Banco do Nordeste injeta mais de R$ 520 milhões na economia de Pernambuco

Nos primeiros 50 dias de 2025, o Banco do Nordeste (BNB) contratou cerca de R$ 520 milhões em financiamentos com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste (FNE) em Pernambuco. A média diária de operações atingiu R$ 10,3 milhões, considerando todos os setores atendidos pela instituição. Se levados em conta apenas os dias úteis, esse valor sobe para R$ 14,4 milhões, evidenciando o ritmo acelerado dos investimentos.

Os segmentos que mais demandaram crédito foram Micro e Pequenas Empresas (MPE) e Infraestrutura, cada um com R$ 122 milhões em contratos assinados. “São investimentos que impulsionam o comércio, serviços e a construção civil, setores que geram empregos e movimentam a economia estadual”, destacou o superintendente estadual do BNB, Hugo Luiz de Queiroz.

Além dos R$ 520 milhões já contratados, o FNE ainda tem R$ 6,5 bilhões disponíveis para Pernambuco em 2025. Com a inclusão de outras fontes de financiamento, o Banco do Nordeste projeta ultrapassar R$ 7 bilhões em investimentos na economia local ao longo do ano.

Acusado de liderar uma tentativa de golpe de Estado, Jair Bolsonaro (PL) é pelo menos o sétimo ex-presidente do Brasil desde a redemocratização a ser denunciado à Justiça sob suspeita de algum crime.

Os outros ex-mandatários denunciados foram José Sarney, Fernando Collor, Itamar Franco, Lula, Dilma Rousseff e Michel Temer.

A maioria deles enfrentou acusações criminais a partir da Operação Lava Jato e seus desdobramentos. Hoje, a maior parte dos processos já está encerrada. As informações são da Folha de São Paulo.

Bolsonaro foi denunciado pela PGR (Procuradoria-Geral da República) no último dia 18 sob acusação de liderar uma trama golpista para mantê-lo no poder após as eleições de 2022 e impedir a posse do presidente Lula.

O ex-chefe do Executivo é acusado dos crimes de organização criminosa armada, abolição violenta do Estado democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado pela violência e grave ameaça e deterioração de patrimônio tombado.

O atual presidente da República, Lula, chegou a ser réu em 11 ações penais, não de maneira simultânea, nos anos da Lava Jato. Em um desses processos, o do tríplex de Guarujá, foi condenado pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro e ficou preso por 580 dias, entre 2018 e 2019. Posteriormente, o STF (Supremo Tribunal Federal) anulou essa e outra sentença criminal contra o petista.

Uma a uma, Lula foi obtendo vitórias na Justiça e se livrou das acusações.

Uma das denúncias contra ele também envolvia a sua sucessora e afiliada política, Dilma. Em um inquérito que foi apelidado de “quadrilhão do PT” —chamado assim por apurar se pessoas ligadas ao partido participaram de esquema desvio de dinheiro—, os dois petistas foram acusados em 2017, pelo então procurador-geral Rodrigo Janot, de integrar organização criminosa. O caso tramitou em primeira instância, e os dois foram absolvidos.

O emedebista Michel Temer, que assumiu depois da presidente, teve três denúncias oferecidas pela PGR contra ele enquanto ainda estava no cargo, entre elas uma sobre o suposto aval dado ao empresário Joesley Batista para a compra do silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha, em 2017.

Em 2019, já fora do Palácio do Planalto, o ex-presidente chegou até a ser preso preventivamente no âmbito da Lava Jato do Rio de Janeiro em meio a investigação de corrupção, peculato e lavagem de dinheiro relativas à estatal Eletronuclear.

Esses processos, porém, não resultaram em condenações na Justiça.

Também no âmbito da Lava Jato, José Sarney (MDB) foi denunciado duas vezes em 2017 por Rodrigo Janot. Em um dos casos, a acusação era de corrupção ativa e lavagem de dinheiro em esquema que teria desviado recursos em contratos da Transpetro, subsidiária da Petrobras. A denúncia terminou arquivada por prescrição.

Outra denúncia, de organização criminosa, foi rejeitada no STF em 2023.

A situação jurídica mais delicada atualmente é a de Fernando Collor (hoje filiado ao PRD), denunciado pela PGR sob acusação de participação em um esquema de corrupção instalado na BR Distribuidora, antiga subsidiária da Petrobras, para a viabilização de contratos irregulares em troca de vantagens.

Nesse caso, o ex-presidente foi condenado em 2023 pelo STF pela prática dos crimes de corrupção passiva e lavagem de dinheiro, com pena fixada em oito anos e dez meses de prisão. Ainda há recursos pendentes na corte, porém, e ele não foi preso.

Também na Lava Jato, depoimentos de delação chegaram a implicar o ex-presidente Fernando Henrique (PSDB), mas não houve acusação criminal formalizada contra ele.

O empresário Emílio Odebrecht afirmou em delação premiada que Fernando Henrique teria recebido pagamentos ilícitos em campanhas presidenciais, mas o caso não avançou para uma denúncia. Em 2017, a Justiça Federal entendeu que os fatos narrados já estavam prescritos.

Durante seu período na Presidência (1995-2002), FHC era criticado por ter indicado para a chefia da Procuradoria-Geral o procurador Geraldo Brindeiro, que tinha a atuação questionada por não dar andamento a procedimentos contra políticos.

A conduta à frente do cargo lhe rendeu dos críticos o apelido de “engavetador-geral da República”. Brindeiro classificava o rótulo como uma injustiça e dizia que a expressão só foi criada porque queriam usá-lo como “instrumento de perseguição”.

Um outro processo mais antigo envolvendo um ex-presidente do período pós-ditadura militar tramitou nos anos 2000, quando a PGR ofereceu denúncia criminal contra o ex-presidente Itamar Franco, que morreu em 2011. A Procuradoria o acusou, na época em que era governador de Minas Gerais, de ter ofendido a honra de Fernando Henrique, quando este ocupava o Palácio do Planalto.

Itamar teria acusado FHC de liberar verbas públicas para integrantes do então PMDB (atual MDB), com o objetivo de influenciar o resultado da convenção nacional do partido. O processo também foi arquivado por prescrição.

Durante uma entrevista concedida ao jornalista Léo Dias nesta terça-feira, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ) afirmou que o deputado federal Nikolas Ferreira (PL-MG), um dos seus principais aliados, precisa ter mais “estabilidade” antes de disputar cargos maiores. O parlamentar tinha chegado a tornar público sua vontade de disputar uma cadeira no Senado Federal caso a “PEC da idade mínima”, que reduz para 30 anos a idade mínima para disputar o cargo, fosse aprovada.

Ao ser questionado se temia “perder espaço” para o parlamentar mineiro, Bolsonaro disse que mesmo que “ninguém duvide” do sucesso de Nikolas, ele ainda precisaria ter a “estabilidade para saber a hora certa dele”. As informações são do Jornal O Globo.

— Ele (Nikolas) se empolgou um pouco com uma proposta de emenda à Constituição para reduzir para 30 anos (a idade mínima) para disputar o Senado por Minas Gerais, mas existem certas coisas que vêm com a idade. Um cara para ser presidente ou senador com 30 anos, eu acho muito pouco essa idade e acredito que os senadores não apoiariam uma PEC dessas, porque isso seria mais concorrência para o Senado — disse o ex-presidente.

O ex-presidente afirma que teria conversado com o aliado sobre o assunto e “recomendado cautela”:

— Eu já conversei com ele sobre isso; não deixa a fama subir na cabeça, e ele tem a cabeça no lugar.

Até a publicação desta matéria, Nikolas Ferreira não se pronunciou sobre a fala.

A Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 20/07, conhecida popularmente por “PEC da idade mínima” busca reduzir a idade exigida par alguém se candidatar a presidente ou senador, reduzindo dos atuais 35 anos para 30. O texto é de autoria do deputado federal Eros Biondini (PL-MG), aliado do parlamentar. Nikolas já havia manifestado interesse em disputar uma cadeira no Senado.

Outras lideranças do campo da direita também viram a possibilidade aprovação da PEC como uma forma de lançar Nikolas como uma alternativa de candidatura à direita para as eleições presidenciais de 2026, já que Bolsonaro permanece inelegível até 2030.

Levantamento da Quaest, divulgado hoje, aponta que o 3º governo do presidente Lula (PT) é reprovado por 50% ou mais dos eleitores em 8 estados pesquisados. De acordo com a pesquisa, a desaprovação supera os 60% em SP, RJ e MG e a aprovação cai mais de 15 pontos na BA e em PE, estados onde Lula venceu as eleições em 2022. Pela 1ª vez, a desaprovação do presidente numericamente superou a aprovação nesses dois estados.

A pesquisa Quaest, contratada pela Genial Investimentos, foi feita entre os dias 19 e 23 de fevereiro com 6630 brasileiros de 16 anos nos seguintes estados: Bahia, Goiás, Minas Gerais, Paraná, Pernambuco, Rio de Janeiro, Rio Grande do Sul e São Paulo. A margem de erro é de 3 pontos em 7 estados, com a exceção de SP, em que é de 2 pontos para mais ou menos.

É a primeira vez que a Quaest inclui RJ e RS em suas pesquisas sobre a avaliação ao governo Lula. Os demais 6 estados possuem levantamentos anteriores.

Assim como na Bahia, Pernambuco é outro estado em que a desaprovação supera a aprovação pela 1ª vez: 50% contra 49%, dentro da margem de erro, que é de 3 pontos para mais ou menos.

Em dezembro de 2024, a desaprovação era de 33%, aumento de 17 pontos para a pesquisa desta quarta, enquanto a aprovação era de 66% e sofreu queda para 49%, recuo de 16 pontos. Foram ouvidas 1.104 pessoas e a margem de erro é de 3 pontos para mais ou menos.

Pesquisa Quaest indicou queda de popularidade de Lula em janeiro, quando o índice de desaprovação superou pela primeira vez, numericamente, a aprovação ao presidente em pesquisa nacional. Foram entrevistados 4,5 mil eleitores em todo o Brasil, na época.

Veja os números:

·      Aprova: 47% (eram 52% em dezembro);

·      Desaprova: 49% (eram 47%);

·      Não sabe/não respondeu: 4% (eram 2%).

Para Felipe Nunes, diretor da Quaest, o que explica a reprovação histórica é a percepção dos eleitores sobre a condução da economia no país e as promessas de campanha do presidente.

“Primeiro, Lula não consegue cumprir suas promessas. Esse percentual sempre foi alto, mas chegou ao seu maior patamar em jan/25: 65%. Ou seja, mais do que gerar esperança, o atual governo produz frustração na população”, afirma Nunes.

Fruto de muita credibilidade, este blog, pioneiro no Estado de Pernambuco, atingiu a marca dos 90 mil seguidores no Instagram. Somos o blog político que mais cresce nas redes sociais no Nordeste. Um crescimento orgânico, resultado de um noticiário focado na política nacional, regional e estadual.

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Este blog traz logo mais, exatamente à meia-noite, mais uma pesquisa para governador de Pernambuco, numa parceria exclusiva com o instituto Opinião, de Campina Grande (PB). O levantamento foi a campo nos dias 19, 20, 21 e 22, sendo aplicados dois mil questionários em 80 municípios.

Vale a pena dormir um pouquinho mais tarde hoje!

De todos os consagrados compositores de Luiz Gonzaga, que vêm sendo retratados neste espaço das crônicas domingueiras, dois não se encantaram pelas belezas do “Sul maravilha”, onde o Rei do Baião foi obrigado a criar raízes, longe do seu pé de serra em Exu, para mostrar seu talento ao mundo: Onildo Almeida, que nunca arredou o pé de sua Caruaru, e Zé Marcolino, autor de grandes sucessos, como Sala de Reboco e Cacimba velha.

Zé Marcolino ainda chegou a ser seduzido pelo famoso sanfoneiro quando o conheceu em 1961, em Sumé, seu torrão natal na Paraíba, depois de enviar dezenas de cartas oferecendo algumas das suas canções para ele gravar. Não pensou duas vezes e partiu em disparada para o Rio de Janeiro, na boleia do Velho Lula, com quem selaria uma produtiva e emocionante parceria musical por muitos anos.

Mas foi uma curtíssima temporada em solo carioca. Matuto que se preza, como era o bem autêntico Zé Marcolino, não aguenta o rojão e os agitos de cidade grande, drama para ele revelado no xote “Matuto Aperreado”, gravado por Luiz Gonzaga, no qual ele descreve bem como se sentiu na cidade grande: “Fico doido com tanta fala de gente e a zuada de automóvel a me assustar. Se na rua vou fazer um cruzamento, tenho medo, eu num posso atravessar desse jeito, sou franco em dizer, mas um dia eu aqui não posso mais ficar”.

Apesar dos apelos do rei, que se encantou com o talento do poeta paraibano, que falava mastigando poesia, Marcolino fez o caminho inverso de todo nordestino: como a “Asa Branca”, bateu asas em disparada ao seu ninho. Nunca mais botou os pés no Rio e em nenhuma cidade grande. Mas o tempo em que voltou a despertar da cama cedo, com o canto dos pássaros, fazer acordes de vaqueiro, pegar boi brabo na caatinga e usar o mandacaru como símbolo, compôs grandes canções para Luiz Gonzaga.

No LP “A Triste Partida”, pouco tempo depois, Luiz Gonzaga gravou de Zé Marcolino a belíssima Cacimba Nova: “Fazenda Cacimba Nova/ Foi bonito o teu passado/ Ainda estás dando a prova/ Pelo que vê-se a teu lado/ Um curral grande, pendido/ Um carro velho, esquecido/ Pelo sol todo encardido/ Sentido, sem paradeiro/ Falta de juntas de bois/ Que lhe levavam de dois/ Obedecendo ao carreiro”.

Também gravou “Maribondo”, “Cantiga de Vem-vem” e “Numa sala de reboco”, um dos seus maiores sucessos: “Todo o tempo quanto houver pra mim é pouco/ Pá dançar com meu benzinho numa sala de reboco/ Enquanto o fole tá fungando/ Tá gemendo/ Vou dançando e vou dizendo o meu sofrer pra ela só/ E ninguém nota que eu tô lhe conversando/ E nosso amor vai aumentando/ E pra que coisa mais mior’?”.

José Marcolino Alves nasceu em Sumé, na Paraíba, berço da poesia do Pajeú e do Cariri nordestino. Filho de pai cearense e mãe paraibana, Zé Marcolino se apaixonou por Maria do Carmo Alves, com quem subiu ao altar em 1951. O lindo e prolongado romance resultou em sete filhos — Maria de Fátima, José Anastácio, Maria Lúcia, José Ubirajara, José Walter, José Paulo e José Itagiba.

Antes de voltar definitivamente para o Sertão, morrendo de saudade do cheiro da sua terra e da sua gente, Zé Marcolino assistiu Luiz Gonzaga gravar, em 1962, no estúdio da RCA, o repertório do disco “Véio Macho”, com metade das 12 faixas com composições de autoria dele. Indagado durante uma entrevista no Rio se pretendia ser apenas compositor, Marcolino respondeu: “Seu Luiz Gonzaga, na vinda aqui para o Rio, apresentou-me como cantor em Paulo Afonso (BA). Quer que eu cante aqui também. Vou ver se tenho coragem para isso”.

Em Sumé, Zé Marcolino também voltou a fazer o que gostava: vaqueiro, pedreiro, barbeiro e compositor. Das suas profissões, qual a que rende mais?”, quis saber um repórter. “Acho que é a de vaqueiro. Vender gado é um bom negócio”, atestou. Zé Marcolino voltou ao Sertão depois de uma temporada de shows com Luiz Gonzaga que acabou no Crato (CE).

Pegou um ônibus para Campina Grande e de lá foi de táxi até Prata (PB) para o reencontro logo com a família. Ali, residiu até 1973. De lá, foi para Juazeiro (BA) e ficou até 1976, quando regressou para Serra Talhada (PE), onde morou pouco tempo.  Era extremamente inteligente, bem-humorado e observador, com uma memória privilegiada.

Carregava versos nas veias como a caatinga do Sertão está para seu habitat natural. Não fazia por dinheiro ou reconhecimento, mas porque aquilo revelava o que sua alma podia transformar em arte, em poesia. Mais de 50 músicas de sua autoria foram gravadas por Luiz Gonzaga e diversos outros cantores. Sua simplicidade era peculiar. Ninguém sabia contar causos políticos e histórias engraçadas do Sertão como ele.

Então empresário têxtil em Sertânia, Jarbas Guimarães, ex-presidente do Sport, ficou encantado com Zé Marcolino quando o conheceu. O primeiro encontro resultou numa grande amizade. Nas festas animadas da fazenda de Jarbas em Sertânia podia faltar tudo, menos a poesia, as histórias e o canto romântico do trovador Marcolino. No início dos anos 1990, fui lá uma única vez e me encantei também por Marcolino. Tudo girava em torno dele. Era o astro dos saudosos churrascos de Jarbas.

Por ironia do destino, o matuto que temia atravessar as movimentadas ruas do Rio de Janeiro, morreu num acidente de carro em 19 de setembro de 1987. Seu motorista, ao tentar desviar o carro de uma vaca que atravessava a rodovia em Carnaíba, no Sertão do Pajeú, perdeu o controle e capotou. Marcolino estava na companhia do filho Ubirajara Marcolino, que sofreu apenas leves escoriações, enquanto o pai sofreu fratura no crânio. Chegou a ser levado para o Recife, mas faleceu nas proximidades de Vitória de Santo Antão, aos 57 anos de idade.

A poética de Zé Marcolino foi impregnada de nordestinidade. Nela, se viam as festas de São João, os causos de vaqueiros, as crenças populares, o canto dos pássaros e a forma simples de vida dos sertanejos. Seus versos têm a força da terra e do homem, exaltam a relação que se estabelece entre eles. Falam de um Sertão de aço, de um sertanejo bravo.

O “Caboclo nordestino”, cantado numa obra em que ele fez os versos e a melodia, Luiz Gonzaga gravou: “Caboclo humilde roceiro/ Disposto trabalhador/ No remexer da sanfona escuta este cantador/ Que no baião fala ao mundo teu grandioso valor/ E tu caboclo que vives com a enxada na mão/ Aqui nessa vida humana ninguém é melhor do que tu/ Escuta esta homenagem de um cabra do Pajeú.”

Em uma das suas canções, ele fala das dificuldades de sobreviver longe do seu Sertão: “Se Deus quiser/ Vou-me embora pro sertão/ Pois a saudade me aperta o coração.” Outra bela canção, “Pássaro Carão”, em ritmo de baião, ele diz: “Pássaro carão, cantou, anum chorou também/ A chuva vem cair no meu sertão/ Vi um sinar’, meu bem, que me animou também/Ainda ontem eu vi pólvra’ no chão”.

Dentro do repertório de Luiz Gonzaga, quem não se emociona quando ele abre o vozeirão e canta “Serrote agudo”, de Zé Marcolino: “Passando em Serrote Agudo/ Em viagem incontinente/ Vendo a sua solidão/ Saí pesando na mente/ Eu vou fazer um estudo/ Pra lhe contar a miúdo/Quem já foi Serrote Agudo/ Quem está sendo no presente”.

Marcolino deixou um vazio poético no Sertão, pois fazia uma música atávica, com muito da poesia oral da região, rica em repentistas e glosadores. Soube, assim, criar grandes melodias para suas letras. Ele não tinha conhecimento musical. Fazia a coisa intuitivamente, mas com muita certeza, muito preciso na afinação.

Era, por fim, um camarada que retratava dentro da sua poesia a ambiência, a ecologia, o comportamento brincalhão satírico do homem nordestino com muita qualidade. Buscava inspiração nos elementos da natureza, no canto dos pássaros, no comportamento do fura-barreira, do pássaro que fica em cima da estaca, fazendo a tapia para o menino que atira nele com a baladeira. 

Luiz Gonzaga tinha cheiro de bode. Zé Marcolino, o perfume do angico, da aroeira e da baraúna. Tem ainda a sabedoria do pássaro carão, que dá sinais da chegada da chuva no Sertão.

O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (Republicanos), esteve em Garanhuns neste sábado (22) para a posse da nova diretoria do Consórcio Público para o Desenvolvimento da Região Agreste Meridional de Pernambuco (Codeam). O prefeito de Saloá, Júnior de Rivaldo (PSDB), assumiu a presidência da entidade, que reúne 30 municípios. O evento contou com a presença da governadora Raquel Lyra (PSDB), da vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), do ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula (PSD), e outras lideranças políticas.

Durante seu discurso, Costa Filho ressaltou a importância da Codeam para o desenvolvimento regional. “Uma instituição com mais de 58 anos de idade, que representa 30 municípios aqui da região. E ela tem um papel central na agenda do desenvolvimento do Agreste”, afirmou. O ministro elogiou a nova gestão e destacou o potencial da região, especialmente no Turismo de Negócios e de Lazer.

O ministro também defendeu melhorias na infraestrutura aeroportuária do Agreste. “Tenho conversado com a governadora Raquel Lyra para gente fortalecer a aviação aqui da região. O Aeroporto de Garanhuns é estratégico para a cidade, e, junto com o de Caruaru, queremos viabilizar voos para São Paulo, Rio de Janeiro e Brasília”, disse. Ele destacou ainda a duplicação da BR-423 como um avanço para a mobilidade regional.

Costa Filho ressaltou o compromisso do governo Lula (PT) com Pernambuco e destacou parcerias para investimentos na região. “O futuro do Brasil não está apenas em Brasília, mas nas grandes cidades e nos municípios”, afirmou. Ele citou obras estruturantes em andamento e destacou os esforços para viabilizar a Transnordestina, que, segundo ele, terá impacto significativo em todo o Nordeste.

Neste vídeo, os forrozeiros Alcymar Monteiro e Maciel Melo contam duas historinhas do infinito repertório do jeito engraçado do Rei do Baião, Luiz Gonzaga.

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A Operação Divisa Integrada II acontece nesta quinta (20) e sexta-feira (21) sob a coordenação conjunta da Secretaria de Defesa Social de Pernambuco com a Secretaria da Segurança e da Defesa Social do Estado da Paraíba.

Ações como cumprimento de mandados de prisão, de busca e apreensão, combate ao tráfico de drogas, além de ações de prevenção serão realizadas, simultaneamente na Zona da Mata, no Agreste e no Sertão, para fortalecer a segurança na região entre os dois estados.