O União Brasil e o PP farão, hoje, a primeira convenção da federação entre eles, chamada de União Progressista. O novo grupo é definido por lideranças como “conservador, mas não reacionário”, de “oposição” e “prego no caixão do velório” do PT e do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A cerimônia ocorrerá em Brasília, após reunião interna dos dois partidos.
A federação terá a maior bancada na Câmara dos Deputados, com 109 cadeiras e no Senado Federal, com 15 parlamentares – a senadora Margareth Buzetti (MT) deixará o PSD para ir ao PP na quinta-feira, 21. Além disso, a federação terá o maior número de governadores, no total são seis, e de prefeitos eleitos em 2024: foram 1.383. As informações são do portal Estadão.
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Após a criação da federação, os partidos ainda precisarão tomar posições mais assertivas sobre como ficará em relação ao governo. Ainda que o bloco seja autodefinido como de oposição, PP e União têm o controle, juntos, de quatro ministérios do governo Lula.
Meses antes, tanto o presidente do União, Antônio Rueda, como do PP, Ciro Nogueira, diziam a aliados que os ministros precisariam desembarcar do governo até agosto. Agora, os ministros poderão, ao menos por enquanto, permanecer em seus cargos.
Essa indefinição abre margem para que integrantes do PP e do União procurem outra sigla para atuar, diante do cenário sobre qual dos partidos deverá comandar os diretórios estaduais e pela posição difusa em relação ao governo.
Na Bahia, por exemplo, o PP faz parte da base do governo do Estado, comandado pelo petista Jerônimo Rodrigues. No Estado, o União é o principal partido de oposição ao PT – deputados estaduais progressistas, em razão disso cogitam sair do partido por causa disso.
Sem definição, líderes do partido dizem que esperam até a janela partidária (período em que políticos podem trocar de partido sem perder o mandato), em abril de 2026, para fechar questão sobre o tema.
A nível federal, a relação com o governo será debatida internamente. No União, a leitura é de que dois dos três ministérios (Waldez Góes, da Integração, e Frederico Siqueira, da Comunicação) são indicações pessoais do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e não pertencem ao partido.
De todo modo, o ministro do Turismo, Celso Sabino, é filiado ao União e é pressionado por correligionários a deixar o cargo. O PP só tem um nome na Esplanada dos Ministérios (André Fufuca, na pasta de Esporte). Dentro do partido, a expectativa é de que ele deixe o cargo voluntariamente – algo que ele não sinaliza fazer, ao menos neste momento.
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