O ex-presidente da Câmara dos Deputados e ex-ministro da Defesa Aldo Rebelo (MDB) fez uma série de críticas ao Supremo Tribunal Federal (STF) hoje, por meio de vídeos publicados em suas redes sociais.
As postagens aconteceram um dia após ele protagonizar um embate com o ministro Alexandre de Moraes durante depoimento à Primeira Turma do STF, no processo que apura uma tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. As informações são da CNN Brasil.
Rebelo foi ouvido como testemunha de defesa do ex-comandante da Marinha, almirante Almir Garnier. Durante a oitiva, Moraes ameaçou prendê-lo por desacato após um desentendimento sobre a interpretação de uma suposta declaração atribuída a Garnier.
O ex-ministro, que ocupou cargos nos governos Lula e Dilma, criticou o Supremo por, segundo ele, ultrapassar suas funções constitucionais.
“O que está acontecendo há algum tempo no Brasil é o Supremo decidindo escolha de ministros, de delegados, legislando”, afirmou. Em outro trecho do vídeo ele diz: “É uma situação quase sem limite. Qual é a atribuição do Legislativo se o Supremo legisla? Isso vai gerar instabilidade para todos, inclusive para o Supremo”.
Em outro vídeo, Rebelo declarou que o Brasil não tem mais uma Constituição única: “Temos, na verdade, 11 constituições ambulantes. Cada ministro interpreta como quer”. Ele também acusou o STF de “arbitrar disputas dentro do Legislativo”.
Em outro vídeo, Rebelo afirma que o Brasil já não tem uma Constituição única, mas sim “11 constituições diferentes” — uma referência direta ao número de ministros do STF.
“Não temos mais Constituição no Brasil, temos, na verdade, 11 Constituições ambulantes. Cada ministro é uma Constituição, porque ele interpreta a Constituição do jeito que quer.”
Em outro trecho, ele diz: “O Supremo foi, naturalmente, tomando gosto por arbitrar as disputas dentro do Legislativo.”
A CNN entrou em contato com assessoria do Supremo Tribunal Federal e aguarda retorno.
O caminho da Reforma Tributária é longo mas as expectativas são promissoras. Décio Padilha, auditor fiscal da Secretaria da Fazenda de Pernambuco e ex-secretário de Administração e da Fazenda do Estado, avalia que “o Brasil será outro a partir de 2033. Ele vai dar um salto”. A projeção foi feita durante o projeto Pernambuco em Perspectiva –Estratégia de Longo Prazo, uma iniciativa da Revista Algomais e da Rede Gestão, com patrocínio do Banco do Nordeste e do Governo Federal. A expectativa positiva está contabilizada também em cifras: um avanço adicional do PIB entre 12%, em um cenário mais conservador, e 20%, no quadro mais otimista.
O percurso para a aprovação da Reforma Tributária foi narrado por Décio Padilha que, na época, era presidente do Comsefaz (Comitê Nacional de Secretários de Fazenda, Finanças, Receita ou Tributação dos Estados e do Distrito Federal). Havia décadas de espera por um novo regime que interrompesse o que se convencionou chamar de “manicômio tributário”, o complexo sistema que muda constantemente em cada município e estado do País.
Aprovar a Reforma Tributária era um sonho que parecia improvável, após décadas de espera e em um período de intensa polarização. O receio de perda de arrecadação e de tantos outros fatores foi superado por uma intensa articulação do Comsefaz, junto aos governadores, tendo como um dos protagonistas o economista Bernard Appy, que é o atual Secretário Extraordinário da Reforma Tributária. O cuidado com a medida estava concentrado especialmente nas mudanças sobre o ICMS que é o imposto responsável por uma média de 86% de toda a arrecadação dos estados.
Com a aprovação, em 2023, da PEC (Proposta de Emenda à Constituição) nº 132/2023, o Sistema Tributário Brasileiro iniciou uma das suas mudanças mais significativas, especialmente no que diz respeito à tributação sobre o consumo. A nova estrutura prevê a substituição de quatro tributos – o PIS (Programa de Integração Social), a Cofins (Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social), o ICMS (Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços) e o ISS (Imposto sobre Serviços) – por dois novos: a CBS (Contribuição sobre Bens e Serviços), de competência federal, e o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), de competência estadual e municipal.
Segundo Décio Padilha, a reforma teve como pilares a simplificação e padronização do sistema, com o objetivo de tornar a cobrança de tributos mais clara e eficiente para contribuintes e também para os governos. “O atual manicômio tributário, com a mudança constante de normas que, até quem é especialista, às vezes não entende, leva as empresas brasileiras a gastarem 44 mil horas por ano para declarar e pagar tributos”.
Um dos pontos centrais da reforma é a adoção do princípio do destino que estabelece a cobrança de impostos no local de consumo e, não mais, na origem. Essa alteração contribui para o fim da guerra fiscal entre os estados, uma prática comum para a atração de empreendimentos. A proposta também busca garantir maior segurança jurídica para empresas e investidores, além de enfrentar a regressividade do sistema atual – que penaliza proporcionalmente mais os que ganham menos. O grande desafio da construção desse novo cenário foi promover as mudanças sem provocar aumento da carga tributária total.
Por que a economia deve melhorar com a reforma?
O estudo do Ipea (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada) sobre os impactos redistributivos da Reforma Tributária, realizado pelos pesquisadores Sérgio Gobetti e Priscila Monteiro, indicou que os investimentos do País devem crescer entre 20,3% e 25%, nos próximos 20 anos. Além disso, o consumo das famílias, um dos grandes contribuintes para a composição do PIB, deve ser elevado entre 12,6% (na hipótese conservadora) até 24,2% (na mais otimista). Os dados apontam ainda um crescimento das exportações entre 11,7% e 17,4%. Setores relevantes da produção nacional, como a indústria e a construção, podem ter saltos, respectivamente, de até 25,7% e 24,3%.
A simplificação das regras e a padronização proporcionadas pela Reforma Tributária já trará uma dinâmica que reduzirá muito os custos e o contencioso jurídico. Mas não é apenas essa maior eficiência no pagamento dos tributos que promoverá o grande crescimento econômico esperado para os próximos anos. Na análise de Décio, essa organização do sistema vai oferecer segurança jurídica que muitos fundos de investimento estão esperando para aportar recursos no País.
“O que trava investimento é a complexidade do sistema tributário. Uma má alocação de tributo acaba com qualquer negócio. Um efeito será, por exemplo, uma empresa que dirá que vem ao Brasil e não ao México, que é um país emergente, porque aqui temos uma legislação e três alícotas”, afirmou Décio. Ele comparou esse horizonte futuro com o atual, de 5.500 legislações que mudam todo dia e afugentam os fundos estrangeiros pela dificuldade de acompanhar, interpretar e aplicar o pagamento dos tributos.
Além da atração desses investimentos para o Brasil, outras consequências positivas da Reforma Tributária decorrem da melhor distribuição de recursos entre os entes da federação e o cashback,a devolução do imposto para o bolso do cidadão. “No momento em que o tributo será só sobre o destino, os estados mais pobres entram num processo de desconcentração de renda. Muita gente miserável do Sertão vai começar a ter acesso a emprego e renda. Segundo, quando devolvo dinheiro é significativo. Distribuir 100% do tributo de um botijão de gás para uma pessoa pobre, 100% do tributo de água e esgoto, de telecomunicações e energia elétrica é muita coisa”, afirmou Décio.
Durante o evento, o auditor destacou que se a Reforma Tributária sobre o consumo tivesse sido aprovada há 15 anos, cada brasileiro hoje ganharia um adicional de renda mensal de R$ 460. O efeito redistributivo sobre a receita líquida, por exemplo, com as novas regras, beneficiará 172 dos 184 municípios pernambucanos, segundo o estudo do Ipea. Ou seja, 93% das cidades do Estado terão receitas mais robustas até o fim do prazo para a implantação das mudanças. Entre as mais beneficiadas estariam Camaragibe e São Lourenço.
Um dos municípios que deve ter perda gradual de arrecadação é Ipojuca. Para os entes que devem ter perdas de arrecadação, há instrumentos compensatórios na transição para reduzir os impactos. Além disso, a expectativa do estudo é que o próprio crescimento econômico gerado pela reforma deverá atenuar a queda.
Como ficam os estados do Nordeste com o fim dos incentivos?
Uma das ferramentas que os estados do Nordeste tradicionalmente utilizam para garantir maior competitividade são os incentivos fiscais, que serão eliminados em 2033. Em substituição, porém, virão os Fundos de Compensação de Benefícios Fiscais, além do Fundo Nacional de Desenvolvimento Regional.
Os incentivos, que geravam a guerra fiscal entre os estados, ajudavam a compensar, por exemplo, o déficit de infraestrutura que o Nordeste tem em relação aos entes federativos mais industrializados, como São Paulo, Paraná e Santa Catarina. A ausência da Transnordestina, do Arco Metropolitano e, mesmo, da duplicação da BR-232 são alguns fatores que ilustram a dificuldade de atração de empreendimentos.
Até que o aumento futuro de arrecadação chegue e permita aos estados e municípios mais pobres realizarem investimentos que os tornem mais competitivos, Décio Padilha indicou dois caminhos que serão necessários nesse percurso. “O lado mais estrutural de combater a desigualdade regional da reforma foi muito diluído. Ela acontecerá em 49 anos, até 2077. Temos que trabalhar em dois eixos: controle fiscal, segurando o custeio, e utilizar as parcerias público-privadas para calibrar os investimentos. Mas os efeitos econômicos começaram a surtir efeitos da simplificação a partir de 2029 e muito forte em 2033”, destacou o auditor.
Quais os pontos de atenção para o futuro?
A reforma passou na votação do Congresso, mas há um conjunto de regulamentações ainda a ser aprovado que merece atenção. De todos, Décio Padilha destacou o Projeto de Lei Complementar 108. “Temos que colocar a lupa nele. Ele pode dar uma curva complicada. Ele regulamenta a distribuição de recursos dos estados, o contencioso administrativo e judicial e o aproveitamento do crédito. O PLP 108 é ainda o responsável por toda organização do Comitê Gestor.”
O Projeto de Lei Complementar (PLP) 108/2024, tem como objetivo justamente regulamentar aspectos centrais da Reforma Tributária aprovada, com foco na nova estrutura do IBS (Imposto sobre Bens e Serviços). A proposta institui o Comitê Gestor do IBS (CGIBS), órgão responsável por coordenar a arrecadação e a distribuição da receita do imposto entre a União, estados e municípios. Além disso, o PLP define critérios para a partilha dos recursos arrecadados. Após passar pela Câmara Federal, o projeto está tramitando no Senado.
Décio Padilha ressaltou ao longo da palestra a importância do Fundo de Desenvolvimento Regional e do Fundo de Compensação de Benefícios Fiscais para equilibrar o jogo entre as empresas do Sudeste e do restante do País, como as do Centro-Oeste e do Nordeste. Segundo o ex-secretário, é fundamental assegurar que esses fundos realmente sejam abastecidos com os bilhões prometidos, sob o risco de desequilíbrio federativo e concentração de investimentos nas regiões já mais favorecidas.
Embora a aprovação da Reforma Tributária represente um marco histórico e promissor para o Brasil, Décio Padilha ressalta que o sucesso de sua implantação dependerá da atenção contínua aos detalhes regulatórios e da efetiva operacionalização dos mecanismos de compensação regional. De acordo com o consultor Francisco Cunha, que realizou a palestra sobre a pesquisa que fomenta as discussões do Pernambuco em Perspectiva, o debate sobre a Reforma Tributária está relacionado à “gestão pública eficaz”, item considerado fundamental pelo projeto para alavancar um novo ciclo de desenvolvimento em Pernambuco. Essa agenda articula-se com outros pontos importantes, como o “empreendedorismo dinâmico” e a “ciência, tecnologia e inovação”.
O equilíbrio das contas públicas e a eficácia da gestão são alguns dos aspectos em destaque, por exemplo, do Ranking da Competitividade, elaborado pelo CLP – Centro de Liderança Pública. “Uma das evidências de que o modelo de desenvolvimento de Pernambuco se esgotou é o que o Estado ficou na 19ª colocação e o que mais perdeu posições relativas. Neste momento, estamos sob a demanda de avançar num amplo debate na sociedade que permita ajudar a formular um outro modelo sintonizado com os novos e exigentes desafios da atualidade”.
Para traçar esse novo horizonte para o Estado e construir os novos planos, programas e projetos, Francisco Cunha tem reforçado a necessidade de atuação conjunta entre a sociedade, o governo e a academia. O encontro teve a mediação do sócio da TGI, Fábio Menezes, e a participação do superintendente do Banco do Nordeste, Hugo Queiroz. Confira a cobertura completa do projeto e faça a inscrição para os próximos encontros no site pernambuco.algomais.com
Em sua primeira aparição nas inserções partidárias do Republicanos, o ministro dos Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, reforçou sua aliança com o presidente Lula e destacou ações do Governo Federal voltadas para o desenvolvimento de Pernambuco. Com tom de prestação de contas associado a imagem do líder petista, a inserção marca um novo momento na trajetória do ministro, que vem se consolidando como um dos principais articuladores do Planalto no Nordeste.
No vídeo, Silvio aparece ao lado de obras e anúncios estratégicos: novos investimentos no Porto de Suape, melhorias nos aeroportos do Recife, Petrolina e Serra Talhada, além do compromisso de tirar do papel o tão aguardado aeroporto de Caruaru. “É Silvio, trabalhando por todos nós”, diz o encerramento da peça, que também convida à filiação ao Republicanos.
A mensagem reforça não apenas as entregas, mas também a sintonia entre o ministro e o presidente Lula. A parceria entre os dois vem sendo decisiva para a chegada de recursos federais ao Estado, especialmente, em uma área-chave para o desenvolvimento de Pernambuco, como a infraestrutura.
Reconhecido por sua habilidade política e visão de futuro, Silvio tem ganhado destaque como uma das novas lideranças do cenário nacional, equilibrando compromisso com Pernambuco e lealdade ao governo federal. Sua atuação técnica à frente da pasta e o diálogo com prefeitos e lideranças regionais têm chamado atenção dentro e fora do governo.
Silvio Costa Filho, que também preside o Republicanos em Pernambuco, tem ampliado seu espaço político e aparece como nome forte para 2026.
A inserção partidária, embora institucional, também funciona como um ensaio para o que deve ser o tom do partido em Pernambuco nos próximos anos: alinhado, sempre, ao Planalto.
O Diretório Estadual do Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) em Pernambuco escolheu o nome do jornalista Ivan Moraes como pré-candidato ao Governo do estado para 2026. A deliberação foi realizada na manhã de hoje, na Casa Marielle Franco, sede do partido.
O presidente estadual do PSOL, Samuel Herculano, destacou que a escolha de Ivan demonstra a unidade do partido em Pernambuco. “Saímos da reunião com a unidade construída para enfrentar os desafios que se apresentam na conjuntura. A pré-candidatura de Ivan Moraes representa a comunhão do nosso partido no enfrentamento à polarização e à extrema-direita”, defendeu.
O pré-candidato ao Governo de Pernambuco, Ivan Moraes, após a deliberação, agradeceu a confiança do diretório e reforçou que o partido vive um momento de unidade. Ele também já indicou o horizonte que vai apontar no discurso para a disputa.
“As pessoas querem sonhar, querem pensar para frente, querem acreditar que pode ser melhor. Então, nós somos contra a privatização da Compesa, nós somos contra a escala seis por um, nós somos contra as privatizações dos parques, nós somos contra muita coisa. Mas, nessa campanha, a gente vai precisar se lembrar do que a gente é a favor. Nessa campanha, a gente vai precisar dizer que é possível e ousado propor para esse estado coisas que são reais hoje”, defendeu o pré-candidato ao governo.
Histórico
O pré-candidato para 2026 é jornalista de formação, co-criador, diretor e apresentador do programa Pé Na Rua, atualmente em sua sexta temporada, com gravações realizadas em mais de 100 municípios do estado.
Foi vereador do Recife pelo PSOL por dois mandatos consecutivos, entre 2017 e 2024. Durante o período em que ocupou o cargo, apresentou 72 projetos de lei, dos quais 15 foram aprovados. Entre as propostas aprovadas, estão a lei que proíbe a dupla função de motoristas e cobradores no transporte público e a que determina a instalação de fraldários acessíveis a homens e mulheres em shopping centers.
Seu mandato teve como foco temas relacionados ao direito à comunicação, direitos humanos, meio ambiente e regulação urbana. Ele manteve diálogo frequente com movimentos sociais e buscou aproximar a atuação parlamentar da população, incluindo ações periódicas de prestação de contas diretamente no transporte público da cidade.
Como candidato, Ivan Moraes propõe utilizar a política institucional como meio de ampliar sua atuação nas pautas sociais, com enfoque no diálogo e na escuta da população.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) reforçou hoje a defesa pela regulação das redes sociais no país e o debate sobre o tema com o Congresso Nacional.
“É preciso que a gente discuta com o Congresso Nacional a responsabilidade de a gente regular o uso das empresas, sabe, nesse país. Não é possível que tudo tem controle menos as empresas de aplicativos. É importante que a gente comece a cuidar do povo brasileiro com um pouco mais de carinho”, afirmou em evento em Campo Verde (MT). As informações são da CNN Brasil.
O chefe do Executivo criticou o “malefício” da propagação da violência e do bullying no ambiente virtual. Ele mencionou, sem dar detalhes, o caso de uma criança que morreu após sofrer perseguições na internet.
“Esses dias vi uma menina que se matou porque ela foi acusada, quase que torturada pelos amiguinhos pela internet. Não era pessoalmente, não. Era pela internet. Vocês sabem quantas ofensas vocês recebem. Vocês sabem quantas provocações vocês recebem”, disse.
Apesar de defendida pelo Planalto, a regulação das redes sociais, no entanto, enfrenta resistência no Congresso. O tema foi debatido dentro do chamado “PL das fake news”. A proposta foi aprovada no Senado, mas enfrenta resistência de deputados da oposição.
Em abril de 2024, o texto chegou a ser pautado no plenário da Câmara depois de ter o regime de urgência aprovado. No entanto, diante de pressões das chamadas big techs e da resistência da oposição, não houve acordo e a votação foi segurada.
No evento de hoje, para uma plateia de agricultores familiares, Lula também afirmou que deve voltar a viajar o país para divulgar as ações do governo e combater o que chamou de “fake news” e “mentiras”.
“O mês que vem vou começar a andar esse país porque acho que chegou a hora de a gente assumir a responsabilidade de não permitir que a mentira, que a canalhice, que as fake news ganhem espaço e que a verdade seja soterrada nesse país”, disse.
Em Campo Verde (MT) nesta manhã, Lula participou do lançamento do Programa Solo Vivo. Com investimento de R$ 42,8 milhões, a iniciativa tem o objetivo de recuperar áreas degradadas destinadas à agricultura familiar.
Personalidades parabenizaram o ator Wagner Moura, que venceu hoje o prêmio de melhor ator no Festival de Cannes 2025, pelo filme “O Agente Secreto”.
É a primeira vez na história que um ator brasileiro ganha esse prêmio no festival. O diretor Kleber Mendonça Filho também foi premiado, levando o troféu de melhor direção — é a primeira vez desde Glauber Rocha que um diretor brasileiro leva o troféu.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva mencionou a vitória inédita na categoria de melhor ator e os feitos do filme em um dos principais festivais de cinema do mundo.
Hoje é dia de sentir ainda mais orgulho de ser brasileiro. De comemorar o reconhecimento que nossa arte tem no mundo. E de curtir a felicidade de viver em um país que tem gigantes do porte de @kmendoncafilho e Wagner Moura.
“O cinema brasileiro está conquistando o mundo e fazendo história. Pela primeira vez, um ator brasileiro venceu o prêmio de melhor ator em Cannes. A premiação inédita é de Wagner Moura, por sua atuação em ‘O Agente Secreto'”, escreveu Lula nas redes sociais.
“E tem mais prêmio! Kleber Mendonça Filho foi eleito o melhor diretor no Festival de Cannes. Viva o cinema brasileiro!”, acrescentou.
O vice-presidente Geraldo Alckmin também se manifestou. “É de ouro e é do Brasil! Nossos talentosos Kléber Mendonça Filho e Wagner Moura brilharam no Festival de Cannes, conquistando os prêmios de Melhor Diretor e Melhor Interpretação Masculina, respectivamente, pelo filme O Agente Secreto”, escreveu Alckmin.
“Suas vitórias não só celebram seus talentos individuais, mas também representam um marco para o cinema brasileiro, destacando a riqueza da nossa cultura no cenário internacional. Parabéns a esses gigantes do cinema! Que suas conquistas inspirem novas gerações e tragam ainda mais alegria ao nosso país.”
Ambientado nos anos 1970, “O Agente Secreto” conta a história de um professor universitário (papel de Wagner Moura) que volta para Recife para reencontrar o filho caçula, apesar do risco que ele corre em plena ditadura militar.
Corre a informação de bastidor de que um almoço estava sendo preparado, no Palácio do Campo das Princesas, para celebrar uma possível vitória de Jarbas Filho, o Jarbinhas, para a presidência estadual do MDB. Com a derrota para Raul Henry, aliado de primeira hora do prefeito João Campos, o regabofe, com ares de banquete, foi cancelado de última hora.
A torcida no Palácio pela vitória de Jarbinhas no comando do MDB-PE foi grande, tendo em vista a sucessão estadual em 2026. Caso o filho do ex-governador Jarbas Vasconcelos fosse alçado presidente estadual do MDB, o partido, diz-se nos bastidores, subiria o palanque da governadora Raquel Lyra, que tentará a reeleição, ano que vem.
Contudo, a vitória inconteste de Raul Henry por 65 votos a 49, a governadora Raquel Lyra deu mais uma demonstração de inabilidade política. Perdeu um partido importante para composição de coligação, ano que vem, garantindo tempo de TV e rádio para propaganda eleitoral gratuita. Além disso, a derrota contribuiu para tachar Jarbinhas de sem voto, no meio político.
Vale lembrar que o, hoje, deputado estadual só garantiu um mandato eletivo ao se eleger pelo PSB, num movimento de reconhecimento à história de Jarbas Vasconcelos e o retorno à Frente Popular de Pernambuco. Basta lembrar o fiasco que foi a candidatura de vereador, em 2012, quando sequer conseguiu ficar na primeira suplência.
O cineasta pernambucano Kleber Mendonça Filho ganhou o Cannes de melhor diretor hoje, pelo filme “O Agente Secreto”. Wagner Moura também levou a premiação de melhor ator. Desde Glauber Rocha, em 1969, país não levava melhor direção. As informações são do g1.
“Eu queria mandar um abraço para todo mundo que está vendo no Brasil, especialmente para Recife e Pernambuco. Muito obrigado”, disse Kleber ao receber o prêmio de melhor direção. “Queremos que esse filme esteja nas salas de cinema, porque as salas de cinema formam o caráter de um filme, na verdade.”
O longa se destacou como um dos prováveis vencedores do prêmio na última semana, após sua estreia no festival francês ter vindo com cerca de 15 minutos de aplausos, segundo a jornalista Jada Yuan, do “Washington Post”.
Desde então, o filme ganhou muitos elogios da crítica internacional e também conquistou o Prêmio da Crítica no Festival neste sábado.
“Um filme de caráter, uma vitrine para a performance complexa e simpática de Moura, mas também a plataforma para uma produção cinematográfica emocionante e ousada”, escreveu o jornal “The Guardian” sobre o filme.
Wagner Moura ganhou o Cannes de melhor ator hoje, pela sua atuação no filme “O Agente Secreto”, de Kleber Mendonça Filho. O diretor recebeu o prêmio no lugar do ator e agradeceu a premiação. Mendonça Filho também recebeu o Cannes de melhor diretor pelo longa. As informações são do g1.
“Eu tive muita sorte de ter a oportunidade de trabalhar com o Wagner Moura. Ele não é apenas um ótimo ator, mas também uma ótima pessoa. Eu o amo muito. Eu espero que o ‘O Agente Secreto’ traga muitas coisas a eles”, afirmou o diretor ao receber a premiação.
O longa se destacou como um dos prováveis vencedores do prêmio na última semana, após sua estreia no festival francês ter vindo com cerca de 15 minutos de aplausos, segundo a jornalista Jada Yuan, do “Washington Post”.
Desde então, o filme ganhou muitos elogios da crítica internacional e também conquistou o Prêmio da Crítica no Festival neste sábado.
O “The Guardian” deu nota máxima ao filme brasileiro, definindo-o como “visual e dramaticamente soberbo”, além de “ambicioso, complexo e elusivo”.
O jornal britânico não foi o único: diversos veículos internacionais também enalteceram o longa na última semana.
O “Hollywood Reporter”, por exemplo, chamou o filme de “magistral”, com um “retorno maravilhoso de Wagner Moura ao cinema brasileiro”. “Ele sempre foi um bom ator, mas Mendonça Filho faz dele uma estrela de cinema”.
Já o site The Playlist escreveu que Wagner Moura “comanda” o “belíssimo drama criminal”, avaliando o filme como A+ (5 estrelas). Para o site, o filme é uma “obra-prima” de Kleber Mendonça Filho, “o esforço mais ambicioso e monumental de uma carreira sem tropeços até agora”.
Com direção de Kleber Mendonça Filho, o longa brasileiro “O Agente Secreto”, indicado à Palma de Ouro, conquistou o Prêmio da Crítica na 78ª edição do Festival de Cannes, hoje.
A honraria é concedida pela Federação Internacional de Imprensa Cinematográfica (Fipresci), que reúne críticos de todo o mundo. O título nacional também se consagrou com o “Art et Essai”, cedido pela AFCAE (Associação Francesa de Cinema d’Art et d’Essai). As informações são da CNN Brasil.
No perfil oficial do Instagram, a equipe de profissionais especializados destacou a produção nacional. “Escolhemos um filme que tem generosidade romancista e épica; que permite a digressão, a diversão, o humor e o caráter, para evocar um tempo e um lugar, e uma história rica, estranha e profundamente preocupante de corrupção e opressão”, afirmou.
“Um filme que faz suas próprias regras, é pessoal, mas universal, que leva seu tempo e atua como um navio de memória para um mundo: o mundo do Brasil governado pelos militares em 1977 e o mundo das pessoas boas em tempos ruins”, acrescentou.
Em comunicado à imprensa, Kleber celebrou o prêmio. “Eu conversei muito com a imprensa […] Nesses dias, eu contei sete vezes que aconteceu das pessoas, ao falarem do filme e tentar me fazer uma pergunta, ficarem com a voz embargada e pararem de falar, porque alguma coisa tinha ativado algo muito forte nelas”, disse.
“Isso aconteceu com jornalistas brasileiros e de nacionalidades diferentes, como franceses, espanhóis e italianos. E eu acho isso muito significativo. Eu acho que é um filme que fala do passado, fala do presente, fala do futuro”, acrescentou o diretor.
A primeira edição da Expo Vale, promovida pela Faculdade Vale do Pajeú, movimentou São José do Egito com uma mostra de destaque nacional de raças de ovinos, caprinos e bovinos. A exposição já nasceu ranqueada, atraindo criadores, estudantes e especialistas do setor agropecuário. A Prefeitura foi uma das principais apoiadoras do evento, que também contou com recursos de emenda parlamentar do deputado federal Augusto Coutinho.
Para o prefeito Fredson Brito, a realização da feira marca a retomada de um legado deixado de lado. “O primeiro evento já ficou pra história. Ver São José do Egito sediando uma exposição desse porte, com a presença dos melhores criadores do Brasil, é motivo de muito orgulho. Resgatamos parte da nossa tradição. Antes, realizávamos grandes exposições, mas infelizmente até o parque foi destruído pela gestão passada. Hoje, mostramos que com trabalho sério é possível reconstruir a história”, pontuou.
O prefeito destacou ainda o papel da gestão na estruturação da feira: “A Prefeitura está totalmente presente na Expo Vale, dando apoio, estrutura e incentivo. Essa parceria com a Faculdade Vale do Pajeú e o deputado Augusto Coutinho mostra o quanto acreditamos no potencial do nosso povo e no futuro da agropecuária regional”. Com o êxito da estreia, a expectativa é que a Expo Vale passe a integrar o calendário oficial da cidade e ganhe novas dimensões nos próximos anos.
Por Larissa Rodrigues Repórter do blog Foto: Pedro Beija/JC Cortesia
Após o resultado da eleição interna do MDB, o deputado estadual Jarbas Filho conversou com a imprensa e adiantou que não pretende deixar o partido.
Visivelmente abatido com a derrota para o adversário, Raul Henry, que foi reeleito presidente da sigla em Pernambuco, Jarbinhas disse também que não entende a forma que Henry quer dialogar, já que o agora presidente reeleito já declarou, hoje, que o partido vai seguir ao lado do prefeito do Recife, João Campos (PSB), em 2026, sem que todos no MDB fossem ouvidos.
Jarbinhas afirmou que não esperava o resultado. “Não esperava por isso, mas toda disputa tem um vencedor e um vencido. E hoje nós fomos vencidos. É a democracia interna do partido. Agora é esperar para a gente ver o que vai fazer da vida, mas de antemão eu já adianto que eu não tenho pretensão nenhuma de sair do meu partido. Eu vou continuar dentro do MDB, nem que seja para fazer oposição”, declarou.
Sobre a aliança do MDB com João Campos, ele comentou: “eu acho lamentável, porque se você perguntar se ele (Raul) consultou os prefeitos, as lideranças do partido, as bases, você vai ouvir a resposta que ninguém foi consultado. A gente está em 2025 e ele está adiantando um pleito”.
“Como ele fala que quer dialogar, se ele já está dizendo que o partido tem um caminho? Se ele não ouviu o senador da república do partido (Fernando Dueire), e não me ouviu, que sou parlamentar do partido. Acho muito difícil, sabe? Não por parte da gente, mas pela postura que ele está mantendo e que foi o que levou toda essa cisão”, acrescentou Jarbinhas.
Instantes após Raul Henry vencer a eleição interna do MDB contra o deputado estadual Jarbas Filho, o prefeito do Recife, João Campos (PSB), parabenizou o aliado em postagem nas redes sociais.
Raul Henry é secretário de Relações Institucionais do Recife e, durante o discurso da vitória, já cravou que a sigla apoiará João Campos para governador, em 2026.
“Quero parabenizar o meu amigo Raul Henry pela expressiva vitória na eleição do MDB estadual, com o importante apoio e trabalho do prefeito Paulo Roberto. Um resultado que honra a história de lutas e de posições firmes desse partido e que aponta para um futuro que olha para um Pernambuco mais altivo e promissor”, afirmou João Campos.
Com a nova vitória de João Campos no MDB, diante da recondução de Raul Henry para a presidência da sigla, novas perguntas surgem à tona, que se acumulam à infinidade de desacertos na articulação política da governadora Raquel Lyra. Os questionamentos parecem mais incisivos do que a busca por respostas óbvias, principalmente olhando para a disputa de 2026 que se avizinha.
Vamos a algumas delas: por que Raquel, ainda no início do seu governo, perdeu a disputa para a presidência da Assembleia Legislativa de Pernambuco, que elegeu Álvaro Porto? Na sequência, como Raquel conseguiu não eleger nomes para o Tribunal de Contas do Estado (até então, uma tradição entre governadores)? O que levou a governadora a perder o apoio do MDB nas eleições municipais de 2024, que preferiu acompanhar o prefeito João Campos?
As perguntas seguem: por que, depois de não se filiar ao MDB, ainda tentou apoiar Fernando Dueire e Jarbas Filho numa disputa interna, sofrendo novo revés político? O que levou a governadora a receber o segundo “não” do ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho? Por que Raquel obteve a maior derrota de um governo na disputa pelas comissões na Assembleia Legislativa?
O que fez a governadora pensar que teria o apoio do seu antigo partido, o PSDB, depois que largasse a sigla por outra? E por que indicou a filiação da vice-governadora no partido, deixando que ficasse lá por menos de 30 dias? O que levou o candidato da governadora a ter o pior desempenho numa capital em todo o país, acumulando apenas 3,21%, mesmo com o 2º maior tempo de televisão? As perguntas são muitas. Mas as respostas cabem ao leitor.
Por Larissa Rodrigues Repórter do blog Foto: Márcio Didier/Cortesia
Nas primeiras palavras agora como presidente reeleito do MDB de Pernambuco, Raul Henry agradeceu aos correligionários que o apoiaram, em especial ao prefeito de Vitória de Santo Antão, Paulo Arruda, e à filha do ex-senador Jarbas Vasconcelos, Adriana Vasconcelos, sua vice.
Raul venceu por 65 votos contra 49 do deputado estadual Jarbas Filho. Henry aproveitou para reforçar que o MDB está alinhado ao prefeito do Recife, João Campos (PSB).
“O que eu disse, hoje, na chegada aqui, é que o que se estava definindo nesse momento, nessa convenção, era a nossa linha política. Não vamos responder às declarações injustas e estaremos abertos ao diálogo. Agora, isso não quer dizer que está em negociação o lado político do nosso partido. Nós defendemos explicitamente uma aliança com o PSB de Pernambuco”, cravou Raul Henry.
Segundo ele, a aliança com o PSB foi construída com “companheirismo, lealdade, reciprocidade e parceria”. “Nós defendemos explicitamente o nome do prefeito do Recife, João Campos”, declarou Henry.
O atual presidente do MDB de Pernambuco, Raul Henry, foi reeleito, neste sábado (24). Ele derrotou o deputado estadual Jarbas Filho, filho do ex-governador Jarbas Vasconcelos.
A polêmica se instalou na última terça-feira (20), quando os franceses acordaram com o burburinho produzido pela manchete do Le Figaro, estampando relatório de 76 páginas produzido pelo Ministério do Interior sobre a Irmandade Muçulmana e suas ações políticas na Europa.
A direita de Jordan Bardella reagiu pedindo ação contundente contra ativistas anticristãos e antissemitas, enquanto a esquerda de Jean-Luc Mélenchon apoiou o direito de os muçulmanos fazerem política e suas teses.
A investigação que embasa este relatório foi realizada no primeiro semestre de 2024 e se baseou em:
• 45 entrevistas com universitários franceses e internacionais;
• 10 deslocamentos em território francês e quatro deslocamentos na Europa, com o apoio da rede diplomática;
• Encontros com líderes muçulmanos nacionais, incluindo três reuniões com representantes da organização “Muçulmanos da França” e vários líderes locais durante os deslocamentos;
• Trocas aprofundadas com diferentes administrações envolvidas.
Os resultados foram apresentados durante reunião ministerial, na qual se discutiram questões de segurança envolvendo a ação política das organizações muçulmanas como a Irmandade, criada no Egito em 1928 por Hassan-Al-Banna, e a federação Muçulmanos da França. O conteúdo do relatório mostra detalhadamente um projeto de poder, o qual passa pela transformação da sociedade ocidental que conhecemos em uma sociedade guiada pelas leis do Corão.
Indica que a islamofobia tem sido usada como argumento para vitimizar muçulmanos, quando na realidade é uma forma de luta com o estado laico e os fundamentos da República.
É preciso muito cuidado ao tratar destas questões sobre o Islã, porque existem diferentes linhas de pensamento e ação. No Marrocos, por exemplo, o Rei Mohamed VI, cuja função é de ser também líder religioso, proibiu há tempos pregações políticas nas mesquitas.
Segue a linha do profeta Maomé e dos seus seguidores, que conquistaram parte da Europa em 711, após cruzarem o estreito de Gibraltar. Nestas comunidades, as relações com judeus ou cristãos eram pacíficas. El Cid, por exemplo, foi um guerreiro cristão que chegou a lutar ao lado dos árabes nos idos de 1100 onde hoje é a Espanha.
Há alguns anos, a Europa despertou para o crescimento das comunidades muçulmanas com viés político. Em 2023, uma onda de ataques a judeus na França foi atribuída a grupos de islamitas movidos pelo antissemitismo. O relatório do governo francês, que pode ser lido aqui na íntegra em sua versão original, mostra como foi construído o movimento político e seus métodos de ação. Considera que dois personagens foram responsáveis por fomentar este caminho.
Youssef Al-Qaradawi, conhecido por suas posições fortemente antissemitas e antiamericanas, que afirmou em entrevista à TV Al Jazeera, em 2009, esperar morrer como mártir combatendo judeus. E Tariq Ramadan, neto de Hassan-Al-Banna, criado na Suíça, grande influenciador da juventude muçulmana francesa no fim do século passado e início dos anos 2000. Embora pregue o conceito de um Islã europeu, Tariq segue defendendo princípios como o uso de véu pelas mulheres, faz críticas contundentes ao cristianismo e ao judaísmo, religiões por ele consideradas esgotadas, e apoia a luta do Hamas na Palestina.
A ideia e suas ações para estabelecer um poder islâmico europeu foram descortinadas pelo relatório do governo francês de forma direta e objetiva. Antes as coisas nunca eram ditas às claras como agora. O documento joga luz num projeto de poder o qual vai muito além da França, mas se projeta por todo o Ocidente. Depois de inúmeros atentados, uns famosos como Bataclan ou Charlie Hebdo, outros menos, como o incêndio de sinagogas, e outros anônimos como as perseguições a crianças e jovens universitários, parece que o governo francês acordou para o problema.
Coincidência ou não, no mesmo dia em que o relatório virou manchete do Le Figaro, a BBC noticiou a presença do grupo terrorista Hezbollah na tríplice fronteira (Brasil, Argentina e Paraguai) e a recompensa de US$ 10 milhões oferecida pelo governo dos Estados Unidos a quem der informações seguras sobre os mecanismos financeiros do grupo na região.
Faz tempo que grupos terroristas financiados pelo Irã atuam na região, como constatou uma investigação de agentes israelenses e americanos depois do atentado a bomba que, em 1994, destruiu o prédio da Amia (Associação Mutual Israelita) em Buenos Aires matando quase 100 pessoas. Nos últimos 30 anos, a presença deles foi intensificada e criou raízes. Hoje, há uma rede de contrabando, tráfico de drogas e armas, que liga os terroristas ao crime organizado.
Mas voltando ao relatório do governo francês, há um ponto interessante que é o ativismo municipal, no qual os grupos muçulmanos comprometidos com o projeto de poder da Irmandade atuam para exacerbar a islamofobia, como justificativa para atacar judeus ou cristãos. Está claro que os grupos políticos-religiosos agem com o objetivo de criar uma cultura na qual sejam vistos como vítimas de uma sociedade pervertida e perversa.
Os radicalismos viraram o mal deste século 21. Estes anos de polarização política envenenaram profundamente nossa sociedade, que começa a dar mostras do quanto está doente, seja com a esquizofrenia dos bebês reborn, pessoas mimetizadas em animais, solidão tecnológica, dependência cada vez maior das redes sociais, uma decadência que precisa ser parada e reparada.
Enquanto países como o Brasil investem cada vez menos em produzir cidadãos qualificados e instruídos, a China e seus vizinhos do Oriente fazem exatamente o contrário. Daqui a poucas décadas seremos dominados pelos que investiram em conhecimento e educação.
A exposição da realidade europeia pelo relatório do governo francês indica que, de agora em diante, haverá mudanças na política interna, por mais que o presidente Macron tente minimizar isso. Ele saiu fraco da eleição e não está em condições de se impor. Já trocou quatro vezes de primeiro-ministro e não quer briga com a esquerda. Mas será impossível conter a repercussão do relatório no Parlamento Europeu, que em janeiro publicou estudo mostrando crescimento dos atentados terroristas na região. As consequências não tardarão.