Filho de peixe, peixinho é, virou um ditado popular sugerindo que a habilidade ou profissão de uma pessoa pode ser influenciada pelos seus pais. Pelo menos na minha família, isso vem sendo contrariado, sem que me cause nenhum transtorno ou mágoa.
Felipe, meu primogênito, se abraçou com o ramo da TI, especialidade em jogos eletrônicos, atuando numa empresa de destaque no mercado americano. André Gustavo, meu segundo, é formado em Cinema e Educação. Optou pela última, hoje é diretor de línguas de uma escola em Salem, nos Estados Unidos.
Leia maisOntem, pela primeira vez, meus filhos menores abriram os corações e me revelaram que querem ser médicos. E já com especialidades escolhidas e definidas. Magno Filho, de 15 anos, disse que gostaria de ser um cirurgião. João Pedro, o caçula, de 10 anos, pediatra.
Fiquei emocionado, chorei por dentro, aquele chorinho de felicidade de pai. Tem pai que morre de orgulho por ver o filho seguindo sua carreira profissional. Conheço uma penca de famílias só de advogados, outras somente de médicos. No Recife e em Brasília, duas cidades que divido o meu dia a dia, também sou amigo de jornalistas com filhos jornalistas.
A era do meu pai não havia filhos forjados na acomodação. Criavam soldados, que cedo já tinham trabalho. Com oito anos, eu já carregava leite na fazenda do meu pai. Aos 12, aprendi a registrar cartas e passar telegramas nos Correios e Telégrafos, daí o estalo do caminho para o jornalismo.
Eu lamento por não ser tão esforçado como deveria, mas sou muito grato por tudo que aprendi com meu pai. Filhos são reflexos dos pais. Seus comportamentos, em grande parte dos casos, são reflexos da educação dos pais. Quando chegam os filhos, nos tornamos como nossos pais. É inevitável! Muitos de nós não se dão conta disso.
Estou convencido de que não terei nenhum filho jornalista. Bobagem de quem se frustra! Seguir a profissão do pai pode ser visto como motivo de orgulho na família, além de ser uma forma de homenagear aquele que, no processo de criação, transmite valores como ética e respeito aos filhos. Mas profissão pode até sofrer influência do berço, mas é, sobretudo, vocação.
Seja médico, jornalista, advogado, o que vier, o importante é o pai ter orgulho dos filhos. Vê-los felizes são a certeza de que todos os sacrifícios feitos por eles resultaram no sucesso deles.
Isso é o que vale a pena! O resto é cosmético!
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