Miguel tem a força
De tudo que a pesquisa do Opinião revela hoje, no que diz respeito à sucessão municipal em Petrolina, o que chama mais atenção é a força eleitoral do ex-prefeito Miguel Coelho (UB). Embora tenha uma gestão aprovada por mais de 70% dos petrolinenses, o prefeito Simão Durando (UB), que era vice de Miguel e o sucedeu, quando renunciou para disputar o Governo do Estado em 2022, só elastece a vantagem ante o ex-prefeito Júlio Lóssio (PSDB), quando seu nome é associado ao apoio de Miguel.
Sai de 13 para impressionantes 32 pontos de diferença, uma marca que aponta, indiscutivelmente, Miguel, de longe, a maior liderança do São Francisco. Isso ficou evidente também na eleição de segundo turno para governador. Quando Miguel apoiou Raquel, a tucana saiu de seis mil votos, no primeiro turno, para 86 mil votos em Petrolina. Isso numa região, o Sertão, onde, predominantemente, Marília Arraes (SD) ganhou em quase todos os municípios, associando seu nome ao presidente Lula.
Leia maisMiguel, aliás, foi extremamente correto e solidário com Raquel. Tão logo saiu o resultado do primeiro turno para governador, no qual ficou de fora, indo Marília e Raquel para o confronto final, o então candidato pelo União Brasil anunciou o seu apoio à tucana, sem ao menos ter uma conversa formal. Revelou na mesma noite, ao final da apuração. Engajou-se na campanha como se fosse a sua, mas eleita, Raquel não valorizou Miguel nem tampouco prestigiou o clã Coelho.
Certamente, temendo sombra, porque Raquel Mandacaru é o tipo de política que não abre espaço a ninguém que possa representar, no futuro, uma ameaça às suas pretensões políticas. Não quer, na verdade, ninguém que tenha brilho próprio. É tão narcisista que se olha no espelho todos os dias e diz: “Espelho meu, há alguém nesta face da terra melhor do que eu”.
Com o tempo, o grupo de Miguel se aliou ao projeto do prefeito do Recife, João Campos (PSB), visto, desde já, como o potencial e temente adversário de Raquel em 2026, quando tentará a reeleição. Saindo reeleito no primeiro turno, João se transforma, naturalmente, no candidato natural das oposições. Neste cenário, Miguel e o seu grupo terão papel extremamente importante na campanha de João pelo Interior, especialmente no Vale do São Francisco.
PREFEITO BEM AVALIADO – Ainda retratando o levantamento do Opinião, dos três gestores – Lula, no plano nacional, Raquel no estadual e Simão Durando no municipal – o prefeito é o que detém maior sintonia com a população. O conjunto da sua administração é aprovado por 71% dos petrolinenses, batendo, inclusive, Lula, que tem 58% de aprovação, enquanto a governadora aparece no rabo da gata – 46,8% de aprovação, enquanto 36% a desaprovam.
João no palanque de Simão – O prefeito do Recife, João Campos (PSB), dará o start, amanhã, da aliança eleitoral com o prefeito de Petrolina, Simão Durando (UB), da mesma forma que o União Brasil já fez com o projeto da reeleição dele no Recife. O ato será às 17h, no hotel Grande Rio, na Orla do São Francisco, com a presença de todo o clã Coelho, sob a liderança de Miguel.

A chorona – Rifada pelo PT em seu projeto de disputar a Prefeitura de Caruaru, a deputada Rosa Amorim anda choramingando. “Sou centralizada pelo partido, acho que agora temos uma boa configuração, mas, ao mesmo tempo, acho que foi uma pena o Partido dos Trabalhadores não ter lançado uma candidatura própria. Seria um bom momento para a cidade, o PT está num bom momento”, disse, ontem, na Rádio Folha, ao expressar seu desapontamento com Lula, que prefere o partido no palanque de Zé Queiroz (PDT).
Lula pisa na bola – As declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em evento no Rio de Janeiro, na manhã de ontem, causaram uma turbulência no mercado brasileiro maior do que a esperada para o dia, que tinha duas importantes divulgações nos Estados Unidos, que poderiam mover o humor dos investidores. Após as falas de Lula, o dólar alcançou máxima de R$ 5,43, mas perdeu força e fechou o dia a R$ 5,406, em alta de 0,86% ante o fechamento anterior. Já o Ibovespa, principal índice da bolsa brasileira (B3), abriu em leve alta antes do discurso de Lula, mas inverteu rapidamente o sentido e passou o dia no vermelho, fechando em queda de 1,4%, em 119.936 pontos.

Vai jogar a toalha? – O prefeito de Arcoverde, Wellington Maciel (MDB), criou uma grande expectativa em relação à entrevista coletiva que convocou para amanhã, às 11h. Nos bastidores, a versão mais corrente, vazada por gente aliada dele, é de que anunciará, oficialmente, sua desistência da reeleição. Empresário bem-sucedido em Arcoverde e na região, Wellington não se revelou bom gestor público nem habilidade política. Sua gestão tem um alto índice de rejeição, e nas pesquisas de intenção de voto para prefeito não consegue passar dos 6%.
Curtas
SE A MODA PEGA – A Câmara dos Deputados aprovou, ontem, projeto que prevê a suspensão de mandato para parlamentares por quebra de decoro. O texto altera o regimento interno da Casa Legislativa e dá mais celeridade ao processo suspensivo. Bem que essa moda poderia chegar nas assembleias legislativas e câmaras municipais.
É PRA VALER – De acordo com o texto, a Mesa Diretora terá cinco dias úteis após a ocorrência para encaminhar o pedido de suspensão do deputado ao Conselho de Ética por quebra de decoro parlamentar. O colegiado, por sua vez, terá 72 horas para se manifestar sobre a punição.
IMPACTADO – Em entrevista, ontem, ao Frente a Frente, programa que ancoro pela Rede Nordeste de Rádio, o vice-prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Helinho Aragão, disse que nem ele próprio, agora escolhido como candidato do grupo que está no poder, foi informado com antecedência pelo prefeito Fábio Aragão sobre a decisão dele de desistir da reeleição. “Fiquei impactado. Aliás, ainda estou”, confessou.
Perguntar não ofende: Quando Lula vai se conscientizar de que tem que mudar o ministro Alexandre Padilha, desastroso articulador político?
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