Petrolina - Testemunhal

Inflação desacelera para todas as faixas de renda em agosto

A inflação desacelerou para todas as classes de renda em agosto na comparação com julho deste ano. Para as famílias de renda muito baixa, ela recuou de 0,09% para -0,19% no mês passado. Para as famílias de renda alta, que registraram aumento de 0,80% em julho, o resultado de agosto ficou em 0,13%. Os dados são do Indicador Ipea de Inflação por Faixa de Renda, divulgado nesta quinta-feira (12) pelo Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea).

Todas as classes de renda apresentaram desaceleração da inflação acumulada em 12 meses. As famílias de renda muito baixa tiveram a menor inflação acumulada no período (3,72%), enquanto a faixa de renda alta anotou o percentual mais elevado (4,97%).

Os grupos alimentos e bebidas e habitação foram os principais pontos que influenciaram a queda inflacionária para praticamente todos os segmentos de renda. As deflações registradas em setores importantes – cereais (-1,3%), tubérculos (-16,3%), hortaliças (-4,5%), aves e ovos (-0,59%), leites e derivados (-0,05%) e panificados (-0,11%) – provocaram um forte alívio inflacionário, especialmente para as famílias de menor poder aquisitivo, visto que a parcela proporcionalmente maior do seu orçamento é gasta com a compra desses bens.

Energia elétrica

Em relação à habitação, a queda de 2,8% nos preços de energia elétrica – refletindo o retorno da bandeira tarifária verde e das reduções tarifárias em algumas capitais – contribuiu para diminuir a inflação em agosto.

No caso das famílias de renda alta, mesmo com a deflação dos alimentos, da energia e a queda de 4,9% nos preços de passagens aéreas, o reajuste de 0,76% das mensalidades escolares fez com que o grupo educação exercesse forte contribuição para a inflação dessa classe.

O aumento dos planos de saúde (0,61%), dos serviços médicos e dentários (0,72%) e das despesas pessoais (0,25%) também ajuda a explicar esse quadro de pressão inflacionária nos segmentos de renda mais elevada, em agosto.

“A desaceleração da inflação corrente em relação ao registrado em agosto do ano passado é explicada, em grande parte, pela melhora no desempenho dos grupos habitação e saúde e cuidados pessoais. No primeiro caso, a alta no preço da energia elétrica em 2023 (4,6%) ficou bem acima da queda apontada em 2024 (2,8%). Já para o grupo saúde e cuidados pessoais, o alívio inflacionário em agosto deste ano veio da deflação de 0,18% dos artigos de higiene, que contrasta com os reajustes de 0,81%, em agosto de 2023”, diz o Ipea.

Da Agência Brasil

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O ministro Cristiano Zanin, do Supremo Tribunal Federal (STF), concedeu mais três dias úteis para que governo e Congresso finalizem acordo em torno projeto de lei (PL 1847/2024), que trata da desoneração da folha de pagamentos, aprovado ontem (11/9) no Congresso Nacional.

A decisão foi divulgada nesta quinta-feira (12/9) e acolhe o pedido da Advocacia-Geral da União (AGU), no âmbito da Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI) 7633. além de manter a suspensão da eficácia da liminar deferida no último mês de maio.

No pedido da AGU, a União informa que a tramitação do projeto de lei foi concluída no Congresso Nacional, com a aprovação no Senado Federal em agosto de 2024, e na Câmara dos Deputados no dia de ontem, 11/9, data limite autorizada pela liminar do STF.

Dados de uma nova pesquisa Ipec divulgados nesta quinta-feira mostram que o governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é considerado ótimo ou bom por 35% dos brasileiros. A avaliação positiva, no entanto, está no mesmo patamar de sua reprovação, já que outros 34% definem a gestão como ruim ou péssima. Outros 28% apontam o governo como regular.

A pesquisa foi realizada entre os dias 5 e 9 de setembro e entrevistou 2 mil pessoas com 16 anos ou mais. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.

O levantamento mostra ainda um recuo na aprovação do presidente de julho deste ano até agora, já que 37% dos entrevistados consideravam sua gestão ótima ou boa antes. A negativa, por sua vez, avançou três pontos percentuais. Já o percentual de pessoas que avaliam de forma regular o governo Lula era de 31%, em julho.

Com o resultado da atual pesquisa, as avaliações positivas e negativas do governo Lula voltaram a se aproximar. A diferença entre os dois grupos havia passado de 1 ponto percentual para 6 pontos entre março e julho. Agora, essa distância volta ao patamar de apenas 1 ponto.

O levantamento perguntou ainda se os entrevistados aprovam ou desaprovam a forma como Lula está governando. O resultado apresenta variações dentro da margem de erro da pesquisa. São 49% da população os que aprovam e 45% os que desaprovam (eram 50% e 44% em julho, respectivamente). Os entrevistados que não souberam responder foram 6% nos dois levantamentos.

A confiança no presidente Lula também oscilou, passando de 46% na pesquisa passada para 45% agora. O percentual de quem respondeu não confiar passou de 51% para 52%. Nos dois levantamentos, 3% não souberam responder.

A confiança em Lula é maior entre quem considera ótima ou boa sua gestão (92%); declara ter votado em Lula na eleição de 2022 (82%); tem renda mensal familiar de até 1 salário mínimo (61%); é menos escolarizado (59%); morador da região Nordeste (57%) e entre quem é católico (51%).

Já entre quem respondeu não confiar no petista, são maioria os que consideram ruim ou péssima a sua administração (97%); quem afirma ter votado em Jair Bolsonaro (89%) ou ter votado em branco/nulo na eleição de 2022 (71%); quem tem renda mensal familiar superior a 5 salários mínimos (69%); evangélicos (64%); moradores da região Sul (63%); quem tem ensino superior (62%); aqueles com renda mensal familiar de mais de 2 a 5 salários mínimos (59%) e quem se autodeclara branco (58%).

Do Jornal O Globo

A coordenação da campanha do candidato a prefeito de Camaragibe, Diego Cabral (Republicanos), anunciou que recorrerá da decisão da Justiça Eleitoral que indeferiu seu registro de candidatura após solicitação de adversários políticos. O recurso será apresentado ainda nesta quinta-feira (12), segundo a assessoria jurídica do candidato.

Apesar da decisão judicial, a coordenação de campanha confirmou que todos os atos de campanha, como caminhadas, programas de rádio, postagens nas redes sociais e reuniões com candidatos a vereador e lideranças locais, seguirão conforme o planejado.

O advogado Delmiro Campos, que representa Diego Cabral, afirmou que a decisão judicial é passível de recurso e que a equipe jurídica já está preparando o instrumento para ser apresentado ao Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE).

“Diego Cabral foi surpreendido pela decisão, mas está confiante de que reverteremos essa medida e garantiremos seu direito de participar da eleição”, declarou Delmiro.

O advogado ressaltou que a equipe discorda da decisão, pois considera que a desincompatibilização de Cabral foi feita dentro do prazo legal.

“Embora respeitemos a decisão da magistrada, acreditamos que a legislação foi corretamente seguida”, afirmou.

A nota oficial da campanha destacou que a oposição está utilizando manobras jurídicas como reação ao crescimento de Diego Cabral nas pesquisas eleitorais. “Estamos fortalecidos e confiantes na vitória nas urnas no dia 6 de outubro”, conclui o comunicado.

Por Fabiana Moraes
Do Intercept Brasil

Há poucos dias, a repórter Nayara Felizardo, do Intercept Brasil, noticiou que o paredão conservador e negacionista no Conselho Federal de Medicina, o CFM, ganhou mais argamassa após as últimas eleições para 27 conselheiros de cada estado e do Distrito Federal.

Além da reeleição de mais de 60% dos antigos representantes, entrou mais gente disposta a defender, por exemplo, absurdos como o não respeito ao aborto legal no Brasil — para os casos de estupro, risco de vida para mãe ou de anencefalia fetal —, direito existente desde 1940.

Mas é também verdade que a transformação dessa importante entidade em uma espécie de clube privilegiado da extrema direita passou a enfrentar, por dentro, uma resistência cada vez mais organizada.

Em dois estados, ela conseguiu abrir uma fenda no paredão: Pernambuco e Paraíba. No primeiro, venceu a Chapa 3 (Movimento e Ética), que obteve 41,19% dos votos. No segundo, foram eleitos os conselheiros da Chapa 1 (A gente sabe quem faz), com 69,35% dos votos.

O pediatra Eduardo Jorge Fonseca (titular) e a obstetra e ginecologista e obstetra Leila Katz (suplente) serão os representantes de Pernambuco, enquanto o pediatra Bruno Leandro de Souza (titular) e o obstetra e ginecologista Antônio Henriques de França Neto (suplente) representarão a Paraíba.

Não menos importante: em Fortaleza, a Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia, a ABMMD, ganhou musculatura e hoje conta com mais de dois mil associados.

Conversei remotamente com Eduardo e Leila: me interessa entender não só como vão se posicionar profissionalmente e politicamente frente ao tal paredão que tem impacto direto na vida de todo país.

Mas também interessa saber o que pensam sobre representar a classe no mesmo estado no qual nasceu o coração cloroquinista do grupo Médicos Pela Vida, entidade que apoiou Jair Bolsonaro em sua cruzada antivacina.

O então presidente do coletivo, Antônio Jordão, participou de lives com o ex-presidente. Ele encabeçava a chapa 2 (Luta pela medicina), derrotada no recente pleito do CFM.

“Temos muitos desafios nessa nossa chegada ao Conselho Federal de Medicina, especialmente nas discordâncias de muitas das decisões tomadas pelo colegiado em idos recentes”, diz Leila.

Ela ilustra as diferenças trazendo a atitude do conselho durante a pandemia, mas não só: lembra que a entidade chegou a iniciar uma, muito criticada, pesquisa entre médicos para saber se eles e elas acreditavam na vacinação de crianças contra Covid-19 – e isso ocorreu este ano, vale dizer, não no passado período pandêmico.

“A atuação da Associação Médicos pela Vida durante a pandemia foi flagrantemente anticientífica, promovendo tratamentos sem eficácia, atacando vacinas. Do ponto de vista prático, o fato de estarem sediados no Recife não é um obstáculo”, diz Leila.

E completa: “Sabemos, felizmente, que a maioria dos médicos e médicas do estado querem o fim da partidarização da prática em saúde e estão do lado da ciência e da ética. Sentimos isso muito fortemente a partir de nossas visitas aos serviços de saúde, da capital ao interior, durante a campanha para o CFM”.

Mas é sem dúvida em relação ao aborto que os novos conselhos deverão sofrer mais pressão, afinal o CFM é a entidade que deu e dá tração para os pedidos de revisão da legislação que assegura o direito à interrupção legal da gravidez em casos de estupro, anencefalia ou risco de vida para a mãe.

Falei sobre isso em coluna recente para o Intercept. Mas não só: os casos de perseguição a médicas e médicos são reais.

Em São Paulo, profissionais atuando em serviços de referência de aborto legal foram afastadas por estarem cumprindo seus deveres dentro da lei. Uma delas coordenava o setor de procedimentos de interrupção gestacional no hospital, enquanto a outra realizava a assistolia fetal, procedimento necessário após 22 semanas de gravidez.

O Conselho Regional de Medicina do Estado de São Paulo, o Cremesp, braço paulista do CFM, puniu as médicas que realizaram abortos em mulheres encaminhadas para hospital pela Defensoria Pública com decisão judicial favorável à realização do aborto. Ambas tinham fetos com má formação e sem expectativa de vida após o parto.

“A interrupção da gravidez em casos de estupro e em casos específicos de risco grave à gestante ou anencefalia fetal é um direito assegurado em lei desde 1940. É uma medida de saúde coletiva importante, compreendendo os impactos para a saúde física e mental em cada um desses cenários, e é papel do Conselho, em nossa compreensão, assegurar esse direito. Não se pode punir profissionais que atuem pautados por esses princípios na garantia do direito à saúde da população”, diz Eduardo Jorge.

Importante pontuar que apenas os casos de estupro e risco de vida à gestante foram assegurados em 1940. Os casos de anencefalia fetal foram incluídos no rol do aborto legal por decisão do Supremo Tribunal Federal em abril de 2012, no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental 54.

Na Paraíba, a chapa eleita com quase 70% dos votos derrotou a dupla concorrente, formada pelas médicas Annelise Mota de Alencar e Vanessa Rolim Barreto. Elas eram apoiadas pelo ex -ministro da saúde do governo Bolsonaro, Marcelo Queiroga. Obtiveram pouco mais de 1.700 votos. O conselheiro titular eleito, o pediatra Bruno Leandro de Souza, é considerado um perfil moderado e sempre expressou publicamente seu assombro com as decisões anticientíficas do CFM.

Em 2021, no período mais letal da pandemia, ele ocupava o cargo de Diretor de Fiscalização do Conselho Regional de Medicina da Paraíba, o CRM-PB.

Ali, disse em uma entrevista: “Sou absolutamente contra a prescrição destes kits covid, porque cientificamente não funcionam e podem provocar um dano. E se eles podem provocar um dano, eu prefiro sempre a prudência. Está mais do que provada na minha opinião e de muitos milhões de pessoas que, infelizmente, essa medicação não é eficiente, mas alguns ainda insistem na prescrição, ainda mais com essa permissão do Conselho Federal, o que na minha opinião é lamentável.”

Em diversos estados do país, a estratégia para barrar o avanço de ultra-direitistas no conselho federal foi aquela usada nas eleições presidenciais de 2022: a formação de frentes amplas.

Para o presidente da Associação Brasileira de Médicas e Médicos pela Democracia (ABMMD), Arruda Bastos, essa reunião conseguiu manter afastados profissionais que poderiam tornar a entidade ainda pior, ao contrário da percepção que entende o fortalecimento conservador no CFM.

“Eu não vejo um fortalecimento da extrema direita no CFM, pelo contrário. Não tínhamos antes chapas progressistas, acho que avançamos nessa eleição. Em outros estados, embora não fossem tão progressistas, chapas melhores conseguiram ganhar, escanteando as de ultra-direita”, diz Bastos.

Ele acompanha há tempos e de muito perto a radicalização ideológica à direita da medicina brasileira: estava no episódio triste no qual médicos cubanos foram atacados, em 2013, quando desembarcaram no aeroporto de Fortaleza. Arruda era secretário de saúde e recepcionava profissionais vindos pelo programa Mais Médicos na Escola de Saúde Pública do Ceará.

Ele aponta que é preciso observar outras entidades médicas no Brasil neste momento, não somente o CFM: diversas delas nunca se associaram ao negacionismo bolsonarista, como, por exemplo, a Associação Médica Brasileira.

A Associação de Medicina Intensiva Brasileira (AMIB), a Sociedade Brasileira de Infectologia (SBI) e a Sociedade Brasileira de Pneumologia e Tisiologia (SBPT) também se posicionaram contra o vagalhão negacionista que ainda assola o país.

A fundação da ABMMD em outubro de 2019, em Fortaleza, reuniu 98 médicos de dez estados. O mapa mostrando as federações nas quais a associação não tem núcleos (em azul) é bastante revelador: Acre, Roraima, Amapá, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Tocantins, Rondônia, Pará.

Os primeiros deram mais 70% de votos para Bolsonaro nas eleições de 2022. O mesmo aconteceu em Rondônia, onde o atual presidente do CFM, José Hiran Gallo, foi candidato único (ele, nome chave no atual ataque aos direitos das mulheres, está na entidade há 25 anos). Bolsonaro também ganhou no Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás.

Os próximos conselheiros de Pernambuco no CFM também entendem que o passeio do negacionismo e obscurantismo na entidade não vai ser feito com lustrosos sapatinhos dourados.

Leila Katz diz que viu, em todo país, importantes movimentos pedindo mudanças na condução do CFM e cobrando uma postura pautada em evidências e no cuidado efetivo com a população.

“Sentimos que a maior parte dos médicos e médicas do nosso país deseja ver um Conselho diferente. Aqui em Pernambuco, essa conquista só foi possível graças à união de semelhantes que, a despeito das diferenças, se uniram em torno do propósito comum”, disse Leila.

Para Eduardo Jorge, a maioria dos médicos e médicas deseja superar a partidarização que tomou conta do CFM “em favor da medicina baseada na melhor evidência, da defesa da ciência como norte de nossa atuação e da ética como princípio basilar de cuidado humano”.

Nas redes sociais, a disputa foi especialmente acirrada este ano, o que também resultou em uma ampla participação dos médicos no processo eleitoral: dos 534 mil habilitados a votar, 408 mil depositaram suas escolhas, uma abstenção de 25%.

No post do conselhos regional de medicina de Pernambuco no Instagram, muitos celebraram o futuro novo conselho, mas os que entendem o CFM como árbitro do corpo alheio também apareceram: “Felizmente o país segue com um CFM que zela pelo nascituro na maioria dos Estados!”, disse um. “Que pena ! Quero só ver para crer”, escreveu uma médica que, em suas redes, continua publicando sobre os efeitos “danosos” e “irreversíveis” das vacinas contra Covid-19.

Os senadores pernambucanos Humberto Costa (PT) e Fernando Dueire (MDB) cumprem agenda juntos no interior do Estado este final de semana. Os dois participarão de eventos de campanha em cidades dos sertões do São Francisco, Itaparica, Central e do Pajeú. Em julho, os dois senadores já tinham unido a programação em encontros nos municípios de Carnaíba, Flores e Salgueiro.

A candidata da oposição à Prefeitura de Iati, Maria Augusta, formalizou uma denúncia contra o atual prefeito, Tonho de Lula, e sua candidata à sucessão, Camila Souza, por suposto envolvimento em um esquema de compra de votos. A acusação aponta o uso indevido de recursos públicos do Fundo Municipal de Educação durante o período eleitoral.

Segundo a denúncia, no dia 29 de agosto de 2024, o prefeito Tonho de Lula, acompanhado por Camila Souza, Marquinhos Tenório (candidato a vice-prefeito), e outros membros da administração, teria oferecido R$ 2 mil a um eleitor em troca de apoio político.

O valor foi transferido no dia seguinte e, de acordo com a acusação, teria sido proveniente do Fundo Municipal de Educação, sob a gestão de Marluze de Oliveira Ferro. Após o eleitor ser visto em uma foto ao lado de Bié do Catolé, candidato a vereador da oposição, o prefeito teria exigido a devolução do valor, o que foi feito via Pix para a secretária de Cultura e Esportes de Iati, Edjane Maria de Santana.

A ação judicial movida por Maria Augusta, representada pelos advogados Paulo Fernando e Luiz Petribú, solicita a cassação dos direitos políticos do prefeito e a inelegibilidade de Tonho de Lula. A ação também pede a cassação da chapa de Camila Souza e Marquinhos Tenório.

Na noite passada, o happy hour Fazendo História, da Jovem Advocacia de Pernambuco, lotou o Downtown Beer Garden, no Espinheiro. A ideia era trocar informações sobre atividades profissionais, mercado de trabalho, fazer networking, aproximar cada vez mais advogadas e advogados da OAB-PE e se divertir. Um encontro descontraído e focado no fortalecimento desses profissionais que já representam mais de 50% dos inscritos na Ordem de Pernambuco.

Sob o comando do presidente Fernando Ribeiro Lins e da sua vice-presidente, Ingrid Zanella, as lideranças conversaram sobre as perspectivas para o futuro. Zanella fez questão de lembrar que conhece as dificuldades encontradas pela jovem advocacia, “por ter vivido parte delas”, com vista aos desafios do dia a dia e que muito afeta a quem está começando a advogar, como a necessidade de compartilhamento de espaço de trabalho, desconhecimento sobre como montar e gerenciar um escritório, a busca pelo primeiro cliente e tantos outras preocupações que a OAB tenta amenizar com a implementação de iniciativas que se constituem em uma real política da Ordem, voltada para a Jovem Advocacia.

O presidente Fernando Lins destacou iniciativa que marcou a gestão do presidente Bruno Baptista, decisão de grande importância para os presentes que foi a quebra de cláusula de barreira, com vista a limitações existentes, o que possibilitou a redução do tempo para que integrantes da Jovem Advocacia pudessem também atuar em cargos operacionais nos Conselhos Estaduais e diretorias da OAB, em Pernambuco.

Ingrid Zanella falou sobre a criação dos ambientes colaborativos, de grande serventia para os os profissionais, uma tendência atual e um cuidado com a valorização da profissão, compromisso da atual gestão. A vice-presidente destacou que a OAB–PE já inaugurou mais de 20 bem estruturados Coworking no Estado – Paulista, Palmares, Águas Belas, Petrolina, Garanhuns e em outras variadas localidades do Recife, Região Metropolitana e interior de Pernambuco, incluindo o de Boa Viagem um dos maiores do país e que gera atualmente mais de 100 postos de trabalho. “Portanto, mais que uma promessa, são os Coworking uma conquista da advocacia pernambucana”.

Leonardo Borba, vice-presidente da Comissão Estadual da Advocacia Jovem (CEAJ), um dos que integrou o grupo de convocação dos jovens profissionais para este encontro, destacou o apoio e a preocupação constante da Ordem para com o segmento e o leque de realizações em prol do fortalecimento da categoria. “Não tem como negar. Existe de fato uma grande parceria, um apoio constante da Ordem direcionando permanentes ações, atenta às necessidades, as prioridades de quem chega ao mercado, com vista a aproximar advogadas e advogados para oportunidades que surgem, seja através do seu Banco de Talentos e indo além, com a geração de novos cursos preparatórios, passando por benefícios como anuidade reduzida, a criação dos Coworking que muito socorre os profissionais ainda sem escritórios, com suas excelentes estruturas operacionais”.

O Banco de Talentos, ação pioneira em todo o país, na atual gestão, mereceu destaque e agradecimentos sobre ações prioritárias em direção àqueles que estão iniciando na advocacia em Pernambuco. Foram lembrados exemplos ocorridos e ouvidos testemunhais sobre a eficiência da iniciativa. A plataforma desenvolvida pela OAB-PE constrói pontes entre os advogados e advogadas autônomas e escritórios.

Com o Banco de Talentos, segundo o seu presidente, a OAB-PE reafirma compromisso com toda advocacia, olhando com seriedade para a empregabilidade dos advogados, das advogadas. “Prestar contas do passado é preciso. Assim podemos mostrar como podemos fazer mais”, disse Zanella aos presentes, enumerando outras iniciativas da OAB-PE que integram ampla agenda de realizações da atual gestão em prol da Jovem Advocacia.

Integrantes da campanha de Ricardo Nunes (MDB) avaliam que hoje só existe uma maneira de Pablo Marçal (PRTB) perder eleitores na disputa pela prefeitura de São Paulo: sofrer desgaste entre os evangélicos.

O prefeito coloca em campo, nesta quinta-feira, sua estratégia para minar o adversário nessa frente. A campanha de Nunes vai veicular uma propaganda que mostra o influencer ironizando o Rei Salomão, figura central da bíblia. A gravação diz que “Salomão é venerado e respeitado por todos, menos por Pablo Marçal” e emenda a seguinte frase do influencer: “o Salomão era neném, moço”.

A ideia é que essa seja a primeira de uma série de peças publicitárias calcadas em falas de Marçal que têm o objetivo de desidratá-lo entre os evangélicos.

A leitura da campanha de Nunes e de seus aliados, como o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, é que o embate do influencer com o pastor Silas Malafaia deflagrado após o 7 de setembro, na Av. Paulista, abriu caminho para mostrar aos evangélicos as contradições do candidato do PRTB.

Marçal disse que Malafaia o proibiu de subir no carro de som da manifestação. O pastor, então, gravou um vídeo no qual chamou o influencer de “megalomaníaco” e afirmou que ele foi vetado porque chegou ao local após o encerramento das falas. O episódio deu início a uma série de embates entre ambos.

Em paralelo, Nunes vem intensificando as agendas com lideranças evangélicas. Após o 7 de setembro, esteve em dois eventos do segmento acompanhado de Tarcísio de Freitas. Na quarta-feira, o prefeito participou dde uma reunião com cerca de 500 pastores para traçar estratégias para alavancar sua candidatura. Tarcísio também esteve na agenda.

A pesquisa Quaest, divulgada ontem, mostra que Marçal segue liderando com certa folga entre os evangélicos. Ele aparece com 37% das intenções de voto no segmento, enquanto o prefeito tem 26%. No levantamento anterior, em 28 de agosto, o influencer tinha 27% e Nunes, 18% da preferência dos evangélicos.

Do Blog de Bela Megale para o Jornal O Globo.

Por Blog da Folha

Zé Queiroz, candidato do PDT à Prefeitura de Caruaru, propôs no programa eleitoral veiculado ontem o acesso a serviços públicos por meio da tecnologia. Ele apresentou como projeto para a área o “Tá na Mão”, uma plataforma para modernizar os serviços da prefeitura.

O postulante quer possibilitar que as pessoas marquem consulta médica sem sair de casa, avise a prefeitura sobre buracos na rua, lixo no chão, lâmpada queimada, faça a emissão de documentos e acesse vários serviços de forma rápida. “A prefeitura vai para dentro de um celular para o cidadão sair do sufoco”, assegurou.

Zé Queiroz também pretende criar a Secretaria de Transformação Digital, qualificar os jovens e atrair novas empresas de tecnologia para a cidade. “Caruaru precisa se modernizar e não falamos apenas de instalar sistemas aqui ou ali. Nossa ideia é ir além, trazer uma cultura, uma forma de pensar que conecte cidade, cidadão e todo esse mundo de oportunidades que nos cerca, na segurança, saúde, mobilidade e na educação”, ressaltou.

O deputado estadual Claudiano Filho (PP) encaminhou à governadora Raquel Lyra um pedido para a liberação de recursos destinados à recuperação da Barragem do Ipanema, situada na divisa entre Águas Belas e Itaíba, no Agreste Meridional de Pernambuco. A barragem, com capacidade de acumular 611,47 milhões de litros, foi construída no contexto da implantação da rodovia estadual PE-300, que liga os dois municípios.

Inspeções regulares já haviam identificado anomalias na estrutura da barragem, que agora precisa de obras de recuperação. “A barragem é muito importante para Pernambuco e principalmente para os moradores da região que são afetados diretamente. Ela está localizada no entorno dos maiores municípios produtores de leite do estado”, destacou o deputado Claudiano Filho.

O Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco (TRE-PE) concedeu, nesta quinta-feira, uma liminar em Mandado de Segurança (Processo nº 0600816-13.2024.6.17.0000) suspendendo o direito de resposta da Coligação Frente Popular de Surubim, da candidata Véia de Aprígio, no guia eleitoral da Coligação Surubim Quer Mudança, do candidato Cleber Chaparral.

A suspensão ocorreu após a coligação de Chaparral (PP/Podemos/União Brasil/PSD/Federação PSDB-Cidadania) contestar o deferimento anterior, argumentando que o direito de resposta havia sido concedido de forma prematura, sem a análise completa das defesas e provas anexadas ao processo.

O relator, desembargador Filipe Fernandes Campos, destacou a necessidade de garantir a ampla defesa e o contraditório, além de apontar possíveis violações à liberdade de expressão. A liminar ficará válida até que a 34ª Zona Eleitoral de Surubim proferir uma sentença definitiva.

O Sextou de amanhã faz uma homenagem ao cantor e compositor Geraldo Trepidant’s, um dos fundadores do grupo musical que fez muito sucesso entre os anos 70 e 80, criado na nascente do Rio Pajeú. Geraldo, que morreu há dez dias, aos 79 anos, também foi personagem do programa.

Nossa homenagem será reprisar o seu Sextou, no qual ele rememorou sucessos dos Trepidant’s e sua história. A família dele sofreu um novo abalo, ontem, com a notícia da morte de Júlio César, um dos seus filhos, que morava em Iguaracy, no Sertão do Pajeú. Foi vítima de uma embolia pulmonar aos 52 anos, depois de sofrer uma trombose.

A Trepidant’s foi criada no Recife, mas os quatro irmãos que a fundaram nasceram e se criaram em Iguaracy. Com 54 anos de estrada, a banda tem como marca as músicas cantadas em inglês. Entre as canções de sucesso, “Remenber”, que nos anos 70 chegou a vender 500 mil cópias, além de “Old Cowboy” e “Far Away”.

O Sextou vai ao ar amanhã das 18 às 19 horas pela Rede Nordeste de Rádio, integrada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente em destaque acima ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

“Melancolicamente se trabalhou pela confecção da Justiça, mas o criminoso conseguiu fugir por manobra jurídica, de modo muito semelhante a outro personagem mais famoso que pretende ser o mandatário maior. Muito triste e lamentável esta constatação.”

O desabafo do promotor João Carlos de Camargo Maia, membro do Ministério Público paulista, está em um documento no qual é obrigado a reconhecer a extinção da ação movida contra o hoje candidato à Prefeitura de São Paulo Guilherme Boulos (PSOL) por acusação de dano ao patrimônio público. O documento é de 5 de outubro de 2022.

Segundo Maia, uma prescrição obtida por meio de “alto investimento em escritórios, chicanas jurídicas, fuga de oficiais de Justiça, recursos mirabolantes, habeas corpus”.

Já o advogado Alexandre Pacheco Martins, da defesa de Boulos, afirma que é injusto culpá-lo pelos erros do Ministério Público.

O defensor afirma que o hoje deputado avisou durante seu depoimento que mudaria de residência (de Osasco para o bairro paulistano de Perdizes), indicando o novo local, e que, no processo, constam telefones dos advogados, sendo que esses nunca foram procurados para ajudar a localizá-lo.

“Só procuraram o Boulos em endereços sem sentido. Ele trabalhava na Faculdade Mauá e foram no Instituto Mauá. O inquérito ficou jogado por anos. Não teve tentativa nenhuma de escapar, o Boulos nem sabia do processo nesses seis anos. Foi o Ministério Público que abusou do direito de errar”, diz o advogado.

Boulos foi processado por envolvimento no episódio conhecido como a desocupação do Pinheirinho, em janeiro de 2012, quando foi preso em flagrante sob a suspeita de ter atirado pedra contra uma viatura da Guarda Municipal de São José dos Campos (SP) e incitado famílias desalojadas a danificarem o ginásio de esportes da cidade, onde ocorria atendimento oferecido pelo município.

O agora candidato, que na ocasião se apresentou como professor universitário da Faculdade de Mauá, foi solto após fiança de R$ 700. Em depoimento, Boulos negou ter danificado ou provocado alguém para destruir patrimônio público e disse ter sido agredido por guardas.

A desocupação do Pinheirinho, uma das ações mais violentas da PM nessa área, chegou à campanha do psolista na semana passada, com uma versão de Boulos sobre a participação dele no episódio. Em vídeo, ele diz ter ficado por um tempo na delegacia e que o processo foi extinto.

Isso de fato ocorreu, mas passou por um longo caminho.

Em nota, Boulos disse se tratar de caso de ineficiência da Justiça, no qual foi o mais prejudicado ao ser processado por anos sem conhecimento. “Guilherme Boulos nunca foi condenado a cumprir sentença e jamais fugiu da Justiça”, afirma.

“No processo em questão, ele apenas foi notificado em 22 de abril de 2019, devido a uma sucessão de erros do promotor responsável, que indicou endereços incorretos para efetuar a intimação, sem verificar os documentos que já estavam juntados aos autos”, diz ainda a nota.

Conforme processo ao qual a Folha teve acesso, a Promotoria denunciou Boulos em 27 de maio de 2013, ação aceita pela Justiça em junho do mesmo ano. Ele foi denunciado sob acusação de crime de dano qualificado ao patrimônio público, com pena máxima prevista de três anos de detenção.

Em 2 de setembro de 2012, a Justiça já havia mandado citar Boulos. No endereço fornecido por ele à polícia, em janeiro daquele ano, em Osasco, ninguém foi encontrado.

Da Folha de São Paulo.

Por Paulo Magnus, CEO da MV

Estamos à beira de uma revolução digital que promete transformar o atendimento à saúde e exige mais do que boas intenções. É preciso coragem, visão, e, acima de tudo, uma nova mentalidade dos gestores de saúde, que devem enxergar a tecnologia não como um custo, mas como o investimento essencial para a sustentabilidade e a eficiência do sistema.

Dessa forma, o MV Experience Forum (MEF), realizado em São Paulo (SP) nos dias 4 e 5 de setembro, tornou-se um ponto de inflexão crucial para o futuro da tecnologia na saúde no Brasil. Organizado pela MV, líder em desenvolvimento de software de gestão para a saúde, e já em sua 10ª edição, o MEF foi muito mais do que um encontro para discutir inovação: foi um chamado à ação, uma convocação para todos os líderes do setor repensarem suas estratégias. Nos dois dias, painéis e palestras exploraram desde a aplicação da inteligência artificial até a importância da interoperabilidade entre sistemas, deixando claro que estamos diante de uma oportunidade única de transformar radicalmente a forma como os cuidados de saúde são prestados no país.

Um dos pontos altos do evento foi a discussão sobre a trajetória digital nos hospitais brasileiros. Embora o país tenha dado passos importantes, como a criação da primeira UPA sem papel há 14 anos e o primeiro hospital digital da América Latina há oito anos – ambos em Recife (PE) e em parceria com a MV -, ainda estamos muito atrás de onde poderíamos estar. A digitalização completa dos hospitais, tanto públicos quanto privados, é imperativa, mas os avanços têm sido lentos e fragmentados.

A principal barreira para essa transformação é a percepção obsoleta de que tecnologia é custo, e não investimento. Essa visão míope tem retardado a adoção de soluções digitais que poderiam não só otimizar os recursos, mas também humanizar o atendimento, colocando o paciente no centro da equação. Enquanto outros setores, como o financeiro, avançaram ao construir ecossistemas robustos e integrados, a saúde ainda se prende a processos antiquados, como o uso de prontuários de papel e a falta de interoperabilidade entre sistemas.

Durante o evento, ficou evidente que o futuro da saúde passa pela digitalização completa do sistema. Desde a coleta e integração de dados em tempo real até o uso da inteligência artificial para a tomada de decisões clínicas, a tecnologia já está pronta para ser implementada. No entanto, a resistência dos gestores e a falta de políticas públicas eficazes estão emperrando o progresso. É inadmissível que, em pleno século 21, ainda tenhamos que lidar com processos manuais que não só aumentam os custos como também colocam vidas em risco.

Os debates sobre inteligência artificial foram inspiradores, especialmente no que diz respeito ao seu potencial para revolucionar a tomada de decisões clínicas. A IA não deve ser vista apenas como uma ferramenta adicional, mas como um elemento central na estratégia de saúde do futuro. Durante o evento, foram apresentados casos de sucesso que demonstram como a IA pode empoderar médicos e melhorar significativamente os resultados para os pacientes.

Outro tema muito presente no MEF foi a cibersegurança, uma área que não pode mais ser ignorada à medida que avançamos para uma saúde cada vez mais digital. O evento destacou como a proteção dos dados de saúde é fundamental não apenas para garantir a privacidade dos pacientes, mas também para assegurar a integridade e a eficiência dos sistemas de saúde. Sem uma abordagem robusta de cibersegurança, todo o potencial da transformação digital pode ser comprometido.

A visão para o futuro da saúde no Brasil deve ser clara: a criação de um ecossistema digital, interoperável e transparente, capaz de integrar todos os elos da cadeia de atendimento, desde o hospital até a casa do paciente. Essa transformação não é apenas uma tendência, é uma necessidade.

O Brasil tem a oportunidade de liderar essa revolução, mas isso depende das decisões que tomarmos agora. Se queremos um sistema mais eficiente e humanizado, precisamos agir hoje para construir a base tecnológica que sustentará a saúde de amanhã.

O deputado federal Túlio Gadêlha (Rede-PE) acionou a Polícia Legislativa Federal e a presidência da Câmara dos Deputados ontem, após receber uma série de ameaças — a maioria delas, contra a sua integridade física. O parlamentar requer que seja concedida escolta armada para protegê-lo.

Gadêlha se tornou alvo de ataques após discursar na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Casa contra o projeto de lei que trata da anistia aos condenados pelos atos do 8 de janeiro. A sessão era acompanhada por bolsonaristas e por familiares de pessoas presas por causa do episódio.

O deputado disse lamentar que os envolvidos nos ataques às sedes dos Três Poderes tenham sido usados por terceiros e que agora suas famílias sofram as consequências. “Eu fico com o coração partido quando olho essas senhoras, quando vejo aqui placas [dizendo] ‘liberdade ao meu esposo Jorginho'”, afirmou.

“Essas pessoas que estavam lá foram presas por tentativa de golpe de Estado. Agora, esses deputados que estão aqui estimularam [os ataques]”, acrescentou, sendo interrompido por gritos de Edjane Duarte, viúva Cleriston Pereira da Cunha, réu do 8 de janeiro que morreu no Complexo Penitenciário da Papuda.

“A culpa é desses colegas que estimulam, minha querida”, rebateu Túlio, ainda sob protestos da viúva e de outros colegas de Câmara.

Vídeos do bate-boca foram replicados nas redes sociais por parlamentares e por perfis bolsonaristas, e uma série de mensagens com ameaças começaram a ser enviadas para o WhatsApp funcional e para o email do gabinete do deputado da pernambucano.

“Contrata segurança que o pau vai torar”, “gastaria meu réu primário com muito orgulho e te mandava para o colo do capeta”, “tu merece umas porradas nessa cara de veado”, “tua hora vai chegar'”, “você deveria levar um pau e ser quebrado no meio da rua. Quem sabe isso acontece”, dizem alguns dos textos.

O parlamentar afirma que essa é a primeira vez em que faz um pedido por segurança e que a gravidade das ameaças são inéditas para ele. Túlio ainda diz estar se sentindo inseguro.

“A gente não dispõe de nenhuma proteção, e as pessoas estão muito à flor da pele quando se discute política e polarização”, afirma o deputado à coluna. “Existe um sentimento de insegurança, mas também o sentimento que a gente precisa combater a desinformação”, completa.

O parlamentar diz que não faria nenhum reparo ao seu discurso na CCJ e que as ameaças que tem recebido reforçam a importância de que as pessoas tenham mais consciência política —para ele, lideranças da extrema direita são vistas como “grandes líderes espirituais” por uma parcela de seguidores.

“O que eu acho de mais absurdo e covarde é ver que esses caras manipulam essas famílias. Eles são os grandes culpados pelo que aconteceu, mas não são eles que pagam esse preço”, diz o parlamentar.

“A extrema direita tem utilizado essas mulheres e essas famílias politicamente para jogá-las contra outros parlamentares. Como se nós fôssemos responsáveis pela prisão desses que atentaram contra a democracia”, segue.

“Essas pessoas que chegam aqui, chegam completamente desinformadas, alheias ao que está acontecendo na política, ao que as leis determinam, e acreditam que tudo isso é perseguição política. Isso é muito triste”, completa.

Túlio ainda afirma que é preciso discutir com profundidade o papel de plataformas digitais em democracias e no Brasil. “Esse ambiente não pode se perpetuar como ambiente de desinformação, de ódio, de ataque a reputações.”

As ameaças foram registradas em boletim de ocorrência junto ao Departamento de Polícia Legislativa Federal.

Ao presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o deputado requereu “veemente investigação, apuração e incriminação de todos aqueles que estiverem desferindo quaisquer ameaças contra mim e meus familiares”.

Da Folha de São Paulo.

Morreu ontem aos 86 anos o ex-presidente peruano Alberto Fujimori confirmou. Ele lutava contra um câncer na língua.

“Após uma longa batalha contra o câncer, nosso pai, Alberto Fujimori, acaba de partir para o encontro com o Senhor. Pedimos a quem o apreciou que nos acompanhe com uma oração pelo eterno descanso de sua alma. Obrigado por tudo, papai!”, anunciaram os filhos Keiko, Hiro, Sachie e Kenji Fujimori nas redes sociais.

Fujimori governou o Peru entre 1990 e 2000, e com apenas dois anos de mandato aplicou um autogolpe dissolvendo o Congresso do país. Ele passou a controlar o país e contava com o apoio de 80% da população do Peru e das Forças Armadas.

O ex-presidente foi preso duas vezes após deixar à presidência por crimes contra humanidade, além de receber acusações de corrupção e abusos dos direitos humanos. A condenação ocorreu em 2009, quando ele foi sentenciado a 25 anos de prisão por dois massacres contra civis perpetrados por um esquadrão do Exército peruano no início da década de 1990. Ele ficou preso por 16 anos.

Fujimori foi liberado da prisão em 2023, após uma decisão do Tribunal Constitucional do Peru. Ele tratava de um câncer na língua e estava sob cuidados médicos na casa de uma das filhas.

Do Correio Braziliense.