Poder 360
O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou nesta terça-feira (15), em entrevista ao Poder360, que interveio para resolver a indisposição entre o deputado licenciado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) e o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos). Disse que telefonou para os 2 para apaziguar a relação e pediu ao seu filho que cessasse as críticas a Tarcísio.
Eis a fala de Bolsonaro:
“Hoje foi botada uma pedra em cima. Conversei com Eduardo e conversei com o Tarcísio. E está tudo pacificado. Tarcísio continua sendo meu irmão mais novo e vamos em frente. Não podemos dividir. O Tarcísio é um tremendo de um gestor (…) nada de crítica para ele. Se tiver, é por telefone pessoal”.
As críticas de Eduardo a Tarcísio começaram depois que o governador indicou que conversaria com empresários do setor produtivo de São Paulo para discutir possíveis reações ao aumento das tarifas impostas pelos Estados Unidos a produtos brasileiros importados.
Desde a semana passada, o governador de São Paulo tem sido mais brando em relação ao governo federal ao abordar o tarifaço do presidente norte-americano, Donald Trump (Partido Republicano).
Logo que a carta destinada a Lula com o anúncio de alíquota de 50% para o Brasil foi divulgada na quarta-feira (9), Tarcísio responsabilizou o governo federal pela medida. Na ocasião, publicou uma nota dizendo que “o governo Lula não entendeu ainda que ideologia e aritmética não se misturam”. No sábado (12), amenizou o tom e afirmou ser necessário unir “esforços” para “resolver a questão”.
Eduardo criticou a estratégia de Tarcísio por, em sua avaliação, prejudicar a pressão de anistia aos envolvidos no 8 de Janeiro, medida citada por Trump. Nesta terça-feira (15), o deputado disse que, para o governador a “subserviência servil às elites é sinônimo de defender os interesses nacionais”.
Na entrevista, Bolsonaro contou que decidiu intervir na relação entre os dois depois da publicação desta frase. Disse que a situação estava saindo de controle. “Apesar de ter feito 40 anos de idade agora, não é tão maduro, talhado para política”, disse. O ex-presidente ponderou que Tarcísio, como governador, tem justificativas para se posicionar em defesa do empresariado paulista.
“O Tarcísio é governador de Estado, não é presidente. Ele tem que estar vendo o empresariado lá de São Paulo, que por tabela é todo mundo. Vai conseguir [resolver o problema]? Não sei. Porque essa decisão são pessoais do presidente Trump”. Apesar de estar inelegível por decisão do TSE, o ex-presidente reforçou na entrevista ao Poder360 que pretende disputar a Presidência da República em 2026.
Ele, no entanto, evitou citar qualquer possível apoio a outro nome caso não consiga reverter sua situação na Justiça Eleitoral –incluindo o de Tarcísio, frequentemente lembrado como um possível “plano B” dentro do grupo bolsonarista.
Essas declarações de Bolsonaro foram dadas durante uma entrevista ao vivo nesta 3ª feira (15.jul) e transmitida no canal do YouTube deste jornal digital para as jornalistas Simone Kafruni, secretária de Redação assistente, e Mariana Haubert, editora sênior.
Assista à íntegra: