Clique no link disponível e ouça o Frente a Frente de hoje. Programa ancorado por este blogueiro e transmitido pela Rede Nordeste de Rádio. Ao clicar no link, o leitor deve selecionar a opção “ouvir pelo navegador”.
Clique no link disponível e ouça o Frente a Frente de hoje. Programa ancorado por este blogueiro e transmitido pela Rede Nordeste de Rádio. Ao clicar no link, o leitor deve selecionar a opção “ouvir pelo navegador”.
A Associação dos Delegados e Delegadas de Polícia de Pernambuco (ADEPPE) divulgou um manifesto contundente alertando para o agravamento da crise de segurança pública no Estado. No documento, a entidade afirma que Pernambuco vive um cenário de expansão acelerada das organizações criminosas ao mesmo tempo em que a Polícia Civil opera em situação de colapso estrutural, sem efetivo, tecnologia ou condições adequadas para enfrentar o fenômeno.
Segundo a ADEPPE, a Polícia Judiciária pernambucana trabalha hoje com apenas 44% do seu quadro, número considerado crítico para o enfrentamento das facções. A recente contratação de 423 policiais, destaca o texto, representa um reforço insuficiente, já que, distribuído entre as 350 unidades policiais do Estado, resultaria em praticamente um policial por unidade, sem impacto real no combate ao crime organizado. Mesmo com a previsão de incorporar mais 467 policiais no próximo ano, a corporação continuará com déficit de 48,85% do efetivo ideal, quadro que tende a se agravar diante de aposentadorias e desistências frequentes de recém-contratados que deixam a instituição em busca de melhores salários em outros estados.
Leia maisO manifesto chama atenção para a profissionalização das organizações criminosas que atuam em Pernambuco, que já operam com estruturas semelhantes às de empresas, utilizando modelos de franquia, diversificação de fontes de lucro (tráfico de drogas, extorsão, grilagem, jogos ilegais e lavagem de dinheiro) e domínio territorial comparável ao de facções como PCC e Comando Vermelho. A ADEPPE cita a presença de pelo menos 12 facções em disputa no Estado, muitas delas em franca expansão e com forte capilaridade nos grandes centros e no interior.
Ao mesmo tempo, a entidade critica decisões administrativas recentes, como o fechamento das Delegacias de Plantão da Várzea, Casa Amarela e Boa Vista, a redução do atendimento ao público até às 17h e a sobrecarga da Central de Flagrantes. Segundo o documento, a ausência de estrutura tecnológica é igualmente grave: faltam sistemas de gravação de depoimentos, equipamentos de análise forense, ferramentas de rastreamento digital e recursos adequados para a única delegacia especializada em crimes cibernéticos, que atende todo o Estado em condições consideradas “precárias”.
Para reverter o quadro, a ADEPPE defende uma série de medidas urgentes, entre elas a reabertura das Delegacias de Plantão, investimentos robustos em tecnologia de inteligência e investigação, autonomia administrativa e orçamentária para a Polícia Civil, capacitação continuada dos profissionais e a criação de uma força-tarefa estadual integrada exclusivamente voltada ao enfrentamento das facções criminosas, com participação do Ministério Público, Secretaria da Fazenda e órgãos de controle.
O texto ressalta que a falta de ação pode permitir a consolidação do domínio criminoso em diversas regiões, comprometendo a estabilidade econômica e social, fortalecendo ciclos de violência, ampliando o recrutamento de jovens vulneráveis e agravando o risco de corrupção institucional. Para a entidade, recuperar a capacidade investigativa do Estado é condição indispensável para restabelecer a autoridade pública.
A ADEPPE finaliza colocando-se à disposição do Governo de Pernambuco para colaborar tecnicamente na elaboração de um plano emergencial e de longo prazo para a segurança pública, afirmando que somente com planejamento, investimento consistente e valorização profissional será possível enfrentar o avanço das facções e proteger a população pernambucana.
Leia menos
O deputado federal Felipe Carreras e o prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino (PSB), estiveram, ontem, reunidos com o presidente da Federação das Indústrias de Pernambuco, Bruno Veloso, para solicitar a reativação da Escola Técnica do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), em Garanhuns.
Fechada desde 2023, a unidade é considerada estratégica para o fortalecimento da indústria local e regional. A reabertura do SENAI representa mais oportunidades de qualificação profissional, geração de empregos e formação de mão de obra especializada; fatores essenciais para impulsionar o desenvolvimento econômico e social de todo o Agreste Meridional.
Leia mais“Temos trabalhado muito para garantir mais desenvolvimento para o povo de Garanhuns. A reabertura do SENAI é uma pauta fundamental que vai contribuir diretamente com a qualificação dos nossos jovens e a geração de emprego e renda. Vamos seguir firmes, em parceria, trabalhando por Pernambuco”, afirmou o prefeito.
“A reativação do SENAI representa uma oportunidade para preparar nossos jovens para o mercado de trabalho, impulsionando o crescimento da região. O presidente do FIEPE se comprometeu a avaliar com atenção o pedido. Estamos confiantes de que essa conquista será uma realidade em breve”, destacou Carreras.
Leia menos
Em discurso proferido hoje, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB), afirmou que o cenário criado pelo governo para área de segurança pública é tão artificial que nem a própria governadora Raquel Lyra (PSD) acredita nele.
O parlamentar lembrou que, na semana passada, após três anos de mandato, a governadora disse estar assumindo a segurança pública, o que indica falta de compromisso da gestão. “Uma declaração desta natureza após 34 meses à frente do Executivo é uma confissão pública da falta de comprometimento da governadora com a segurança”, pontuou.
Leia maisPara o parlamentar, diante do desgoverno que Pernambuco vive na segurança a declaração de Raquel faz total sentido. “A soma dos assassinatos ocorridos nestes três anos e dez meses e meio de gestão, chega a mais 9.570 vítimas no estado. No acumulado de 2025, o total já ultrapassa a alarmante marca de 2.700 vidas perdidas para a criminalidade”, relatou.
O deputado observou também que a inoperância da gestão tem feito Pernambuco aparecer no topo de um ranking dos casos de feminicídio. Em agosto, dados divulgados pelo Instituto Fogo Cruzado indicam que o estado concentra o maior número de casos de feminicídio e tentativa de feminicídio com arma de fogo registrados no país em 2025.
Entre janeiro e agosto, segundo o Fogo Cruzado, foram computados 60 feminicídios no estado, números que representam um aumento de 20% em relação aos oito primeiros meses de 2024. No dia 10 de outubro, Dia Nacional de Luta contra a Violência à Mulher, entidades sociais denunciaram que Pernambuco registra uma média de 3.450 casos de violência doméstica e familiar por mês, o que equivale a 115 casos por dia.
“Como vemos, este número, desgraçadamente, vem crescendo, o que reflete a fragilidade dos mecanismos preventivos e protetivos estaduais”, observou. O mais triste, na avaliação de Porto, é que esta realidade se instala justamente quando Pernambuco é governado por duas mulheres.
Ele observa que a estrutura posta em funcionamento pelo governo só confirma e colabora para a perpetuação da ineficiência. Mesmo Pernambuco somando 184 municípios, o estado dispõe de apenas 15 Delegacias da Mulher, das quais somente 7 funcionam 24 horas.
“Diante deste quadro, senhoras e senhores, chegamos a uma questão inquietante: como se explica uma gestão que, apesar dos R$ 62 milhões do Fundo Nacional de Segurança Pública investidos em 2024, continua a deixar as mulheres e a população em geral à mercê de assassinatos, agressões, roubos e de toda ordem de perigos oriundos da violência?”, questionou.
O deputado destacou que a distância entre a realidade da propaganda oficial e o quadro de extrema violência que oprime e mata a população é mostrada em outros rankings cruéis liderados pelo estado.
Segundo o Anuário Brasileiro de Segurança de 2025, divulgado em julho pelo Fórum Brasileiro de Segurança Pública, Pernambuco é o estado com a maior taxa de vítimas de homicídios dolosos do país. Baseando-se em dados de 2024, o anuário informa que foram registradas 3.349 vítimas no estado, o equivalente a 35,1 mortes por 100 mil habitantes.
A taxa do país, conforme o relatório, é de 17,1 mortes por 100 mil habitantes. Ou seja, o índice pernambucano é duas vezes maior do que a taxa nacional. E, infelizmente, pelo que estamos observando o estado continua neste mesmo caminho em 2025.
O anuário também aponta que, em 2024, Pernambuco passou a ocupar a 2ª posição entre as maiores taxas de roubo a estabelecimentos comerciais, sendo superado apenas pelo Amapá.
De acordo com o levantamento, o estado registrou aumento de 19,6% nesses crimes, ficando na contramão da tendência nacional, que reduziu em 24,4% o número de roubos a comércios.
“O compromisso visto até o momento com a segurança tem sido apenas com a espetacularização das cerimônias de nomeações de policiais e de entrega de veículos e armas”, ressaltou.
“Sobram voos de drones, expressões estudadas, frases feitas e vídeos bem-produzidos. Faltam resultados, falta segurança pública. A publicidade e as redes sociais não conseguem esconder a ineficiência que produz medo, luto, sofrimento e dor para quem vive aqui”, completou.
Para o deputado, diante da violência que se vê no estado, não é respeitável a conduta do governo de alardear que os pernambucanos estão tranquilas e colocando cadeiras nas calçadas. “Também não é razoável acelerar nomeações, depois de ter esticado a corda da Polícia Civil a ponto de o delegado-geral da instituição, Renato Márcio Rocha Leite, ter pedido para sair há cerca de 15 dias”.
Ele lembrou que os policiais civis já anunciaram para dezembro a “Operação Cumpra-se a Lei”, uma mobilização que pretende denunciar a precariedade das condições de trabalho e a desumanização e desvalorização da categoria.
Disse ainda que os policiais têm apresentado, em vídeos publicados em redes sociais, delegacias instaladas em prédios deteriorados, funcionando em condições insalubres. E que também fazem vaquinhas para garantir água potável nas delegacias.
“Como se não bastasse este quadro de desrespeito à categoria, os policiais fazem um alerta ainda mais grave: denunciam a inexistência de instrumentos para o registro de crimes, uma realidade que, logicamente, interfere diretamente nos dados de Segurança Pública em Pernambuco. Ou seja, os dados apresentados como oficiais, segundo os próprios policiais, não são confiáveis, uma vez que crimes ocorridos não estão sendo plenamente registrados”, afirmou.
A verdade, segundo Porto, o cotidiano dos cidadãos continua a ser enormemente afetado pela violência e pela ação descontrolada da bandidagem. “O Juntos pela Segurança tem mostrado ser mais um programa de ordem conceitual e menos um instrumento promotor de mudanças e resultados significativos. Enquanto isso, os pernambucanos continuam reféns da violência e do medo de que afetam hábitos, relações, a saúde mental e mais grave: tiram o direito à vida”, arrematou.
Leia menos
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) criticou, hoje, o projeto de combate ao crime organizado aprovado pela Câmara nesta terça (18). Em uma rede social, o petista disse que o texto, com a redação dada pelos deputados, “favorece quem quer escapar da lei”.
O projeto, aprovado por 370 votos a 110, foi enviado pelo governo ao Congresso Nacional em outubro. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), escolheu o deputado Guilherme Derrite (PP-SP) como relator.
Leia maisA escolha incomodou o governo, que se opôs à ideia de Motta de definir como relator o secretário de Segurança de São Paulo, unidade governada por Tarcísio de Freitas (Republicanos). Derrite deixou o cargo no estado somente para relatar o texto.
O texto original, batizado de PL Antifacção, foi modificado cinco vezes antes de ser aprovado pelos parlamentares e passou a ser chamado de Marco Legal do Combate ao Crime Organizado. A proposta cria novos crimes, amplia poderes de investigação e determina regras especiais para líderes de organizações criminosas.
“O projeto aprovado ontem pela Câmara alterou pontos centrais do PL Antifacção que nosso governo apresentou. Do jeito que está, enfraquece o combate ao crime e gera insegurança jurídica. Trocar o certo pelo duvidoso só favorece quem quer escapar da lei”, afirmou Lula.
O texto ainda terá de passar pela análise do Senado, que pode alterar o projeto, e pela sanção do próprio presidente Lula para virar lei. Na postagem que fez nesta quarta, Lula disse considerar “importante” que o “diálogo e a responsabilidade” prevaleçam entre os senadores na análise da proposta. “Para que o Brasil tenha de fato instrumentos eficazes no enfrentamento às facções criminosas”, afirmou.
Leia menos
As 400 vagas extras disponibilizadas pela Prefeitura de Salgueiro para a 32ª Corrida Raimundo de Sá, conforme anúncio feito pelo prefeito Fabinho Lisandro, na noite de ontem, foram preenchidas rapidamente na manhã de hoje, com recorde de acessos ao site de inscrições, o Cronosvale.
O prefeito decidiu abrir mais 400 vagas para a corrida porque as 400 iniciais se esgotaram em 20 minutos na noite da última segunda-feira. Muitas pessoas que não conseguiram se inscrever pediram a reabertura das inscrições e o que aconteceu surpreendeu até o mesmo o pessoal da plataforma Cronosvale, usada nas inscrições de diversas corridas em toda a região.
Com o slogan “A Maior de Todos os Tempos”, a 32ª Corrida Raimundo de Sá será realizada na manhã do dia 23 de dezembro, com largada e chegada na Praça da Igreja Matriz. Os competidores vão percorrer 8 km nas categorias: Local, masculino e feminino (18 a 39 anos); Master Local, masculino e feminino (a partir de 40 anos); Visitante, masculino e feminino (18 a 39 anos); e Master Visitante, masculino e feminino (a partir de 40 anos). Os três melhores de cada categoria recebem premiação em dinheiro e troféu.
Por Rudolfo Lago – Correio da Manhã
No início da tarde de terça-feira (18), quando sequer havia segurança se a Câmara conseguiria votar ou não o PL Antifacção, o presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União Brasil-AP), foi à tribuna e comunicou que escolhera o senador Alessandro Vieira (MDB-SE) o relator do projeto quando ele chegar aos senadores.
A rapidez da escolha era uma clara sinalização combinada com o governo: qualquer tentativa de reduzir o papel da Polícia Federal (PF) no combate ao crime organizada seria depois rechaçada no Senado. O Correio Político conversou com Alessandro Vieira logo após a indicação. “Compreendemos os interesses dos estados, mas não vamos permitir que se diminua a atuação da mais importante força policial do país”.
Leia maisFica claro que as tentativas de redução do papel da PF eram o ponto frágil nas cinco diferentes versões do relatório feito pelo deputado Guilherme Derrite (PL-SP). No Congresso, o ponto era explorado enquanto se desenrolava a operação sobre o banco Master.
O deputado Rodrigo Rollemberg (PSB), ex-governador do DF, por exemplo, explorou em discurso o fato de a operação chamuscar o atual governador Ibaneis Rocha (MDB), que ontem afastou o presidente do Banco Regional de Brasília (BRB), Paulo Henrique Costa.
“Esse talvez seja o maior escândalo da história do Brasil”, disse Rodrigo Rollemberg. “Master e BRB tentaram desviar mais de R$ 12,2 bilhões, de acordo com a investigação da Polícia Federal. Já não se contentam em desviar milhões”. Recentemente, outra operação da Polícia Federal, a Carbono Oculto, revelou ligações do Primeiro Comando da Capital (PCC) com fintechs instaladas no centro do mercado financeiro do país, a Faria Lima. “Não é coincidência que no mês que antecedeu tudo isso a Câmara tenha tentado votar a PEC da Blindagem”, afirmou. O deputado, então, associou a tentativa fracassada da PEC aos ensaios de Derrite.
No início da tarde, o ponto que ainda gerava polêmica no quinto relatório de Derrite era o financiamento das operações policiais, com a possibilidade de divisão de recursos apreendidos em operações entre o Fundo Nacional de Segurança Pública e fundos estaduais.
“Já começamos a dialogar com Derrite, com os governadores e o governo federal”, revelou Alessandro Vieira. “Entendemos a posição dos governadores em ter fontes de financiamento, mas não permitiremos que a principal força policial do país fique descapitalizada”.
O senador informou, então, que seu primeiro trabalho, caso o projeto viesse a ser aprovado na Câmara com a divisão dos recursos entre o fundo nacional e os estaduais seria avaliar o impacto financeiro que isso poderia produzir para a PF e para as suas operações.
À noite, porém, comentava-se que o governo poderia ter cometido um erro de estratégia. Derrotado na tentativa de votar o projeto original do governo, não deveria, talvez, ter ficado contra o projeto de Derrite. Poderá ficar com a pecha de ter ficado do lado do crime.
Leia menos
Na próxima segunda-feira (24), às 19h, a Faculdade de Direito do Recife (FDR) inaugura a exposição “Tradição que Representa: Diplomatas da FDR”. A abertura da mostra ocorre na presença do diplomata e ex-embaixador Alessandro Candeas (egresso da FDR), que ao lado do Ministro da Defesa, José Mucio Monteiro, e do Comandante da Aeronáutica, Marcelo Kanitz Damasceno, irá detalhar os bastidores da Operação Voltando em Paz, de resgate de brasileiros em Gaza, em 2023.
A exposição destacará a trajetória de ilustres egressos da FDR que desempenharam papéis cruciais nas relações internacionais do Brasil, reafirmando o legado da faculdade como um celeiro de talentos para a carreira diplomática. Serão homenageados alguns dos mais notáveis diplomatas formados pela FDR, cuja trajetória é apresentada cronologicamente, com base em suas datas de bacharelado.
Leia maisO primeiro destaque é José Maria da Silva Paranhos Júnior (Barão do Rio Branco), bacharel em 1866 e Patrono da Diplomacia Brasileira, fundamental na definição das fronteiras do país. Segue-se Joaquim Aurélio Barreto Nabuco de Araújo, pernambucano formado em 1870, que uniu as carreiras de historiador, jurista, abolicionista e diplomata.
Em 1886, a faculdade formou dois nomes importantes: o paraibano Epitácio Lindolfo da Silva Pessoa, que foi jurista, político, diplomata e Presidente da República; e o maranhense José Pereira da Graça Aranha, intelectual de renome que serviu à diplomacia e contribuiu significativamente para a cultura brasileira.
A lista segue com Frederico de Castello Branco Clark, piauiense (bacharel em 1907), e Francisco Cavalcanti Pontes de Miranda, alagoano (bacharel em 1911), jurista e doutrinador de imensa influência que também teve atuação diplomática.
Já no século XX, a FDR formou o pernambucano Mário Gibson Alves Barboza (bacharel em 1937), que ocupou o cargo de Ministro das Relações Exteriores, e, mais recentemente, Geraldo Holanda Cavalcanti (bacharel em 1951), também pernambucano, diplomata e escritor com importante atuação internacional.
Leia menos
O encontro convocado para hoje pelo ex-presidente do Caxangá Ágape, Braga Sá, não possui qualquer validade oficial e não representa a confraria. Embora Braga Sá tenha integrado a entidade por muitos anos, ele não faz mais parte do quadro dirigente e não ocupa qualquer cargo na atual gestão. Apesar disso, ele divulgou um almoço supostamente comemorativo pelos ‘80 anos do Ágape’ e informou que o evento homenagearia a presidente da OAB-PE, Ingrid Zanella, levando terceiros ao erro sobre sua legitimidade.
Documentos oficiais da entidade e uma decisão da 10ª Vara Cível do Recife confirmam que Braga Sá não tem autorização para falar em nome do Caxangá Ágape, nem para promover eventos utilizando sua marca, símbolos, diretoria ou qualquer referência institucional. A Justiça concedeu tutela de urgência determinando que ele se abstenha de usar o nome “Caxangá Ágape” ou se apresentar como representante da confraria, além de ordenar a remoção de convites e publicações que vinculem o evento à entidade. Procurado, Braga não retornou aos contatos feitos pela reportagem. Abaixo, a decisão na íntegra.
O prefeito do Recife, João Campos (PSB), pré-candidato ao Governo de Pernambuco nas eleições de 2026, recebeu um apoio estratégico que repercute em todo o estado: a declaração pública de adesão do prefeito de Araripina, Evilásio Mateus (PDT).
A movimentação é considerada de alto impacto político, especialmente pela força que Araripina exerce na região do Araripe, maior colégio eleitoral do sertão pernambucano fora do eixo das grandes cidades. Com ampla aprovação popular e reconhecido poder de articulação, Evilásio surge como uma das principais lideranças emergentes do interior.
Leia maisO apoio não é visto apenas como simbólico. No tabuleiro político estadual, a migração de prefeitos do interior para um projeto majoritário costuma indicar tendências, consolidar alianças e abrir caminhos para novas adesões. No caso de João Campos, agrega musculatura à sua pré-campanha e reforça sua atuação fora da capital.
Em Araripina, Evilásio Mateus vem acumulando capital político desde sua eleição, mantendo alto índice de aprovação e construindo alianças sólidas com vereadores, lideranças religiosas, comunitárias e com figuras políticas de peso da região. Sua adesão é interpretada como um gesto de confiança e alinhamento pleno ao projeto socialista para 2026.
O apoio em Araripina é visto, nos bastidores, como um dos mais importantes entre os já conquistados no interior até agora. Analistas avaliam que Evilásio agrega não apenas votos, mas estrutura política, capacidade de mobilização e impacto regional.
Leia menos
Do G1/PE
A Polícia Civil prendeu, ontem, os vereadores Flávio do Cartório (PSD) e Professor Eduardo (PSD), que são, respectivamente, presidente e primeiro vice-presidente da Câmara Municipal de Ipojuca, no Grande Recife. Eles foram detidos com uma alta quantia em dinheiro num supermercado em Boa Viagem, na Zona Sul da capital.
Conforme apuração da reportagem, o presidente da Câmara tinha um mandado de prisão em aberto e estava sendo monitorado desde a deflagração da Operação Alvitre, que apura desvios milionários de emendas parlamentares na cidade.
Leia maisOs dois parlamentares foram autuados pelo crime de lavagem de dinheiro. Eles foram abordados pelo Grupo de Operações Especiais (GOE) no final da tarde, quando saíam do supermercado com o dinheiro.
Os vereadores foram levados para prestar depoimento na Central de Plantões da Capital, em Campo Grande, na Zona Norte do Recife. Ao chegar à delegacia, os vereadores esconderam os rostos com as camisas que vestiam.
Por meio de nota, o PSD de Pernambuco informou que vai acompanhar as investigações referentes às prisões dos vereadores filiados ao partido e que, “assim que o processo legal for concluído, adotaremos as medidas cabíveis”.
Operação Alvitre
A Operação Alvitre, na qual Flávio do Cartório é investigado, apura o uso de diversas empresas para desviar verbas de emendas parlamentares impositivas, instrumento utilizado pelos vereadores para destinar parte do orçamento municipal para projetos e áreas específicas.
As apurações indicam que os recursos públicos foram destinados a associações de fachada localizadas em outros municípios, sem estrutura ou competência técnica para executar os projetos contratados.
Além disso, no dia 28 de outubro, uma mulher de 46 anos foi morta no quintal de casa pouco após ir à Delegacia de Porto de Galinhas para depor sobre o caso. Simone Marques da Silva era professora universitária e seria ligada uma das mulheres investigadas no esquema.
Horas antes de ser assassinada, Simone compareceu à delegacia, mas não chegou a ser ouvida, porque outro procedimento estava sendo realizado no local. Ela remarcou o depoimento para o dia seguinte, mas foi alvejada por tiros poucas horas depois.
O esquema
Segundo o inquérito, uma das principais instituições beneficiadas pelo inquérito foi o Instituto de Gestão de Políticas Públicas do Nordeste (IGPN), que recebeu pelo menos R$ 6,3 milhões de nove emendas parlamentares. Pelo menos quatro pessoas ligadas ao instituto são investigadas:
O inquérito também cita o Instituto Nacional de Ensino, Sociedade e Pesquisa (Inesp), que usa o nome de Faculdade Novo Horizonte. Essa empresa também seria utilizada pelo grupo criminoso para praticar os desvios.
Conforme a denúncia, a instituição recebeu repasses milionários para cursos de capacitação, com planos de trabalho considerados inconsistentes e orçamentos inflados.
No dia 5 de novembro, o empresário Gilberto Claudino da Silva Júnior, então gestor da Faculdade Novo Horizonte, foi preso. Ele é apontado como “coordenador” dos desvios e foi capturado após um mês foragido.
Leia menos
A operação de compra do banco Master pelo Banco de Brasília (BRB) era uma medida destinada a acobertar as fraudes na compra de carteiras de créditos falsas descobertas pelo Banco Central (BC) em fevereiro.
A conclusão é de investigadores do BC e da Polícia Federal, com base na análise de operações fraudulentas realizadas antes de o BRB decidir adquirir o Master, numa operação que levantou suspeitas desde o início. As informações são do blog do Valdo Cruz.
Leia maisSegundo os investigadores, o BC começou a descobrir a fraude na compra de carteiras de crédito do Master pelo BRB em fevereiro, a partir de informações inconsistentes. Logo depois, foi anunciada a operação de compra do Master pelo BRB, em março deste ano.
“Era uma forma de juntar os balanços dos dois bancos e esconder as fraudes do Banco Central. Mas, a diretoria de fiscalização do BC já estava com a investigação adiantada quando o negócio foi anunciado em março, e as suspeitas já haviam sido informadas ao Ministério Público e Polícia Federal”, diz um investigador.
Enquanto as investigações da PF prosseguiam, o BC pedia mais informações aos dois bancos para esclarecer as operações falsas de compra de carteiras de crédito, que levaram a um rombo de R$ 12,2 bilhões.
Essa demora na avaliação da venda do Master pelo BRB levou os políticos aliados do presidente do banco, Daniel Vorcaro, a reclamarem e pressionarem o BC, tentando inclusive, como chantagem, aprovar um projeto que reduzia a autonomia da autoridade monetária.
Políticos ligados a Daniel Vorcaro, dono do Master e que foi preso pela PF, reclamavam que o BC ficava pedindo documentos e mais documentos, e não aprovava a compra do banco pelo BRB. O que os políticos não sabiam é que os documentos solicitados faziam parte da fiscalização das operações fraudulentas.
O BC só negou a operação em setembro, quando as investigações da PF já estavam adiantadas e próximas de se tornarem uma operação, o que aconteceu nesta segunda-feira (17).
Para a PF, MP e BC, houve um conluio entre os dois bancos para esconder as fraudes e, por isso, em nenhum momento o Banco Central pretendia autorizar a venda do Master para o BRB. Só estava ganhando tempo enquanto as investigações prosseguiam.
Leia menos
As autoproclamadas combatentes da corrupção em Pernambuco, a governadora Raquel Lyra e sua vice, Priscila Krause, parecem ter adotado como prática um silêncio constrangedor diante de questões sensíveis que exigem esclarecimento.
Estar sob os holofotes não é tarefa simples. Entretanto, toda figura pública tem o dever de enfrentar temas espinhosos, por mais incômodos que sejam. O eleitor não perdoa a fuga deliberada do debate.
Leia maisAté agora, nenhuma das duas ofereceu explicações – sequer uma nota oficial ou declaração pública – sobre as diversas denúncias relacionadas a episódios de corrupção no âmbito do próprio governo.
Acusações, por exemplo, sobre repasses que ultrapassam R$ 100 milhões ao marido da vice-governadora, ou ainda o caso envolvendo o posto e o gás de Fernando de Noronha, ligados ao irmão de um secretário, seguem sem qualquer resposta. Apenas silêncio.
Nesta semana, mais um episódio veio à tona. Um respeitado jornal eletrônico de jornalismo investigativo publicou uma reportagem robusta revelando um possível escândalo envolvendo tentativa de uso eleitoral da Polícia Civil de Pernambuco. Faço aqui um necessário elogio à nossa Polícia Civil, que historicamente tem resistido a qualquer tentativa de instrumentalização política e sempre repudiou movimentos isolados que buscavam esse fim. Desta vez, porém, a gravidade é maior: as ordens, segundo a reportagem, estariam partindo dos escalões superiores do Poder. E isso é extremamente sério.
A resposta da governadora e de sua vice, mais uma vez, segue o padrão já estabelecido: um silêncio envergonhado.
Leia menos