No exterior, esforço de Bolsonaro para se descolar de Jefferson não funciona

No título da agência americana AP, reproduzida pelo Washington Post (foto) e por conservadores como Washington Examiner, “Político brasileiro aliado de Bolsonaro recusa prisão e fere polícia”.

“Os acontecimentos foram impressionantes até para os brasileiros, que estão cada vez mais acostumados a políticos e ativistas de extrema-direita criticando a Suprema Corte, e vêm poucos dias antes de irem às urnas”, descreve a reportagem. As informações são da Folha de S.Paulo.

Nos títulos da alemã Der Spiegel, “Ex-deputado íntimo de Bolsonaro ataca polícia com granadas”; do espanhol El País, “Político aliado de Bolsonaro se entrincheira e fere dois policiais para evitar ser preso”; e da rede francesa TF1, “Ex-deputado próximo a Bolsonaro fere dois policiais com granadas”.

No despacho da agência argentina Telám, reproduzido por La Nación e outros, “Aliado de Bolsonaro se entrincheirou, feriu policiais e se rendeu”. Também na francesa AFP, por Le Monde e Le Figaro, ” Ex-deputado bolsonarista fere dois policiais que foram prendê-lo”.

Outros, como os britânicos BBC e The Guardian, ressaltaram na abertura de seus relatos que Roberto Jefferson é “aliado do presidente de extrema-direita Jair Bolsonaro”.

OUTRO LADO

A notícia “impressionante” atropelou o empenho pró-Bolsonaro da direita americana no fim de semana, em coluna de Mary O’Grady no Wall Street Journal, contra Alexandre de Moraes e a “esquerda”, e entrevista do presidente para Ben Shapiro no Daily Wire.

Por Maurício Rands*

Nessa coluna de hoje, peço licença para reproduzir o manifesto idealizado por entidades da sociedade civil, como Derrubando Muros, do qual faço parte, e outras, como Prerrogativas, Roda Democrática, Direito Já, Fórum do Amanhã, Movimento Ética e Democracia.

O texto foi escrito por Antonio Prata. Um registro para nossos descendentes.

Domingo a gente faz um país. Daqui a dez, trinta, cinquenta anos, os que ainda estivermos vivos, poderemos contar com orgulho pros nossos filhos, netos e bisnetos: naquele domingo, 30 de outubro de 2022, eu estava do lado certo.

Não era um lado homogêneo o dos que votaram pra salvar o país da catástrofe. Pelo contrário, éramos gente de todos os cantos do espectro político, mas que passamos por cima das nossas diferenças por concordarmos com alguns pontos inegociáveis. Que só poderíamos ter uma vida digna na democracia. Que, numa Terra redonda, a ciência é quem decide que remédio funciona e qual é charlatanice. Que quando centenas de milhares de brasileiros morrem, prestamos as nossas condolências e solidariedade, não os imitamos, às gargalhadas, morrendo por asfixia.

Ao decidirmos votar em Lula e Alckmin naquele 30 de outubro não escolhemos uma chapa ou um partido político: participamos de um plebiscito entre o obscurantismo e a democracia.

Naquele domingo tão perigoso havia a chance real de um sanguinário se reeleger. Havia a chance real de que, num segundo mandato, ele aparelhasse o STF, mudasse a constituição, silenciasse a mídia, expulsasse, prendesse, torturasse e matasse adversários, como acontece na Venezuela, em Cuba, na Arábia Saudita, na Hungria, no Irã, na Rússia.

O que muitos de nós não percebemos, naquela época, é que além do risco havia ali também uma chance grandiosa. A chance de, pela primeira vez desde a redemocratização, unirmos os melhores quadros do país no mesmo lado. Por décadas, PT e PSDB preferiram brigar. Agora, esquerda, centro e boa parte da direita democrática estão com Alckmin. Armínio Fraga e Emicida estão no mesmo barco. Boulos e Simone Tebet também.

Quem já imaginou João Amoedo e Mano Brown declarando voto no mesmo candidato? Esse monte de gente tão diferente se uniu justamente para garantir o direito de continuar discordando.

Nos unimos por sermos conservadores: queríamos conservar a Amazônia. Queríamos conservar o SUS. Queríamos conservar as instituições e o estado de direito. Nos unimos porque éramos liberais. Acreditávamos que os brasileiros só seriam livres se tivessem, todos eles, pretos e brancos, ricos e pobres, educação de qualidade. Acreditávamos na liberdade de crença em todas as religiões.

Acreditávamos que cada um deveria viver como quisesse, sem um Estado reacionário metendo o bedelho em assuntos privados. Nos unimos porque éramos revolucionários: acreditávamos que o Brasil não estava fadado ao fracasso, que ele podia muito mais do que aquela desgraça torpe que nos destruía.

Neste domingo, dia 30, vamos fazer história. Vamos votar no Lula e no Alckmin, vamos tirar o Bolsonaro da frente e começar a construir um Brasil do tamanho dos nossos sonhos e possibilidades. Para algum dia, lá na frente, poder dizer aos nossos filhos, netos e bisnetos, que o Brasil em que eles vivem, um Brasil justo, sem ódio, plural, diverso, próspero e generoso, foi fruto da nossa luta, fruto da nossa coragem e da nossa união”.

Essa coluna de hoje dedico-a a Marina, minha neta.

*Advogado formado pela FDR da UFPE, PhD pela Universidade Oxford

Candidata ao Governo de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB) criticou a sua oponente Marília Arraes (Solidariedade) e disse que a adversária faz uma campanha de “faz-de-conta” e se escora no presidenciável Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por falta de propostas e realizações.

“A candidata Marília tenta o tempo inteiro se escorar em uma candidatura nacional para justificar a falta de propostas e realizações que ela tem em Pernambuco”, afirmou a candidata nesta segunda-feira (24) em sabatina da Folha e do UOL.

Ela ainda buscou associar Marília Arraes ao PSB, destacando que ela recebeu apoio do governador Paulo Câmara e do prefeito do Recife, João Campos, neste segundo turno.

“Eu sou oposição, estou aqui como a candidata da mudança em Pernambuco. Não tenho nenhum compromisso com o erro e com o passado do governo Paulo Câmara, que deixou Pernambuco em situação muito pior do que pegou. Marília é a candidata da continuidade.”

Disse ainda que a grande maioria da população de Pernambuco deseja mudança e pediu que os eleitores façam uma comparação entre as duas candidaturas.

“O que eu peço à população de Pernambuco é que façam uma comparação de trajetórias, de realizações e de compromissos que cada uma tem”, disse Raquel, que ainda criticou a adversária por não detalhar o seu plano de governo durante o primeiro turno.

Raquel Lyra justificou sua decisão de se manter neutra em relação à eleição presidencial, destacando que neste segundo turno recebeu apoios de aliados de Lula e de Jair Bolsonaro (PL), e disse que o seu objetivo é unir Pernambuco, a despeito da polarização nacional: “Não vou entrar em debate de nacionalização. O presidente escolhido pelos brasileiros, ele vai me receber.”

Ao avaliar o desempenho do PSDB na eleição nacional, que sofreu uma derrota amarga em São Paulo e viu sua bancada na Câmara cair para 13 deputados, Raquel Lyra disse que o partido sofreu o impacto da polarização nacional entre Lula e Bolsonaro.

“A polarização nacional deixou o PSDB e alguns outros partidos perdidos. Mas, passado esse momento eleitoral, vamos fazer uma profunda reflexão, reanalisar o contexto político e construir um partido sólido”, afirmou a tucana.

No início da sabatina, a candidata também comentou sobre o drama pessoal que viveu no dia da eleição do primeiro turno, com a morte de seu marido, Fernando Lucena: “Eu tenho encontrado na minha família e nas pessoas anônimas, do povo, a força para ficar de pé”, afirmou.

Raque Lyra foi entrevistada na série de sabatinas da Folha e do UOL com candidatos ao governo de alguns dos estados nos quais haverá segundo turno. Sua adversária Marília Arraes (Solidariedade) também foi convidada para ser sabatinada, mas ainda não confirmou participação.

Dos 24 candidatos a governador que concorrem no segundo turno, cinco não anunciaram apoios a Lula ou Bolsonaro. Trabalham para estadualizar a eleição e buscam votos entre os eleitores dos dois presidenciáveis.

A sabatina com Raquel Lyra foi conduzida pelos jornalistas Fabíola Cidral e Carlos Madeiro, do UOL, e José Matheus Santos, da Folha.

Clique e confira a sabatina completa:

Do Metrópoles

Preso após atacar policiais federais com tiros de fuzil e granadas, o ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) mantinha um farto arsenal de armas e munições na casa onde mora, na cidade de Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro.

Os armamentos foram encontrados por agentes que cumpriram mandado de prisão expedido pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes.

Nas imagens obtidas pela coluna Na Mira, é possível ver munição de treino e até mesmo de fuzil 556. Duas armas também aparecem nas gravações. Confira:

A agressão violenta do ex-deputado Roberto Jefferson (PTB-RJ) a policiais federais no domingo motivou uma reação imediata da campanha de Jair Bolsonaro (PL). No momento em que o presidente tenta atrair o voto de indecisos com um discurso moderado, pedindo desculpas na TV por seus excessos, a ação extrema do aliado foi vista por pessoas próximas ao presidente como um fato com potencial de jogar o esforço por água abaixo.

Para tentar minimizar o impacto negativo do episódio, o candidato à reeleição foi rápido ao tentar se dissociar do petebista, repudiando o ataque minutos após o ocorrido. Logo que a prisão foi confirmada, divulgou um vídeo em que o chama de “bandido”. As informações são do O Globo.

A expectativa de aliados era que a primeira postagem pudesse estancar a crise, mas não foi suficiente. Na publicação, apesar de repudiar o ataque, Bolsonaro também criticava inquérito aberto pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, autor da ordem de prisão. A repercussão negativa dos detalhes da ação, que deixou dois policiais feridos, pressionou Bolsonaro a condenar Jefferson de forma mais direta.

Ao longo do dia, a conduta de aliados foi mudando. A defesa do ex-parlamentar, com postagens críticas a Moraes, deu lugar a mensagens condenando a ação armada. A senha para a nova abordagem foram as publicações de Bolsonaro.

‘Não tem foto’

Como mostrou a colunista Bela Megale, do GLOBO, o caso gerou um curto-circuito na campanha. Uma das evidências foi a justificativa da ordem de Bolsonaro para o ministro da Justiça, Anderson Torres, acompanhar o caso. Coordenadores da campanha afirmaram que ele iria ao local para “repudiar” o ataque à PF. Já a assessoria de imprensa do ex-deputado disse que o ex-parlamentar exigiu a presença do ministro para negociar sua entrega. Torres não chegou a ir à casa de Jefferson.

O deputado Otoni de Paula (MDB-RJ), linha de frente do bolsonarismo, afirmou que o presidente mandaria até mesmo as Forças Armadas para proteger “o nosso Roberto Jefferson”.

Auxiliares haviam orientado o presidente a não se estender sobre o assunto com o objetivo de evitar trazer para ele a crise desencadeada por Jefferson. Além das postagens, Bolsonaro falou rapidamente sobre o episódio em uma live com aliados no fim da tarde. Ao abordar o episódio, o ministro das Comunicações, Fabio Faria, negou vínculo do petebista com a campanha, ao que Bolsonaro emendou “não ter foto” com o ex-deputado. Foi prontamente desmentido nas redes sociais por imagens de encontros no Palácio do Planalto.

À noite, em um pronunciamento convocado às pressas, voltou a negar vínculos.

‘Parcela raivosa’

Do outro lado da disputa eleitoral, Lula e seus apoiadores foram no sentido contrário ao reforçar os vínculos de Jefferson com Bolsonaro e o bolsonarismo. Nas redes sociais, o deputado federal André Janones (Avante-MG) encabeçou a estratégia, atribuindo ao petebista a função de coordenador de campanha do adversário, o que foi negado. O candidato petista, por sua vez, afirmou em entrevista que a reação teria sido motivada pela criação de uma “parcela raivosa da sociedade brasileira” durante o governo Bolsonaro.

Um dos principais nomes da campanha de Lula, o ex-governador Welligton Dias (PT) também foi na mesma linha e gravou um vídeo em qual crítica o “clima de ódio” que tomou o país nos últimos anos.

A intenção da campanha petista é explorar o episódio nos próximos dias, reforçando a ligação de Jefferson com o Planalto e como símbolo do bolsonarismo. A avaliação é que o discurso radical e antidemocrático afasta esse eleitorado do candidato à reeleição.

Amanhã, faltando cinco dias para a eleição, o eleitor pernambucano irá se deparar com uma enxurrada de pesquisas para governador nesta disputa de segundo turno. Na sua edição de amanhã, o jornal Folha de Pernambuco trará um levantamento do Instituto Potencial. Já a TV-Globo Nordeste, na edição do NE das 19 horas, apresenta os números do Ipec.

Também o Simplex, de Caruaru, tem pesquisa amanhã, assim como o Big Data. A primeira deve ser divulgada pela CBN Recife, enquanto a segunda, da rede Record, será conhecida no noticiário das 19 horas da TV Guararapes, afiliada da Record em Pernambuco.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) lidera a corrida pela presidência da República nos estados de São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro, segundo pesquisa eleitoral Futura Inteligência, encomendada pelo banco Modal e divulgada na última sexta-feira (21). As informações são da revista Exame.

São Paulo

No maior colégio eleitoral do país, São Paulo, Bolsonaro tem 54,7% dos votos válidos, e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece com 45,3%. Para os votos válidos, são desconsiderados brancos, nulos e as pessoas que dizem que não sabem. É desta forma que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) faz a contagem oficial da eleição. 

Votos válidos – SP

Bolsonaro (PL): 54,7%

Lula (PT): 45,3%

Minas Gerais

Em Minas Gerais, onde o ex-presidente Lula venceu no primeiro turno, o petista aparece em segundo lugar nas intenções de voto com 46,5% dos votos válidos. Neste recorde feito entre os eleitores mineiros, Bolsonaro tem 53,5%.

Votos válidos – MG

Bolsonaro (PL): 53,5%

Lula (PT): 46,5%

Rio de Janeiro

No Rio de Janeiro, reduto eleitoral do presidente, Bolsonaro larga em vantagem segundo a pesquisa Modalmais/Futura, com 57,5% dos votos válidos. Neste recorte feito entre os fluminenses, Lula tem 42,5%.

Votos válidos – RJ

Bolsonaro (PL): 57,5%

Lula (PT): 42,5%

Nos números gerais, para o segundo turno da eleição presidencial, o presidente Jair Bolsonaro (PL) tem 50,5% dos votos válidos e o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 49,5%, de acordo com pesquisa Futura Inteligência, encomendada pelo banco Modal.

Para a pesquisa, foram ouvidas 1.200 pessoas entre os dias 17 e 19 de outubro. A margem de erro é de 2,9 pontos percentuais para mais ou para menos. O nível de confiança é de 95%. A sondagem foi registrada no TSE com o número BR-04613-2022. Veja o relatório.

Do Metrópoles

Detido no Presídio de Benfica, Zona Norte do Rio de Janeiro, o ex-deputado federal Roberto Jefferson (PTB) aguarda audiência de custódia, que deve ocorrer ainda nesta segunda-feira (24/10).

Depois, deverá seguir para Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gerincinó. A informação foi confirmada pela defesa do ex-deputado ao Metrópoles.

Jefferson foi detido por volta das 19h de domingo (23/10)​, após horas de negociação com agentes da Polícia Federal. Ele teve a prisão domiciliar revogada e acabou detido em casa, na cidade de Levy Gasparian, interior do Rio de Janeiro.

Do G1

O ex-deputado Roberto Jefferson (PTB) chegou no início da madrugada desta segunda-feira (24) ao Presídio de Benfica, na Zona Norte do Rio, cerca de 14 horas depois de receber voz de prisão da Polícia Federal (PF) e de reagir a tiros e granadas, na manhã de domingo (23).

Havia a previsão de transferência, ainda nesta segunda, para Bangu 8, no Complexo Penitenciário de Gericinó.

Do ataque aos agentes, por volta das 11h de domingo, à chegada a Benfica, à 1h15 desta segunda, foram 14 horas de tensão.

Na semana de 24 a 28 de outubro devem ser divulgados os resultados de ao menos 73 pesquisas eleitorais, segundo dados de registros no TSE (Tribunal Superior Eleitoral).

Os levantamentos incluem dados sobre intenção de voto nas disputadas para presidente e para governos estaduais que disputam 2º turno. As informações são do Poder360.

Eis o calendário de pesquisas:

2ª feira (24.out):

3ª feira (25.out):

4ª feira (26.out):

5ª feira (27.out):

6ª feira (28.out):