Moraes manda PL explicar contratação de auditoria contra urnas

O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), determinou, ontem, que o PL, partido do presidente Jair Bolsonaro, explique em até 48 horas a contratação do serviço de auditoria que resultou no relatório que aponta supostos problemas no sistema eletrônico de votação.

O despacho é endereçado a Valdemar Costa Neto, presidente do PL. Foi dado no inquérito das fake news, que corre no Supremo e tem Moraes como relator. Ele incluiu o caso no inquérito na última quarta-feira, depois de o PL lançar o documento sobre supostos problemas. As informações são do Poder360.

Na decisão, Moraes diz que o relatório contém informações “fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito” e manda o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, prestar uma série de informações.

São elas: 

  • indicar a pessoa jurídica ou natural responsável pela elaboração do documento “Resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE”;
  • em caso de ter sido elaborado por pessoa jurídica, indicar a pessoa responsável pela sua administração;
  • encaminhar o contrato realizado entre o PL e a pessoa física ou jurídica que produziu o referido documento;
  • informar os gastos realizados pelo Partido Liberal (PL) para a contratação da pessoa responsável pela elaboração do referido documento, com envio das notas fiscais relativas aos serviços e todos os comprovantes de pagamento e indicação de proveniência do dinheiro;
  • e encaminhar quaisquer outros documentos produzidos sob as mesmas circunstâncias, notadamente no que diz respeito às urnas eletrônicas.

Ontem mais cedo, o ministro Benedito Gonçalves, do TSE (Tribunal Superior Eleitoral) mandou o PL informar em até 24 horas se usou dinheiro público para contratar o serviço de auditoria.

ENTENDA

Na 5ª, depois da divulgação do relatório, o TSE publicou uma nota afirmando que os questionamentos à segurança das urnas são mentirosos, buscam “tumultuar” o processo eleitoral e atentam contra o Estado Democrático de Direito.

Moraes também determinou que o caso fosse investigado no inquérito das fake news.

“As conclusões do documento intitulado ‘resultados da auditoria de conformidade do PL no TSE’ são falsas e mentirosas, sem nenhum amparo na realidade, reunindo informações fraudulentas e atentatórias ao Estado Democrático de Direito e ao Poder Judiciário, em especial à Justiça Eleitoral, em clara tentativa de embaraçar e tumultuar o curso natural do processo eleitoral”, diz a nota.

“Diversos dos elementos fraudulentos constantes do referido ‘documento’ são objetos de investigações, inclusive nos autos do Inquérito nº 4.781/DF, em tramitação no Supremo Tribunal Federal, relativamente a fake news, e também já acarretaram rigorosas providências por parte do Tribunal Superior Eleitoral, que decidiu pela cassação do diploma de parlamentar na hipótese de divulgação de fatos notoriamente inverídicos sobre fraudes inexistentes nas urnas eletrônicas”, prossegue a Corte.

O PL divulgou um relatório de 19 de setembro em que a equipe técnica contratada pelo partido diz haver “vulnerabilidades relevantes” no processo eletrônico de votação.

“O quadro de atraso encontrado no Tribunal Superior Eleitoral (TSE), referente à implantação de medidas de segurança da informação mínimas necessárias, gera vulnerabilidades relevantes. Isto poderá resultar em invasão interna ou externa nos sistemas eleitorais, com grave impacto nos resultados das eleições de outubro”, afirma o documento.

O relatório foi divulgado no mesmo dia em que o presidente do PL, Valdemar Costa Neto, foi ao TSE para visitar a sala de totalização de votos.

Chamado de “sala secreta” por Bolsonaro, o espaço foi apresentado por Moraes a representantes dos partidos. A jornalistas, Valdemar rebateu a ideia de que a sala é secreta. “Não. Não tem mais [sala secreta]. Agora é aberta”, disse.

Da Folha de Pernambuco

Para reforçar a segurança nas eleições do próximo domingo, 1.563 policiais militares embarcaram, na manhã desta sexta-feira, em direção ao Agreste e Sertão de Pernambuco. Os profissionais chamados estavam no período de férias e serão remunerados em forma de diárias. O investimento foi de mais de R$ 5 milhões.

De acordo com a Polícia Militar, os praças se somam às tropas locais. Com o reforço, 9.625 policiais militares atuarão em todo o Estado durante o primeiro turno das eleições.

O efetivo estará envolvido na segurança e supervisão dos locais de votação, no apoio a juízes e à Justiça Eleitoral nos fóruns e cartórios e também de prontidão em todas as cidades.

O terceiro debate com candidatos à Presidência das eleições 2022 aconteceu ontem, na Rede Globo. O evento foi o último confronto dos presidenciáveis antes das votações para o primeiro turno, no próximo domingo, 2. Marcado por violação das regras, dobradinhas para defesa de ideias em comum e menção constante à corrupção, o debate teve como alvos principais o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o presidente Jair Bolsonaro (PL).

Padre Kelmon (PTB) protagonizou alguns dos momentos mais tensos do confronto, ao interromper candidatos durante suas respostas e sendo reprimido pelo jornalista William Bonner, mediador do debate. Soraya Thronicke (União Brasil) foi o principal alvo dos ataques de Kelmon. Simone Tebet (MDB) manteve o bom desempenho na defesa de propostas para um eventual governo da emedebista. As informações são do Estadão.

Ciro Gomes (PDT) seguiu a estratégia de se posicionar contra a polarização, representada por Lula e Bolsonaro. Felipe d’Ávila (Novo) reiterou em diversos momentos suas propostas liberais e a favor da redução da presença do estado.

Lula ganharia debate, não fosse escorregar em pegadinha de ‘padre candidato’

Para a editora da Coluna do Estadão, Mariana Carneiro, o ex-presidente Lula se preparou para o “ataque” no debate da Globo. Na avaliação dela, o petista elaborou perguntas sobre diferentes assuntos de maneira espontânea, rebateu acusações de corrupção, mas caiu em uma pegadinha do ‘padre candidato’, que provocou o ex-presidente. “Como debate na TV é mais briga do que proposta, destacou-se Padre Kelmon (PTB), controverso sacerdote que nesta eleição veste, além de uma roupa estranha, o figurino de linha auxiliar de Jair Bolsonaro (PL). Ele conseguiu tirar Lula do sério no terceiro bloco, quando o programa passava da meia-noite”, afirma.

Debate era só polarização mergulhada em gasolina

A tensão do último debate antes do primeiro turno se transformou em agressões verbais pesadas a partir de uma fagulha, de acordo com Daniel Fernandes, editor e coordenador das Eleições 2022 no Estadão. “Propostas? Muito pouco. O debate era só polarização mergulhada em gasolina”, afirma.

Fernandes observa que Lula e Bolsonaro se tornaram alvos de questionamentos duros de Luiz Felipe d’Avila e Simone Tebet, respectivamente. “O candidato do Novo questionou Lula sobre corrupção, tema que perseguiu o petista em todo o encontro. Tebet, por sua vez, confrontou Bolsonaro com dados – negativos – sobre sua gestão ambiental”, apontou.

Com as discussões entre Kelmon e os outros candidatos, Daniel Fernandes considera que o debate deixou a tensão para se tornar “uma comédia da pior qualidade”, seguida pelo silêncio — ou a tentativa da produção de silenciar os bate-bocas. “A iniciativa (tática?) fez Kelmon ser advertido por Bonner de maneira veemente. Talvez algo inédito na história dos debates presidenciais realizados desde 1989. Bonner, em silêncio, tentava administrar o caos com visível incredulidade. Sua aparente indignação deveria ser a da população, que em vez de possivelmente vibrar nas redes sociais com as brigas, poderia exigir dos candidatos nas ruas mais propostas, mais projetos”, defende.

Clima de vale-tudo pode ampliar desinteresse do eleitor

Colunista do Jogo Político, do Broadcast, Marcelo de Moraes acredita que o cenário de “vale-tudo” pode afetar o resultado das urnas no primeiro turno, aumentando o desinteresse dos eleitores. “Sob o risco de perder a eleição no primeiro turno, o presidente Jair Bolsonaro apostou suas fichas na tentativa de desgastar Luiz Inácio Lula da Silva para impedir a derrota antecipada”, explica.

A estratégia do chefe do executivo foi bombardear o petista com ataques, associando Lula com acusações de corrupção e travando o debate de propostas. “Cada acusação gerou um direito de resposta, que gerou outro direito de resposta, alimentando um bate-boca no lugar da apresentação de propostas, esquecidas ao longo do debate”, observou.

Debate mantém janela aberta para vitória em primeiro turno

Rafael Cortez, sócio da Tendências Consultoria e doutor em Ciência Política, acredita que o último confronto entre presidenciáveis mantém aberta a possibilidade de vitória do ex-presidente Lula no primeiro turno. “O petista tem basicamente duas tarefas para conseguir a vitória de oposição em primeiro turno: convencer indecisos e cansados da polarização e especialmente, convencer ao comparecimento eleitoral”, analisa.

Já as opções do presidente Jair Bolsonaro são convencer o eleitorado do desempenho no seu governo ou aumentar a rejeição do petista, para evitar o voto útil. “O debate foi um fiel retrato da campanha presidencial. As alianças tácitas estiveram presentes, com alguma inflexão ideológica”, aponta.

Para Cortez, o debate pouco contribuiu para Bolsonaro reverter a imagem negativa e a rejeição ao seu governo. “O destino da eleição deve passar fundamentalmente pela taxa de comparecimento eleitoral”, conclui.

Um incêndio destruiu uma área onde ficam pescadores no bairro do Janga, em Paulista, no Grande Recife, nesta sexta-feira (30). O fogo começou antes das 6h e destruiu diversas barracas. Não houve registro de feridos.

Imagens enviadas para o WhatsApp da TV Globo mostram muita fumaça e chamas altas na área onde ficam os barcos. As informações são do G1/PE.

Presidente da Colônia de Pescadores Z2 de Paulista, Luiz Mangote explicou que foram atingidas cerca de dez barracas, chamadas de caiçaras. Segundo ele, a suspeita é de que um curto-circuito tenha dado início ao fogo.

“Destruiu toda a ferramenta de trabalho do pescador, os apetrechos de pesca, motores. Os pescadores estavam se organizando para ganhar um ‘dinheirinho’ agora no verão e repor os prejuízos com o óleo, pandemia e essas chuvas recentes”, disse Mangote.

Moradores da área relataram ter ouvido explosões e que o incêndio começou por volta das 5h30. Duas equipes do Corpo de Bombeiros foram enviadas ao local para conter as chamas.

O autônomo Luzimar da Silva Oliveira, de 61 anos, estava caminhando quando viu o incêndio. “Tinham barracos pegando fogo, mas não sei quantos exatamente. Os barcos que estava fora da água, na orla, também queimaram. Pelo que vi não teve nenhuma vítima, só danos materiais”, afirmou.

Por volta das 9h, o Corpo de Bombeiros informou que trabalhava no rescaldo, que é quando as equipes de combate às chamas atuam para evitar novos focos de incêndio.

O prefeito do Recife, João Campos (PSB), a cada dia tem dado demonstrações claras na produção de farsas para enganar os que não acompanham a política e os seus bastidores. A última foi dizer que o candidato a governador Danilo Cabral (PSB) foi uma pessoa de confiança do seu pai, o ex-governador Eduardo Campos.

Disse ainda que se Eduardo ainda estivesse entre nós Danilo seria o escolhido natural para governar Pernambuco. Cada um diz o que quer e o que vem na cabeça, mas vamos aos fatos.

Ao assumir o Governo do Estado em 2006, Eduardo tinha o poder de uma indicação pessoal para uma das duas vagas abertas de conselheiro do Tribunal de Contas de Pernambuco. Danilo se considerava o candidato de confiança do ex-governador. Eduardo vetou seu nome e indicou seu chefe de gabinete, Marcos Loreto. Nas eleições de 2012, Danilo se apresentou como pré-candidato a prefeito do Recife pelo PSB para disputar contra à reeleição do prefeito João da Costa (PT). O ex-governador vetou seu nome e indicou Geraldo Julio.

Nas eleições de 2014, mais uma vez, Danilo se colocou como candidato à sucessão de Eduardo, que se desincompatibilizou como governador para concorrer à Presidência da República. Mas Eduardo descartou o nome dele e lançou Paulo Câmara.

Fora Paulo, o ex-governador tinha outras preferências: os atuais deputados federais Milton Coelho e Tadeu Alencar, e a ainda o ex-deputado federal Maurício Rands e o ex-prefeito do Recife, Geraldo Julio.

Toda a militância política do PSB e de aliados sabem, testemunham e comprovam esses fatos históricos. O próprio Danilo chegou a ficar intrigado com Eduardo Campos em função desses e de outros episódios. Ambos nunca conseguiram fazer as pazes até Eduardo Campos morrer no trágico acidente de avião em agosto de 2014, segundo relatos de muita gente próxima dos dois.

Em síntese, o ex-governador tinha na pessoa de Danilo Cabral respeito a um auxiliar tecnicamente qualificado. Ponto. Daí sugerir que Eduardo, politicamente falando, confiava nele, prefeito Joao Campos, é mentira deslavada. Distorcer a verdade para enganar o eleitor não é a melhor opção.

Hoje, no horário do Sextou, entrevista exclusiva com artistas nacionais sempre às sextas-feiras no horário do Frente a Frente, das 18 às 19 horas, estarei ancorando um debate com os convidados José Nivaldo Júnior, marqueteiro e editor do jornal O Poder; Angelo Castelo Branco, jornalista; Emílio Duarte, advogado eleitoral, e Roberto Santos, cientista político. Em pauta, as eleições do próximo domingo.

No Recife e Região Metropolitana, o programa será transmitido pela 102,1 FM, do Recife, integrante do Grupo EQM, do meu amigo Eduardo Monteiro. Também pelas emissoras integrantes da Rede Nordeste de Rádio, um total de 44 nos Estados de Pernambuco, Alagoas, Bahia e Paraíba. Quem quiser acompanhar também pela internet, os canais serão pelo Instagram, Facebook e You Tube do blog. 

Já no domingo, esta mesma equipe estará comigo no programa especial da Rede Nordeste de Rádio sobre a marcha da totalização dos votos para presidente, governador, senador, deputado federal e estadual, também tendo como cabeça de rede a 102,1 FM, no Recife. 

O ministro Paulo de Tarso Sanseverino proibiu o impulsionamento de uma propaganda da campanha do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que chama o presidente Jair Bolsonaro (PL) de “tchutchuca” e “mau militar”, entre outras críticas. Impulsionar o conteúdo é pagar para que ele seja promovido na internet. A prática é permitida na eleição, exceto se for usada para divulgar uma propaganda crítica a adversário político. A propaganda poderá continuar sendo exibida, mas sem o impulsionamento.

A decisão foi tomada a pedido da campanha de Bolsonaro, que tenta a reeleição e está em segundo lugar nas pesquisas de intenção de voto. Lula, que quer voltar ao cargo, está em primeiro. As informações são do O Globo.

“Não obstante viável a realização de propaganda eleitoral com conteúdo crítico a adversário político, o seu impulsionamento na Internet é proibido pela legislação eleitoral e pela jurisprudência desta Corte Superior. Com efeito, a contratação de serviço de impulsionamento de conteúdo para tecer críticas a adversários viola o disposto no art. 57-C, § 3º, da Lei 9.504/1997, visto que o mencionado dispositivo estabelece que tal serviço só pode ter o fim de promoção ou de beneficiar candidatos ou suas agremiações”, diz trecho da decisão do ministro Sanseverino, citando a lei eleitoral.

Na terça, ele negou um pedido de Bolsonaro para suspender a propaganda. Nessa decisão, o ministro entendeu que a peça publicitária “veicula interpretações críticas” sobre o presidente “sem desbordar dos limites legalmente estabelecidos, porquanto ancoradas em um conjunto de frases efetivamente ditas por ele e de matérias jornalísticas veiculadas na imprensa sobre sua atuação profissional ou sobre investigações acerca de seu patrimônio”.

A propaganda questionada por Bolsonaro começa dizendo: “Conheça a verdade sobre o atual Presidente Bolsonaro”. Destaca que ele foi um mau militar, tendo sido preso por indisciplina e depois processado pelo Exército por planejar jogar bombas e quartéis. Intercalando com frases do próprio Bolsonaro, diz ainda que ele defendeu a tortura, pregou o ódio e nunca foi honesto.

Cita a compra de imóveis por sua família com dinheiro vivo. Diz que é agressivo com as mulheres, mostrando xingamentos, mas “tchutchuca” com o centrão, o grupo político que costuma apoiar qualquer governo em troca de verbas e cargos. Aponta ainda que foi eleito presidente em 2018 com uma campanha marcada pelo ódio, mentiras e “fake news”, além de ser “incompetente”, “um desastre na economia” e “desumano na pandemia.”

Candidato ao Governo de Pernambuco pelo Partido Liberal (PL), Anderson Ferreira, participou de dois grandes atos na Região Metropolitana, ontem. Ao lado da candidata a vice-governadora, Izabel Urquiza (PL), Anderson andou pelas ruas e avenidas dos bairros de Paratibe, no Paulista; e do Ipsep, no Recife, e se mostrou emocionado ao revisitar toda a trajetória da campanha.

Ao conversar com a população e reiterar o compromisso com os valores em defesa da família, da pátria e da liberdade, o liberal fez questão de agradecer à militância, aos apoiadores e a cada pessoa que saiu de casa para ouvir e debater propostas para um novo tempo no estado. “Não foi uma decisão fácil a ser tomada, mas fui convocado pelo povo de Pernambuco, e pelo presidente da República, para trabalhar e resgatar em nossa gente o orgulho de sermos quem somos, protagonistas das nossas próprias histórias”, disse Anderson.

“Chegamos na reta final emocionados com uma campanha tão bonita e propositiva, cheia de cores e de esperança. Quero agradecer a cada um, pernambucano e pernambucana, por todo o carinho que a nossa candidatura recebeu em cada canto desse estado. Agradeço, também, ao nosso presidente Jair Bolsonaro, que fez de Pernambuco sua prioridade durante todo esse tempo. E a Izabel e Gilson, meus companheiros de chapa, mais do que gratidão, um chamado: Simbora mudar Pernambuco!”, pontuou Anderson Ferreira.

Sejamos sinceros. Uma coletânea de micro vídeo no TikTok teria mais utilidade para o eleitor do que o último debate entre os candidatos à presidência da República.

Felizmente, ao contrário do que alguns analistas insistem em atribuir, é insignificante o número de eleitores que esperam um debate como o ocorrido ontem para tomar a decisão do seu voto. E pelo adiantado da horas as crianças já estavam dormindo. A análise é do colunista Fernando Castilho, do Jornal do Commercio.

O que reforça o entendimento dos riscos em comparecer a um debate como o desta madrugada não ajudam aos candidatos mais bem posicionado, embora possam ser prejudicados.

Como milhões de eleitores precisavam hoje estar as seis no trabalho a ideia de ficar até as 1:30 em frente da TV para assistir ao circo de horrores levou a que a grande maioria fosse cuidar de dormir o que é muito bom para a Democracia.

O problema do debate não é o encaminhamento que ele tomou com um festival espetacular de estultices que os jornalistas se esforçam para dizer que forma colocações contundentes e que atenderam a estratégias de campanha. Não o debate foi um conjunto espetacular de leseiras e amontoado de frases bisonhas numa tempestade de frases desconexas e sem nenhuma utilidade.

O que o debate produziu foi um festival de mamães na internet que deve alimentar o tráfego nas redes sociais que podem ser até divertidos, mas quem não mudaram um só voto, mas podem fazer com que alguns milhares de pessoas deixem de votar por entenderem que não vale a pena.

O que não significa dizer que para a TV Globo não tenha se beneficiado. Na Grande São Paulo, o encontro entre Luiz Inácio Lula da Silva, Jair Bolsonaro, Ciro Gomes, Simone Tebet, Soraya Thronicke e Kelmon manteve-se nos 30 pontos de audiência ao longo de seus primeiros 45 minutos.

Na verdade, o cenário futurista montado pela TV Globo com disponibilidade de toda sua base tecnológico, a disposição do apresentador de se colocar de forma civilizada foram desperdiçados pelos atores chamados ao evento mais adequados a uma comedia pastelão que simplesmente não era adequada para palco hightech.

É importante pontuar. O debate foi um desastre total como ferramenta de informações para definição do voto do eleitor. Não ajudou em nada a Democracia, senão em expor a fragilidade de candidatos travestidos de postulantes sérios.

De certa forma podemos dizer que os embates dos atores que participam do reality, A Fazenda em exibição pela Rede Record tenha produzido raciocínios mais inteligentes.

O cidadão eleitor e contribuinte saiu prejudicado, mas não se deve achar os dois principais candidatos tenham obtido alguma vantagem.

O candidato a reeleição Jair Bolsonaro, por exemplo, não compareceu ao debate para defender o seu legado de quatro anos. Seu objetivo foi, com ajuda do folclórico Padre Kelmer (PTB) produzir frase para serem usadas em suas redes sociais para distribuição em suas redes sociais.

E ficou claro que, apesar de provocar o adversário em diversas ocasiões, no terceiro bloco do debate, Bolsonaro preferiu não confrontar diretamente Lula. Na verdade, apenas nos direitos de respostas ele se dirigiu diretamente.

A falta de um confronto direto dele com o candidato do Lula da Silva (PT) acabou privando o eleitor de um debate entre os dois o que até poderia ser interessante. Como não houve isso o eleitor ficou prejudicado.

E o que o eleitor perdeu? Tempo de horas de sono.

Porque os candidatos se esforçaram para não dizer rigorosamente nada de novo já que esperar alguma proposta mais consistente para o Brasil nos próximos quatro anos.

Mas algumas frases podem ser destacadas como folclóricas e hilariantes: “Vocês todos aqui, inclusive alguns jornalistas, estão precisando de catequese.” Padre Kelmon. “Depois do auxílio emergencial o senhor arrumou um emprego de cabo eleitoral do candidato Jair Bolsonaro” de Soraya Thronicke que aliás definiu bem a figura do candidato do PTB chamando o candidato de “padre de festa junina.”

Ou “Vacinou-se quem quis. A senhora sabe o que é liberdade? Quem não quiser tomar vacina que não tome.” Jair Bolsonaro sendo ele mesmo.

Alguma pergunta sobre economia: Apenas uma em três horas e meia de Felipe d’Avila (Novo) indagando a Jair Bolsonaro “Qual sua preocupação se o governo cair na mão da esquerda?”, levantando a bola para o atual chefe do Executivo que a ignorou complemente.

No final, nem Lula se colocou de modo a assegurar um vitória no primeiro turno e nem Bolsonaro se colocou tentando arregimentar mais votos além do que já possui. E mesmo que os candidatos que se propõem a uma debate sério se perderam na barafunda de um debate atabalhoado.

Portanto, as crianças saíram ganhando em ir dormir mais cedo. Foram poupadas de terem pesadelos com tantas imagens assustadores produzidas no debate.

O que em alguns momentos deve ter feito o apresentado William Bonner a se a pergunta perturbadora: O que é que eu estou fazendo aqui?