Ministra constrange Lula
Numa época do que prevalece é a obediência sem contestação ao politicamente correto, qualquer deslize representa uma barbaridade, principalmente na questão da política de gêneros. Que o diga o presidente Lula, que levou um puxão de orelha bem dado da ministra das Mulheres, Cida Gonçalves.
Segundo o site Metrópoles, ela reprovou uma piadinha do presidente feita sobre violência contra as mulheres. Ele disse, há dias, que “se o cara é corintiano, tudo bem, como eu”. “Piadinha, nem presidente da República. Não dá para aceitar piadinha de nada nem de ninguém. Vou falar para ele quando encontrar, acho que Janja já falou. Por isso, precisamos de mudança de comportamento e de cultura”, reagiu, diante de jornalistas.
Leia maisE acrescentou: “Temos, enquanto mulheres, de não aceitar mais brincadeirinha. Não dá. A prevenção passa por aí. Não consegue falar? Não fala. Não faz piada. Não brinca com a vida das pessoas”. Lula foi criticado após um trecho de áudio em uma reunião no Palácio do Planalto que provocou desconforto. O petista falava de uma pesquisa sobre o aumento de violência doméstica após jogos de futebol.
“Hoje, eu fiquei sabendo de uma notícia triste. Eu fiquei sabendo que tem pesquisa, Haddad, que mostra que depois de jogo de futebol, aumenta a violência contra a mulher. Inacreditável. Se o cara é corintiano, tudo bem, como eu. Mas eu não fico nervoso quando perco, eu lamento profundamente”, disse. Após a repercussão, Lula reclamou de “frases tiradas de contexto”.
Polícia em baixa – Uma Pesquisa do PoderData, realizada de 27 a 29 de julho, mostra que só 26% dos brasileiros dizem confiar “totalmente” no trabalho da Polícia Militar do seu Estado. Segundo o estudo, 38% dos entrevistados afirmam “confiar mais ou menos”. Por outro lado, 27% dizem “confiar pouco” no trabalho dos agentes de segurança estaduais. O número é semelhante aos que responderam “confiar totalmente”: 26% – só 1 ponto percentual abaixo. A taxa dos que afirmam “confiar pouco” no desempenho da polícia de seu Estado é mais alta dentre as mulheres (32%), os que têm 60 anos ou mais (32%) e os moradores da região Sul (32%) e Nordeste (33%).
Marqueteiro de Eduardo em Araripina – Na largada da campanha de sua candidata em Araripina, Camila Modesto (Podemos), o prefeito Raimundo Pimentel recorreu ao talento do marqueteiro baiano Edinho Barbosa, que projetou Eduardo Campos na mídia nacional. De imediato, ele produziu uma musiquinha que vai animar muito a disputa e que traduz o sentimento que o atual gestor quer passar para a população: “Pimentel fez e faz, Camila vai fazer muito mais”. Foi tocada, ontem, na convenção realizada no colégio Nova Geração, no bairro da Cohab.
Divisão familiar – Em Camaragibe, na Região Metropolitana, o candidato do Podemos já oficializado em convenção, Jorge Alexandre, deu início à campanha provocando um fato inusitado: a divisão da família do seu principal adversário, Diego Cabral, apoiado pela prefeita Doutora Nadegi. Jorge escolheu como vice o vereador Renê Cabral, presidente da Câmara e irmão de Diego. Campanha é uma guerra: ganha quem souber usar a melhor e mais maquiavélica estratégia.
Oposição unida – Em São José do Egito, a 400 km do Recife, no Sertão do Pajeú, finalmente o ex-prefeito Romério Guimarães (SD), único impedimento para unidade das oposições contra o candidato do prefeito Evandro Valadares (PSB), chegou a um acordo em apoio à candidatura de Fredson Brito (Republicanos), que tem como vice o ex-deputado José Marcos, segundo o blog de Nill Júnior. Se George Borja (PSB), postulante da situação, já estava mal das pernas, agora se complicou mais ainda.
Raquel e Marília juntas – A prefeita de Serra Talhada, Márcia Conrado (PT), que ontem recebeu no município a visita do senador Humberto Costa, deixou para realizar a sua convenção no último dia permitido por lei, na próxima segunda-feira. A terra de Lampião e de Agamenon Magalhães, segundo maior colégio eleitoral do Sertão, pode ser palco de um cenário esperado com expectativa: a governadora Raquel Lyra e a ex-deputada Marília Arraes, que disputaram o Governo do Estado nas eleições passadas, juntas agora num mesmo palanque. Ambas apoiam Márcia.
CURTAS
VENEZUELA 1 – O comitê da líder da oposição da Venezuela, María Corina Machado, foi saqueado na madrugada da última quinta-feira. A invasão ocorreu por volta das 3h no horário local (4h no horário de Brasília), segundo um comunicado da Plataforma Unitária, coalizão de Machado, acrescentando que os agressores arrombaram portas e levaram documentos e equipamentos valiosos.
VENEZUELA 2 – A decisão do governo dos Estados Unidos de reconhecer uma vitória da oposição na eleição presidencial na Venezuela lança pressão para que se iniciem conversas sobre uma transição de governo em Caracas, mas não será seguida pelo Brasil.
VENEZUELA 3– Cinco dias após as eleições, integrantes do Itamaraty já falam, em conversas privadas, do risco de recrudescimento do regime à la Daniel Ortega, o ditador da Nicarágua que perseguiu e encarcerou opositores e até a Igreja Católica. É algo a ser evitado, dizem esses diplomatas, e Maduro tem dado sinais de que pode apostar nessa via.
Perguntar não ofende: O que vai ser da Venezuela, meu Deus?
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