Bancada evangélica busca Planalto para aumentar imunidade tributária de igrejas até na conta de luz

A bancada evangélica iniciou articulação para aprovar uma emenda à Constituição que aumenta os benefícios tributários para as igrejas, possibilitando que haja imunidade para gastos com energia elétrica e até mesmo para a compra de bens, como carros e aviões.

Especialistas em direito tributário ouvidos pela Folha dizem que a proposta vai na contramão de decisão do STF (Supremo Tribunal Federal) e tem brechas para distorções, se não for melhor regulamentada posteriormente.

O idealizador da proposta, deputado Marcelo Crivella (Republicanos-RJ), procurou o apoio do Palácio do Planalto, que se encontra em um momento de fragilidade no Congresso Nacional, buscando construir uma bancada aliada. As informações são da Folha de S.Paulo.

O parlamentar esteve nesta semana com o ministro da Secretaria de Relações Institucionais, Alexandre Padilha, para pedir apoio à PEC (proposta de emenda à Constituição). Dele ouviu que, em princípio, o governo não se oporia à medida, mas que serão ainda avaliados internamente impactos e posicionamento oficial.

Segundo relatos, Padilha também teria dito que conduziria o tema sem filtro religioso e que, se a proposta for adiante, será um debate suprarreligioso e valerá para todas as fés e crenças, de templos evangélicos a centros de umbanda.

“Acho que vou contar com o apoio dele. Conheço o Padilha há muitos anos. Sei também que ele apoia o trabalho que todos os tempos religiosos fazem no Brasil, independente de denominação”, disse Crivella.

“Gostaríamos muito de ter o apoio do PT, como tivemos o apoio de diversos outros parlamentares de todos os partidos”, completou. O texto teve mais de 300 assinaturas para ser protocolado e precisa de 171 votos no plenário para ser aprovado.

O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ainda busca consolidar sua base de apoio no Congresso. Padilha não costuma dizer a quantidade de parlamentares da base, porque diz que deputado não é gado para ser contado.

O fato é que o Planalto tem trabalhado para, além dos votos de aliados e partidos da frente ampla, buscar expandir para partidos de centrão no “varejo”, inclusive aqueles que eram da coligação de Jair Bolsonaro –além do PL de Bolsonaro, o Republicanos e o PP.

A PEC que aumenta a imunidade tributária da igreja foi protocolada oficialmente na quarta-feira (15), contando com um número expressivo de assinaturas: 380. O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), anunciou logo na sequência que a proposta seria remetida “imediatamente” para a CCJ (Comissão de Constituição e Justiça).

A proposta isenta não apenas instituições religiosas de pagar ICMS, ISS e IPI, mas também partidos políticos, inclusive fundações, entidades sindicais dos trabalhadores, das instituições de educação e de assistência social, sem fins lucrativos, que são já classificados pela Constituição como imunes.

Portanto, se aprovada da forma como está, reduziria a conta de luz de um templo religioso ou da sede de um partido político, mas poderia também comprar um carro de luxo em nome da entidade sem pagar impostos –é justamente esta a distorção apontada por especialistas.

“A PEC pretende que os bens e serviços adquiridos pelas igrejas não paguem ICMS, ISS e/ou IPI. Por exemplo, se a igreja comprar um carro, lancha ou avião, não pagaria ICMS na aquisição. Se for isso mesmo, vai muito além de qualquer entendimento judicial, inclusive do STF”, afirmou Flávio Prado, vice-presidente da Delegacia Sindical de Santos do Sindifisco (Sindicato Nacional dos Auditores da Receita Federal).

Prado acrescenta que as decisões do Supremo chegaram a garantir apenas isenção de IPTU e IPVA para imóveis e veículos de igreja.

“Outro exemplo: todas as igrejas passariam a pagar contas de energia mais baratas, já que não haveria o ICMS embutido no valor da conta de energia. E, é claro, fica implícito que todos os demais contribuintes terão que sustentar essa conta”, completou.

Para professores de direito tributário, a medida expande de forma ampla a imunidade, na contramão do STF, mas poderia passar a valer, caso assim julguem os parlamentares. Contudo, não da forma como está, precisaria de modificações para impedir que ocorram distorções permitindo irregularidades.

“Essa emenda constitucional vai além do que o Supremo disse? Formalmente, sim, mas acho que tem que rever. Hoje pela jurisprudência do STF o que essa proposta de emenda faz é alargar. Tem subsídios para isso, tem, mas está alargando”, disse Bianca Xavier, professora da FGV do Rio de Janeiro.

Para Heleno Torres, professor da USP, a proposta pode ser positiva em casos específicos, em especial para educação. Ele cita, por exemplo, contas de luz mais baratas, sem ICMS, de escolas municipais, com orçamentos apertados.

“O que tem que evitar são escândalos. Há potencial de escândalo, abuso, de compra de jatinho para partido político, imunidade para comprar móvel para casa de presidente de partido. Isso que tem de coibir”, disse Torres.

Mais além, ele defende que a proposta seja aprovada, se houver uma lei complementar para limitar o benefício para atividades essenciais e especificar quais são.

Na justificativa do texto, Crivella, bispo licenciado da Universal, argumenta que o objetivo é apenas propor a “textualização” daquilo que o Supremo Tribunal Federal já havia decidido. No entanto, tributaristas apontam que ela não apenas extrapola essas decisões como vai na direção contrária do entendimento dos ministros do STF.

A decisão jurídica em que a PEC se apoia não dizia respeito, especificamente, sobre imunidade tributária. Hoje a norma que vale é a que proíbe a ampliação de benefícios tributários em bens e serviços.

Os irmãos Joesley e Wesley Batista, executivos das empresas do grupo J&F, que controla a JBS, integrarão a viagem do presidente Lula Inácio Lula da Silva à China. A informação foi divulgada neste sábado (18) pelo jornal “O Globo” e confirmada pelo g1.

Segundo o ministro da Agricultura, Carlos Fávaro, além de Joesley e Wesley Batista e de outros 86 empresários já listados na comitiva, cerca de mais 10 enviaram confirmação nos últimos dias e também integrarão o grupo na viagem presidencial. O ministério divulgou 102 nomes de diferentes setores do agronegócio.

“Então [vão] perto de 100 empresários das mais diversas áreas ligadas ao agronegócio. Pequenos, médios e grandes. E vários setores. Não só que buscam melhorar suas relações comerciais para exportar para a China, mas também para importar insumos e tecnologia para a agropecuária brasileira”, disse o ministro.

Na viagem à China, o governo brasileiro não vai custear os gastos dos empresários, que terão que bancar suas despesas. O grupo levado por Fávaro tem previsão de ficar na China de 20 a 30 de março.

Joesley e Wesley são filhos de José Batista Sobrinho, fundador da JBS, que é uma multinacional brasileira que atua na área de alimentos. Os irmãos são os acionistas controladores da companhia por meio da J&F Investimentos, uma empresa que dividem meio e meio.

Em 2017, Joesley ficou conhecido nacionalmente por ter gravado o então presidente Michel Temer supostamente dando aval para a compra do silêncio do deputado cassado e ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ), depois que ele foi preso na operação Lava Jato.

A viagem de Lula está prevista para acontecer entre 26 e 31 de março. Em Pequim, capital chinesa, estão previstas reuniões com o Presidente Xi, com o Primeiro-Ministro da China, Li Qiang, e com o Presidente da Assembleia Popular Nacional, Zhao Leji.

Além de empresários, a comitiva presidencial será composta de parlamentares, governadores, ministros de Estado. Ao longo da visita, segundo o Palácio do Itamaraty, haverá eventos empresariais, seminários e a assinatura de atos governamentais.

A China é, desde 2009, o maior parceiro comercial do Brasil. Em 2022, segundo dados oficiais, a corrente de comércio (exportações e importações juntas) atingiu recorde de US$ 150,5 bilhões.

Delação premiada

Em 2017, os irmãos Batista fecharam acordo de delação premiada com o Ministério Público Federal no âmbito da Operação Lava Jato.

De acordo com depoimento de Joesley Batista, durante a delação premiada, o frigorífico JBS exercia influência no Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) por meio do ex-ministro da Fazenda, Guido Mantega, durante a gestão petista.

O empresário contou que pagava como propina uma taxa de 4% do valor de cada contrato aprovado no BNDES, assim como dos aportes financeiros feitos por meio da BNDESpar, o braço do banco que investe em participações de empresas e é acionista da JBS.

Por medida cautelar, os empresários haviam sido proibidos de trabalhar, desde 2017, em suas empresas.

Em 2020, porém, a Sexta Turma do Superior Tribunal de Justiça (STJ) decidiu autorizar que os irmãos voltassem a exercer funções executivas nas empresas do grupo J&F.

No ano passado, eles figuraram na lista dos dez maiores bilionários do Brasil pela revista Forbes. A fortuna de ambos estava estimada em R$ 22,5 bilhões, cada um deles.

Veja a lista de empresários, divulgada pelo Ministério da Agricultura, que integrarão a comitiva durante a viagem de Lula

1. Antônio Jorge Camardelli – ABIEC

2. Cínthia Torres – Diretora técnica – ABIEC

3. Wesley Mendonça Batista – J&F JBS

4. Joesley Mendonça Batista – J&F/JBS

5. Gilberto Tomazoni – CEO Global JBS

6. Carlos Alberto Macedo Cidade – Diretor Relações Inst. JBS

7. Marcio Soares Rodrigues – Gerente JBS

8. Pedro Felippe Castellain Barbosa de Castro – Diretor Exp. Ásia JBS

9. Renato Mauro Menezes Costa – Friboi

10. Marcela de Souza Afonso Rocha – Diretora JBS

11. Lincoln Bueno – Presidente da Mercúrio Alimentos

12. Paulo Sérgio Mustefaga – ABRAFRIGO

13. José João Batista Stival Júnior – ABRAFRIGO

14. Lincoln Lafaiete – ABRAFRIGO

15. Marcos Antonio Pompei – ABRAFRIGO

16. Rogerio Jose Bonato – ABRAFRIGO

17. João Gonçalves Silva Júnior – FRIGON

18. Ivon da Silva Jr – Frigorífico SILVA

19. Daniela da Silva – Frigorífico SILVA

20. Adilton Bittencourt BOA CARNE

21. Rafaella Bittencourt BOA CARNE

22. Murilo Leite FRISACRE

23. Maria Carolina Rebollo Machado Leite FRISACRE

24. Fabio Ricardo Leite FRISACRE

25. Marcos Paulo Parente Araujo FRISACRE

26. Maíra Santiago Pires Parente FRISACRE

27. Luana da Silva Machado FRISACRE

28. João de Almeida Sampaio Filho – Vice-presidente Minerva

29. Marcio Rodrigues – Masterboi

30. José Eduardo de Oliveira Miron – FRIGOL

31. Sandro Silva de Oliveira Júnior – SUPREMO

32. Alisson Navarro – Diretor Comercial – Marfrig

33. Magno Alexandre Gaia – RAMAX

34. Márcio André Scarlassara – Frigorífico Tavares FTS

35. Jeremias Silva Junior – FRIGORÍFICO ASTRA

36. Diana Miniello Silva – FRIGORÍFICO ASTRA

37. Bruno Candia Nunes da Cunha – FRIGORÍFICO ASTRA

38. Guilherme Meneghelli Oranges – Barra Mansa

39. Fabiano Furlan – Prima Foods

40. Diego Riva Magnabosco – Frigosul

41. Maurício Reis Lima – FRIESP

42. Marcos Barbieri Coutinha – Frisa

43. Francisco Willian Delfino Fortunato – Beauvallet

44. Ricardo Santin – Presidente da ABPA

45. Luis Rua – Diretor de Mercados ABPA

46. Linda Chen – Representante ABPA na Ásia

47. Marcos Antonio Molina dos Santos – Presidente do Conselho BRF

48. Márcia Aparecida Pascoal Marçal dos Santos – Conselheira BRF

49. Rogério Moraes – Diretor Asia BRF

50. Bruno Machado Ferla – Vice Presidente Jurídico e RI BRF

51. Johnny Hiroki Fujihara – Gerente Asia Aurora

52. Cláudio Almeida Faria Rio Branco Alimentos Pif Paf

53. José Roberto Gonçalves – Diretor de Qualidade BRF

54. Etivaldo Vadão Gomes Frigoestrela

55. Etivaldo Gomes Filho – Frigoestrela

56. Eduardo Gomes Caluz da Silva – Frigoestrela

57. Paulo Baub – Frigoestrela

58. José Roberto Goulart – ALIBEM

59. Gilberto Felipe de Souza Junior – COASUL

60. Olavo de Oliveira Lucena – SOMAVE

61. Carlos Eduardo Geminiano – SOMAVE

62. Hugo Leonardo Bongiorno – AVENORTE

63. Schyene Ritter dos Santos Maia – AVENORTE

64. Cristiano Farina Paludo – BELLO ALIMENTOS

65. Alexandre Pedro Schenkel – Presidente ABRAPA

66. Edson Mizoguchi – Coordenador Programa de Qualidade ABRAPA

67. Marcelo Duarte – Diretor de relações Internacionais ABRAPA

68. Jones Yasuda – Assessor Técnico ABRAPA

69. Thomas Paul Reinhart- Assessor Comercial ABRAPA

70. Juan Henrique Mena Acosta – Associação Bioinsumos

71. João Bello Neto – Nortox

72. Barbara Tamara Mendes Lodi – OUROFINO

73. Geraldo Ubirajara Berger – BAYER

74. Daniel Bernardes Fereira Rossi HUBIO AGRO

75. Pablo Gimenez Machado – Diretor Executivo Ásia SUZANO CELULOSE

76. Amaury Pekelman – Diretor Relações Inst. Paper Excellence

77. Claudio Laert Cotrim Passos Paper Excellence

78. Marcelo Kim Yuen Pan Diretor Jurídico Paper Excellence

79. André Meloni Nassar ABIOVE

80. Andressa Silva – ABIARROZ

81. Decio Coutinho – Presidente da ABRA

82. Sueme Mori – CNA

83. João José Pietro Flávio – OCB

84. Nelson Catarino Croda Machado APROSMAT

85. Kleverson Scheffer – MAGGI

86. Julio Fortini – Ecoplan

87. Carlos Alberto de Oliveira Andrade Filho – Representante CAOA

88. Fábio Phelipe Garcia Pagnozzi – Instituto Brics

89. Pedro Paulo Pagnozzi – Instituto Brics

90. Mario Pagnozzi – Instituto Brics

91. Fabrício Patriani – Instituto Brics

92. Lijun Lei – Instituto Brics

93. Itamar Antônio Canossa – Presidente Forum Agro mato-grossense

94. Ivanilse Tofoli Canossa – Forum Agro mato-grossense

95. Fernando Costa – Universidade Brasil

96. Marcelo Peres – Universidade Brasil

97. Stephano Costa – Universidade Brasil

98. Tarcisio Sachetti – Agro Investments Sachetti

99. Alexandre Ferreira Lopes – MECH – centro estudos mercado chinês

100. Ricardo Gracia – MECH centro estudos mercado chinês

101. João Marcelo Costa Fernandez Conde Afrinvest

102. Dereck Favero Birchall – Afrinvest

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes autorizou o compartilhamento de provas para uma das investigações dos atos de 8 de janeiro. Trata-se de uma apuração interna da Polícia Federal contra a delegada Marília Ferreira Alencar. Ela foi diretora da Inteligência do Mistério de Justiça na gestão de Jair Bolsonaro e também atuou como subsecretária de Inteligência da Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal (SSP-DF).

De acordo com a decisão, as provas do inquérito que apura a participação do governador Ibaneis Rocha, Polícia Militar e autoridades nos atos golpistas contra as sedes dos três poderes também serão usadas nesta investigação interna. As informações são do Correio Braziliense.

A investigação quer descobrir se Marília escondeu provas após os mandados de busca e apreensão da operação Lesa Pátria, que investiga os autores dos ataques ao Congresso, Supremo Tribunal Federal e Palácio do Planalto. 

A PF suspeita de que a servidora teria formatado o aparelho celular antes de entregá-lo. “É de elevada gravidade o fato de que a servidora da Polícia Federal teria procurado terceiro com o intuito de ‘formatar seu celular’ o que, em se comprovando as informações acima, pode caracterizar alteração do estado de coisas, qual seja o conteúdo do aparelho, visando a eximir-se de responsabilidade”, diz o documento.

Segundo eles, a conduta configura abuso de autoridade, ainda mais por ter ocorrido no dia 20 de janeiro – em que ocorreu uma das etapas da operação Lesa Pátria.

Em menos de 100 dias no cargo, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) exonerou dezenas de militares de postos-chave da Presidência e da Vice-Presidência da República, além de reduzir significativamente a presença dos fardados em empresas públicas e ministérios.

A intenção de diminuir a presença de militares na administração pública está ligada à “desbolsonarização”. O ministro da Casa Civil, Rui Costa, havia adiantado, no começo do governo, que a troca de assessores comissionados da administração federal iria ocorrer independentemente de serem quadros militares ou civis.

Antes mesmo de assumir o mandato, Lula decidiu retomar tradição que havia sido interrompida por Michel Temer (MDB), em 2018, e indicou um civil para comandar o Ministério da Defesa: José Múcio Monteiro. As informações são do Metrópoles.

No caso dos militares, o presidente estuda um conjunto de regras na tentativa de “despolitizar” as Forças Armadas. Essas mudanças estão sendo idealizadas pela Defesa em uma minuta de proposta de emenda à Constituição (PEC). Lula deverá avaliar a proposta e encaminhá-la ao Congresso Nacional. A PEC deve estipular que militares da ativa que optem por assumir funções públicas (como ministros e parlamentares) passem automaticamente para a reserva.

Atualmente, sargentos, capitães e majores podem disputar as eleições e assumir mandatos. Quando não se elegem, eles voltam normalmente aos quartéis-generais.

A lei atual, que não traz essa restrição, foi alvo de críticas durante o governo Bolsonaro. Isso porque representantes da caserna assumiram cargos na antiga gestão sem deixar a farda. São os casos, por exemplo, dos generais Walter Braga Netto e Eduardo Pazuello, que participaram de eventos eleitoreiros, em diversas ocasiões, ao lado de Bolsonaro.

Foi o que ocorreu com Pazuello, ex-ministro da Saúde. Em 2021, ele subiu em um carro de som e discursou em um ato político de Bolsonaro no Rio de Janeiro.

Um processo administrativo foi instaurado para apurar a conduta do general, uma vez que o Estatuto dos Militares e o Regulamento Disciplinar do Exército proíbem que militares da ativa participem de atos políticos. No entanto, o Exército resolveu não punir o militar.

Segurança pessoal

O número de militares na segurança presidencial também foi reduzido. O delegado da Polícia Federal (PF) Alexsander Castro de Oliveira, que atuou na coordenação da equipe de segurança durante a campanha eleitoral de Lula em 2022, foi nomeado secretário extraordinário de Segurança Imediata do Presidente da República do Gabinete Pessoal do Presidente da República.

Vinculada diretamente ao gabinete presidencial, essa secretaria foi criada por Lula em janeiro para planejar e executar a segurança presidencial. O titular do Palácio do Planalto já indicou ter perdido a confiança em parcela dos militares da ativa e rejeitou ter fardados como ajudantes de ordens.

Os ajudantes de ordens normalmente eram oficiais da ativa de carreira ascendente, que se tornavam muito próximos ao chefe do Executivo. Os ocupantes desses cargos possuem acesso direto ao mandatário, sendo responsáveis por itens pessoais, como o telefone celular e a mala, e compartilham o carro presidencial.

O posto ficou em evidência depois que foi revelado envolvimento do tenente-coronel Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, no caso das joias doadas pela Arábia Saudita ao ex-presidente.

Escolas cívico-militares

Em uma frente mais pragmática, o governo acabou com a diretoria no Ministério da Educação (MEC) responsável pelo Programa Nacional das Escolas Cívico-Militares (PECIM), criado no governo Bolsonaro.

Desde janeiro, membros do Exército que ocupavam cargos no âmbito do programa de escolas cívico-militares têm sido dispensados de suas funções.

Esses militares são designados para “prestação de tarefa por tempo certo”, modalidade usada pelas Forças Armadas para contratar militares da reserva ou reformados como auxiliares no Executivo. Isso significa que, mesmo que os oficiais estivessem lotados no MEC, cabia ao Exército realizar a dispensa deles do cargo.

Aproximação

Nos últimos meses, enquanto promove uma desmilitarização do governo, Lula tem dado gestos na direção dos fardados, na tentativa de se reaproximar. A principal frente trabalha com a priorização dos investimentos nas três Forças, algo que o atual chefe do Executivo federal alega ter promovido em seus dois primeiros mandatos.

Na quarta-feira (15/3), o presidente almoçou com o titular da Defesa e com o comandante da Marinha do Brasil, Marcos Sampaio Olsen, ocasião em que o almirantado apresentou os programas estratégicos da Marinha do Brasil, com ênfase no Programa Nuclear da Marinha (PNM) e no Programa de Submarinos (Prosub).

O almoço já rendeu um encaminhamento: na próxima semana, Lula visitará obras do Prosub em Itaguaí (RJ).

Já na quinta (16/3), o mandatário da República compareceu à posse do novo presidente do Superior Tribunal Militar (STM), o tenente-brigadeiro do Ar Joseli Parente Camelo. A ida dele ao evento foi um encaixe na agenda, visto que o petista cumpriu agenda em Foz do Iguaçu (PR) — que fica a duas horas de avião de Brasília — naquela manhã, para a posse de seu indicado ao comando da usina de Itaipu.

Segundo Victoria Abel, da coluna Igor Gadelha, no Metrópoles, chefes de tropas reconheceram os esforços de Lula e disseram que eles têm funcionado para melhorar a relação. De acordo com esses oficiais, o barulho político ainda existe na base das Forças Armadas, mas já está mais baixo.

Uma amostra dessa boa vontade está em comunicado interno da Marinha, divulgado no dia 8 de março, dias antes do almoço de Lula com o comandante da Força Naval, que deu 90 dias para que militares da ativa se desfiliem de partidos políticos, sob risco de punição.

A Constituição já prevê, em seu artigo 142, que o militar, enquanto em serviço ativo, não pode estar filiado a partidos políticos. No entanto, não há fiscalização constante em torno disso. Ainda não há indicação de que as outras duas Forças sigam o mesmo exemplo e intensifiquem esse controle.

O Ministério Público junto ao Tribunal de Contas da União (MPTCU) solicitou a alteração do local de entrega das joias sauditas em posse do ex-presidente Jair Bolsonaro.

O pedido foi feito pelo subprocurador-geral do MP junto ao TCU, Lucas Rocha Furtado, ao relator do caso, ministro Augusto Nardes, na última quinta (16).

Furtado requisitou que o conjunto que entrou no Brasil sem ser declarado à Receita Federal seja entregue pela defesa de Bolsonaro a uma agência da Caixa Econômica Federal com setor de penhor no Setor Bancário Sul, em Brasília – e não mais na Secretaria-Geral da Presidência, como estipulado pelo próprio TCU na última quarta-feira (15), ao decidir que as joias sejam devolvidas em cinco dias. As informações são da colunista Malu Gaspar, do O Globo.

Segundo o subprocurador, a Secretaria-Geral informou que dispõe de estrutura para receber as joias da grife suíça de luxo Chopard.

O estojo em posse de Bolsonaro, que não foi entregue ao acervo da União, inclui um relógio, uma caneta, um anel, abotoaduras e um masbaha, um tipo de rosário na cultura do Islã.

Além disso, a corte determinou que o colar de diamantes alegadamente destinado à primeira-dama Michelle Bolsonaro, estimado em R$ 16,5 milhões, também seja devolvido à União.

No ofício do MPTCU, Furtado observa que, juntas, as joias podem valer mais de R$ 17 milhões. Ao contrário do conjunto feminino apreendido pela Receita Federal em 2021, com um colar de diamantes, brincos e pulseira de valor estimados em R$ 16,5 milhões, o material em posse de Bolsonaro ainda não foi avaliado.

Isso porque no retorno da comitiva presidencial de uma visita à Arábia Saudita e outros países do Oriente Médio, o estojo de Bolsonaro entrou incógnito no Brasil na bagagem do então ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque.

Na agência da Caixa, o serviço de penhor do banco não só fará a guarda e vigilância em cofres adequados como também poderá avaliar o presente saudita. Segundo o jornal O Estado de S. Paulo, a Chopard oferece os produtos presentes no conjunto por cerca de R$ 400 mil.

O TCU também determinou no último dia 15 a devolução de um fuzil e a pistola dados de presente a Bolsonaro pelos Emirados Árabes Unidos, em 2019.

Assim como fez em relação às joias, o MPTCU solicitou a Nardes que as armas não fossem entregues diretamente à Presidência.

“De igual sorte, quanto às armas que também devem ser entregues pelo Sr. Jair Bolsonaro, a Secretaria-Geral da Presidência da República poderá delegar a guarda desse acervo bélico à Polícia Federal, ou algum outro departamento público com experiência na guarda e manuseio desse tipo de armamento”, ressaltou Furtado.

A equipe da coluna procurou o ministro Augusto Nardes, que informou estar fora de Brasília e, por isso, não despacharia sobre o assunto ainda nesta sexta-feira. Segundo apuramos, a expectativa no tribunal é de que Nardes acate o pedido até a próxima segunda (20), quando expira o prazo do TCU para a devolução das joias.

A determinação de devolver as joias foi a primeira derrota de Bolsonaro desde que o caso veio à tona. No último dia 3, o jornal O Estado de S. Paulo revelou que o ministro Bento Albuquerque e um auxiliar haviam tentado entrar no Brasil com os kits de joias que teriam sido presentes do governo saudita, sem declará-los na aduana do aeroporto internacional de Guarulhos.

O episódio aconteceu em outubro de 2021, e desde então o pacote de jóias femininas está apreendido pela Receita, enquanto o conjunto masculino está com Bolsonaro.

A primeira decisão do ministro Nardes no caso tinha sido a de permitir que Bolsonaro mantivesse o conjunto masculino sob sua custódia, desde que não vendesse ou utilizasse.

O movimento, porém, foi muito mal recebido no TCU, que acabou por determinar em uma decisão unânime que os itens sejam devolvidos.

Antes, porém, segundo relatos de alguns ministros da corte de contas, uma operação casada com a defesa de Jair Bolsonaro ainda tentou blindar o ex-presidente de constrangimentos.

Na própria quarta-feira, os advogados do ex-presidente anunciaram que entregariam as joias e ainda tentaram obter autorização para fazer isso ainda antes do julgamento.

Com isso, tentavam colocar em prática a tese que ministros próximos de Bolsonaro, como Jorge Oliveira e o próprio Augusto Nardes, andavam testando nos bastidores do tribunal: a de que, se as joias fossem entregues, a ação que discutia o assunto perderia o objeto. Dessa forma, o julgamento deixaria de ser necessário e poderia até ser cancelado.

O plano de Oliveira, porém, foi descartado pelos outros ministros, que já estavam prontos para julgar o caso. Ao final, até mesmo Nardes mudou de posição e votou pela devolução das joias.

Na última quarta, a defesa do ex-presidente informou que devolveria os presentes listados pelo tribunal no prazo previsto.

Lideranças do PL têm feito um alerta a Cláudio Castro diante da briga do governador do Rio de Janeiro com o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, e com bolsonaristas da legenda.

Em conversas reservadas, caciques do PL alertam Castro que brigar com Valdemar e bolsonaristas pode fazer o atual governador fluminense trilhar caminho parecido com o de seu antecessor, Wilson Witzel.

Segundo lideranças do PL, Castro precisa ter em mente que a derrocada de Witzel começou quando o então governador do Rio comprou briga com Jair Bolsonaro e seus fiéis seguidores. As informações são do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

Rompido com o então presidente da República e sua base de apoio, Witzel não conseguiu se segurar no cargo quando enfrentou um processo de impeachment na Assembleia Legislativa do Rio (Alerj).

Exonerações

Nas últimas semanas, Castro não apenas irritou bolsonaristas do PL, como também testou a paciência de Valdemar, ao exonerar de cargos no governo apadrinhados do dirigente e do presidente da sigla no Rio, Altineu Côrtes.

O governador entrou em rota de colisão com Valdemar e Altineu desde a disputa pela presidência da Alerj, quando os dois dirigentes do PL apoiaram um nome diferente do defendido por Castro.

Já bolsonaristas têm se irritado com as articulações de Castro para as eleições à Prefeitura do Rio de 2024. O governador defende a candidatura de seu secretário de Saúde, Dr. Luizinho (PP).

Aliados de Jair Bolsonaro no PL, por sua vez, articulam outros nomes. Entre eles, o do ex-ministro e deputado federal Eduardo Pazuello, o do ex-ministro Braga Netto e o do senador Flávio Bolsonaro.

Também irritou bolsonaristas a recente aproximação de Castro com o ex-prefeito de Niterói Rodrigo Neves (PDT). O pedetista quer disputar a prefeitura da cidade em 2024, quando o PL aposta no deputado Carlos Jordy.

Eleições 2026

Na avaliação de aliados de Valdemar no PL, os movimentos de Castro para 2024 visam pavimentar a candidatura dele ao Senado em 2026, quando encerrará seu segundo mandato no governo estadual.

Bolsonaristas e aliados de Valdemar ponderam, contudo, que a candidatura do governador ainda precisa ser debatida, pois tanto Flávio quanto o senador Carlos Portinho (PL-RJ) pretendem disputar reeleição em 2026.

Irritado, Castro exige que o comando do PL no Rio permita sua permanência na sigla. Interlocutores de Valdemar, no entanto, consideram difícil ele atender ao pedido e já classificam a saída do governador da legenda como inevitável.

A aposta entre políticos fluminenses é que, se sair mesmo do PL, Castro acabará se filiando ao Progressistas, de Ciro Nogueira, ou ao União Brasil, de Luciano Bivar.

Na madrugada de 21 de fevereiro de 2013, presos da maior facção do tráfico de São Paulo, o PCC, invadiram uma cela do pavilhão 2 da Penitenciária de Alcaçuz, a maior do Rio Grande do Norte, e mataram a facadas Lindemberg de Melo e Souza, o Berg Neguinho. O assassinato foi decretado pela cúpula da facção no estado. Quatro anos antes, Berg, que era integrante da quadrilha, havia matado um comparsa com quem se desentendeu durante uma tentativa de fuga — e, pelas regras do bando, “sangue se paga com sangue”.

O crime mudou a história do crime organizado potiguar. Berg era respeitado na facção paulista, que até então era hegemônica no estado. Muitos comparsas não aceitaram a decisão da cúpula e romperam com a quadrilha. Nas semanas seguintes, os dissidentes se uniram para fundar, dentro de Alcaçuz, o Sindicato do Crime — facção por trás da onda de violência que aterrorizou o estado na semana passada. As informações são do O Globo.

Logo depois do homicídio de Berg, a facção saiu dos presídios e se espalhou pelas periferias da Grande Natal e outras cidades. O grupo aproveitou-se da insatisfação dos integrantes potiguares do PCC, que tinham que se submeter ao que era decidido em São Paulo.

— Nas cadeias, os criminosos passaram a dizer que não aceitariam ordens de outro estado, que quem mandava no Rio Grande do Norte era a facção local — explica Juliana Melo, antropóloga e professora da Universidade Federal do Rio Grande do Norte.

A nova facção, no entanto, foi constituída nos mesmos moldes da quadrilha paulista. Um estatuto com 16 regras, datado de 27 de março de 2013, pregava que novos filiados deveriam ser batizados e todos os integrantes precisavam contribuir mensalmente para a “caixinha”. Detentos pagam R$ 100 e o valor dobra para quem está solto. Segundo o documento, o prazo para pagamento é de “20 dias mais 10”. Passado o prazo, “a final resolve”. Ou seja, a cúpula, formada pelos fundadores, daria a palavra final.

Uma conversa interceptada pela polícia num grupo de WhatsApp da facção mostra como funciona uma deliberação da “final”. “Mais um vacilão”, escreveu, em agosto de 2014, um dos integrantes da cúpula, sobre um integrante flagrado roubando passageiros de um ônibus. “É parceiro, nós temos que falar pros boy novo que nós conhecemos para não tá roubando ônibus”, respondeu outro. “É passar a visão nas bocas”, completou José Kemps Pereira de Araújo, o Alicate, fundador da facção apontado como responsável pelos ataques da semana passada. A partir daí, roubos a ônibus passaram a não ser mais tolerados.

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Uma das tradicionais feiras de Petrolina passou por uma transformação. Após uma ampla requalificação, o prefeito Simão Durando inaugurou a nova Feira da Cohab Massangano. A cerimônia de inauguração contou com a presença do deputado federal Fernando Filho, do deputado estadual Antonio Coelho, do ex-prefeito de Petrolina Miguel Coelho e do ex-senador Fernando Bezerra.

Instalada há mais de 25 anos, esta é a primeira grande reforma deste tradicional espaço público. As intervenções envolveram desde um redesenho do arquitetônico da feira até a construção de mais de 80 boxes para comercialização de produtos. A estimativa é que, em média, 440 pessoas sejam beneficiadas com essa nova estrutura. 

Com um investimento de cerca de R$ 2,7 milhões, o equipamento ganhou um novo piso; acessibilidade; instalação de gradis; melhoria na iluminação; construção de nova estrutura de sanitários; e reforma na infraestrutura elétrica. A obra também contou com a padronização dos espaços para as bancas dos feirantes, pintura e a construção de um palco para apresentações.

O tradicional espaço de vendas conta com um comércio diversificado como tempero seco, frutas, roupas, carnes, verduras, peixe, tapioca, caldo de cana e o típico pastel. Além disso, tornou-se ao longo dos anos um espaço de convivência social, troca de experiências e ambiente de oportunidades para a comunidade.

De acordo com o prefeito Simão, os permissionários vão poder trabalhar com uma estrutura muito melhor, protegidos da chuva e do sol, em condições dignas de exercerem as suas atividades e incrementar as suas rendas.

“Mais um sonho realizado! Que emoção entregar esse equipamento totalmente reformado. Entregamos a da Areia Branca e agora a Cohab Massangano. É uma obra de suma importância para os feirantes, para a população e para a cultura de Petrolina. Essa feira é um patrimônio de nossa cidade que vai além da venda de frutas e verduras, virou uma parte de nossa tradição. Essa obra vai humanizar essa área, torná-la mais atrativa, acessível e confortável. É a garantia de mais qualidade de vida e dignidade aos feirantes e as pessoas que utilizam o serviço”, destacou o prefeito.

Responsável por destinar emenda parlamentar para custear as obras, o deputado federal, Fernando Filho, destacou a importância do empreendimento e ressaltou que continuará destinando recursos para as próximas intervenções.

“Vamos continuar ousando, batendo nas portas dos ministérios para que a gente possa avançar para as outras feiras que também precisam de intervenção. E Petrolina têm o nosso compromisso. Não vai faltar o apoio da nossa gente e nem o trabalho da nossa força política”, frisou.

A Região Metropolitana do Recife (RMR), Zonas da Mata Norte e Sul e Agreste de Pernambuco devem ter pancadas de chuvas de intensidade moderada até o domingo (19).

O alerta, válido até o fim do domingo, foi feito pela Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), no início da tarde deste sábado (18). As informações são do portal da Folha de Pernambuco.

De acordo com a agência, modelos meteorológicos mostram maior probabilidade para áreas mais ao norte do Estado e o Agreste.

“Ainda há uma situação de bloqueio do vento no litoral segurando as chuvas mais sobre o oceano, mas devido o nível de risco, proximidade do sistema e indicação de mudança do vento é preciso manter um aviso em Estado de Observação nestas áreas”, explica a Apac.

O sistema meteorológico pode se deslocar para o continente a partir da tarde deste sábado até o domingo (19).