Não são apenas os levantamentos do Palácio do Planalto que têm mostrado melhora na popularidade de Lula após o governo abraçar o discurso de “ricos contra pobres” e reagir ao tarifaço de Trump. As pesquisas eleitorais estaduais que têm chegado ao PL, partido de Jair Bolsonaro, também mostram o presidente crescendo cerca de dois pontos percentuais no último mês.
Para não criar pânico no partido, a leitura que vem sendo feita é que o movimento de crescimento não deve passar muito desses números.
No PL, no entanto, os reflexos do quanto o tarifaço de Trump pode recair sobre Jair Bolsonaro e seus aliados ainda são uma incógnita e despertam preocupação.
A atividade econômica brasileira recuou 0,74% em maio, mostram dados divulgados hoje pelo IBC-Br (Índice de Atividade Econômica), indicador do BC (Banco Central) conhecido por antecipar o desempenho do PIB (Produto Interno Bruto). As informações são do UOL.
Como foi o IBC-Br
Economia nacional encolheu 0,7% no mês de maio. A oscilação positiva leva a prévia do PIB aos 108,9 pontos na série dessazonalizada (livre de influências). O patamar interrompe a série de recordes consecutivos das últimas edições do IBC-Br, indicador divulgado desde janeiro de 2003.
Agropecuária guia desempenho negativo no mês. Com queda de 4,2%, o segmento foi acompanhado pela perda de força da indústria (-0,5%). Já o setor de serviços, aquele de maior peso na economia nacional, permaneceu estável e foi o único que permanece no maior patamar da série histórica.
Todas as comparações permanecem positivas. Segundo o IBC-Br, o nível da atividade econômica em abril subiu 3,2% em relação ao mesmo mês do ano passado. No acumulado em 12 meses, a alta totaliza 4%. No acumulado dos primeiros cinco meses de 2025, a variação positiva é de 3,4%.
O que é o IBC-Br Indicador é calculado a partir de uma base similar à do IBGE. Com divulgações mensais, a coleta de dados do Banco Central é classificada como a “prévia do PIB” por antecipar o andamento da atividade econômica. O Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apresenta os dados sobre o desempenho da economia somente a cada período de três meses.
Resultado do primeiro trimestre teve diferença de 0,1 ponto percentual. Os dados oficiais mostram que o PIB brasileiro avançou 1,4% entre os meses de janeiro e março. No IBC-Br, foi contabilizada uma alta de 1,3% da atividade econômica no mesmo intervalo.
João Vicente Goulart, filósofo e presidente da Fundação João Goulart, sediada em Brasília, é o convidado de amanhã do meu podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, o ‘Direto de Brasília’. Filho do ex-presidente João Goulart, ele tem dedicado grande parte de sua vida a resgatar a memória do pai — autor do livro Jango e eu: Memórias de um exílio sem volta — e agora traz à entrevista novas evidências de que Jango pode ter sido vítima de envenenamento, e não apenas de um ataque cardíaco, em 6 de dezembro de 1976.
Em depoimento à Comissão da Verdade Vladimir Herzog, João Vicente apresentou documentos que apontam reuniões secretas entre agentes americanos e autoridades brasileiras para planejar a eliminação de seu pai, além do relato do agente uruguaio Mario Leira Barreiro, que testemunhou esses encontros. A família já pediu a exumação dos restos mortais de Jango, a oitiva de agentes dos EUA e o acesso a arquivos do Departamento de Estado norte-americano, em busca de provas que confirmem essa versão.
Ao longo de sua trajetória política, João Vicente foi deputado estadual pelo Rio Grande do Sul (1983–1987) pelo PDT. Passou também pelo PGT e pelo PPL, chegando a concorrer à Presidência da República em 2018 como candidato do PPL. Desde 2019, é filiado ao PCdoB e atua como dirigente da legenda no Distrito Federal.
O podcast vai ao ar das 18h às 19h, com transmissão pelo YouTube da Folha e do meu blog, e alcance em cerca de 165 emissoras de rádio no Nordeste. São parceiros do programa a Gazeta News (Grupo Collor/AL); a Rede Mais Rádios (25 emissoras na PB); a Mais-TV, do mesmo grupo (sob a apresentação de Heron Cid); e a Rede ANC (mais de 50 estações no CE). Também apoiam o projeto o Grupo Ferreira de Santa Cruz do Capibaribe, a Autoviação Progresso, o Grupo Antonio Ferreira Souza, a Água Santa Joana e a Faculdade Vale do Pajeú.
Desde abril, Petrolina conta com o Centro Integrado de Comando e Controle (CICC), gerido pela Secretaria de Segurança Pública e pela Autarquia Municipal de Mobilidade (AMMPLA). Reequipado e modernizado, o espaço funciona 24 horas por dia e centraliza operações de segurança urbana e gestão de trânsito, unificando monitoramento de ruas e coordenação de equipes em um único hub.
Com 100 câmeras instaladas em pontos estratégicos, o CICC realiza videomonitoramento em tempo real, permitindo respostas mais ágeis a crimes e acidentes. Cinco servidores acompanham as imagens e dados operacionais, mapeando áreas de maior incidência de ocorrências, identificando congestionamentos e orientando ações da engenharia de tráfego. A tecnologia também viabiliza o acionamento imediato das equipes de fiscalização e atendimento em situações emergenciais, com impacto direto na fluidez do tráfego e na prevenção de incidentes.
Navegar pelas 300 páginas do Projeto de Lei nº 04, de 2025, em tramitação no Senado, é algo estimulante. O PL foi elaborado por comissão de juristas instituída pelo Senado para revisar o Código Civil (Lei 10.406/2002). A comissão foi presidida pelo ministro do STJ Luís Felipe Salomão e teve como relatores gerais Rosa Maria Nery e Flávio Tartuce.
O PL está aguardando despacho do presidente do Senado para definir se vai tramitar como projeto de lei ordinária ou como projeto de código. Está a um longo caminho de virar lei. Até porque, quando chegar na Câmara, vai sofrer alterações que o remeterão de volta para nova tramitação no Senado.
O PL atualiza nosso Código Civil numa quadra de grandes alterações tecnológicas, comportamentais e econômicas. Traz grandes avanços. A direção geral do texto é a tentativa de destravar a vida das pessoas e dos negócios. Busca uma harmonização com marcos legais como LGPD, ECA, Estatuto do Idoso e decisões do STF. Fortalece a coerência do ordenamento jurídico e sua aderência ao constitucionalismo contemporâneo. Mas seria ingênuo supor que o Congresso Nacional não vai modificar o texto da comissão de juristas.
Muitas deformações poderão ser introduzidas. O atual CN parece mais interessado em sua autorreprodução e tem andado de costas para os interesses da maioria do povo. Ainda bem que o tema deve ficar para o próximo. Problema é a qualidade do próximo. Ademais, o PL tem sido criticado por especialistas que apontam alguns riscos de insegurança jurídica que decorreriam do excessivo recurso a conceitos vagos que causariam muita judicialização.
Por isso, pode ser mais viável examinar em separado algumas das inovações do PL. Em um país tão dividido, poderíamos identificar alguns temas específicos com mais chances de apoio transversal. Nas eleições de 2026 poderiam surgir candidaturas de diferentes partidos que adotassem algumas propostas. Embriões de bancadas com candidaturas comprometidas com certos temas. Difícil, não é? Mas em alguns temas concretos podemos tentar alguns consensos parciais.
Como na questão das inovações tecnológicas e da internet. O PL acrescenta ao CC um livro específico sobre direito digital. Definem-se os direitos das pessoas físicas e jurídicas no ambiente digital. Os direitos patrimoniais puros se transmitem aos herdeiros. Ao contrário dos direitos personalíssimos. Os bens digitais do falecido, de valor economicamente apreciável, integram a sua herança. Portanto, transmitem-se aos herdeiros senhas, dados financeiros, perfis de redes sociais, contas, arquivos de conversas, vídeos e fotos, arquivos de outra natureza, pontuação em programas de recompensa ou incentivo e qualquer conteúdo de natureza econômica, armazenado ou acumulado em ambiente virtual.
Já os direitos da personalidade, tais como privacidade, intimidade, imagem, nome, honra e dados pessoais, inclusive mensagens privadas, são protegidos por leis específicas. O PL também define regras sobre a exclusão de conteúdo, a responsabilização das plataformas digitais e o controle de conteúdos ilícitos. Com alguns conceitos que acabam de ser incorporados pelo STF no Tema 987 sobre o Marco Civil da Internet.
No direito de família, o PL confere proteção jurídica à definição ampliada de família, formada por vínculos conjugais e não conjugais nas seguintes modalidades: i) casais que tenham convívio estável, contínuo, duradouro e público; ii) famílias formadas por mães ou pais solos; e iii) grupos que vivam sob o mesmo teto e possuam responsabilidades familiares. O PL reconhece a união homoafetiva, assegurando à população gay o direito à união civil que antes ocorria apenas na jurisprudência.
Tanto a sociedade conjugal (a tradicional, entre cônjuges) quanto a sociedade convivencial (a união afetiva, que passaria a se dar entre conviventes) podem ser homoafetivas.
No tema do direito empresarial, o PL visa destravar negócios. Amplia a liberdade para grandes negócios. O PL também inova ao estabelecer uma nova relação jurídica para os animais. Eles serão reconhecidos juridicamente como seres sencientes e capazes de ter sentimentos e direitos. Protegidos pelo vínculo afetivo. Supera-se o tradicional tratamento dos animais como bens móveis.
É impossível imaginar uma coalizão de candidaturas que se comprometam com inovações na área da regulamentação das plataformas a fim de harmonizar a liberdade de expressão/informação com outros direitos fundamentais? Ou com algumas inovações no direito empresarial para melhorar o ambiente de negócios?
Ou no enfrentamento do preconceito contra a comunidades LGBTQIA+ ou afrodescendentes? Ou para ampliar o conceito de família? Esse o desafio que está posto. Mais do que um novo código, podemos introduzir conceitos que integram o texto do PL 04/202. Pode-se forjar uma coalização em defesa desses avanços. Ainda que os atores pertençam a campos ideológicos distintos.
*Advogado, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford
O recente alerta do Tribunal de Contas de Pernambuco ao prefeito de Gravatá, Joselito Gomes, por, supostamente, usar o São João para promover a imagem da primeira-dama Viviane Facundes, que cantou ao lado de Wesley Safadão e João Gomes, não bastou para frear ações semelhantes em outras cidades — gestores seguem tratando festas financiadas com recursos públicos como vitrines privadas.
Em Araripina, o humorista Tirulipa, contratado como apresentador de uma das noites do São João, protagonizou o momento mais comentado do festejo ao beijar a boca do prefeito Evilásio Mateus no palco. O espaço ocupado por Tirulipa, que costuma apresentar eventos de projeção nacional, como as lives do cantor Wesley Safadão, normalmente, é destinado a artistas locais. O papel do apresentador é entreter o público entre um show e outro.
No primeiro final de semana do Festival de Inverno de Garanhuns (FIG), no sábado (12), o cantor Zeca Baleiro criticou a longa passarela que distancia o público do artista, revelando um “espaço vip” para autoridades. O prefeito Sivaldo Albino subiu ao palco durante o show de Hungria para justificar a estrutura. “Teve artista que tocou aqui e estava reclamando da passarela. Artista que não consegue andar para ficar perto do público, não dá pra estar tocando. A passarela é grande justamente para isso: rodar, contagiar, sentir o calor de vocês”, defendeu o gestor.
Em Sertânia, na 51ª Expocose, na quinta-feira (10), a prefeita Pollyana Abreu foi convidada a beber uísque diretamente do gargalo durante o show À Vontade, de Luan Estilizado, Raí Saia Rodada e Zezo Potiguar.
E em Glória do Goitá, nos 148 anos do município, o prefeito Jaiminho subiu ao palco com a banda Os Tralhas para dançar o “passinho”. Em todos os casos, a linha que separa evento público de celebração particular é simplesmente ignorada.
Diante da mais grave ameaça à soberania e à economia brasileiras em muitos anos, a governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSD), fez um silêncio ensurdecedor, que é também, e acima de tudo, revelador. Enquanto o presidente Lula se posicionava firmemente em defesa dos interesses nacionais contra a tarifa de 50% anunciada por Donald Trump, contando com o apoio quase uníssono das instituições públicas, privadas e da sociedade civil, a chefe do governo de Pernambuco, cujo estado seria drasticamente afetado, optou por uma inexplicável mudez.
O que poderia justificar tal omissão? Os sinais apontam para o cálculo político que sobrepõe o futuro do seu partido às necessidades urgentes do povo de Pernambuco (e do Brasil).
A medida anunciada por Trump em carta direta a Lula é um ataque direto à indústria e ao comércio do Brasil. Para Pernambuco, que luta para expandir suas exportações e fortalecer seu parque industrial, uma barreira de 50% num dos maiores mercados consumidores do mundo é um atentado. Setores vitais para a economia local, da fruticultura irrigada no Vale do São Francisco aos produtos manufaturados que partem do Porto de Suape, estão sob ameaça iminente.
Seria o dever primário da governadora liderar a reação por aqui, mobilizar sua base e defender os interesses econômicos do estado que a elegeu. Contudo, o que se vê é um vácuo de liderança onde ela deveria estar atuando.
Adicionando um tom ainda mais grave ao cenário, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (SUDENE) divulgou um levantamento que quantifica o desastre iminente. Segundo a autarquia, a tarifa de Trump pode gerar uma perda de R$ 16 bilhões por ano para o Nordeste, valor equivalente ao total exportado pela região aos Estados Unidos em 2024.
Pernambuco, especificamente, enfrenta um prejuízo potencial de US$ 205 milhões. Produtos-chave da pauta de exportação do estado, como o açúcar, as uvas do Vale do São Francisco e estruturas de aço, que tiveram os EUA como segundo maior comprador no último ano, seriam diretamente atingidos. O superintendente da SUDENE, Danilo Cabral, classificou a medida como prejudicial para ambos os lados, destacando a ironia de que o mercado nordestino importou quase R$ 33,5 bilhões em produtos norte-americanos em 2024, sugerindo que uma retaliação brasileira baseada na reciprocidade produziria perdas significativas também para os Estados Unidos.
Estes dados concretos da SUDENE não deixam margem para dúvidas sobre a urgência do problema, tornando o silêncio da governadora ainda mais indefensável.
Este vácuo, no entanto, pode não ser fruto do acaso, mas de uma complexa teia de alianças que amarra a governadora. Raquel Lyra pertence ao PSD, partido presidido nacionalmente por Gilberto Kassab. O mesmo Kassab que, sem qualquer pudor, já anunciou publicamente a intenção de sua legenda em apoiar o bolsonarista Tarcísio de Freitas (Republicanos) para a Presidência da República em 2026, mesmo tendo indicado três ministros no governo Lula: Carlos Fávaro (Agricultura), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e André de Paula (Pesca). O último, lembre-se, tem uma filha empregada por Raquel na (infelizmente) insignificante secretaria de Cultura.
Tarcísio, o afilhado político de Jair Bolsonaro e atual governador de São Paulo, teve a audácia de propor ao STF que o ex-presidente inelegível fosse autorizado a viajar aos Estados Unidos para “negociar” com Trump. A manobra, prontamente rechaçada, expõe a estratégia do grupo: em vez de defender o Brasil de forma soberana, a aposta é na subserviência e na “amizade” pessoal entre Bolsonaro e Trump para resolver uma crise de Estado, dando ao causador da crise (Bolsonaro enviou o filho aos EUA para pedir a Trump que tomasse medidas contra o Brasil para que Jair escapasse da punição pelos seus crimes) a chance de fugir das barras da Justiça.
Ou seja, o candidato que o partido da governadora pretende apoiar em 2026 busca uma solução que passa por um alinhamento com a própria figura que hoje ataca a economia brasileira e pela impunidade ao grupo político-familiar que atentou contra o Estado Democrático de Direito no Brasil.
Fica a incômoda, porém inevitável, pergunta: o silêncio de Raquel Lyra é uma tentativa de não desagradar Gilberto Kassab e o projeto presidencial de Tarcísio? Estaria a governadora evitando um confronto direto com a retórica de Trump para não criar atritos com o campo político do qual seu partido dependerá em 2026?
Pernambuco não pode ser refém de jogos palacianos e ambições futuras de quem sempre utiliza a estratégia de se acovardar nos momentos mais decisivos. Os empresários, trabalhadores e toda a população pernambucana merecem uma governadora que os defenda sem hesitação. Ao se calar, Raquel Lyra não apenas falha em seu dever como líder estadual, mas também envia uma mensagem direta de que, na balança entre os interesses de Pernambuco e os conchavos de seu partido, a segunda opção parece pesar mais. O estado espera uma posição firme, e a ausência dela é, por si só, uma resposta. E uma resposta muito decepcionante.
Termina nesta segunda-feira (14) o prazo para que a PGR (Procuradoria-Geral da República) apresente suas alegações finais na ação penal contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus.
Todos integram o chamado “núcleo 1”. Eles são investigados pelo STF (Supremo Tribunal Federal) por suposta tentativa de golpe de Estado para impedir a posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT). As informações são da CNN Brasil.
Mauro Cid, tenente-coronel e ex-ajudante de ordens
Walter Braga Netto, general e ex-ministro da Defesa e da Casa Civil
Alexandre Ramagem, deputado e ex-diretor da Abin
Almir Garnier, almirante e ex-comandante da Marinha
Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de Segurança do DF
Augusto Heleno, general e ex-ministro do GSI
Paulo Sérgio Nogueira, general e ex-ministro da Defesa
O parecer de Paulo Gonet Branco é a última manifestação da acusação antes do julgamento do mérito e consolida todas as provas colhidas durante a instrução.
O documento vai expor o posicionamento do procurador-geral pela condenação ou absolvição dos acusados e pode sugerir as penas aplicáveis, conforme os crimes atribuídos a cada réu.
Bolsonaro e os demais réus respondem por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direito, organização criminosa, dano qualificado e deterioração de patrimônio tombado. Somadas, as penas podem ultrapassar 40 anos de prisão em regime fechado.
O deputado Alexandre Ramagem (PL-RJ) é a única exceção. Ele teve duas das acusações suspensas pelo Congresso e responde agora somente por tentativa de golpe de Estado, abolição violenta do Estado de Direito e organização criminosa.
Depoimentos e provas Durante a fase de instrução, a PGR colheu depoimentos que devem pesar na avaliação final. A maior parte das testemunhas afirmou que Bolsonaro estava abatido com a derrota nas eleições e pronto para entregar o governo.
Algumas confirmaram o descontentamento do ex-presidente e de aliados com o resultado das urnas, mas negaram discussões sobre um plano de golpe.
Por outro lado, os ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gomes, e da Aeronáutica, Carlos de Almeida Baptista Júnior, confirmaram que houve articulações para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e manter Bolsonaro no poder.
Também há relatos de uso político da PRF (Polícia Rodoviária Federal) nas eleições. O ex-coordenador de inteligência da corporação, Adiel Pereira Alcântara, afirmou que houve ordens para a PRF “tomar um lado” no pleito de 2022.
Em interrogatório, o próprio Bolsonaro admitiu que discutiu “possibilidades” para contestar o resultado eleitoral, mas disse que tudo ocorreu dentro dos limites da Constituição. Segundo ele, foram cogitadas ações como o uso de GLO (Garantia da Lei e da Ordem) diante de bloqueios de rodovias e protestos em quartéis.
O ex-presidente confirmou ainda que, em 7 de dezembro de 2022, foram projetados os considerandos de uma minuta de decreto durante reunião com comandantes das Forças Armadas, no Palácio da Alvorada, mas alegou que a proposta “nasceu sem força” e não avançou.
Próximos passos Depois das alegações finais da PGR, Moraes vai intimar o tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro e delator do esquema, a apresentar o seu memorial, também em 15 dias.
Em seguida, as defesas dos demais réus também terão 15 dias – simultâneos – para enviar suas alegações finais, pedindo ao Supremo a absolvição de seus clientes.
Com todas as manifestações apresentadas, o relator do caso poderá elaborar seu voto e liberar o processo para julgamento.
A expectativa é que o julgamento ocorra em setembro. A data será marcada pelo presidente da Primeira Turma do STF, ministro Cristiano Zanin, após a análise dos demais ministros.
MONTANHAS DA JAQUEIRA — Senhores e senhoras, caldeirões e caçarolas — todos estão lembrados de quando, nas dobras de janeiro, ao receber convite para participar da posse de Donald Trump, Bolsonaro recebeu um não taxativo para viajar até Washington. Bolsonaro implorou, mas levou novo fora — a menos que quisesse viajar no lombo de burro ou de cavalo para economizar combustível. Desistiu. Preferiu economizar capim.
Também estão lembrados de quando Lady Janga, a finesse em pessoa, desafiou Elon Musk para uma briga de foice e mandou que ele roçasse as ostras. Mandou bloquear o perfil dele, que falava mal do chefão. Multas de $28,6 milhões para o X de Musk, mais multas de $8 milhões, mais multas diárias de $15 mil, mais $5 mil para fulano Beltran. Assim foi criado, alimentado e anabolizado o boi de fogo entre o governo do Brasil e o governo dos EUA.
O secretário Marco Rubio cantou a pedra há mais ou menos dois meses. Trump não é um bananão esquerdejoso feito Biden. E mais: Eduardo Bolsonaro estava lá, botando lenha na fogueira. O cara sabe trabalhar.
A mídia nacional está enfocando, em primeiro plano, o conteúdo e a repercussão econômica das medidas de Trump contra o governo do Brasil. Este é o dado mais relevante, sem dúvida. Deve-se ressaltar que, no caso do Brasil, o fator gerador foi motivação ideológica e política.
Em primoroso artigo na sexta-feira passada (11/07) no blog de Magno Martins, o jornalista Tonico Magalhães relembra episódios mais ou menos recentes de supostas interferências dos ianques na política brasileira, vistas com bons olhos verdes pela caterva vermelha.
PLANO COHEN — Foi divulgado, no governo Vargas, em 1937, um suposto golpe de Estado chamado Plano Cohen, atribuído aos comunistas, com o objetivo de matar autoridades e implantar um regime ditatorial de esquerda. Na realidade, o plano nunca existiu; a divulgação serviu apenas para o governo prender e reprimir opositores.
Sob o ponto de vista econômico, o tarifaço de 50% imposto aos produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, pelo diabólico presidente americano Donald Trump, terá impacto profundo na indústria nacional. Os Estados Unidos são um importante mercado para produtos como aço, petróleo e aviões. Apenas nos primeiros seis meses deste ano, o Brasil vendeu aos americanos o equivalente a 20 bilhões de dólares.
Com a taxação, as mercadorias ficarão mais caras para quem importa e as transações comerciais entre os dois países tendem a diminuir, desorganizando toda a cadeia produtiva. Sob o ponto de vista político, a confusão também promete ser de grandes proporções. Pego no contrapé, o governo reagiu à ofensiva seguindo o protocolo indicado para uma guerra comercial.
Anunciou que pretende sobretaxar na mesma proporção as importações oriundas dos EUA, enquanto tentará resolver o impasse por meio dos canais diplomáticos. O problema é que, a exemplo de uma guerra convencional, o lado mais frágil tende a levar a pior quando não há equilíbrio de forças. E o Brasil é o lado mais fraco dessa disputa.
Em 2 de abril, quando Trump anunciou as novas taxas de importação que seriam cobradas sobre os produtos de cada um dos países com os quais os Estados Unidos mantêm relações comerciais, o Brasil tinha se dado bem, aparentemente. As exportações para os Estados Unidos pagariam “apenas” os 10% de alcance universal, ou seja, a tarifa básica à qual todas as nações seriam submetidas.
O fato de Trump ter definido alíquotas muito mais altas para parceiros como Vietnã (um total de 46%) ou China (34%, que escalaram para mais de 100% depois) foi entendido até mesmo como uma oportunidade para empresários brasileiros ocuparem espaços no mercado americano. De uma hora para a outra, a conta mudou completamente. A taxa imposta agora ao Brasil é a mais alta de todas as que foram anunciadas para mais de vinte países. Na prática, foi um golpe americano na soberania brasileira.
Inicialmente poupado do pior, o Brasil passou a ser o mais atingido pela guerra tarifária do demônio em forma de gente. Não há nenhuma justificativa econômica para isso. A raiz do conflito é outra: uma investida em assuntos comerciais associada a um jogo vergonhoso e sujo na tentativa de salvar o ex-presidente Bolsonaro da cadeia, o curso mais natural do processo que se afunila no STF.
PROMESSA CONCRETIZADA – Trump, como se sabe, cultua uma certa admiração pelo ex-presidente Jair Bolsonaro. Antes mesmo de ser oficializado como candidato ao governo dos Estados Unidos, em 2024, ele disse a Eduardo Bolsonaro, o filho Zero Três do capitão, que a situação jurídica do ex-presidente seria tratada como prioridade caso retornasse à Casa Branca. Faria, enfim, o que fosse possível para ajudar Bolsonaro a se livrar do processo que tramita no STF, onde é acusado de tramar um golpe de Estado no fim de seu governo.
Eduardo mobilizou parlamentares americanos – Desde que tomou posse, em janeiro, Trump enviou recados por meio de seus assessores e aliados indicando que estava disposto a cumprir a promessa. Autoexilado nos Estados Unidos a pretexto de fugir da “perseguição” promovida pelo STF na figura de Alexandre de Moraes, o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) mobilizou parlamentares americanos, distribuiu dossiês com um inventário de decisões do ministro tidas como controversas e manteve contatos durante todo esse tempo com a Casa Branca. Numa entrevista à revista Veja chegou a dizer que Moraes se comportava como “um tirano” e que o Brasil estava vivendo sob um regime de exceção.
Peixes retidos em Suape – Apenas 24 horas após Donald Trump anunciar tarifas de 50% sobre todos os produtos exportados pelo Brasil, empresários norte-americanos suspenderam a compra de pescados brasileiros. Por isso, 58 contêineres de peixes, lagostas e camarões foram desembarcados de três dos principais portos do Nordeste, os de Salvador, Pecém (CE) e Suape. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Indústrias de Pescados (Abipesca), Eduardo Lobo, 70% das exportações feitas pelo setor têm como destino os EUA, o que torna os produtores vulneráveis. Para ele, a situação vai na contramão da relação comercial que o Brasil tem com os EUA historicamente.
Preços devem subir – Os tempos sombrios na política de exportação não se restringem ao setor de pescados e já atinge outras regiões e produtos do País. A economista Regiane Vieira alerta que as cadeias produtivas que são mais sensíveis à exportação para Estados Unidos, como pescado, pode ter um reflexo na redução de empregos caso o Brasil não consiga abrir novos mercados. A economista disse, ainda, que, como primeiro efeito do tarifaço, os preços dos produtos devem subir.
Tarcísio recua na besteira que falou – O governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), mudou o tom de aliado bolsonarista. No sábado, disse que é necessário unir “esforços” para “resolver a questão” da tarifa de 50% imposta aos produtos brasileiros pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump (republicano). Na prática, a declaração representa uma mudança de comportamento depois de ele responsabilizar, em 9 de julho, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pela taxação do governo norte-americano. Tarcísio havia dito que não adiantava o petista “se esconder atrás de Bolsonaro”.
CURTAS
PREFEITOS 1 – A revista Veja desta semana traz uma ampla reportagem sobre a polarização antecipada entre Raquel e João nas eleições estaduais de 2026, mas comete um equívoco: afirma que a governadora se fortalece porque está atraindo um exército de prefeitos para garantir a sua reeleição.
PREFEITOS 2 – Prefeito não tem influência nenhuma em eleição majoritária. Miguel Arraes tinha no seu palanque 150 prefeitos e perdeu a eleição para Jarbas. Eduardo Campos, por sua vez, derrotou Mendonça Filho, este no exercício do cargo e contando igualmente com mais de 100 prefeitos ao seu lado.
LANÇAMENTOS – Retomo por Flores, no próximo dia 23, a agenda de lançamentos do meu livro Leões do Norte. No dia 24, estarei em Floresta e no dia 25 em Serra Talhada. Triunfo e Afogados da Ingazeira, que também tiveram suas noites de autógrafos adiadas por causa da morte da minha cunhada Socorro Martins, serão agendados para agosto.
Perguntar não ofende: Trump vai antecipar uma conversa com Lula?
O ministro da Casa Civil, Rui Costa, disse neste domingo (13) que o Brasil buscará abrir mercados com outros países como uma alternativa às taxações dos EUA (Estados Unidos), que impôs tarifas de 50% sobre os produtos brasileiros vendidos ao país norte-americano a partir de 1º de agosto.
“Vários produtos são chamados commodities, são aqueles produtos padrões. Exemplo de petróleo, café, carne, que facilmente você consegue destinar a outros países. Nós vamos buscar abrir outros mercados de outros países para colocar nossos produtos. E, eventualmente, se essa taxa se mantiver, nós vamos aplicar a reciprocidade com várias medidas. Não serão só apenas taxas, outras medidas serão adotadas”, declarou o ministro durante entrega de unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida, em Salvador (BA). As informações são do Poder360.
O ministro baiano classificou como “absurda” a carta do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), dizendo que “chega a ser inacreditável”.
“Quando a gente viu a notícia, ninguém acreditou. Tivemos que confirmar com a embaixada se aquilo era verdade ou não. Todo mundo achava que um hacker tinha invadido a conta do presidente da República norte- americana, porque isso nunca aconteceu na história da diplomacia internacional, seja no método de um presidente da República pegar uma carta e enviar para outro através de uma rede social. Nem enviou por e-mail, nem por fax, e a carta até hoje não chegou, nem fisicamente, ou seja, isso não existe”, afirmou.
O chefe da Casa Civil declarou que o ministro do Mdic (Ministério, Indústria e Comércio, Geraldo Alckmin (PSB), o da Fazenda, Fernando Haddad, e a da SRI (Secretaria de Relações Institucionais), Gleisi Hoffmann, vão criar um grupo de trabalho nesta semana para preparar medidas de reciprocidade aos EUA até 1º de agosto.
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) defendeu, neste domingo (13), que a anistia aos envolvidos nos ataques de 8 de janeiro de 2023 é o caminho para barrar o aumento das tarifas impostas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, a produtos brasileiros.
Nas redes sociais, Bolsonaro afirmou que a decisão de Trump “tem muito mais, ou quase tudo a ver com valores e liberdade, do que com economia”, e que não “se alegra” em ver as sanções econômicas impostas pelo norte-americano. As informações são do portal g1.
“O tempo urge, as sanções entram em vigor no dia 1° de agosto. A solução está nas mãos das autoridades brasileiras. Em havendo harmonia e independência entre os Poderes nasce o perdão entre irmãos e, com a anistia também a paz para a economia”, escreveu nas redes sociais.
A anistia “ampla e irrestrita”, que tem sido defendida por aliados do ex-presidente como resposta ao tarifaço, beneficiaria o próprio Bolsonaro, alvo de uma ação penal no Supremo Tribunal Federal (STF) que investiga uma trama golpista para manter o ex-presidente no poder.
Na última semana, Trump anunciou que irá impor uma taxação de 50% sobre os produtos brasileiros importados em território norte-americano, a partir de 1º de agosto.
O republicano informou a imposição das novas taxas em uma carta, na qual citou os processos aos quais o ex-presidente Bolsonaro responde na Justiça, além de outras decisões judiciais do Brasil contra big techs norte-americanas.
A questão gerou uma reação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que defendeu a soberania nacional. O próprio presidente afirmou que o país não aceitará ser “tutelado” por ninguém, e que pretende reagir caso as taxas sejam, de fato, aplicadas.
Quem ouviu Wesley Safadão cantando “Quatro semanas de amor” em seu último álbum, lançado em junho, também escutou o cantor dizer no meio da regravação uma frase de patrocínio se referindo a uma casa de apostas esportivas.
Safadão é um dos garotos-propaganda mais famosos da Betvip, mas não é o único. Vaqueiros do Nordeste, que há poucos anos só conquistavam prêmios com vaquejadas, passaram a receber dinheiro da empresa e de outras bets que fazem parte dos grupos Pixbet e Betesporte.
Em troca do patrocínio, os vaqueiros se engajaram em outra atividade: ser influencers de jogos de azar. Agora, além de derrubar boi na pista, trabalham divulgando casas de apostas.
As bets ainda apoiam financeiramente eventos, campeonatos e sites especializados em vaquejadas. A influência é tão grande que o esporte tradicional no Nordeste ganhou um novo formato nos últimos dois anos, o X1 Vaquejada.
Nathan Queiroz, conhecido como Capa Loka, é um dos vaqueiros com mais seguidores no Instagram, são 2,1 milhões. Em quase todas as publicações, ele aparece com a camisa da Betesporte e o boné da Lance de Sorte. As duas bets fazem parte do mesmo grupo.
Nathan Queiroz é um dos vaqueiros influencers com mais seguidores no Instagram — Foto: Arquivo pessoal
Outros exemplos de vaqueiros influencers são Raimundo Edvando Silva Souza, conhecido como Peixe da Lama ou Peixão, e Geraldo José De Moraes Guerra Neto, o Gera Guerra.
Peixão tem mais de 500 mil seguidores no Instagram e também é patrocinado pela Betvip. O Gera, assim como o Capa Loka, é patrocinado pela Betesporte. Ele tem cerca de 300 mil seguidores.
Esses e outros vaqueiros influencers de jogos de azar aparecem quase sempre nos stories e nas vaquejadas exibindo a marca das bets que os patrocinam. Os vídeos que postam, geralmente, têm links personalizados que direcionam para os sites. Caso o seguidor faça uma aposta, a empresa saberá quem o influenciou a chegar até ali.
Vaquejada: cultura e esporte
De tradição popular no Nordeste, a vaquejada é reconhecida por lei, desde 2016, como manifestação cultural nacional. Em 2025, o Ministério do Esporte a incluiu na lista de modalidades esportivas que podem ser objeto de apostas de quota fixa.
Segundo Leonardo Dias, presidente da Associação Brasileira de Vaquejada (Abvaq), as bets ajudaram a movimentar economicamente o esporte. Embora veja isso como positivo, ele ressalta sua preocupação com possíveis manipulações dos resultados, principalmente por meio dos juízes. Não, há, contudo, registros de casos, de acordo com o presidente.
“A Abvaq qualifica esses profissionais para que eles conheçam o regulamento, mas os juízes fazem contratos particulares com os promotores dos eventos. Então, a gente se preocupa com a manipulação dos resultados, mas não temos controle sobre isso”, afirmou Dias.
De acordo com a Secretaria de Prêmios e Apostas do Ministério da Fazenda, o reconhecimento da vaquejada como modalidade esportiva equestre contribui para afastar o risco das apostas em sites ilegais.
Disputa de bets na vaquejada
Com a influência das bets, a vaquejado ganhou um novo formato, o X1. Nessa modalidade, um vaqueiro enfrenta o outro. Isso facilita as apostas, porque ganha quem derrubar mais bois, como em uma disputa de pênaltis. A competição também se encerra mais rápido.
No formato tradicional, diversos vaqueiros participam das disputas. Quem for derrubando os bois, vai passando para as etapas seguintes, nas quais os animais são maiores. Ganha quem ficar até o fim e somar o maior número de bois derrubados. A competição pode levar mais de um dia.
As bets também promovem apostas nesse formato tradicional, mas a disputa entre dois vaqueiros é que movimenta as redes sociais, gera expectativa e, claro, estimula mais apostas.
Um dos X1 de maior repercussão aconteceu entre Capa Loka e Peixe da Lama. Eles se enfrentaram em junho de 2025, em Campina Grande, na Paraíba. Cerca de 300 mil pessoas acompanharam a transmissão ao vivo pelo Youtube.
Na prática, era uma disputa entre a Betesporte e a Betvip. O duelo foi amplamente divulgado, com grande estímulo às apostas. Antes da competição, as provocações entre os vaqueiros renderam muito conteúdo nas redes sociais.
Enquanto Capa Loka era o favorito, Peixe da Lama era o considerado azarão. Por isso, tinha a cotação da aposta — a odd — mais alta. O apostador que confiou na vitória dele se deu bem. Peixão derrubou mais bois e levou a competição.
Peixe da Lama, patrocinado pela Betvip, ganhou a disputa contra Nathan Queiroz, da Betesporte — Foto: Arquivo pessoal
Para Fábio Leal, diretor presidente do Portal Vaquejada, que organiza um dos mais importantes campeonatos do Nordeste, as bets ajudam não só financeiramente os eventos e os vaqueiros, como tornam a vaquejada mais conhecida.
“A audiência aumentou com os influenciadores e, agora, alguns artistas estão praticando e divulgando o esporte”, disse Leal. Ele se refere a Cristian Bell, humorista, cantor e influenciador digital com mais de 5,5 milhões de seguidores.
Bets nordestinas
Cinco bets promovem apostas em vaquejadas atualmente: Pixbet, Flabet, Betvip, Betesporte e Lance de Sorte. Todas têm CNPJ em estados do Nordeste.
A Pixbet e a Flabet pertencem ao mesmo grupo. Elas são registradas na Paraíba, em nome de Diomar Tadeu Dantas de Farias e Ernildo Junior de Farias Santos.
A Betvip tem outro número de CNPJ, mas está registrada no mesmo endereço da Flabet. Em um cadastro anterior, uma empresa de mesmo nome que atualmente consta como inativa, também pertencia a Diomar e Ernildo.
Já a Betesporte e a Lance de Sorte fazem parte do mesmo grupo, registrado em Pernambuco. Os donos são Marcos Vinícius Pereira, Antonio Vinícius Nogueira Junior, Danylo de Castro Campos, Emerson Kelvin Pereira Bezerra, Rodrigo Manguinho Costa e Thiago Carvalho Pereira da Silva.
Segundo Fábio Leal, as bets que promovem apostas em vaquejadas fazem isso porque são do Nordeste e têm relação com o esporte. “O volume de apostas não é tão grande como no futebol. A rentabilidade, às vezes, não é o esperado, mas são pessoas ligadas à cultura da vaquejada”, disse.
Para Leonardo Benites, diretor de comunicação da Associação Nacional de Jogos e Loterias, a indústria de apostas tem grande relevância para todos os esportes. “Com a vaquejada não seria diferente, por ela não ser somente um esporte, mas estar ligada culturalmente ao Nordeste”.
Os mesmos vaqueiros que lucram com o incentivo a apostas também divulgam o Pix do Milhão, uma plataforma que promove sorteios com prêmios semanais de até R$ 1 milhão. A plataforma não é uma bet, é uma empresa que vende títulos de capitalização na modalidade incentivo, regulada pela Superintendência de Seguros Privados (Susep).
Quase diariamente, Gera Guerra e Peixe da Lama divulgam links personalizados e incentivam os seguidores a clicarem para terem a “oportunidade de mudar de vida” ou “ser o novo milionário”.
O g1 tentou falar com todas as bets citadas, mas nenhuma respondeu. Os vaqueiros citados também não responderam às solicitações de entrevista.
A cabeça por trás da campanha “nós contra eles”, do PT, que usa vídeos feitos com inteligência artificial (IA), é a do jornalista Otávio Antunes, 47, marqueteiro de ascendência metalúrgica de São Bernardo do Campo (SP) que tem se destacado na comunicação política do partido na esteira do espaço deixado por João Santana, saído de cena após a Lava Jato. Procurado, ele não quis dar entrevista.
A estratégia foi classificada como bem-sucedida em pesquisas sobre métricas de alcance e vista por integrantes do partido como politicamente exitosa porque, “pela primeira vez, tirou o PT das cordas” na disputa política digital com o bolsonarismo.
O mote da “justiça tributária” das peças busca isolar os “99% da população”, incluindo a classe média, dos super-ricos e sugerir que o Congresso está a favor deste 1%.
A ideia é ajudar o governo a ganhar apoio ao projeto de lei que aumenta alíquotas do IOF. O Congresso derrubou a medida e o Executivo recorreu ao Supremo Tribunal Federal (STF). O ministro do STF Alexandre de Moraes marcou uma audiência de conciliação para a próxima terça-feira (15).
Membros do partido explicaram que o plano adaptou linhas de raciocínio do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a uma nova linguagem. Antes de sobressair com a inteligência artificial, o PT tentou emplacar “cortes” de discursos de Haddad, que não viralizaram a contento.
O ministro defende, por exemplo, a taxação dos “super-ricos” e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$ 5 mil.
O jogo virou quando a equipe de Otávio Antunes transformou as mensagens de Haddad em histórias contadas com inteligência artificial por personagens falsos que simulam pessoas reais insatisfeitas com injustiças. A avaliação interna foi a de que a estratégia rapidamente quebrou uma “resistência automática” ao ministro e ganhou espaço fora das bolhas petistas.
Uma motivação em favor da estratégia de comprar briga com o topo da pirâmide econômica veio dos Estados Unidos, precisamente do novo fenômeno da esquerda na política norte-americana que já incomoda o presidente Donald Trump.
Com uma forte campanha na internet, Zohran Mamdani, de 33 anos, surpreendeu nas prévias democratas no mês passado e será o candidato do partido na próxima eleição a prefeito de Nova York. A campanha do deputado estadual em primeiro mandato, explorou propostas que vão do congelamento de aluguéis à gratuidade no transporte público.
Para bancar os benefícios, prometeu sobretaxar nova-iorquinos que ganham mais de US$ 1 milhão por ano. O discurso levou a uma vitória retumbante sobre o veterano Andrew Cuomo, 67 anos.
De perfil discreto e indisposto a entrevistas, Otávio Antunes presta serviços ao PT e responde ao deputado Jilmar Tatto (SP), secretário de comunicação da sigla. O marqueteiro é fruto de uma mudança que Tatto impôs na comunicação profissional do partido. Em vez de agências com vínculo meramente contratual, ele preferiu lastrear a comunicação na vida política e partidária.
O histórico de Antunes contempla as duas coisas. Filho de metalúrgico do ABC, viveu breve período em Bofete, pequeno município agrícola do interior de São Paulo, e embrenhou-se na vida partidária em Campinas, ainda nos anos 1990. No início dos anos 2000 tentou ser vereador pelo PT na cidade.
Jornalista formado pela PUC de Campinas, passou por cargos de indicação partidária até ir migrando aos poucos para o marketing político. Fundou a Urissanê em 2017 e já no ano seguinte entrou em grandes campanhas.
Nos pleitos de 2018, 2020 e 2024, assumiu algumas das principais candidaturas do PT e amealhou cerca de R$ 40 milhões pelos serviços prestados no período. Em 2025, já recebeu R$ 800 mil do partido.
Interlocutores do marqueteiro afirmam que ele é um produto de João Santana, um dos mais bem sucedidos marqueteiros da história política do Brasil, de quem Antunes sempre nutriu grande admiração profissional.
Em 2017, Santana foi condenado no âmbito da Operação Lava Jato por caixa 2 em campanhas – a condenação foi anulada pela Suprema Corte no ano passado. A baixa abriu o mercado para novos profissionais em ascensão. Um deles é Otávio Antunes.
Em pouco tempo no mercado, ele trabalhou na campanha de Fernando Haddad, em 2018. Apesar do revés para Jair Bolsonaro (PL), os resultados abriram — e mantêm abertos — espaços para o marqueteiro no mercado da comunicação política da América do Sul. No PT, Otávio Antunes trabalha alinhado com Jilmar Tatto, para o qual também fez a campanha de senador, em 2018, e a de prefeito, em 2020.
A nova frente da equipe de Otávio Nunes para o PT é com a campanha “Defenda o Brasil”, lançada nesta sexta-feira (11), com uma série de peças para atribuir a Jair Bolsonaro a responsabilidade pela decisão de Donald Trump de taxar produtos brasileiros em 50%.
Os materiais passaram pelas mãos de Halley Arrais, sócio de Otávio Antunes na Urissanê, e pela Pocotó Filmes, de Pablo Pinzan. Um vídeo feito com inteligência artificial, a campanha diz que Bolsonaro e aliados “usaram nossa bandeira para esconder traição” e que são “falsos patriotas”.
Um avião de pequeno porte caiu neste domingo (13) após decolar do aeroporto de Southend, a 56 km de Londres. Uma bola de fogo foi vista no local após a decolagem da aeronave, segundo imagens e vídeos publicados em redes sociais.
A polícia de Essex confirmou que o acidente aconteceu por volta das 16h (horário local, 12h em Brasília) e que os serviços de emergência estão no local.
Um avião de pequeno porte caiu no aeroporto de Southend, nos arredores de Londres, logo após decolar neste domingo (13/07). Em vídeos compartilhados nas redes sociais, é possível ver uma coluna de fumaça preta se erguendo próximo à pista do aeroporto.
A aeronave Beech B200 Super King Air tinha como destino a cidade de Lelystad, nos Países Baixos. Ainda não há informações sobre quantos ocupantes estavam no avião ou sobre vítimas do acidente.
As autoridades locais pediram ao público para evitar a região durante o trabalho das equipes de resgate. Um clube de golfe e um de rugby, próximos ao aeroporto, foram evacuados de forma preventiva. O site do aeroporto de Southend mostrava, na tarde de domingo, cinco voos internacionais cancelados após o acidente.
Meu livro “Os Leões do Norte”, editora Eu Escrevo, já pode ser encontrado também na livraria Leitura, do Riomar, uma das maiores e mais frequentadas pelo público-leitor do Recife. Ocupa o estande dos livros “Mais vendidos”, logo na entrada.
Também está à venda nas livrarias da Rede Imperatriz e Rede Jaqueira. Em Caruaru, na livraria Leitura e outro ponto, este com recorde de vendagens, é o da loja de conveniência do posto Cruzeiro, em Arcoverde, e no restaurante Cruzeiro, em Tacaimbó. Em Serra Talhada, por sua vez, na livraria Universitária, no shopping Serra Talhada.
A primeira-dama Janja da Silva publicou um vídeo neste domingo (13) em que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva colhe e oferece jabuticabas a Donald Trump. Na publicação, Lula diz que a fruta é genuinamente brasileira e dará ao presidente norte-americano contra o mau-humor.
— Eu vim chupar jabuticaba de manhã, porque eu duvido que alguém que chupe jabuticaba fique de mau humor. Eu vou levar jabuticaba para você, Trump — diz o presidente, e depois complementa sobre o tarifaço imposto pelo governo dos EUA sobre o Brasil. — E você vai perceber, sabe, que o cara que come jabuticaba de manhã, num país que só ele dá jabuticaba, não precisa de briga tarifária. Precisa de muita união, e de muita relação diplomática.
Trump enviou uma carta a Lula anunciando uma sobretaxa de 50% aos produtos nacionais, defendendo o ex-presidente Jair Bolsonaro, réu por tentativa de golpe de Estado, e criticando o Judiciário brasileiro.
A postagem segue o novo roteiro do governo de defesa da soberania, discurso que ganhou fôlego num momento que o petista enfrenta baixa popularidade. Essa semana, os governistas superaram a oposição no embate nas redes sociais sobre a taxação de 50% determinada por Trump. O perfil oficial do governo, por sua vez, lançou uma campanha: “Brasil com S de Soberania”.