Campos Neto deve seguir na mira do governo

Não é só o mercado que aguarda com ansiedade o final do expediente de quarta-feira (2) para fazer suas contas. Quando, daqui a três dias, o Banco Central anunciar a decisão sobre a taxa básica de juros, a política também fará seus cálculos.

Ninguém é capaz de cravar com antecedência qual será a nova Selic, mas já é possível antecipar que, seja qual for o resultado da próxima reunião do Comitê de Política Monetária, Roberto Campos Neto seguirá como alvo do governo e do PT. As informações são do Estadão.

Isso em nada diminui a importância do próximo encontro da diretoria do banco. Não se espera que o presidente do BC saia da mira, mas o anúncio servirá para modular o tamanho da artilharia que será voltada a Campos Neto nos próximos meses.

Se o corte for de 0,25 ponto porcentual, como muitos apostam, não será uma surpresa para o mercado, mas suscitará uma forte onda de críticas da política. Para as vozes mais polidas do governo, o BC terá insistido numa posição excessivamente conservadora e injustificável diante das evidências. Para os quadros mais estridentes do PT, será a prova de que Campos Neto e seu time jogam contra o Brasil.

O ministro Fernando Haddad tratou de reforçar o que o governo espera do BC às vésperas da reunião do Copom. Na última sexta-feira (28), quando o dia já caminhava para o seu fim, ele chamou a imprensa e passou alguns recados. Entre eles, o de que estaria mais do que justificado um corte de 0,5 ponto porcentual na Selic diante dos últimos acontecimentos, como a revisão das projeções de inflação pelo mercado e melhora da classificação do Brasil por agências de risco.

Haddad é um inconteste expoente da ala dos moderados do governo. Mas nem ele esconde nos bastidores que já perdeu a paciência há tempos com Campos Neto. Em sua visão, havia espaço para um “pequeno corte” na taxa básica de juros já em maio. Se não em maio, definitivamente em junho.

O ministro havia investido em conversas, almoços e encontros com Campos Neto e tinha a impressão de que o presidente do BC havia entendido seus argumentos. Como sabemos, a Selic foi mantida em 13,75% tanto em maio quanto em junho. Haddad jogou a toalha, de acordo com pessoas próximas. Internamente, esbravejou que não conversaria mais “com aquele cara”. Publicamente, passou a repetir que “não há economia que resista” à insistência do BC em manter os juros tão altos.

Haddad, Lula e o PT têm razões para querer a queda da Selic. Sem um alívio por parte da política monetária, a desaceleração da economia no segundo semestre certamente virá, minando o trabalho feito pelo governo na área econômica.

O governo, portanto, tem pressa. E é por isso que, mesmo se o BC entregar um corte de 0,5 ponto percentual na próxima semana, a pressão sobre Campos Neto seguirá. O Planalto precisa de uma sequência de cortes expressivos para tornar mais célere o efeito sobre investimentos e fazer a roda de consumo girar.

A pressão sobre Campos Neto ganhou nos últimos dias, inclusive, novos contornos com a abertura de uma investigação contra ele pelo Tribunal de Contas da União (TCU). O argumento é que o presidente do BC foi imprudente ao cogitar repassar à iniciativa privada a gestão de parte dos ativos do banco. Na prática, todo mundo entendeu que a corte abriu uma nova frente de desgaste a Campos Neto.

O movimento do TCU soma-se a pedidos para que o presidente do BC se explique aos parlamentares, para que o Congresso o investigue, e a uma miríade de críticas públicas à postura do Copom. A política escolheu Campos Neto como alvo e dá sinais de que, nem tão cedo, pretende recolher suas armas.

O prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, parece mesmo não estar disposto a abrir mão da realização do Festival de Inverno do próximo ano. Neste sábado (29), Sivaldo comentou uma postagem feita pelo Governo de Pernambuco no Instagram, que confirma a realização do FIG 2024.

“Pode anotar na agenda e avisar aos amigos que mesmo antes do Festival de Inverno de Garanhuns 2023 chegar ao fim, o Governo de Pernambuco anuncia as datas do maior festival multicultural do Brasil do próximo ano. O #FIG2024 vai acontecer entre 18 e 28 de julho de 2024, aqui no friozinho de Garanhuns”, diz a postagem do governo estadual.

“Só esqueceram de combinar e solicitar a nossa autorização”, respondeu Sivaldo. O comentário já foi curtido por mais de 1200 pessoas, até às 14h deste domingo (30).

Queda de braços

Na sexta-feira (28), o prefeito de Garanhuns havia anunciado pelas redes sociais que, a partir do próximo ano, o FIG será realizado diretamente pela prefeitura.

“Nós vamos assumir esta responsabilidade para continuar fazendo com que o nosso Festival de Inverno de Garanhuns cresça a cada ano e não diminua, como ocorreu este ano”, destacou Sivaldo.

No sábado (29), um dia depois da decisão do prefeito, o Governo de Pernambuco anunciou, também por meio das redes sociais, a realização da próxima edição do FIG, já com as datas.

O ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Admar Gonzaga, afirmou não se preocupar com o fato de o ex-presidente Jair Bolsonaro não ter pago multas aplicadas pelo estado de São Paulo, mesmo após receber R$ 17,2 milhões em transações via Pix neste ano.

Gonzaga, que trabalha atualmente como advogado, doou 5 mil reais ao ex-capitão por meio do sistema de pagamentos instantâneos. As informações são da Carta Capital.

Segundo o Conselho de Controle de Atividades Financeiras, a movimentação “atípica” na conta de Bolsonaro pode ter relação com uma campanha de doações organizada em junho por apoiadores. À época, aliados disseram nas redes sociais que o dinheiro seria usado para pagar multas.

Bolsonaro, porém, ainda não quitou a dívida que se aproxima de 1 milhão de reais em multas aplicadas pelo estado de São Paulo por descumprir normas sanitárias durante a pandemia.

“Eu não estou preocupado se ele vai pagar a multa, se não vai pagar a multa”, disse Gonzaga em entrevista ao jornal O Estado de S. Paulo. “O que eu vi foi uma pessoa ter todos os seus recursos bloqueados. De uma hora para a outra, ele não tinha mais nada na conta”.

O Coaf apontou que o ex-presidente aportou 17 milhões de reais em investimentos de renda fixa, montante equivalente aos recursos que embolsou via Pix no primeiro semestre. Gonzaga, porém, diz não se importar.

“Todo dinheiro tem que ter remuneração. Dinheiro parado num País que está com inflação galopante e com todas essas incertezas que estão aí atormentando as pessoas, eu acho que ele fez muito bem de investir, de buscar remunerar esse dinheiro”, prosseguiu. “Eu acho até uma atitude responsável”.

A vice-presidente nacional do Solidariedade e principal liderança política da legenda em Pernambuco, a ex-deputada federal Marília Arraes, comandou, na noite de ontem, a instalação da comissão provisória do partido no município de Caruaru, que será presidida por Armandinho, ex-candidato a deputado estadual. 

Dezenas de lideranças da região estiveram presentes, entre elas o ex-deputado federal e atual secretário-executivo da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT); o ex-deputado estadual e ex-prefeito de Caruaru, José Queiroz (PDT); o presidente do PDT no município, Marcos Casé; o ex-senador Douglas Cintra; o secretário-geral do União Brasil na cidade, Raffiê Dellon e o vereador Fagner Fernandes (PDT).

O trabalho de ampliação e consolidação do SD no estado vem sendo coordenado por Marília e tem avançado em todas as regiões. “Caruaru é uma cidade muito importante para Pernambuco e por isso mesmo é com muita alegria que viemos para consolidar a instalação da comissão provisória, que será essencial para agregar novas forças e avançar em nosso projeto de partido para o município, a região e para Pernambuco. Armandinho é uma liderança muito importante nesse processo”, afirma Marília.

“Vamos avançar, com a certeza de que a construção de pontes políticas e a valorização do diálogo são o caminho para um futuro melhor para Caruaru”, complementa. 

Armandinho também falou sobre esse processo. “Nós acreditamos que uma cidade prospera quando seus líderes trabalham juntos, superando diferenças e fortalecendo o diálogo. É com esse espírito de união que estamos unindo forças para enfrentar os desafios e encontrar soluções inovadoras. Estamos focando na convergência de ideias e projetos que possam impactar positivamente a vida de cada caruaruense”, pontuou.

Um ataque suicida durante uma convenção política deixou ao menos 40 mortos e mais de 130 feridos no norte do Paquistão neste domingo (30). O alvo foi uma reunião do partido religioso Jamiat Ulema-i-Islam (JUI-F) no distrito de Bajour, na província de Khyber Pakhtunkhwa. 

O número de vítimas vem sendo atualizado desde o momento do ataque e hospitais da região estão sobrecarregados pela grande quantidade de feridos. Até o momento, o ataque não foi reivindicado por nenhum grupo insurgente. As informações são da Jovem Pan.

O Paquistão registra aumento na violência armada desde a chegada ao poder dos talibãs afegãos em Cabul em agosto de 2021, o que reacendeu os ataques de seus irmãos ideológicos paquistaneses. O principal grupo paquistanês, o Tehrik-e-Taliban Pakistan (TTP), anunciou em dezembro do ano passado o fim do cessar-fogo alcançado com Islamabad, que acusou de descumprir seus compromissos nas negociações de paz.

O país testemunhou 271 ataques de militantes no primeiro semestre do ano, nos quais 389 pessoas foram mortas e outras 656 ficaram feridas, de acordo com um relatório publicado no início de julho pelo Instituto de Segurança e Estudos de Conflitos do Paquistão. Um aumento significativo dos números em relação ao mesmo período de 2022, quando o Paquistão sofreu 151 ataques que causaram 293 mortos e 487 feridos.

Por Magno Martins – exclusivo para Folha de Pernambuco

Secretário nacional da Micro e Pequena Empresa, órgão do Ministério do Desenvolvimento, o pernambucano Milton Coelho começou a focar sua ação mais diretamente nos Estados do Norte e Nordeste, para trazer as boas novas que o Governo Lula tem criado para estender a mão a quem, na verdade, produz e gera empregos no País.

Na semana passada, ele esteve em três municípios do Sul e Sudeste. Em visita ao Rio Grande do Sul, anunciou novidades ao Programa Nacional de Apoio às Microempresas e Empresas de Pequeno Porte (Pronampe), entre elas uma portaria do governo federal com duas modificações nas regras do programa. Ambas estão relacionadas à renegociação de dívidas.

Conforme o secretário, a portaria prevê que seja possível renegociar exclusivamente a dívida do Pronampe, contrariando o que ocorria até o momento. “Os bancos só aceitavam renegociar, se renegociasse também todas as dívidas que o tomador tinha com aquela instituição bancária”, detalhou Coelho.

Tão logo desembarcou, ontem, no Recife, foi direto para a cidade de Bonito, no Agreste do Estado. Lá, a convite do advogado Ademir Alves e do presidente da Associação Comercial, Empresarial e Agroindustrial, Rubenilson Gouveia, falou para um grupo de empresários com os olhos voltados para investimentos na região.

Milton detalhou o plano que o Governo Federal lançou para as micro e pequenas empresas em recuperação judicial. Os MEIs (microempreendedores individuais), as micro e pequenas empresas poderão parcelar suas dívidas ativas com o FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) em até 10 anos.

A medida foi publicada no DOU (Diário Oficial da União) na última quinta-feira (27). Para os pequenos negócios em situação de recuperação judicial, esse prazo será ainda maior: em até 12 anos. A medida do Conselho Curador do FGTS também estabeleceu prazo de 100 meses (8 anos e 4 meses) para empresas de direito público parcelarem suas dívidas ativas, e de 85 meses (7 anos e 1 mês) para as demais empresas.

As companhias inseridas no cadastro de empregadores que tenham submetido trabalhadores a condições análogas às de escravo, segundo ele, não poderão parcelar qualquer débito devido ao FGTS. Os parcelamentos dos valores devidos de FGTS serão operacionalizados pelo Ministério do Trabalho e Emprego, por meio da Secretaria de Inspeção do Trabalho, para débitos não inscritos em dívida ativa e pela Procuradoria Geral da Fazenda Nacional para débitos inscritos em dívida ativa.

Outra novidade é em relação às parcelas, que serão divididas junto ao saldo devedor. “No cálculo médio que fizemos, vamos ter, na pior hipótese, mais 36 meses para pagar o saldo devedor junto com as parcelas que vão vencer”, afirmou Milton, acrescentando: “Muita gente quer produzir, gerar riquezas e empregos, mas estava sem poder renegociar suas dívidas”, diz ele. 

Para celebrar os 198 anos de fundação da Polícia Militar de Pernambuco (PMPE), a Câmara Municipal do Recife irá realizar na próxima terça-feira (1º), uma sessão solene comemorativa. A proposição do ato é da vereadora Missionária Michele Collins (PP), e tem entre seus objetivos destacar os grandes feitos da instituição, garantido a segurança e a ordem pública em todo território estadual. 

De acordo com a vereadora Michele Collins, a proposição da solenidade é uma demonstração de agradecimento ao trabalho realizado pelos homens e mulheres que formam a corporação. 

“Nós queremos nesta solenidade agradecer a briosa PMPE que tanto tem lutado, nas trincheiras, garantindo a segurança de toda a população. Trata-se de uma instituição que atua, não só preservando a ordem pública, como também na realização de importantes ações sociais, como por exemplo o Programa Educacional de Resistência às Drogas e à Violência (PROERD). É justo e necessário que a Casa José Mariano preste essa homenagem para todos que fazem parte deste importante órgão”, destacou. 

O evento será realizado no plenário da Câmara do Recife, na tarde da terça-feira, dia 1º de agosto, e contará com a presença de representantes de órgãos que atuam na promoção da segurança pública em todo o Estado. 

Serviço

Sessão Solene pelos 198 anos da PMPE

Local: plenário da Câmara do Recife

Dia: 1º de Agosto

Hora: 14h

O homem mais velho que já viveu no mundo pode ser brasileiro. José Paulino Gomes teria nascido em 4 de agosto de 1895, segundo registros do cartório Silva, o único da cidade de Pedra Bonita, na Zona da Mata, em Minas Gerais. Ele morreu nesta sexta-feira (28), o que o faria ter 127 anos. A data é incerta, isso porque o homem teria se registrado anos mais tarde depois de seu nascimento, com uma data antiga.

“No interior aqui, geralmente, as pessoas são registradas quando já estavam mais velhas. Tem vários casos com a documentação errada. Mas a documentação dele foi abaixo do que ele tinha. Tem uma senhora aqui perto com 98 anos. Ela fala que conhecia ele quando ele já era um rapazinho. Foi quando a gente teve a curiosidade de confirmar a idade e procurou o cartório para saber qual era a certa. Com certeza mais de 100 anos ele tinha, pelo menos 110. Agora a gente precisa saber como vai ficar na certidão de óbito”, disse a neta Eliane Ferreira, em entrevista ao G1.

Se confirmada a história, seu José poderia ser considerado o humano mais velho do mundo. A atual recordista pelo Guinness World Records é a espanhola Maria Branyas Morera, de 115 anos. A história do senhor de Minas Gerais é semelhante com a da francesa Jeanne Calment, falecida em 1997, aos 122 anos, cuja verdadeira idade continua incerta.

Em 2018, pesquisadores russos teriam apontado uma possível fraude que a descartavam como a mulher mais velha do mundo. A tese apresentada por eles foi a de que a francesa, que ficou famosa no final do século XX por sua idade avançada, não era Jeanne, mas sua filha, Yvonne Calment.

Porém, um ano depois, em 2019, pesquisadores suíços comprovaram a idade da francesa e disseram que era “crível” que ela tivesse 122 anos quando morreu em 1997. Para sustentar suas conclusões, os autores recuperaram documentos históricos, incluindo um artigo publicado na imprensa local em 1934 em Arles, onde Calment morava, comprovando que uma “multidão” compareceu ao funeral de Yvonne, filha de Jeanne, que morreu aos 36 anos.

Os pesquisadores suíços acham difícil de imaginar que nenhuma testemunha não tenha notado a fraude de identidade, que teria necessitado da cumplicidade de dezenas de pessoas.

Tanto seu José, quanto Calment, são pessoas do século XIX. Se o mineiro nasceu realmente em 1895, ele tinha 19 anos quando o telefone foi inventado. Quando os primeiros computadores portáteis (PC) começaram a ser vendidos em 1977, ele já tinha mais de 80 anos. E cravava 93 quando a internet chegou ao Brasil, em 1988. Ou seja, além de ser outra época, os documentos eram feitos de papel, por escrito, e armazenados em pastas antigas de cartórios em cidades pequenas. Se hoje, com o digital, já é difícil lembrar onde está um documento específico, imagina uma certidão de nascimento do final do século XIX. O que faz essa conclusão de uma data de nascimento específica ser perdida no tempo.

Outra brasileira que não teve a idade reconhecida no livro dos recordes é Josefa Maria da Conceição, morta aos 121 anos. A alagoana, conhecida também como “Dona Josefa”, estava sendo avaliada pelo Guinness Book para reconhecimento do título, de acordo com a prefeitura da cidade. Em 2019, o prefeito de Pilar, Renato Filho (MDB), chegou a fazer contato com o livro dos recordes no Brasil para tentar registrar a marca.

Confira a lista atual, divulgada pelo LongeviQuest, que diz ser o principal banco de dados sobre a vida e as idades das pessoas mais velhas do mundo:

  • Maria Branyas Morera, EUA, 4 de março de 1907 (115 anos)
  • Fusa Tatsumi, Japão, 25 de abril de 1907 (115 anos)
  • Edie Ceccarelli, EUA, 5 de fevereiro de 1908 (114 anos)
  • Tomiko Itooka, Japão, 23 de maio de 1908 (114 anos)
  • Inah Canabarro Lucas, Brasil, 8 de junho de 1908 (114 anos)
  • Hazel Plummer , EUA, 19 de junho de 1908 (114 anos)
  • Nina Willis, EUA, 14 de janeiro de 1909 (114 anos)
  • Ushi Makishi , Japão, 15 de fevereiro de 1909 (114 anos)
  • Juan Vicente Pérez Mora, Venezuela, 27 de maio de 1909 (113 anos)
  • Elizabeth Francis, EUA, 25 de julho de 1909 (113 anos).

Enquanto o Palácio do Planalto negocia a entrada no governo de PP e Republicanos, dois partidos do Centrão, uma ala do Executivo também se movimenta para desengavetar projetos de interesse de outras forças políticas que caminham longe do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. No segundo semestre, a ideia é limpar parte da pauta que travou no Senado e contemplar até mesmo propostas criticadas pela esquerda. Algumas delas atendem às bancadas ruralista e da bala.

As iniciativas não são unânimes na Esplanada, mas já contam com o “ok” de parte dos auxiliares próximos a Lula. São propostas como a que facilita o registro de agrotóxicos no Brasil, bem como a lei orgânica da Polícia Militar. Os temas interessam a adversários do PT nas últimas eleições, como a bancada da bala e a ruralista, fortemente identificadas com o bolsonarismo. As duas frentes ainda mantêm grande influência sobre partidos do Centrão e, diante do novo equilíbrio de forças que se desenha no Congresso, são importantes para garantir a governabilidade. As informações são do O GLOBO.

A lei orgânica da PM, que pretende criar normas gerais para as corporações, é a iniciativa que hoje tem mais consenso dentro do governo. O ministro da Justiça, Flávio Dino, disse a auxiliares que tem como meta fazer com que o texto seja sancionado por Lula ainda em 2023. Apesar disso, os ministérios das Mulheres e do Meio Ambiente veem com preocupação alguns trechos, como possíveis limitadores para o ingresso de mulheres nos quadros da corporação e retirada de competências do Ibama. O governo deseja aprovar a iniciativa no Senado e evitar mudanças.

“Precisa avançar, não queremos ficar responsáveis por esse projeto ter que voltar para a Câmara (onde começou a tramitar). O governo vai ter seu momento para se posicionar, que é através do veto”, disse o secretário de Assuntos Legislativos do Ministério da Justiça, Elias Vaz, sobre a possibilidade de suprimir alguns trechos da lei.

Diálogo “fértil”

A proposta começou a avançar no ano passado na Câmara e inicialmente retirava poder dos governadores sobre as corporações. Diante da resistência, o trecho foi suprimido pelo então relator Capitão Augusto (PL-SP). Dar apoio ao texto é uma maneira de o governo se aproximar das forças de segurança, uma das bases do bolsonarismo.

“A gente vem de um movimento de retomada do diálogo com as forças de segurança, que é bem fértil. Temos que dialogar com os comandantes-gerais, como fizemos segunda-feira, recebemos aqui [no Ministério da Justiça]” disse o secretário nacional de Segurança Pública, Tadeu Alencar.

O texto da lei orgânica foi aprovado pela Comissão de Segurança Pública em julho, com o parecer favorável do líder do PT no Senado, Fabiano Contarato (ES), que fez carreira como delegado da Polícia Civil. A redação foi encaminhada então para a Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), e a expectativa é que seja aprovada pelo plenário da Casa. Em seguida, o texto será levado à sanção.

Também está na mira do Palácio do Planalto fortalecer o programa Habite Seguro, linha de financiamento de imóveis voltada para agentes de segurança criada pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. O programa é viabilizado pelo Fundo Nacional de Segurança Pública, que é responsabilidade do Ministério da Justiça. Auxiliares de Dino confirmam a intenção de ampliar a iniciativa, mas não há data prevista para a ideia ser anunciada.

A aproximação acontece ao mesmo tempo em que Lula edita decretos para restringir o acesso às armas de fogo. O movimento provocou insatisfação na bancada da bala, que já se movimenta para derrubar a ordenação jurídica elaborada pelo governo federal.

Em relação ao projeto que facilita o registro de agrotóxicos, há um ambiente mais dividido. O ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, já disse ser a favor. Ambientalistas chamam o texto de “PL do Veneno”. Os ministros Marina Silva (Meio Ambiente) e Paulo Teixeira (Desenvolvimento Agrário) resistem a flexibilizar o uso dos pesticidas.

Nas negociações, o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), tem mantido conversas com Fávaro para levar o projeto ao plenário. O líder do governo no Senado, Jaques Wagner (PT-BA), também tem participado de algumas reuniões da bancada ruralista e não tem sido um obstáculo.

Aliados do senador petista avaliam que a tendência é não se posicionar contra a votação do texto. Para Paulo Teixeira, porém, é preciso “banir alguns agrotóxicos”. Ele reconhece que o assunto não foi pacificado.

Busca de consenso

Em maio, Carlos Fávaro tentou baixar a tensão e se equilibrar entre as visões do governo. Após uma reunião com Pacheco, afirmou que todos no Planalto estão “na mesma pauta”.

“Vamos olhar os pontos, o que não é convergente e o que é possível ajustar e fazer uma análise técnica muito rigorosa. Ninguém é a favor de produtos cancerígenos”, disse.

Em fevereiro do ano passado, antes do período eleitoral, Marina Silva já classificava a proposta como um “ataque à saúde pública, ao meio ambiente e ao funcionamento das instituições”.

O cenário é diferente do planejado para o projeto de lei da regularização fundiária, batizado pelos críticos como “PL da Grilagem”, que terá forte oposição do governo caso avance no Senado.

O presidente da Câmara de Vereadores de Petrolina, Aero Cruz, assinou, na noite da última sexta-feira (28), a Ordem de Serviço para ampliação e modernização da Casa Plínio Amorim. O investimento é de aproximadamente R$ 5 milhões, que deve conferir à Casa o título de mais moderna e acessível do Estado. As obras iniciam nesta semana.

O evento contou com a participação do prefeito Simão Durando, do deputado federal Fernando Filho, do ex-senador Fernando Bezerra Coelho, do deputado estadual Antônio Coelho, além de autoridades e representantes de instituições e órgãos na cidade. Entre as principais intervenções estão: a ampliação do plenário, que aumentará sua capacidade de 95 para 130 pessoas, criação de 13 novas salas, novo auditório para 50 pessoas, ampliação de gabinetes, nova sala das comissões, novos banheiros e modernização de todos os espaços.

“Os vereadores, servidores e a população poderão contar com uma Casa Legislativa à altura, de acordo com o que o nosso povo merece. A terceira maior cidade do Estado terá a Câmara mais moderna e estruturada. Todos nós teremos orgulho disso”, reforçou o presidente da Câmara. 

Com a obra, a Casa também contará com toda estrutura para as pessoas com deficiência, inclusive um gabinete exclusivo. A Câmara também utilizará exclusivamente a energia solar, auxiliando assim na economia da conta de luz e reduzindo os impactos ambientais. “A sociedade é plural, dinâmica, e o Poder Legislativo precisa estar atento às mudanças e inovações, mas sem esquecer do que nos impulsiona: o bem-estar das pessoas”, finalizou Aero. A previsão de término é de um ano.