria elementos que dificultam a presença das pessoas em situação de rua, o programa Moradia Primeiro, que é pensar a moradia como elemento fundamental para pessoas em situação crônica na rua, além de programas de saúde e de emprego.

“Não é só dar a casa, é também organizar a vida das pessoas. Tem também as cotas do Minha Casa, Minha Vida para pessoas em situação de rua. Isso também já foi conversado com o ministro [das Cidades] Jader [Filho] e vamos produzir um decreto. O presidente Lula deve avaliar e vamos dar sentido e concretização para essa política”, disse Almeida.