Destacado como político e também como frasista, o pernambucano José Múcio Monteiro, que hoje é ministro da Defesa do Governo Lula, diz que “pulará” do dia 7 de janeiro direto para o dia 9 quando deixar o cargo. Em entrevista para o podcast Direto de Brasília, apresentado por este blogueiro, ele prometeu que vai “rasgar a folha do dia 8 de janeiro no calendário” e destacou o papel das Forças Armadas para manter a democracia brasileira de pé.
“Não quero lembrar dessa data. Graças a Deus e às Forças Armadas, aquilo não caminhou para algo pior. Passei aquela noite no Comando do Exército, não havia nenhum movimento ou insinuação para que elas participassem. Algumas pessoas entraram com seus CPFs, mas os CNPJs se mantiveram. Foram as pessoas físicas, mas não o Exército”, disse José Múcio.
Leia mais“Aquilo foi um movimento de pessoas que não aceitaram o resultado das eleições. Nós somos democratas, mas ali se passou da medida, foi um movimento de baderna que, se Deus quiser, nunca mais acontecerá”, completou o ministro. Ainda segundo José Múcio, a situação poderia ter sido evitada se as Forças estivessem nas ruas, o que só poderia ocorrer caso tivesse sido decretada a Garantia da Lei e da Ordem (GLO). “Exército, Marinha e Aeronáutica não podem ir para as ruas, exceto se houver decreto de GLO, como diz a Constituição. A responsabilidade de guardar as ruas naquele dia foi do Governo do Distrito Federal, e houve uma falha. Mas estamos chegando ao julgamento dos culpados”, concluiu.
José Múcio ainda ironizou as críticas de adversários às urnas eletrônicas, que foram um dos mantras de Jair Bolsonaro, mesmo quando ele venceu as eleições de 2018. “As urnas eram ótimas para eleger deputado e senador, mas não para presidente. Que diabos essa urna tinha? Não houve o reconhecimento da derrota; se tivesse havido, não estaríamos com nada daquilo. Perdemos um pouco o respeito pelo próximo; a democracia diz que você tem que respeitar o direito do outro pensar diferente. Acho que perdemos isso, e hoje se faz política com menos fraternidade e menos respeito”, concluiu.
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