Do blog do Ney Lopes
Numa hora que se fala tanto de crises nas economias mundiais, relembra-se a crise de 1929, quando os EUA já era a maior economia do mundo. Hoje, 29 de outubro, fazem 94 anos da “Grande depressão” americana, uma lição para enfrentar momentos de tensão nas economias de livre mercado.
O fato histórico sugere reflexões sobre como enfrentar e debelar esses fenômenos, que na atualidade são frequentes. A Crise de 1929 foi a maior da história do capitalismo. Foi causada pela superprodução, falta de regulação da economia, excesso de crédito e pela bolha de especulação.
Leia maisTeve início com a quebra da Bolsa de Valores de Nova York, em outubro de 1929, na chamada Terça-feira Negra, quando os investidores negociaram cerca de 16 milhões de ações na Bolsa de Valores de Nova York, em um único dia.
Do dia para noite, ações de bancos e empresas ficaram completamente desvalorizadas, o que provocou a falências e o consequente desemprego de cerca de 12 milhões de americanos.
Esse período durou aproximadamente até 1933, e é comumente lembrado como um dos momentos mais difíceis das economias globais. O democrata Franklin Delano Roosevelt, eleito presidente, enfrentou a crise.
Ele não recorreu a medidas de entregar ao mercado as soluções. Ao contrário, o seu programa pretendia ampliar a intervenção do estado na economia, ao regular as transações econômicas e a produção.
Nascia o “New Deal” (Novo acordo), que visava o controle da produção agrícola e industrial. Paralelamente, empregos foram gerados com a realização de obras públicas, como a construção de escolas e aeroportos.
A crise dos Estados Unidos provou que as economias no mundo são interligadas e os efeitos negativos se espalham como epidemias. No caso do “New Deal” americano, o Brasil pagou elevado preço econômico. Isso porque o Brasil era responsável por cerca de 70% do café comercializado no mundo.
Os Estados Unidos era nosso principal comprador, sendo responsável por cerca de 80% da produção. Com a queda na demanda por café, o Brasil enfrentou o mesmo problema dos EUA: excesso de mercadoria e falta de consumidor. Com isso, houve a queda brusca nos preços do café, que chegou a cair aproximadamente 90% no mercado internacional.
Roosevelt, no trabalho de reconstrução da economia americana, tomou uma decisão fundamental. Ele negociou com sindicatos, financistas, empresários e setores burocráticos do governo, a fim de estabelecer ajustes e limites de preços e salários. Manteve a liberdade de mercado, mas não deixou de exercer a indispensável regulação estatal.
Passados 94 anos, o exemplo da Grande Depressão americana deve ser estudada e analisada por aqueles que acreditam no capitalismo, não como forma de amealhar lucros a todo custo, mas como meio de atender também as carências sociais da população.
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