Qual a contribuição que Victor Marques e Mariana Melo podem dar ao Recife?

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

Candidatos a vices em chapas opostas no Recife, Victor Marques (PCdoB) e Mariana Melo (PSDB) disputam a primeira eleição de suas vidas em uma situação de contraste. Enquanto o primeiro é vice do prefeito João Campos (PSB), que pode vencer logo no primeiro turno, já que tem 75% das intenções de voto, a segunda está bem distante de um resultado positivo, já que disputa ao lado de Daniel Coelho (PSDB), que aparece com 7%.

Victor e Mariana concorrem para buscar um espaço na gestão de uma das capitais mais importantes do País, com orçamento de R$ 8,2 bilhões e uma população de 1,5 milhão de habitantes (IBGE 2022). Mas, diferente de Victor, que tem chances reais de virar vice, Mariana está distante de vislumbrar essa possibilidade, primeiro em razão da desvantagem de Daniel, segundo porque só viria a governar o Recife numa eventual candidatura de Daniel após uma eventual reeleição dele.

Experiência

Jovens e com pouca experiência em administração pública, compartilham o fato de serem apreciados pelos grandes fiadores do pleito deste ano. Victor é um dos melhores amigos do prefeito João Campos, que busca a reeleição.

Já Mariana Melo goza de grande admiração, carinho e respeito da governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB). Ao longo de 2024, em algumas agendas públicas, inclusive, Raquel chegou citar com entusiasmo a história de vida de Mariana, quando ainda não se sabia nem se Daniel Coelho seria mesmo oficializado como candidato do Palácio do Campo das Princesas.

É o que se sabe até agora de concreto que teria sido fundamental para as escolhas de seus nomes: a confiança de João Campos e de Raquel Lyra. Mas, o que teriam para contribuir com o Recife? Estão tecnicamente preparados para tamanho desafio? Qual serão seus papéis nas campanhas de João Campos e de Daniel Coelho? São perguntas que ainda levarão tempo para terem respostas sólidas.

Victor está há três anos na Prefeitura do Recife, onde era chefe de gabinete do prefeito João Campos (PSB). Mariana foi secretária executiva de Relações Internacionais e, por aproximadamente 11 meses, foi secretária estadual da Mulher.

Novas rotinas

A reportagem deste blog tentou obter informações sobre a rotina de Victor Marques após ser oficializado como vice de João Campos, em convenção no último domingo (4), para saber que papel ele vai desempenhar nesta pré-campanha e na campanha em si, que começa dia 16 de agosto. Mas a assessoria não enviou informações.

Já Mariana Melo começou uma escuta da população pelo bairro de Coqueiral, onde foi criada. Ela teve, junto com Daniel, encontros com lideranças e candidatos a vereador e vereadoras da chapa, na última semana, após ser oficializada como vice, em convenção no último sábado (3).

Mariana tem encontrado lideranças femininas para alinhar propostas e diretrizes para o Programa de Governo. Ela tem ressaltado sua alegria em disputar a eleição e representar mulheres, negras e da periferia. “Eu sou nascida e criada em comunidades. Minha participação nesta eleição com Daniel nasce da luta que tive para que mulheres ocupem espaços de tomada de decisão.” Esse é o discurso que ela tem adotado até o momento.

Uma das maiores rendas per capita entre as 27 unidades federadas, Brasília exibe uma face cruel, que envergonha o título de patrimônio tombado pela Unesco: paradoxalmente, virou mãe da maior favela do País, maior que a Rocinha, no Rio, que atende por um nome bastante sugestivo: Sol Nascente, inspirado numa novela da Globo exibida entre agosto de 2016 e março de 2017, ambientada na fictícia Arraial do Sol Nascente, trama envolvendo dois amigos de origens diferentes. 

A verdadeira Sol Nascente fica a 60 km do Palácio do Planalto, na Praça dos Três Poderes, de onde despacha o presidente da República. Resultou de uma invasão em terras que se prolongam dentro do território de uma das maiores cidades na Grande Brasília, Ceilândia, com 350 mil habitantes. Junto com sua irmã Taguatinga, separadas por menos de 2 km, formam um conglomerado de mais de 700 mil habitantes.

Rua do Sol Nascente vista de cima

Projetada por Oscar Niemeyer para ter apenas 500 mil habitantes, Brasília é, hoje, a terceira maior concentração urbana do País, com 2,8 milhões de habitantes. Agigantou-se desordenadamente, tendo completado 64 anos em abril passado, fruto de uma visão e do idealismo do então presidente Juscelino Kubitschek, ao custo de US$ 1,5 bilhão, para valores da época. As ocupações irregulares, no entanto, logo passaram a fazer parte da história do Distrito Federal.

Em 1971, Ceilândia foi construída para erradicar as favelas que começavam a surgir nos arredores de Brasília. Foi resultado da CEI (Campanha de Erradicação das Invasões). O Sol Nascente começou a se formar com a expansão de Ceilândia por meio da grilagem.A comunidade que era, inicialmente, um setor de chácaras, chegou a ser considerada um conjunto habitacional, e em 2019 se tornou uma região administrativa separada, divisão própria do DF para descentralizar e coordenar serviços públicos. O nome técnico da área é Sol Nascente e Pôr do Sol por abranger outra comunidade localizada ali perto.

Rua da comunidade do Sol Nascente

Embora parte da população possa conviver com esgoto a céu aberto e em habitações que destoam da arquitetura futurística e do planejamento urbano prometido por Juscelino Kubitschek na inauguração de Brasília, não lembra em nada uma favela.

Quase não se vê uma estrutura residencial que lembre uma palafita, como as do Recife. Suas casas são todas de alvenaria. Já tem um bom comércio, dois grandes supermercados, um restaurante comunitário com refeição a R$ 1, ruas asfaltadas, água potável e, em breve, vai ganhar uma agência bancária e um Instituto Federal, anunciado por Lula no meio do primeiro semestre deste ano.

Nos últimos 20 anos, houve um aumento de 1.299% na população do Sol Nascente. O crescimento exponencial da região deu a ela o título de maior favela brasileira, segundo dados do Censo de 2022 do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Com 36.283 domicílios, a comunidade desbancou a Rocinha, no Rio de Janeiro, onde há, atualmente, 32.962 moradias. 

Segundo o IBGE, 101.866 pessoas moram no lugar. Uma delas é o administrador regional Cláudio Ferreira, filho de pais baianos, mas nascido e criado na Ceilândia. Diferente do padrão geral da favela, recebe um salário de R$ 18 mil para ser uma espécie de prefeito. Seu gabinete é mais modesto do que muitas casas de moradores com maior poder aquisitivo. Na verdade, é um cubículo de madeira, com seu escritório e mais três salas de trabalho. Ele continua morando na Ceilândia e não gosta que chamem o Sol Nascente de favela.

Cláudio Ferreira, administrador regional do Sol Nascente

“Isso é um conceito do IBGE que nós respeitamos, mas aqui não tem cara de favela, mas de uma cidade. Temos água nas torneiras, avançamos bastante no saneamento e o Governo do Distrito Federal já investiu mais de R$ 600 milhões na gestão Ibaneis (governador do DF), na melhoria da infraestrutura”, disse Cláudio. Com ele, trabalha o engenheiro Arthur, vindo da Paraíba. “Eu adoro o Sol Nascente e me dedico no trabalho para melhorar ainda mais as condições de infraestrutura desta cidade, que não é uma favela, como se diz por aí”, afirmou.

Segundo ele, quando se deu a invasão da área, Sol Nascente, na verdade, era uma favela. “As condições sociais eram precárias. A gente não tinha água, não tinha luz. Era tudo na gambiarra. Não tinha estrada, não entrava carro. Tinha que cobrar do Estado para colocar ônibus, passar caminhão de lixo. Todo mundo chegou na mesma situação e precisou organizar a comunidade e eu, modestamente, ajudei muito e vou continuar a ajudar.

A precariedade ainda faz parte do dia a dia dos moradores da região. A renda per capita média é de R$ 710 e o salário médio é de R$ 1.578 por mês, de acordo com dados da Pesquisa Distrital por Amostra de Domicílio (PDAD) de 2021, da Companhia de Planejamento do Distrito Federal. A disparidade é grande quando se compara o mesmo índice com o Lago Sul, o bairro mais rico de Brasília e do Brasil. A renda média lá chega a R$ 23.000

Em 11 de abril, quando participou do lançamento da pedra fundamental do campus do IFB (Instituto Federal de Brasília), o presidente Lula disse ter ficado surpreso com a organização do lugar.

“Faz 1 mês que vim de helicóptero e me comunicaram quando eu estava passando em cima da favela Sol Nascente. Fiquei olhando onde é que estava a favela. Sinceramente, o Sol Nascente não tem nada a ver com o que a gente conhece de favela no Rio, São Paulo, Pernambuco, Ceará”, disse Lula.

Na questão social e de raça, a maioria (68%) da população se declara preta ou parda. Apenas 30% são brancos. No Lago Sul, os números se invertem: brancos são 67% e pretos ou pardos 30%. No Sol Nascente, a insegurança alimentar atinge metade da população, mas o restaurante popular ajudou a reduzir a fome. A maioria esmagadora (92%) dos moradores trabalha em outros locais do Distrito Federal. Ceilândia fica em 1º lugar para destinos de empregos, com 35% dos trabalhadores ativos se deslocando até lá. O Plano Piloto, onde fica a Praça dos Três Poderes, vem em seguida, com 31%.

Restaurante Comunitário do Sol Nascente

Com a população jovem – idade média de 28 anos – e majoritariamente feminina (50,3%), segundo dados da PDAD 2021, a região do Sol Nascente é formada por redes de mulheres. De 30 em 30 minutos, uma mãe da comunidade chama Andreia Lopes Mello, de 39 anos, no portão da sua casa no trecho 3 do Sol Nascente, em um local conhecido como Fazendinha.

Ela, que não se vê como líder, é referência para muitas mães e mulheres que moram na área que, dentro do Sol Nascente, conta com menos serviços públicos essenciais. Andreia, mãe de quatro crianças com idades entre 2 e 16 anos, diz que a região da Fazendinha está fora do mapa.

“Não estamos dentro do mapa. O que significa estar fora. Sem água, sem luz, sem energia, sem esgoto. […] Aqui é um pedacinho da nossa luta. Nós moramos em um lugar longe de tudo. Não temos água encanada, não temos luz, não temos esgoto, não temos ônibus para a gente poder se deslocar. A gente passa dois dias sem uma gota d’água ou mais. Às vezes a gente fica dois, três ou quatro dias sem luz”, diz Andreia.

Olhando para a rua em frente à sua casa, Andreia percebeu que todos os dias, crianças subiam para a “Fazendinha” a pé, antes das 6h da manhã, para ir à escola. A rua não é asfaltada e, com chuva ou com sol, com o pé cheio de lama ou de poeira, as crianças repetem a jornada. Ela, que também levava os filhos para a escola, decidiu pesquisar sobre o direito de as crianças terem transporte escolar público.

“A criança tem direito de transporte escolar, tem direito de ter um estudo digno. De chegar no colégio limpo, de não chegar numa escola cansado e não conseguir estudar. Em 2022, eu comecei a procurar o direito das crianças. […] E eu descobri que eles tinham direito de transporte, por causa da quilometragem. Primeiro, a gente levou uns 200 ‘nãos’, mas com muita garra, conseguimos”, conta. Em 2022, Andreia conseguiu a liberação de um ônibus escolar para as crianças do Trecho 3 do Sol Nascente. Neste ano, foram mais três veículos liberados pelo Governo do Distrito Federal.

Em evento realizado hoje, o ex-presidente Jair Bolsonaro prometeu retornar a Caruaru para “caminhar ao lado de Fernando Rodolfo”, candidato do PL à prefeitura. Durante seu discurso, Bolsonaro foi enfático ao afirmar: “Ou estão comigo e Fernando ou contra nós”. O ex-presidente teve 42% dos votos na cidade nas últimas eleições presidenciais.

Fernando Rodolfo, por sua vez, declarou querer “colocar ordem em Caruaru”. “E trazer de volta o progresso econômico, urbano e social”, concluiu.

O ex-presidente Jair Bolsonaro atraiu uma multidão de apoiadores em Caruaru, lotando as ruas da cidade em um evento da direita ao lado do candidato à Prefeitura do município, Fernando Rodolfo. A concentração começou em frente à TV Asa Branca, de onde se deslocaram para o local do evento. Lá, Bolsonaro participou de um encontro com pastores e discursou para mais de 4 mil pessoas, de acordo com a organização.

Gestora anfitriã do evento realizado hoje, a prefeita do Ipojuca, Célia Sales, prestigiou a abertura do 1° Encontro Estadual das Patrulhas Maria da Penha, realizado no auditório do Senai, em Ipojuca Centro. Em alusão ao Agosto Lilás, mês de conscientização e combate à violência contra a mulher, a iniciativa reuniu guardas municipais de todo estado de Pernambuco e da Bahia que possuem a Patrulha Maria da Penha numa oportunidade de compartilhar experiências e apresentar as boas práticas na área. A atividade foi uma parceria da Prefeitura do Ipojuca com a Guarda Municipal de Vitória do Santo Antão e Associação de Guardas de Pernambuco. Participaram do encontro mais de 150 pessoas entre secretários, agentes de segurança e representantes de instituições ligadas ao tema.

“Esse encontro é uma oportunidade para fortalecer ainda mais a nossa rede. Ontem, 7 de agosto, foi o dia que a Lei Maria da Penha completou 18 anos, sendo um instrumento fundamental para o trabalho de proteção das mulheres vítimas de violência. Fico muito agradecida por saber que Ipojuca foi escolhida para sediar este evento. O nosso município tem se destacado pelo trabalho integrado entre as secretarias, o que nos permite oferecer um atendimento humanizado e eficaz, nos colocando hoje como uma cidade referência no Estado. Somos pioneiros na adoção de políticas públicas voltadas diretamente para essa área, como por exemplo o Centro de Referência da Mulher Dona Amarina e o botão do pânico que nossa gestão adquiriu”, disse Célia Sales.

“A nossa Patrulha Maria da Penha é um modelo a ser copiado pelas demais guardas. O investimento feito pela prefeita faz com que tenhamos bons resultados nesta área. Ipojuca conseguiu reduzir mais de 70% da violência nos últimos anos, principalmente, contra a mulher” relatou o secretário da SDS, Osvaldo Morais. Para a secretária da Mulher do Ipojuca, Lucélia Nunes, “a Patrulha hoje não se resume apenas em fazer uma fiscalização de medida protetiva, ela faz um serviço completo, que vai de suporte a acompanhamento. A troca que tivemos neste encontro foi muito significativa para que outros municípios possam ver como funciona o atendimento de combate à violência contra à mulher”, falou.

A carreata promovida pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em Caruaru movimentou as ruas da Capital do Forró. O ato contou com a presença do candidato a prefeito do PL, Fernando Rodolfo, de deputados federais e estaduais e lideranças regionais da direita.

“Alguns falsos democratas achavam que podiam impedir essa manifestação pacífica, ordeira, mas foram derrotados na Justiça Eleitoral, que autorizou esse ato e garantiu a liberdade de expressão da direita de Caruaru. A campanha ainda não começou, mas a presença de Bolsonaro nos enche de ânimo e certeza de que faremos um grande resultado”, afirmou Fernando Rodolfo.

Após a carreata, o grupo seguiu para uma reunião com pastores e depois com militantes da direita do Agreste e Sertão.

Registro de candidatura, julgamento sob perspectiva de gênero, desinformação, propaganda eleitoral, prestação de contas e novas regras para as Eleições 2024. Esses são os temas a serem abordados em novo seminário de atualização em Direito Eleitoral promovido pelo Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE), através da Escola Judiciária Eleitoral (EJE-PE). O evento, que é aberto ao público, está marcado para a próxima sexta-feira (9), das 8h às 17h30, na sala de sessões do edifício-sede (Av. Gov. Agamenon Magalhães, 1160 – Derby, Recife).

A formação faz parte da agenda de atividades da Justiça Eleitoral de Pernambuco em preparação para as eleições municipais de 2024. O objetivo é compartilhar com a sociedade civil temas relevantes do processo eleitoral. O evento conta com a parceria da Federação das Mulheres Pernambucanas (FMPE) e da Ordem dos Advogados de Pernambuco (OAB-PE).

As aulas serão ministradas por Narele Coelho (assessora de Gabinete), Marcos Andrade (chefe da Seção de Contas Eleitorais), Gilvan Oliveira (assessor de Comunicação), Luciana Machado (coordenadora da Comissão de Propaganda Eleitoral) e Orson Lemos (diretor-geral), todos servidores do TRE-PE e capacitados nas temáticas abordadas.

O curso terá emissão de certificado. Para realizar a sua inscrição, clique aqui. Também haverá transmissão simultânea, com tradução em libras, através do canal do TRE-PE no YouTube.

Do site do TRE.

Logo mais, exatamente às 21 horas, trago o relato completo de tudo que vi, na manhã de hoje, na favela Sol Nascente, a maior do Brasil em densidade demográfica, aqui em Brasília. Bateu a Rocinha, no Rio de Janeiro, não em violência, mas em população.

Fica a 60 km da Praça dos Três Poderes, onde está o Palácio do Planalto, local de despacho do presidente Lula. Num grande contraste com a Brasília rica, com renda per capita de R$ 26 mil, Sol Nascente tem média salarial de R$ 740, menos de um salário.

Por Inácio França para o Marco Zero Conteúdo

A presença de Jair Bolsonaro e seu candidato a prefeito em Recife, Gilson Machado (PL), antecipando a campanha de rua na sacada da sinagoga Kahal Zur Israel constrangeu a parcela progressista dos quase 2.500 judeus pernambucanos. O Coletivo Judeus e Judias pela Democracia em Pernambuco emitiu uma nota para demonstrar “indignação e repúdio” diante da “manipulação da fé em proveito de interesses partidários”.

Porta-voz do grupo, o psicólogo e mestre em Educação Judaica pela Universidade Hebraica de Jerusalém, Marcos Gandelsman, disse que o grupo decidiu se posicionar diante da instrumentalização da religião pelos políticos do PL. “Não é algo pontual, isolado, é uma tática global da extrema-direita. Eles já fazem isso com as igrejas evangélicas, agora fizeram isso na sinagoga que, mais do que templo religioso, é um símbolo de tolerância religiosa”, afirmou.

Leia a íntegra da nota com o posicionamento do grupo:

“Nós, do Coletivo Judeus e Judias pela Democracia-PE, manifestamos nossa indignação e repúdio pela utilização das dependências da Kahal Zur, a primeira sinagoga oficial das Américas, como palco de proselitismo religioso, servindo a usos políticos de um território e patrimônio religioso e cultural judaico pelo sr. Jair Messias Bolsonaro, por políticos de nosso estado que o acompanhavam, e por suas comitivas. Esse ato, que repercutiu na Marco Zero e em outros canais de mídia, alerta para a prática corriqueira neste país de aparelhamento e uso indevido da fé, que leva aos templos a disseminação das pautas de costumes tão apreciadas pela direita, motivo central da trajetória política deste representante inelegível da extrema direita nacional.

Para a sociedade brasileira temos a dizer que nos opomos a todas as formas de manipulação da fé em proveito de interesses político-partidários, baseados em retórica, falso moralismo e policiamento ideológico. Estas tem sido práticas corriqueiras de setores da direita nacional, ao sequestrarem símbolos judaicos a fim de atrair parcelas do eleitorado sensíveis à narrativa bíblica e às tradições religiosas que se baseiam neste registro.

Ao repudiarmos este ato estamos defendendo também o patrimônio simbólico e histórico da Sinagoga Kahal Zur Israel, tanto para nosso país quanto para a comunidade judia local e mundial. Símbolo de tolerância religiosa, e do valor judaico de congregar, a Kahal é um lugar de memória que merece ser respeitado e preservado. Em um país democrático e laico não se pode legitimar semelhante atividade política em um espaço religioso e de prática comunitária.

A baixa audiência desse injustificável evento confirma que o povo pernambucano, que garantiu a retomada democrática neste país junto aos demais estados do Nordeste, não se deixará ser usado de palco e palanque para nenhum retrocesso. Nós, do coletivo Judeus e Judias pela democracia, reiteramos nossa disposição de luta pela preservação de todas as identidades culturais e religiosas ameaçadas pelo autoritarismo político-partidário. Fazemos parte de uma comunidade e temos o dever, de forma livre e transparente, de nos posicionarmos pela defesa dos direitos humanos e contra quaisquer tentativas de, perante a opinião pública, atrelar o judaísmo, suas tradições e espaços de congregação às práticas abjetas da direita nacional”.

O eleitorado feminino supera o masculino em 174 dos 184 municípios de Pernambuco, o que equivale a 94% das cidades. Em apenas 10 municípios, os homens são maioria e todos com eleitorado de pequeno porte, abaixo dos 20 mil eleitores. Das cidades pernambucanas, a capital, o Recife, concentra a maior proporção de mulheres no total de eleitores, com 55,26%, ou 674.123 eleitoras. Na sequência, aparecem Caruaru (55,24%), Olinda (55,14%), Garanhuns (54,81%) e Paulista (54,80%).

Dados divulgados pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) mostram que as mulheres permanecem sendo a maioria do eleitorado pernambucano nas Eleições Municipais de 2024. Ao todo, são 3.818.448 eleitoras no estado aptas a participar do pleito, o que equivale a 53,38% do total. Os municípios com maior concentração de mulheres no eleitorado total são os colégios eleitorais mais expressivos.

As cidades sertanejas de Parnamirim, Quixaba, Moreilândia, Primavera e Tacaratu são os municípios cuja divisão do eleitorado é quase metade para cada gênero: Tacaratu, onde as mulheres são maioria (50,02%), há uma diferença de 10 eleitoras a mais que eleitores. Em Moreilândia, também no Sertão, a diferença é ainda mais apertada: oito eleitoras a mais. Primavera tem seis eleitores a mais que eleitoras.

Homens são a maioria do eleitorado em 10 cidades

Apenas 10 municípios de Pernambuco têm a maioria do eleitorado masculino. São cidades pequenas, com menos de 20 mil eleitores, onde a vantagem não ultrapassa os 5 pontos percentuais: Terra Nova (52,07%), Santa Filomena (51,58%), Ingazeira (51,37%), Carnaubeira da Penha (50,84%), Ibirajuba (50,69%), Santa Cruz (50,40%), Granito (50,37%), Solidão (50,31%), Parnamirim (50,08%) e Primavera (50,03%).

Do site do TRE.