Em um movimento promissor para o futuro do Clube Português, a chapa de oposição “Renova” oficializou sua candidatura para as eleições de 27 de agosto, uma quinta-feira crucial para a instituição. Liderada pelo empresário Carlos Tinoco para a presidência e com o economista Marcelo Villocq como vice, a chapa surge com a proposta de resgatar a vitalidade e o prestígio que marcaram o clube no passado, prometendo uma “nova era” para os associados.
A decisão de lançar uma chapa de oposição não é acidental, mas um reflexo da profunda preocupação com a estagnação do Clube Português, que, ao contrário de seus congêneres como British Country Club e Cabanga, não viu seu valor crescer nos últimos anos. O manifesto da chapa “Renova” constata que a gestão atual é “incapaz de gerar caixa, sem macular o patrimônio do clube, não sem controles internos transparentes e o pior não presta contas da forma adequada e transparente”, destacando falhas como a não conclusão da incorporação do Barroso e a deterioração das instalações do Clube Português.
Carlos Tinoco, empresário renomado nos setores da construção civil no Brasil e em Portugal, é associado proprietário desde 1975 e atualmente atua como Vice-Presidente do Conselho Deliberativo, com forte ligação às instituições portuguesas em Pernambuco. Ao seu lado, Marcelo Villocq, economista com vasta experiência em gestão pública e privada, é um associado decano desde 1995, tendo sido atleta do clube e ocupado diversas diretorias, incluindo Financeira e Esportes, além de presidir a Associação dos Amigos do Porto.
As propostas da chapa “Renova” articulam-se em eixos claros, começando pela “Governança e Transparência”, visando valorizar o associado e garantir prestação de contas regular com auditorias e relatórios públicos. No eixo de “Sustentabilidade e Modernização”, o plano inclui soluções inovadoras para reuso e uso racional da água, e implantação de painéis solares para otimizar recursos, além de uma robusta transformação digital com um app oficial e Wi-Fi gratuito, requalificando as instalações obsoletas do clube.
A chapa “Renova” também enfatiza a “Identidade e Cultura Lusitana”, buscando retomar tradições como a Festa de São Martinho e fortalecer laços com Portugal, e o “Relacionamento com os jovens”, com a criação de espaços kids e teen, e programas intergeracionais. Por fim, no eixo de “Esporte, Lazer e Sustentabilidade Financeira”, a visão é transformar esportes em investimentos rentáveis, diversificar receitas através de marketing profissional e explorar o patrimônio imobiliário de forma inteligente, prometendo um futuro de resultados concretos e a retomada da excelência do Clube Português.
A Ordem dos Advogados do Brasil – Seccional Pernambuco (OAB-PE) concedeu à advogada Maria da Luz Cruz o diploma e a medalha de Mérito Joaquim Amazonas, honraria destinada a reconhecer profissionais que prestaram relevantes serviços à causa da Justiça e do Direito, com atuação exemplar ao longo de 50 anos de exercício ininterrupto da advocacia, sem qualquer infração ético-disciplinar.
A entrega foi realizada no dia 11 de agosto, no Recife, pela presidente da OAB-PE, Ingrid Zanella. O reconhecimento destaca não apenas a trajetória profissional irrepreensível da homenageada, mas também sua dedicação à defesa dos direitos e à valorização da advocacia pernambucana.
Maria da Luz Cruz integra uma geração de advogados que marcaram época pelo compromisso com a ética, a técnica e a justiça. Sua carreira, construída com seriedade e respeito, serve de inspiração para jovens profissionais que ingressam na advocacia.
A juíza de Direito Tayná Lima Prado, da 1ª Vara da Comarca de São José do Egito, concedeu liminar em mandado de segurança determinando a imediata reintegração de Hérica de Kássia Nunes de Brito ao cargo de procuradora-geral do Poder Legislativo Municipal, do qual havia sido exonerada pela Portaria nº 81/2025.
A exoneração foi fundamentada na alegação de prática de nepotismo. Entretanto, a magistrada destacou que não há relação de parentesco entre a impetrante e o presidente da Câmara, que o vereador José Albérico Nunes de Brito (irmão da procuradora) não integra a Mesa Diretora e que inexiste subordinação hierárquica ou influência funcional.
Segundo a decisão, o ato administrativo foi motivado por fato inexistente, contrariando a teoria dos motivos determinantes e violando os princípios da legalidade e da moralidade administrativa. A juíza também ressaltou que a procuradora já exercia o cargo desde 2023, com comprovada qualificação técnica, sendo inclusive presidente da OAB Subseccional de São José do Egito.
O perigo na demora foi reconhecido pelo risco de dano à honra e imagem profissional, bem como pela privação abrupta de remuneração. A magistrada determinou que o presidente da Câmara cumpra imediatamente a decisão, se abstenha de impedir o exercício das funções e efetue o pagamento dos valores referentes ao período de afastamento. A Câmara Municipal poderá recorrer, mas o recurso não tem efeito suspensivo automático, devendo ser cumprida a decisão enquanto não houver determinação contrária do Tribunal.
De olho na inclusão social, o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, participou, hoje, da inauguração do Espaço Multissensorial do Aeroporto Internacional de Brasília (DF), destinado ao acolhimento de passageiros neurodivergentes, especialmente com transtorno do espectro autista (TEA), e projetado para reduzir estímulos sensoriais e oferecer mais conforto antes do embarque ou durante conexões. O evento também contou com autoridades do Ministério dos Direitos Humanos, representantes da concessionária Inframerica e da sociedade civil.
Segundo Costa Filho, o projeto tem grande importância e um significado pessoal. “Essas salas multissensoriais representam mais do que uma política pública permanente; são um gesto humano e pedagógico, que toca a alma e o coração. Nosso sonho é que, em dois ou três anos, todos os principais aeroportos do Brasil contem com esses espaços, garantindo apoio e atenção especial a crianças e pessoas autistas, bem como às suas mães e pais”, afirmou.
A secretária nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência, do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania, Ana Paula Feminella, destacou a importância da iniciativa. “Lugar de pessoa com deficiência é em todo lugar. Já ficou no passado o tempo em que precisávamos ficar isolados em casa ou em que famílias sentiam vergonha de seus filhos. Hoje, somos reconhecidos como legítimos sujeitos de direitos e participantes da vida pública.”
Localizado na sala de embarque doméstico, entre os portões 21 e 22, o espaço conta com iluminação suave, elementos táteis, recursos interativos e uma área que simula o interior de uma aeronave. O objetivo é que viajantes neurodivergentes se familiarizem com a experiência de voo, minimizando ansiedade e desconforto, já que pessoas com hipersensibilidade a estímulos sensoriais podem encontrar nos aeroportos fatores de estresse, como movimentação intensa, avisos sonoros, iluminação forte e múltiplos estímulos visuais.
Salas multissensoriais pelo Brasil
A unidade do Aeroporto de Brasília se soma a outras oito salas já instaladas em aeroportos do país: Congonhas (SP), Florianópolis (SC), Galeão (RJ), Natal (RN), Recife (PE), Santos Dumont (RJ), Vitória (ES) e Campo Grande (MS). O Ministério de Portos e Aeroportos prevê a criação de mais unidades.
O secretário executivo do MPor, Tomé Franca, ressaltou o trabalho conjunto que tornou o projeto possível e a importância de ampliar o alcance da ação. “Nossa meta é que cada vez mais as infraestruturas aeroportuárias estejam preparadas para acolher todos da forma como cada um precisa, porque a aviação no Brasil é, de fato, para todos e para todas”, afirmou o secretário.
Como parte das ações de acolhimento a passageiros neurodivergentes, o MPor lançou a Cartilha Inclusão Dentro e Fora do Avião, escrita por Aline Campos e ilustrada por Luana Chinalia. O material apresenta, de forma lúdica, a história de duas crianças neurodivergentes e orienta sobre direitos e recursos para uma viagem mais tranquila.
Durante a inauguração, Aline destacou a importância da sala e o impacto positivo que ela trará às famílias atípicas. “Por questões sensoriais, muitas vezes é um desafio estar em ambientes com alta iluminação, barulho e movimento intenso. Nesta sala, poderemos nos autorregular para seguir uma viagem tranquila e chegar ao nosso destino”, concluiu.
Na tarde de ontem, a Assembleia Legislativa de Pernambuco (ALEPE) viveu mais um momento de constrangimento, quando o deputado estadual e ex-prefeito de Paulista, Júnior Matuto (PSB), utilizou palavras de baixo calão para atacar diretamente a governadora Raquel Lyra (PSD), durante discurso no plenário. Em tom agressivo, o parlamentar disse que “a governadora caga e faz merda”, declaração considerada como um ato de violência política de gênero, conduta que desrespeita e desqualifica a chefe do Executivo por meio de ofensas pessoais e sexistas.
O ato foi imediatamente repudiado pelo presidente da Câmara de Vereadores do Paulista, Eudes Farias, que emitiu uma nota à imprensa condenando a atitude o deputado. Confira abaixo o repúdio do vereador na íntegra:
Em tempos em que se exige dos agentes públicos e políticos altivez e postura exemplar, é triste ver a tribuna da Assembleia Legislativa do Estado de Pernambuco convertida em palco de linguajar vulgar, onde a oratória se curva ao impulso e o respeito à autoridade constituída.
O povo de Pernambuco e em especial da cidade do Paulista, espera de seus “representantes” menos teatralidade e mais compostura; menos insulto e mais proposição e menos desalinho aos princípios que regem uma vida ética.
Porque, ao fim e ao cabo, o verbo é como semente: pode florescer em justiça ou apodrecer em desrespeito. E quem escolhe plantar o segundo, dificilmente colherá o primeiro.
Minha solidariedade à governadora Raquel Lyra.
Eudes Farias
Presidente da Câmara de Vereadores da Cidade do Paulista
Em 15 de março de 1985, há 40 anos, seria a data da posse na Presidência da República de Tancredo Neves, depois de 21 anos de regime militar. Uma posse que não houve. Na véspera, o presidente eleito foi internado num hospital de Brasília e só saiu dali em 21 de abril para o cemitério de São João del Rei, em Minas, sua terra natal. Morreu o homem, mas não suas ideias de paz e conciliação entre os brasileiros. O discurso da posse que não aconteceu é significativo para os brasileiros que têm esperança de dias melhores.
“Não celebramos uma vitória política. Esta solenidade não é a do júbilo de uma facção que tenha submetido a outra, mas a festa da conciliação nacional, em torno de um programa político amplo, destinado a abrir novo e fecundo tempo ao nosso País. A adesão aos princípios que defendemos não significa, necessariamente, a adesão ao governo que vamos chefiar. Ela se manifestará também no exercício da oposição. Não chegamos ao poder com o propósito de submeter a Nação a um projeto, mas com o de lutar para que ela reassuma, pela soberania do povo, o pleno controle sobre o Estado. A isso chamamos democracia”, explicitou o documento do quase presidente.
Como articulador da volta à democracia, Tancredo, juntamente com Ulysses Guimarães, Fernando Lyra, Jarbas Vasconcelos, Marcos Freire, Thales Ramalho, entre outros de igual quilate, conseguiu desarmar os espíritos revanchistas dos dois lados. Desarme iniciado antes pela anistia geral, ampla e irrestrita proposta pelo último presidente militar João Figueiredo em 1979. No voo da anistia vieram os exilados Miguel Arraes, Leonel Brizola, Carlos Prestes, outros líderes da esquerda, intelectuais presos no Brasil e muito militantes integrantes da luta armada, inclusive o jornalista Fernando Gabeira, que em 1969, participou do sequestro do embaixador americano para troca por presos políticos.
Hoje, Gabeira, comentarista da GloboNews, não defende uma anistia aos manifestantes presos depois do 8 de janeiro de 2023, detidos por uma suposta tentativa de golpe de estado sem armas e condenados em média pela baderna na Capital Federal a penas de 14 a 17 anos de prisão. Para ele, “a anistia pretendida agora depende de uma correlação de forças entre vencedores e vencidos que não há no momento. Na época, o governo militar estava enfraquecido e tinha interesse numa anistia ampla, geral e irrestrita para encobrir as sanções que os militares aplicaram fora da lei”. O raciocínio de Gabeira pode enquadrar as premissas do atual movimento pela anistia dos esquecidos de Brasília.
Voltando ao discurso de Tancredo Neves, que é o que interessa, ele disse, no momento em que instalaria o primeiro governo civil sob seu comando, que “temos um povo com a consciência de sua força e de seu destino. Os duros sacrifícios transformaram-se, pelo milagre da fé, na impetuosidade cívica dos últimos meses. Não há quem o possa fazer recuar. Ai dos que pretendem violar esta unidade, manchar esta bandeira de esperança”.
E continua: “É tempo, portanto, de edificar um Estado que sirva à plenitude de nosso povo. Não deve ser um Estado que as elites outorguem à Nação, em orgulhoso ato de poder, mas que se erga, da consciência coletiva, como resposta a anseios e necessidades. Ele deve ser construído para promover a ordem e a justiça. Ordem e justiça se fazem com a lei. E a lei deve ser a organização social da liberdade”.
Cheio de entusiasmo por inaugurar a Nova República, Tancredo recorreu à advertência do Profeta Isaías, numa hora grave, quando perigo de um retrocesso político ainda estava no ar: “Ai dos que decretam leis injustas e dos que escrevem perversidades, para prejudicarem os pobres em juízo e para arrebatarem o direito dos aflitos de meu povo; para despojarem as viúvas e para roubarem os órfãos”.
“Durante os últimos decênios acentuou-se em nosso País a injustiça contra os trabalhadores. Essa situação tornou-se ainda mais iníqua diante das seduções do consumo e da ostentação de alguns setores de nossas elites econômicas. Se aos insensatos não comove a exigência de justiça, é possível que os atinjam as razões do temor”, acrescentou o presidente no seu discurso de posse que não ocorreu.
E depois de anos de censura à imprensa, liberada parcialmente nos estertores do regime militar, Tancredo Neves fez uma exortação aos princípios de liberdade individual e de expressão, incluídos depois no artigo 5º da Constituição Federal de 1988.
“Quando falamos em liberdade, entendemos o vocábulo em seu amplo significado. O homem deve ter liberdade de viver onde quiser, de trabalhar como quiser e de exercer plenamente a sua identidade. Identidade é, mais do que os documentos de registro civil, a expressão da cultura de cada um. Sempre que não houver prejuízo para a comunidade, o homem tem direito à fé, ao culto, aos costumes que escolher. O Estado não pode intervir, por meio da censura ou da coerção policial, contra a expressão individual ou coletiva de uma identidade cultural particular, sempre que ela, repetimos, não signifique censura ou coerção contra o direito dos outros”, destacou Tancredo.
Quarenta anos depois, onde estamos? É isso.
*Jornalista
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Faltando apenas um ano e dois meses para a eleição que tentará a reeleição, em outubro do ano que vem, a governadora Raquel Lyra (PSD) continua patinando nas pesquisas. O levantamento do Paraná Pesquisas de ontem, no qual o prefeito do Recife, João Campos (PSB), seu provável adversário, aparece com uma dianteira de 36 pontos – 57% a 24% – repete praticamente o do Opinião, contratado por este blog, em junho passado.
A média, aliás, varia entre 36 e 40 pontos de vantagem para o socialista. Já expliquei neste espaço e vou repetir: o nó da reeleição de Raquel é a Região Metropolitana, que concentra quase metade do eleitorado do Estado, precisamente 44%. Nela, João detém números impressionantes de intenção de voto, algo em torno de 76%, enquanto a governadora tem apenas 24%.
Para reduzir essa disparidade numa região marcada pelo perfil de um eleitorado extremamente exigente, maltratado pela onda de violência crescente, desemprego alarmante e saúde em frangalhos, ações que dependem diretamente do Estado e bem menos da União e dos municípios, não será nada fácil, até porque o tempo já está exíguo. A estratégia de levar o Governo para o Interior, como forma de buscar mais visibilidade, como tem feito, logo após o primeiro baque nas pesquisas, é ineficaz.
Ineficaz porque qualquer cidade do Interior só há dois lados na política: a corrente do poder, representada pelo prefeito, e a da oposição. Mesmo raciocinando com a hipótese incerta de que a governadora consiga arrebatar o apoio da maioria dos prefeitos, as oposições, em qualquer município, transferem para João pelo menos entre 35% e 40%. Sendo assim, as chances de Raquel superar a desvantagem na Região Metropolitana são próximas a zero.
Com quase três anos de gestão, a governadora não ganhou a confiança da população, nem tampouco sua gestão convence. Com exceção de algumas coisas pontuais, como estradas, creches e cozinhas comunitárias, seu governo é um tremendo engodo, inodoro e insípido. A própria gestora, por onde passa, deixa uma péssima impressão, uma mistura de autoritarismo com antipatia, o que é fatal em política.
DESAPONTAMENTO GERAL – Outro fator agravante para a governadora: desconheço um só segmento da sociedade satisfeita com a sua gestão e o seu modo de governar. Professores, médicos, donos de hospitais, policiais, servidores públicos em geral, enfim, torcem o nariz quando ouvem falar na possibilidade da governadora ser reeleita. Na semana passada, ao ser reconhecido por um grupo de policiais da PM em Pesqueira, fui bombardeado de críticas e reclamações quanto ao tratamento dado pelo Governo à categoria.
Em memória de Arraes – Por proposição da neta Maria Arraes (PSB), em seu primeiro mandato federal, a Câmara dos Deputados prestou, ontem, uma grande e emocionante homenagem ao ex-governador Miguel Arraes pela passagem de duas décadas da sua morte. Filhos, netos e bisnetos estiveram presentes, entre eles o prefeito do Recife, João Campos (PSB), um dos bisnetos, que encerrou a cerimônia com um discurso de improviso, mas carregado de muita emoção e significados.
Só lembranças – Responsável pela sessão, a deputada Maria Arraes destacou em seu discurso as lembranças do avô, principalmente contadas pelo povo, já que tinha apenas 11 anos quando ele faleceu. “Quis o destino que, depois de adulta, descobrisse um novo tipo de lembrança: uma lembrança que não é minha, é do povo. Rodar Pernambuco é como ler um livro sobre vovô. Cada região, cada município, cada feira, é um capítulo diferente. São testemunhos vivos de que sua obra permanece”, afirmou. Lembrou ainda que a data marca, além dos 20 anos da morte de Miguel Arraes, os 11 anos de falecimento de seu primo Eduardo Campos e do tio Augusto, reforçando a importância da memória e do legado da família para a política brasileira.
Lula quer pressa – O presidente Lula mandou um recado, ontem, ao Congresso, na fala durante o anúncio de um pacote de ajuda aos exportadores. “A “bola” está agora com o Congresso. Quanto mais rápido vocês votarem, mais rápido os prejudicados serão beneficiados. E nós também estamos dando ao mundo uma saída, porque muitos países estão na mesma dificuldade que o Brasil. Então, estamos mostrando que é assim que se faz. E, se tiver mais coisa, nós vamos fazer. Se tiver mais coisa, nós vamos fazer com os trabalhadores. Porque, neste País, ninguém larga a mão de ninguém”, afirmou, em direção aos presidentes do Senado e da Câmara.
Gabinete do ódio – A mídia nacional abriu espaço, ontem, para a deputada Dani Portela Psol). Em entrevista ao jornalista Guilherme Amado, do site Platô BR, a parlamentar revelou o que este blog já havia noticiado há muito tempo: a existência do chamado “gabinete do ódio”, financiado com dinheiro público para atacar opositores de Raquel Lyra. A agência Arrudeio Comunicação, administradora da página PEtáligado, que recebeu cerca de R$ 97 mil do governo de Pernambuco em 2024, seria a responsável pelo trabalho, de acordo com a deputada. O perfil foi desativado dias após a Assembleia Legislativa anunciar a abertura da CPI, por iniciativa de Dani.
CURTAS
GRUPO – A parlamentar afirmou ter tido acesso a um grupo de trabalho no WhatsApp envolvendo o PEtáLigado e integrantes do governo estadual. Nele, é possível identificar, como administradores, números com os nomes “Arrudeio Comunicação” e “PEtáLigado”. No grupo, constam nomes como o do secretário-executivo de Comunicação, Diego Abreu. O grupo é chamado de “Boas notícias PE”.
SEM ATAQUES – Procurada pelo jornalista Guilherme Amado, a Secretaria de Comunicação do Estado informou que não fomenta qualquer tipo de ataque pessoal, disseminação de informações falsas ou uso indevido de recursos públicos para fins que não sejam estritamente institucionais. “O canal em questão servia tão somente para a divulgação de ações do Governo, sem ofensas ou mesmo menções a grupos políticos. O compromisso da gestão é com a transparência, a ética e o respeito à sociedade pernambucana”, rebateu o Governo, em nota.
EVERARDO MACIEL – No podcast Direto de Brasília da próxima terça-feira, uma parceria deste blog com a Folha de Pernambuco, o ex-secretário da Receita Federal, Everardo Maciel, vai tratar da política econômica do Governo Lula, do tarifaço e da reforma tributária. O programa vai ao ar das 18 às 19 horas pelo Youtube do blog e da Folha, sendo transmitido também por 165 emissoras no Nordeste.
Perguntar não ofende: A ausência de Raquel na agenda de Lula já tem a ver com 2026?
A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) apresentou nesta quarta-feira, ao Supremo Tribunal Federal (STF), suas alegações finais na ação da penal da trama golpista. Os advogados de Bolsonaro pediram para ele ser absolvido dos cinco crimes pelos quais é acusado, incluindo o de tentativa de golpe de Estado.
O documento, que reúne os argumentos do réu para rebater as acusações que pesam contra ele, foi apresentado no último dia do prazo. Essa é a última etapa da ação penal. Agora, cabe ao relator, ministro Alexandre de Moraes, preparar seu voto e liberar o caso para o julgamento. A expectativa é que o processo seja analisado em setembro na Primeira Turma do STF. As informações são do jornal O Globo.
Em julho, a Procuradoria-Geral da República (PGR) havia pedido a condenação dos oito réus. O primeiro a apresentar suas alegações finais foi o tenente-coronel Mauro Cid, que no mês passado defendeu sua inocência e pediu que, em caso de condenação, a pena não passe dois anos.
Cid apresentou suas alegações antes dos demais réus por ter fechado um acordo de delação premiada. Depois, foi aberto um prazo de 15 dias para os outros acusados, que termina nesta quarta.
Além do ex-presidente e de Cid, também são réus os ex-ministros Walter Braga Netto (Casa Civil e Defesa), Augusto Heleno (Gabinete de Segurança Institucional), Anderson Torres (Justiça) e Paulo Sérgio Nogueira (Defesa), o ex-comandante da Marinha Almir Garnier Santos e o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ).
Bolsonaro está em prisão domiciliar desde a semana passada, por decisão de Moraes. O ministro considerou que houve “reiterado descumprimento de medidas cautelares”. Uma das obrigações que haviam sido impostas pelo ministro, em decisão anterior, era a de proibição de utilização de redes sociais, diretamente ou por intermédio de terceiros.
Acusações e defesa
O ex-presidente é acusado de “liderar” uma organização criminosa que se baseava em um “projeto autoritário de poder” e visava dar um golpe de Estado. Conforme a Procuradoria-Geral da República (PGR), ele discutiu o plano golpista em pelo menos duas reuniões no Palácio da Alvorada, em 19 de novembro e 7 de dezembro de 2022.
Bolsonaro foi denunciado por cinco crimes: organização criminosa armada; tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito; golpe de Estado; dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima; e deterioração de patrimônio tombado.
Um dos principais elementos citados na investigação foi a elaboração de uma minuta de decreto com teor golpista, apresentado por Bolsonaro aos comandantes das Forças Armadas.
O episódio foi relatado pelo tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudantes de ordens de Bolsonaro, em seu acordo de delação premiada. O relato, contudo, foi depois confirmado por diversos outros elementos, incluindo os depoimentos dos próprios ex-comandantes do Exército, Marco Antônio Freire Gome, e da Aeronáutica, Carlos Alberto Baptista Junior, além de mensagens e registros de entrada no Palácio da Alvorada.
Relatório da Polícia Federal também elencou uma série de provas para a apontar a posição de comando de Bolsonaro na articulação do golpe. Segundo a PF, ele “planejou, atuou e teve o domínio de forma direta e efetiva” na conspiração. Entre os indícios, está um áudio enviado em 9 de dezembro no qual Mauro Cid diz que o ex-presidente “enxugou o decreto” e tornou o documento mais “resumido”.
Freire Gomes e Baptista Junior também relataram, em depoimento à PF, que sofreram pressão para aderir ao golpe de Estado. Um dos mecanismos de pressão foi o documento chamado de “Carta ao Comandante do Exército de oficiais superiores da ativa do Exército Brasileiro”. Militares da ativa são proibidos de se manifestarem politicamente.
Em interrogatório no STF em junho, Bolsonaro afirmou ter buscado comandantes das Forças Armadas para discutir alternativas para questionar o resultado eleitoral após ser derrotado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2022. Em um depoimento que durou pouco mais de duas horas, ele admitiu ter tratado com auxiliares da possibilidade de adotar instrumentos como o Estado de Sítio ou a chamada Garantia da Lei e da Ordem (GLO). Segundo o ex-presidente, porém, as medidas foram descartadas e não havia “clima”, “oportunidade” e “base minimamente sólida para qualquer coisa”, em uma alusão à uma tentativa de golpe no país.
Os advogados afirmam que o ex-presidente é inocente e não compactuou com qualquer tentativa de ruptura democrática. Eles também pediram a anulação da delação de Mauro Cid e o julgamento da ação penal no plenário do Supremo Tribunal Federal — o processo tramita na Primeira Turma da Corte, que não é constituída por nenhum ministro indicado pelo ex-presidente.
Moradores da Zona Sul do Recife andam assustados com a violência na área. Quem mora em Boa Viagem, diz que os assaltos estão cada vez mais frequentes no bairro e que os roubos acontecem a qualquer hora do dia.
Um dos assaltos foi registrado por câmeras de segurança, na Rua Jequitinhonha, em Setúbal. As imagens mostram três bandidos que chegam empurrando uma carroça de reciclagem, em seguida eles abordam o motorista e levam o carro. As informações são do NE2.
O crime aconteceu, pouco depois das duas da tarde, na última segunda-feira(30).
De acordo com a polícia, o carro foi recuperado pelas equipes do 19º Batalhão da Polícia Militar, no dia seguinte. O Ne1 esteve na região e conversou com os moradores sobre a situação.
O 13 de agosto ficou marcado na história política de Pernambuco. Foi nessa data que morreu Miguel Arraes, um dos principais líderes que o estado e o Brasil conheceram.
20 anos depois da morte do político, Beatriz Castro entrevistou o também jornalista Ítalo Rocha, que escreveu um livro com algumas histórias do ex-governador.
O médico pernambucano natural de São José do Egito, no Sertão do Pajeú, Antônio Valadares, lança, no próximo dia 22 de agosto, às 19h, na Faculdade Vale do Pajeú, o seu mais novo romance. Intitulado de “No Sertão e na Selva”, é baseado em suas experiências como proprietário da Fazenda Santa Cruz, no município de Buriticupu, no Maranhão.
Ao menos 67 prefeitos de Pernambuco subiram aos palcos durante as festividades juninas deste ano, atraindo a atenção do Tribunal de Contas do Estado (TCE-PE). O levantamento, feito pelo Diario de Pernambuco a partir de publicações no Instagram de prefeitos e prefeituras, revelou que aproximadamente um terço dos gestores pernambucanos participou de eventos de forma ostensiva. Ou seja, posando para fotos com o público, sendo chamados por artistas, dançando ou até tocando instrumentos como a zabumba. Entre os casos estão as cidades de Jaboatão dos Guararapes, Petrolina, Caruaru, Belo Jardim e Arcoverde.
Embora a Constituição Federal não proíba expressamente a presença de prefeitos em eventos públicos, especialistas alertam que o uso dessa visibilidade para autopromoção pode configurar improbidade administrativa. Dessa forma, violando o princípio da impessoalidade que rege a administração pública. As informações são do Panorama PE.
O pesquisador Salathé, ouvido na matéria, destacou que o contexto e a intenção da participação são decisivos para a análise. “Se em algum momento se perceber que houve um desvio para autopromoção, para promoção de amigo, esposa ou algo do tipo, aí existe a possibilidade de responsabilização”, explicou.
O TCE-PE informou que avaliará caso a caso, considerando se houve abuso da imagem pública e se os eventos foram custeados com recursos municipais. Em situações comprovadas, as condutas podem resultar em sanções administrativas e até eleitorais.
Com isso, a discussão reacende o debate sobre o equilíbrio entre a participação institucional e a autopromoção. Especialmente em períodos próximos às eleições, quando o zelo pela impessoalidade se torna ainda mais imprescindível. Para especialistas, o episódio serve de alerta para que gestores mantenham a ética e a transparência como prioridades. Assim, evitando transformar eventos culturais, como o São João, em palcos para agendas políticas pessoais.
A Prefeitura de Lagoa Grande recebeu uma retroescavadeira adquirida por meio de emenda parlamentar do senador Humberto Costa, destinada a reforçar os serviços de infraestrutura do município. “Essa conquista é mais um passo importante para o desenvolvimento de Lagoa Grande. Agradecemos ao senador Humberto pela doação da retroescavadeira, que chega para somar aos nossos esforços por uma cidade mais estruturada e com mais qualidade de vida para todos”, disse a prefeita Catharina Garziera.
Em Brasília, o secretário de Governo, Jorge Garziera, esteve no gabinete do senador para agradecer a destinação e tratar de parcerias para a VinhuvaFest. Segundo ele, o equipamento deve apoiar também a agricultura familiar.
À turba não apraz o moderado. (Francis Bacon, 1º Visconde de Alban [Bacon de Verulâmio], intelectual e polímata inglês. York House, 22.01.1561; Londres, 09.04.1561.
C O M E D I M E N T O
Ânimo de excecional carácter, Condição de afáveis, divas graças, Parêmia a invitar a alma mater E à Humanidade conceder prolfaças.
O rol de temperanças, entretanto, Deixa de se conglutinar às massas, E ao singular só se ade, porquanto Antrópicos quereres têm mordaças.
A prudência nem peja o orbe inteiro, Ininterruptamente lindeiro Aos contumazes locais do errado.
Segundo Bacon expressou, fagueiro, No adágio conciso e verdadeiro, “À turba não apraz o moderado”.
A decodificação, para a língua prosa, do soneto decassílabo lusitano Comedimento, de Vianney Mesquita, Palmácia-CE, revela uma meditação ética e filosófica sobre a virtude da temperança, contraposta à tendência humana ao excesso e ao descontrole.
O poema, elaborado no formato clássico dos versos ditos “petrarquianos”, assume um tom que oscila entre o encômio da moderação como valor universal e a crítica à incapacidade das massas de reconhecerem sua importância.
A epígrafe de Francis Bacon – “À turba não apraz o moderado” – funciona como uma cravelha interpretativa, sinalizando que o discurso poético se apoiará na sabedoria proverbial para afirmar que o equilíbrio, embora essencial, é muitas vezes desprezado pela coletividade.
Título e Tema
O título, Comedimento, sintetiza a ideia central das estrofes: a exaltação da temperança, da moderação e do equilíbrio como virtudes humanas raras, especialmente em contraste com a “turba” – metáfora para as multidões impulsivas, avessas ao caminho do meio. A designação indica um elogio à sobriedade, ao “ânimo de excecional carácter”, em oposição ao comportamento desmedido e aos “contumazes locais do errado” em que a maioria insiste em permanecer.
A epígrafe, da lavra de Francis Bacon – “À turba não apraz o moderado” – atua como eixo interpretativo. Funciona como uma sentença filosófica que resume o conflito: as massas raramente apreciam a moderação, preferindo o excesso e o extremismo. Os pés desta versificação, por conseguinte, não se limitam a uma descrição, pois, também, se posicionam em defesa da prudência e da virtude como forças que elevam o espírito humano, mesmo que pouco reconhecidas.
Linguagem e Estilo
A linguagem empregada pelo polímata palmaciano é marcada por uma dicção erudita e uma sintaxe trabalhada. Palavras como “prolfaças”, “parêmia”, “conglutinar” e “antrópicos” reforçam o alçado tom dos versos e demonstram um compromisso com a riqueza lexical. Esse vocabulário, distante de ser meramente ornamental, sugere um distanciamento deliberado da communis opinio – aquele mesmo “da turba” que o poema critica.
O estilo consolida-se com base numa alternância entre afirmações elogiosas (às virtudes da moderação) e reflexões críticas (sobre a incapacidade coletiva de cultivar essas virtudes). O tom é filosófico, quase sentencioso, reforçado pelo emprego de expressões que evocam ideias universais, como “Humanidade” e “almamater“.
Estrutura Argumentativa
O soneto é dividido em três momentos, seguindo a tradição clássica da configuração.
Primeiro quarteto. A voz poética enaltece o “ânimo de excecional carácter” e a “condição de afáveis, divas graças”, associando a temperança a uma espécie de nobreza espiritual. A menção à “parêmia” – isto é, aos provérbios ou sentenças morais – sugere que o comedimento é um valor enraizado na sabedoria tradicional, capaz de beneficiar a humanidade.
Segundo quarteto. Aqui se exprime o contraste: a moderação não é uma virtude popular, pois “o rol de temperanças […] deixa de se conglutinar às massas”. O adjetivo “antrópicos” (relacionado à pessoa humana) e a ideia de “mordaças” nos “quereres” indicam que a natureza do Homo sapiens tende à limitação e ao conflito, afastando-se do equilíbrio. A moderação, assim, é divisada como virtude individual, rara e isolada.
Primeiro terceto. A reflexão expande-se, acentuando que a prudência não “peja o orbe inteiro”, ou seja, não governa o mundo como deveria. A expressão “ininterruptamente lindeiro / aos contumazes locais do errado” sugestiona que a humanidade está sempre à beira do erro, insistindo em caminhos desviados.
Segundo terceto. O fecho do poema retoma a autoridade da epígrafe. A citação de Bacon funciona como chave para a interpretação final: “À turba não apraz o moderado”. O adjetivo “fagueiro” – que implica suavidade e clareza – reforça a concisão e a verdade do adágio. O soneto encerra-se, de tal modo, com uma síntese moral, quase aforística, que ecoa a voz do Filósofo inglês.
Tonalidade Crítica e Filosófica
Esta poesia alterna entre o elogio da moderação e a crítica à coletividade. Ao assinalar que “o rol de temperanças […] deixa de se conglutinar às massas”, o eu lírico revela um certo pessimismo: as virtudes da prudência e do equilíbrio não são naturais à humanidade, que prefere o excesso, a paixão desmedida e a violência. As estâncias, então, cumprem ofício de denúncia e alerta, ao mesmo tempo em que enaltecem um ideal elevado e quase utópico.
Conclusão
Comedimento é um soneto de constituição formal rigorosa em versos decassílabos e léxico sofisticado, características que reforçam sua função como peça filosófica e reflexiva. O poema estrutura-se como um discurso em defesa da temperança, tomando a epígrafe de Bacon como argumento central: a moderação, embora nobre e necessária, não é popular nem facilmente aceita.
A vis estrófica está no equilíbrio entre formato e conteúdo: a linguagem erudita e o ritmo controlado traduzem, em termos poéticos, o mesmo comedimento que o escrito defende. Assim, a obra se destaca como um exercício de lucidez e crítica moral, mostrando como a poesia é passível de servir, transpondo arte estética, também, como instrumento de reflexão ética.
O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, anunciou nesta quarta-feira (13) a revogação dos vistos americanos de Mozart Júlio Tabosa Sales, secretário do Ministério da Saúde do Brasil, e Alberto Kleiman, um ex-funcionário do governo brasileiro.
A decisão foi revelada pelo secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio. Ele disse que o programa Mais Médicos, em que o governo federal brasileiro contratou cubanos para conseguir preencher vagas no Sistema Único de Saúde (SUS), foi “um golpe diplomático inconcebível”. As informações são do g1.
“O Departamento de Estado está tomando medidas para revogar vistos e impor restrições de visto a vários funcionários do governo brasileiro e ex-funcionários da OPAS, cúmplices do esquema de exportação de trabalho forçado do regime cubano. O Mais Médicos foi um golpe diplomático inconcebível de ‘médicos’ estrangeiros”, afirmou o secretário, citando a Organização PanAmericana da Saúde.
A contratação de médicos cubanos pelo Mais Médicos ocorreu entre 2013 e 2018 (veja mais abaixo).
Trata-se de mais uma medida do governo Trump tendo como alvo o Brasil. Trump já impôs tarifaço a produtos brasileiros, revogou o visto de ministros do STF e aplicou a lei Magnistsky contra o ministro Alexandre de Moraes.
Em um post anterior, Rubio contou que estava impondo restrições de visto a autoridades dos governos africanos, cubanos e granadinos – e seus familiares – devido a acusações de que eles privaram os cubanos de cuidados médicos essenciais.
De acordo com comunicado divulgado no site do departamento americano, os atingidos pelas restrições “foram responsáveis ou envolvidos na cumplicidade do esquema coercitivo de exportação de mão de obra do regime cubano, que explora trabalhadores médicos cubanos por meio de trabalho forçado”.
Ao falar do Mais Médicos, o governo Trump diz que Mozart Sales e Alberto Kleiman “usaram a OPAS como intermediária com a ditadura cubana para implementar o programa sem seguir os requisitos constitucionais brasileiros, driblando as sanções dos EUA a Cuba e, conscientemente, pagando ao regime cubano o que era devido aos trabalhadores médicos cubanos”.
“Esse esquema enriquece o corrupto regime cubano e priva o povo cubano de cuidados médicos essenciais. (…) Dezenas de médicos cubanos que atuaram no programa relataram ter sido explorados pelo regime cubano como parte do programa”, argumenta o documento. Atualmente, Alberto Kleiman é diretor da Organização do Tratado de Cooperação Amazônica (OTCA) para a COP 30. Mozart Júlio Tabosa Sales é secretário de Atenção Especializada à Saúde.
A investigação do governo Trump sobre a Opas e seu papel no programa Mais Médicos começou já no primeiro mandato do republicano.
Em 2020, o então secretário de Estado americano, Mike Pompeo, exigiu que a Opas esclarecesse seu envolvimento no envio de médicos cubanos ao Brasil. Assim como Marco Rubio, Pompeo também acusou a organização de “facilitar o trabalho forçado” de médicos cubanos por meio do programa.
Além disso, Pompeo afirmou na ocasião que a administração Trump cobraria prestação de contas “de todas as organizações internacionais de saúde que dependem de recursos de contribuintes americanos”.
O que era o Mais Médicos?
O programa Mais Médicos foi criado em 2013 pelo então governo Dilma Rousseff (PT) para levar profissionais de medicina às periferias das grandes cidades e a municípios do interior.
Na ocasião, porém, sofreu críticas por parte de parlamentares da oposição e de entidades médicas por prever a possibilidade de médicos estrangeiros poderem atuar.
Isso porque a maioria desses profissionais era de Cuba, fruto de uma parceria do governo brasileiro com a Organização Panamericana de Saúde (Opas), escritório regional da Organização Mundical de Saúde (OMS).
No governo Jair Bolsonaro (PL), o Ministério da Saúde trocou o nome do programa para “Médicos pelo Brasil”. A participação dos profissionais de Cuba foi encerrada em 2018, após a eleição de Bolsonaro, por iniciativa de Havana.
Desde então, os cubanos só podem atuar caso passem pela prova de validação do diploma em território brasileiro.
Relançado em 2023, o Mais Médicos conta hoje em dia com cerca de 24,7 mil médicos atuando em 4,2 mil municípios. No edital mais recente, 3.173 médicos selecionados iniciaram suas atividades em 1.618 municípios e 26 Distritos Sanitários Especiais Indígenas (DSEIs) no início de julho de 2025.
O programa prioriza médicos brasileiros registrados no CRM, brasileiros formados no exterior e estrangeiros habilitados.
Moraes e outros ministros já haviam tido vistos revogados
Em julho, os Estados Unidos já haviam suspendido os vistos de Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), e de outros sete ministros do tribunal.
Marco Rubio, secretário de Estado do governo Donald Trump, que cuida das relações dos Estados Unidos com os outros países, anunciou que revogou os vistos americanos para Moraes, “de seus aliados e de seus familiares imediatos”.
De acordo com fontes do governo federal, além Moraes, tiveram seus vistos suspensos:
Luis Roberto Barroso, o presidente da Corte;
Edson Fachin, vice-presidente;
Dias Toffoli;
Cristiano Zanin;
Flavio Dino;
Cármen Lúcia; e
Gilmar Mendes.
Além dos ministros, o procurador-geral da República, Paulo Gonet, também teve a permissão para entrar nos Estados Unidos suspensa.
Os ministros André Mendonça, Nunes Marques e Luiz Fux ficaram de fora da lista.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) emitiu uma nota na qual manifesta “solidariedade e apoio” aos ministros do STF atingidos pela revogação de vistos dos Estados Unidos.
Segundo ele, essa é “mais uma medida arbitrária e completamente sem fundamento do governo dos Estados Unidos”.
“A interferência de um país no sistema de Justiça de outro é inaceitável e fere os princípios básicos do respeito e da soberania entre as nações”, acrescentou Lula.
O Alto do Moura, em Caruaru, recebe de 14 a 17 de agosto a 8ª edição do “Viva Vitalino” (2ª como festival), com programação gratuita que celebra os 116 anos de nascimento do Mestre Vitalino e presta homenagem especial ao centenário de Mestre Galdino. A agenda inclui oficinas de audiovisual, fotografia e acessibilidade, rodas de diálogo, cine-debate, o II Encontro de Cineclubistas do Agreste e a presença do Estandarte do Elefante de Olinda.
No domingo (17), a programação culmina com cortejo de 30 estandartes — concentração às 15h na Praça do Artesão e saída às 16h rumo ao Centro Multicultural do Alto do Moura. Participam Bois Tira-Teima, Surubim e Teimoso, bacamarteiros, pernas de pau, Banda Comercial, reisados Alto do Moura e Sementes de Luz, Mazurca Pé Quente, além da Banda de Pífanos Dois Irmãos (com o Mestre João do Pife) e a Banda de Pífanos da Inclusão, da Apodec. O encerramento artístico será com show de Lia de Itamaracá, Patrimônio Vivo de Pernambuco, às 18h.
Idealizado pelos produtores culturais Yone Amorim e Antonio Preggo, o festival conta com incentivo do Funcultura (edital 2023/2024, Artes Integradas) e apoio da Prefeitura de Caruaru, do Grupo Asa Branca e da Associação dos Artesãos e Artesãs em Barro e Moradores do Alto do Moura (ABMAM). Segundo a organização, a proposta é valorizar mestres da cultura já falecidos e ativar a memória local por meio de ações formativas e apresentações abertas ao público.
Excepcionalmente, vou pedir licença aos leitores de O Poder para falar de Onildo Almeida, o primeiro parceiro musical do meu pai. Já publiquei esse texto no ano passado, mas hoje eu não poderia deixar de homenagear esse ícone do País de Caruaru, e do Brasil, o “Homem da Feira”, que está completando 97 anos, ainda com um vozeirão, encantando a todos. Parabéns, Onildo! Republico um artigo que escrevi nos seus 89 anos.
Há alguns anos, fui para a homenagem a Onildo Almeida. O evento, organizado pelo presidente do Instituto Histórico de Caruaru, Walmiré Dimeron, com o apoio do empresário Djalma Cintra Filho, aconteceu no Espaço País de Caruaru, do Polo Comercial. Na ocasião, houve o lançamento de um livro e a projeção de um documentário sobre o homenageado, uma exposição de discos e fotos do seu acervo pessoal, além de depoimentos de amigos e familiares e de um bate papo com o compositor. Emocionado, Onildo agradeceu, cantando várias de suas canções, entre elas a imortal “A Feira de Caruaru”. Sensacional!
Voltei para casa tão entusiasmada que decidi, também, homenageá-lo, escrevendo algumas linhas sobre ele. Para tanto, procurei dados nos escritos do meu pai, que era fã do seu primeiro parceiro musical. Muitos não sabem, mas a primeira música que Seu Nelson compôs, em 1957, foi “Capital do Agreste”, em parceria com Onildo. Uma homenagem ao centenário da cidade. Gravada por Luiz Gonzaga em disco de 78 rpm, junto com “A Feira de Caruaru”, fez sucesso na época.
Encontrei vários registros nelseanos sobre Onildo. Escolhi trechos do livro “Vasto Mundo – Panorama visto do Monte” (1981): “Antigamente se dizia que todo 13 de agosto é dia de o Diabo andar solto no meio do mundo, dia aziago, por conseguinte. Pois bem, sem ser diabólico e sem ter cauda de capiroto, deu as caras neste vale de lágrimas, exatamente em 13 de agosto de 1928, um velho e querido amigo meu: Onildo Almeida, o menino da Ponte Velha, no País de Caruaru, filho de Zinha, que era excelente tocador de bandolim, violão, banjo e violino, integrante destacado da orquestra de cordas do saudoso Bloco Carnavalesco Lira Independente, dos velhos carnavais caruaruenses.
Zinha era José Francisco de Almeida, comerciante de secos e molhados, casado com Flora Camila de Carvalho Almeida, havendo, por seu leito, os seguintes filhos: Ivanilda, Onildo, Letícia, Idelcina, José, Zenilda e Cleide”. Consta ainda no referido livro que: “Onildo, com apenas oito anos de idade, já cantava no coro da igreja evangélica; foi oficial de alfaiate, aprendiz de João Boinha, na Alfaiataria João Barbalho; fez o curso secundário no Ginásio de Caruaru, no tempo de Dr. Luiz Pessoa; na vida artística, estreou como crooner de orquestra matuta na sede do Esporte Clube Caruaruense; sua primeira composição musical, em 1945, foi o fox intitulado, ‘Não me abandones’; ainda em 45, chegou a tocar na Jazz Acadêmica, no Recife, mas seu lugar era Caruaru, onde se realizaria como músico e excelente compositor que é; a sua grande chance profissional ocorreu em setembro de 1951, com o surgimento da Rádio Difusora de Caruaru, na qual integrava o conjunto vocal, ‘Os Caetés’, junto com o inesquecível Luiz Queiroga e outros rapazes; na Difusora, Onildo foi homem de sete instrumentos: cantor, controlist a, redator, crítico musical, a gota”.
Por fim, seu Nelson afirma “Onildo Almeida, um nome que é uma legenda no cancioneiro popular nordestino, oxente!”. Esta é a minha homenagem a esse ícone do País de Caruaru!