Minha tia Lila é flor lis, minha mãe, flor margarida

Aos 84 anos, Maria Lídia, ou tia Lila, como a tratamos carinhosamente, continua linda e forte, exibindo saúde e bom humor na sua Bahia. Mãe de três mulheres, mora em Vitória da Conquista, no sul baiano. Hoje me enviou esta foto da praia de Itapuã, em Salvador, onde passa temporada ao lado das filhas e netos.

Ela é irmã de minha mãe Margarida, nome de flor. Nasceu a mais bela margarida e morreu em 2013, deixando um pomar de saudade revestido de margaridas. Tia Lila é a última remanescente das seis Marias: Maria de Lourdes, Maria José, Maria do Carmo, Maria Luiza, Maria Lídia e minha Maria Margarida. Seis Marias, seis jardins floridos do chão de vidas secas.

Esta foto de tia Lila me bateu uma grande saudade da minha mãe. As seis Marias eram irmanadas numa fé inquebrantável. Nunca as vi brigando ou choramingando a vida. Tia Lila é uma flor de lis. Linda, maravilhosa. Era apaixonada por minha Margarida, a quem chamava de tia Dó.

Minhas seis Marias se refletem num espelho de saudade, uma foto na parede dolorida. Que felicidade ver minha tia Lila tão bem e feliz na sua Bahia. Eu não sei qual pedaço de chão ela é mais apegada: ao da sua Conquista, onde chegou jovem, casou e constituiu família, ou o nosso torrão sertanejo, de alma de cantadores.

Minhas cinco Marias que Deus já levou foram guerreiras! Deram seu sangue pelo que lutaram. Tia Lila exibe para a nossa felicidade e alegria essa mulher capaz de não conhecer a palavra “desistência”. Ama a todos nós como se respira e torna mais simples o que um dia foi difícil. Seu jeito é doce, sua beleza especial, mas seu coração é o de uma verdadeira guerreira.

Mesmo distante de nós, por uma simples foto exibe jeito de menina, estilo de princesa. Ainda tem sonhos de mulher, mulher mãe, avó. É como uma rainha, uma criança que nunca morre. Já comuniquei que vou em breve fazer uma visita a ela. Quero abraçá-la intensamente para sentir o cheiro da minha mãe.

Quero dizer no seu ouvido também que mamãe, sua irmã Dó querida, não me ensinou só a dar os primeiros passos, mas a amar sem esperar nada em troca. Uma heroína! Se não fosse pela minha mãe, não seria nada do que sou. Ela me deu força, coragem e garra para eu ser a minha melhor versão hoje.

O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) manteve por unanimidade, na sessão plenária de ontem, o indeferimento do registro da candidatura de Wilson Witzel (PMB) ao governo do Rio de Janeiro, determinado pelo Tribunal Regional Eleitoral local (TRE-RJ). Com a decisão, fica mantida a inelegibilidade de cinco anos imposta a Witzel em decorrência de condenação em processo de impeachment movido pela Assembleia Legislativa fluminense, que o afastou do governo do estado em 2021 por crime de responsabilidade e improbidade administrativa.

O ex-governador Wilson Witzel teve o pedido de registro de candidatura ao governo do Rio neste pleito impugnado pelo Ministério Público Eleitoral (MP Eleitoral), por Daniella Monteiro da Silva (PSOL), que concorre à reeleição ao cargo de deputado estadual, e pelo candidato a deputado federal Renan Ferreirinha Carneiro (PSD).

Ao julgar o pedido, o TRE-RJ apontou que não foram apresentadas certidões criminais e assinalou que a condenação em processo de impeachment inviabiliza a candidatura a este e a qualquer outro cargo eletivo. A Corte Regional ainda destacou que não compete à Justiça Eleitoral revisar as decisões da Assembleia Legislativa fluminense (Alerj), tomadas em decorrência de julgamento conjunto com o Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro (TJ-RJ).

O relator do processo no TSE, ministro Benedito Gonçalves, ao votar na sessão desta terça, explicou que a inelegibilidade prevista na Lei Complementar nº 64/1990 (a Lei de Inelegibilidade) incide quando a perda do cargo se fundamenta na Lei nº 1.079/1950 ou no Decreto-Lei nº 201/1967, que regulamentam o processo de impeachment. Segundo o ministro, as duas normas são extensões das constituições estaduais e das leis orgânicas dos municípios em matéria de crimes de responsabilidade.

Gonçalves citou ainda a Súmula TSE nº 41, que estabelece que não cabe à Justiça Eleitoral decidir sobre o acerto ou o desacerto das decisões proferidas por outros órgãos do Poder Judiciário ou por tribunais de contas nos casos em que acarretam inelegibilidade.

Ele votou pela manutenção da decisão do TRE-RJ, determinando a improcedência do recurso ordinário de Witzel, bem como a cessação imediata dos atos de campanha e do recebimento de recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Financiamento de Campanha (FEFC), o chamado Fundo Eleitoral. Os demais ministros seguiram o entendimento do relator na totalidade.

A Justiça Eleitoral de Pernambuco negou pedido de liminar contra a Frente Popular em ação movida pela oposição na disputa para o governo de Pernambuco. Segundo matéria da Folha de Pernambuco publicada na versão impressa de hoje, o desembargador corregedor eleitoral Humberto Vasconcelos entendeu que não há indícios de uso da máquina.

Disse o magistrado que “Apesar das alegações iniciais e dos documentos acostados, não encontro nos presentes autos – ao menos por hora – elementos indiciários de que exista qualquer forma de coação para participação não voluntária e dentro do expediente de servidores públicos, muito menos elementos concretos de uso de bens e serviços públicos que justifiquem a concessão da liminar”.

A Frente Popular tem reiterado que cumpre a Legislação Eleitoral desde o início da campanha eleitoral e que rechaça “qualquer tentativa desesperada de ataque e maculação da campanha”.

Terminou ontem o período de preparação das urnas eletrônicas que serão usadas nas Eleições 2022. A inserção dos dados do eleitorado e das candidaturas aconteceu em todo o estado, que é dividido por 18 polos pelo Tribunal Regional de Pernambuco (TRE-PE). No polo do Recife, localizado no bairro do Bongi, que concentra a maior parte das urnas, o encerramento desta etapa foi dedicado à preparação dos equipamentos destinados à 3ª Zona, na capital, e à 127ª, em Camaragibe.

Ao todo, foram preparadas em Pernambuco 22.415 urnas para votação e 1.690 de contingência – aquelas que serão usadas em caso de problemas. Todo esse volume de foi preparado durante seis dias, quando elas receberam os sistemas oficiais e todas as informações (zonas eleitorais, municípios, partidos, candidatos, eleitores, seções) necessárias para a votação.

A partir da sexta-feira, as urnas começam a ser distribuídas para as seções eleitorais, onde serão instaladas, vistoriadas e usadas na votação.

A militância de Miguel Coelho, candidato a governador de Pernambuco pelo União Brasil, coloriu de azul, literalmente, cor do candidato, a Praça do Derby, centro do Recife, faltando três dias para as eleições.

A guerra interna na Polícia Federal tem um novo capítulo. Estão marcados para esta quarta-feira os interrogatórios dos integrantes da cúpula da corporação acusados de interferir no inquérito que levou à prisão o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.

Os dirigentes da PF foram intimados pelo delegado Bruno Calandrini, responsável pela apuração que mira tanto a corrupção no MEC quanto as suspeitas de interferência indevida que surgiram no caso. As informações são do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.

Deverão ser interrogados outros delegados da direção da Polícia Federal, em Brasília, e da superintendência em São Paulo, encarregada de cumprir o mandado de prisão de Milton Ribeiro, em junho passado.

Como a coluna revelou em meados do mês passado, Calandrini chegou a pedir a prisão da cúpula da PF em razão das suspeitas de interferência. O pedido foi feito à ministra Cármen Lúcia, do Supremo Tribunal Federal.

Entre os elementos apontados pelo delegado para enquadrar os colegas da direção, que já foram indiciados por impor obstáculos à investigação, está a decisão deles de não autorizar a transferência de Milton Ribeiro para Brasília.

Ministra do STF dá salvo-conduto a delegado investigado

Nesta terça-feira, Cármen Lúcia concedeu salvo-conduto a pelo menos um dos alvos da investigação, o delegado Leopoldo Soares Lacerda, coordenador do setor de inquéritos especiais da Polícia Federal.

Lacerda é um dos dirigentes da PF cujo interrogatório está marcado para a tarde desta quarta. Ele havia pedido à ministra a expedição de um habeas corpus para suspender a apuração de Calandrini sobre a suposta interferência, além do cancelamento do interrogatório, a suspensão de seu indiciamento e a garantia de que não poderá ser preso.

No salvo-conduto concedido, porém, Cármen Lúcia assegurou ao delegado apenas o direito de ser interrogado com a assistência de um advogado, de ficar em silêncio e de não ser obrigado a assinar qualquer documento que o coloque na condição de investigado ou mesmo de testemunha.

Nos últimos dias, Lacerda e os demais delegados intimados para interrogatório tentaram obter cópia completa da apuração tocada por Calandrini. Até esta terça, alguns deles cogitavam não comparecer se não soubessem, em tempo hábil, exatamente o que há nos autos.

Com as naturais dificuldades de concorrer a uma vaga na Câmara Federal sem nenhum centavo público, conforme orientação do Novo, o seu partido, Junior Santiago, com base no Pajeú, aposta todas as fichas na reta final. O Novo, vale a ressalva, é contrário ao financiamento público de campanha e combate o fundo eleitoral.

Santiago espalha pelas redes sociais um vídeo com manifestação de apoio à sua candidatura gravado pelo deputado federal Marcel Van Hattem, do Rio Grande do Sul. Veja o que ele disse!

A Justiça Federal em Pernambuco decretou, na última segunda-feira (26), a prisão da ex-prefeita de Pombos, na Zona da Mata Sul de Pernambuco, Cleide Jane Sudário Oliveira, mais conhecida como Jane Povão, de 61 anos, por desvio de verbas federais e apropriação de parte de salários de funcionários. 

Ainda na segunda, segundo assessoria da Polícia Federal, Jane foi encaminhada para a Colônia Penal Feminina Bom Pastor, no Recife. Ontem, foi realizada audiência de custódia pelo Juízo da 36ª Vara Federal/PE, na qual ficou determinado que ela permaneça na unidade prisional.  As informações são do Blog da Folha.

A ex-prefeita só pôde ser presa porque o prazo para efetuar prisões foi até a segunda (26). É que, em período eleitoral, é estabelecido um prazo para que as pessoas não possam ser presas. Neste ano, a partir desta terça-feira e até 48 horas depois do primeiro turno de votação, no domingo, nenhum eleitor poderá ser preso por qualquer autoridade, a não ser que seja pego em flagrante delito ou condenado por crime inafiançável.

Denúncias contra Jane Povão

A decisão contra a ex-prefeita prevê cumprimento de pena de 9 anos, 1 mês e 7 dias em regime fechado decretada após unificação de três ações penais movidas pelo Ministério Público Federal (MPF).

Em uma das ações, a ex-prefeita foi denunciada por desvio de recursos originários do Ministério do Desenvolvimento Social e Combate à Fome (MDS), durante convênio da pasta federal com o município de Pombos, por meio do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (Peti), entre 2010 e 2012.

A fraude era praticada mediante a retenção de parte da remuneração das monitoras do programa, que eram ameaçadas de demissão caso não concordassem com a prática. Nesse processo, a ex-prefeita foi condenada a seis anos de prisão e ao ressarcimento do dano causado à União – prejuízo aos cofres públicos de R$ 289 mil.

A decisão também estabelece que Cleide ficará inabilitada para o exercício de cargo ou função pública por cinco anos. De acordo com o MPF, em maio de 2022, houve o trânsito em julgado do processo, não cabendo mais recursos.

Na segunda ação penal, o MPF denunciou a ex-prefeita por desvio de finalidade de recursos do Fundo de Manutenção e Desenvolvimento da Educação Básica (Fundeb). De acordo com a denúncia, a ex-prefeita praticou crime de responsabilidade ao destinar o correspondente a quase R$ 780 mil, originários da conta do Fundeb para o município, ao pagamento de despesas gerais da Prefeitura.

Na ação, Cleide Jane Sudário foi condenada a dois anos e seis meses de detenção, em regime aberto. A pena privativa de liberdade foi substituída por duas restritivas de direitos, consistentes na prestação de serviços comunitários e em prestação pecuniária.

Em 2020, a ex-prefeita também foi condenada após ser denunciada pelo MPF pelo crime de responsabilidade praticado com recursos federais vinculados ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE).

De acordo com as apurações, em 2012, a então prefeita firmou termo de compromisso com o FNDE, no valor de aproximadamente R$ 2 milhões, para financiar a aquisição de ônibus escolares, equipamentos e mobiliário para a rede municipal de ensino. No entanto, conforme apurou o MPF, apenas quatro dos nove contratos assinados foram executados, com a utilização de R$ 575 mil. Nesse caso, a pena aplicada foi de oito meses e 22 dias de detenção, em regime semiaberto.

Em 2017, o MPF já havia conseguido, em outro processo, a condenação de Cleide Jane por desvio de recursos federais provenientes do MDS. Em valores de agosto de 2014, o montante desviado chegou a quase R$ 173 mil.

Ainda de acordo com o MPF, a pena determinada pela Justiça na época, de oito anos e quatro meses de prisão em regime fechado, deverá ser somada aos nove anos, um mês e sete dias relativos à decisão que promoveu a unificação das três penas aplicadas na condenação mais recente. As denúncias foram oferecidas pelos procuradores da república Silvia Regina Pontes Lopes e Cláudio Dias.

Eleita com 9.471 votos (67,42%), Jane Povão foi prefeita de Pombos de 2009 a 2012, pelo então Partido da República, atual Partido Liberal.

O presidente Jair Bolsonaro (PL) voltou a fazer críticas, ontem, contra o ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal). Durante live eleitoral em seu canal no YouTube, o chefe do Executivo disse que o ministro havia ultrapassado “todos” os limites.

A fala de Bolsonaro é em referência à reportagem do jornal Folha de S.Paulo que diz que Moraes quebrou o sigilo bancário do assessor de Bolsonaro, o tenente-coronel Mauro Cesar Barbosa Cid. As informações são do Poder360.

“Alexandre, você mexer comigo é uma coisa. Mexer com a minha esposa, ultrapassou todos os limites, Alexandre de Moraes, todos os limites. Está pensando o que da vida? Que você pode tudo e tudo bem? Você um dia vai dar uma canetada e me prender? É isso que passa pela sua cabeça? É uma covardia”, declarou o presidente.

Antes da quebra de sigilo, a PF (Polícia Federal) encontrou no telefone de Cid mensagens sobre transações financeiras “suspeitas” feitas no gabinete da Presidência, que nega qualquer irregularidade.

Conforme a reportagem, conversas, fotos e áudios sugerem depósitos fracionados e saques em dinheiro destinados a pagar contas pessoais da família Bolsonaro e de pessoas próximas à primeira-dama Michelle Bolsonaro.

Durante a transmissão, o presidente destacou que as transações em questão são relacionadas a contas pessoais, como a mensalidade da antiga escola de sua filha Laura. Também pediu a Moraes para que esquecesse a primeira-dama e acusou o ministro de ter passado a informação para a imprensa. “Foi o Alexandre de Moraes que vazou, não foi a PF, não”.

O presidente disse ainda que a equipe da Polícia Federal “come” na mão de Moraes e que o magistrado teria supostamente passado a informação para a imprensa para o constranger.

*Por Cláudio Soares

Marília Arraes e Anderson Ferreira fugiram dos debates. Um desprezo absoluto ao eleitor que antes de tudo precisa saber quais são as propostas e projetos importantes para Pernambuco. Miguel Coelho, Raquel Lyra e Danilo Cabral participaram de todos os encontros para debaterem as mazelas do Estado.

Marília confiante no potencial de votos de Lula em Pernambuco, mas congelada nas pesquisas, pode ter dado um tiro no pé. Anderson foi acusado de “fugir” por não saber responder sobre suas promessas e a mácula de sua reputação de casos de péssima administração em Jaboatão dos Guararapes. O púlpito vazio também foi explorado pelos adversários. Todos os candidatos presentes mencionaram a ausência de Anderson Ferreira que pode murchar nesta reta final e seus votos migrarem para Miguel Coelho.

Os debates são direcionados, principalmente, para os eleitores indecisos, aqueles que tendem a não ser parcial a qualquer ideologia ou chefe político. Em Pernambuco, de 5% a 10% ainda estão indecisos. São milhares de votos que vão definir quem vai ao segundo turno. Sem contar os brancos e nulos, 7%, que podem mudar de opinião. Anderson está ‘empatado'(um pouco atrás) tecnicamente com seus oponentes que tentam uma vaga no turno posterior. O que Anderson Ferreira tem a esconder que corre do debate feito o diabo corre da cruz?

Registro aqui a bravura de Miguel Coelho que, segundo jornalistas políticos, é considerado fato novo da política brasileira. Ele começou a disputa tímido, com apenas 6%, e agora já tem de 13% a 16%, considerando a margem de erro de 3% da última pesquisa Ipec (antigo ibope). 

Miguel além de representar mudança no quadro político do Estado, é dinâmico, tem experiência administrativa, discurso arrojado e consegue demonstrar seus conhecimentos dos problemas de Pernambuco. Seus projetos apresentados até aqui são os mais viáveis para tirar a população do atraso.

O conjunto de qualidades de Miguel Coelho e as características com que enfrenta a situação que se apresenta no Estado, a deterioração das estradas esburacadas, o caos na saúde e o desgaste natural, consequência do desastre de 8 anos de Paulo Câmara e PSB/PT, o entendimento é que o povo cansou e exige a mudança.

Raquel Lyra está na briga sim. Mas sua estrutura de campanha e seu discurso não empolgam tanto quanto o ex-prefeito de Petrolina, que deixou a prefeitura do Sertão com 90% de aprovação. Isso conta muito na análise do eleitor indeciso.

*Advogado e jornalista