Senado pode votar nome de Galípolo para a presidência do BC nesta terça

O Plenário vota três matérias nesta terça-feira (8), a partir das 14h. Um deles não está previsto inicialmente na pauta, mas a expectativa é que seja votado pelos senadores: a indicação de Gabriel Galípolo para a presidência do Banco Central (MSF 42/2024). 

Antes, Galípolo será sabatinado a partir das 10h desta terça (8), na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE). De lá, caso seja aprovado, o nome do economista deverá seguir para apreciação dos demais senadores no Plenário. A indicação precisa contar com a aprovação da maioria dos votantes na CAE e no Plenário. Nos dois locais, a votação é secreta. 

Se aprovado no Senado, Galípolo comandará a instituição por quatro anos a partir de janeiro de 2025. Ele substituirá Roberto Campos Neto, cujo mandato no BC vai até o dia 31 de dezembro. Segundo o artigo 52 da Constituição, toda indicação para a diretoria do Banco Central passa pelo crivo do Senado. 

O Banco Central passou a ter autonomia com a Lei Complementar 179, de 2021, originada de projeto do senador Plínio Valério (PSDB-AM). Pelo texto, o BC é autarquia de natureza especial, sem vinculação a ministério, de tutela ou de subordinação hierárquica, tendo autonomia técnica, operacional, administrativa e financeira. O presidente do BC é escolhido pelo presidente da República no meio de seu mandato, mas precisa ter o nome aprovado pelo Senado. 

Atual secretário de Relações Institucionais do Estado de São Paulo no governo Tarcísio de Freitas (Republicanos), em São Paulo, Gilberto Kassab (PSD) se colocou como aliado de primeira linha do governador de São Paulo em entrevista ao Estúdio i, da GloboNews.

“Meu projeto é Tarcísio, sendo Tarcísio, eu vou estar alinhado com o projeto que seja compatível com o projeto do Tarcísio, seja ele governador ou presidente”, disse Kassab.

Segundo ele, ainda é cedo para definir qual caminho o PSD seguirá na eleição presidencial de 2026. Tarcísio está entre os nomes cotados para concorrer à presidência, já que, hoje, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) está inelegível.

Ao afirmar que o partido vai iniciar “no momento certo” as consultas sobre o que fazer no plano nacional, disse que ele vai defender “acompanhar o governador Tarcísio”. Gilberto Kassab lidera o partido com mais prefeitos eleitos no 1º turno da eleição 2024 em todo o Brasil, o PSD.

Responsável por desbancar a hegemonia no MDB, líder absoluto de prefeituras no País desde 2004, ele analisou os resultados como vitória do centro e da direita. E cita novas lideranças desse campo como motivo para desempenho melhor em comparação com o PT e a esquerda como um todo.

“O resultado eleitoral do centro e da direita é muito fruto dessa renovação que está acontecendo no centro e na direita e eu não vejo isso na esquerda. Isso está trazendo dificuldades. Cada vez mais a esquerda é refém da figura do Lula”.

Do g1

O público pernambucano acompanhou em tempo real os resultados das Eleições 2024 na TV Tribuna/Band. A emissora garantiu a vice-liderança isolada de audiência entre 17h00 e 20h25. Ao todo, mais de 328 mil pessoas foram alcançadas durante a transmissão, com pico de 6,8 pontos. Os dados são da Kantar Ibope.

A programação especial de apuração das Eleições 2024 foi dividida entre blocos nacionais e locais, oferecendo uma cobertura completa. A cobertura local iniciou às 17h20, totalizando duas horas de programação ao vivo, intercaladas com uma hora e vinte e cinco minutos de conteúdo nacional.

Em Pernambuco, o programa foi dividido em três blocos: das 17h20 às 18h, das 18h20 às 19h e das 19h20 às 20h. Apresentado por Fernando Rêgo Barros e Eliane Nóbrega, o especial contou, em cada bloco, com análises de cientistas políticos e reportagens ao vivo de diferentes locais. No Tribunal Regional Eleitoral de Pernambuco, Moab Augusto trouxe atualizações e balanços oficiais sobre o domingo de eleições no estado.

Além do programa especial, a TV Tribuna exibiu durante todo o domingo boletins com informações atualizadas. Ao mesmo tempo, os usuários do portal Tribuna Online puderam ler matérias especiais ao longo do dia, com destaque para a apuração dos votos, o que permitiu ao público acompanhar os dados em tempo real. As redes sociais da TV Tribuna também postaram conteúdo exclusivo sobre as eleições para seus seguidores.

Por Felipe Resk*

Com 37 cadeiras, a Câmara Municipal do Recife terá 10 novos vereadores a partir de janeiro de 2025. A renovação da Casa de José Mariano, que vai continuar composta na sua maioria por aliados do prefeito João Campos (PSB), é de menos de 30%.

Entre os novatos, quatro vereadores são parentes de políticos com mandato ou que já ocuparam cargos relevantes. Eles se juntam a outros oito parlamentares da Câmara Municipal que também vieram de berço político e conseguiram se reeleger.

Um dos casos é o do estreante Gilson Machado Filho (PL), de 26 anos, que foi escolhido por 16.095 eleitores e se tornou o segundo vereador mais bem votado do Recife, atrás apenas de Romerinho Jatobá (PSB), o atual presidente da Casa.

Filho do ex-ministro de Jair Bolsonaro (PL) e candidato derrotado à Prefeitura da capital pernambucana Gilson Machado (PL), o novo vereador foi eleito com discurso em defesa de pautas conservadoras. “Agora nós vamos ter uma oposição de verdade, coisa que o Recife não tinha nos quatro últimos anos”, declarou, nas redes sociais.

Com 7.131 votos, Alef Collins (PP), de 22 anos, outro novato na Câmara, é filho do deputado estadual Cleiton Collins (PP) e da deputada federal Michele Collins (PP), conhecidos pela base evangélica. Atualmente, a família tem aliança com a governadora Raquel Lyra (PSDB).

Já entre os aliados de João está o engenheiro Eduardo Mota (PSB), que fez parte da Secretaria de Infraestrutura do Recife e foi eleito vereador com 11.786 votos. Ele é filho do filho do ex-deputado estadual Nilton Mota, líder histórico do partido.

Com promessa de também integrar a base governista, a médica Flávia de Nadegi (PV) é filha da prefeita de Camaragibe, Nadegi Queiroz (Republicanos), e irmã do deputado João de Nadegi (PV). Ela teve 11.278 votos e vai para o seu primeiro mandato.

Quem são os outros novatos

Júnior de Cleto (PSB)

Foi candidato a deputado federal pelo MDB em 2022 e se filiou ao partido de João Campos no início do ano. Atua no transporte complementar e pretende ser porta-voz da categoria na Câmara.

Rubem Rodrigues (PSB)

Com base eleitoral na Guabiraba, na Zona Norte, é criador de projeto social voltado ao atendimento de crianças com autismo. A ação começou em Goiana, na Zona da Mata Norte, há três anos.

Kari Santos (PT)

Criadora de conteúdo e influenciadora digital. Foi alvo de uma onda de ataques digitais após publicar meme contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle. Nos perfis em redes sociais, descreve a si mesma como “terrivelmente petista”.

Jô Cavalcanti (Psol)

Ex-ambulante, feminista e com atuação no Movimento dos Trabalhadores e Trabalhadoras Sem Teto (MTST). Foi eleita deputada estadual no mandato coletivo Juntas.

Thiago Medina (PL)

Com apoio de nomes da direita como Nikolas Ferreira e o deputado estadual Renato Antunes, ambos do PL, apoia o armamento da guarda municipal, o fim do sistema Zona Azul e quer obrigar a execução do hino nacional nas escolas.

Eduardo Moura (Novo)

Cristão, jornalista, ex-apresentador de TV. É crítico à gestão PSB e se lançou como candidato “incorruptível, honesto e destemido”.

*Jornalista do Diario de Pernambuco

As eleições municipais para prefeito de Inhaúma, na Região Central de Minas Gerais, terminaram empatadas. Os únicos dois candidatos receberam a mesma quantidade de votos, e Zula (Republicanos) foi eleito por ser o mais velho.Zula e Carlinhos (Solidariedade) receberam 2.434 votos cada.

O critério de desempate é a idade – por ser mais velho, Zula venceu a disputa, segundo o Tribunal Regional Eleitoral (TRE-MG). Ele tem 62 anos, enquanto Carlinhos tem 46. Com 6.239 habitantes, Inhaúma ainda teve 71 votos brancos, 92 nulos e 749 abstenções.

Do g1

Reeleito em primeiro turno com mais de 180 mil votos, o prefeito do Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros, manteve o pique de trabalho, nesta segunda-feira (7), primeiro dia pós-eleição. O gestor começou o dia com uma entrevista à Rádio Hits, fez reunião interna, gravou com a TV Tribuna e seguiu para fiscalizar uma obra de pavimentação da Rua Floriano Peixoto, em Prazeres, onde foi recebido pelos moradores em clima de comemoração. A agenda de reuniões seguiu durante a tarde. À noite, a partir das 19h, o prefeito participa de uma missa na Igreja Matriz de Santo Amaro, no Jaboatão Centro, para juntamente com a família agradecer pela vitória nas urnas e apoio da população.

“Nada mudou. Vou seguir meu dia a dia fazendo o meu trabalho, indo para as ruas, conversando com a população todos os dias, para ouvir as demandas e me colocar no lugar das pessoas para, com sensibilidade, tomar as melhores decisões”, declarou Mano. “Eu estou muito feliz em ter o voto de confiança de mais de 180 mil jaboatonenses e tenho certeza de que ninguém vai se arrepender. Vou continuar honrando essa confiança e transformando a vida das pessoas”.

O biomédico Luiz Teixeira da Silva Junior, dono da clínica onde supostamente teria sido realizado um exame toxicológico apresentado por Pablo Marçal (PRTB) com resultado positivo para cocaína por Guilherme Boulos (Psol), foi condenado na Justiça em 2021.

A 22ª Vara Federal de Porto Alegre o considerou culpado por apresentar documentos falsos ao Cremers (Conselho Regional de Medicina do Estado do Rio Grande do Sul) para obter o registro profissional de médico. A clínica Mais Consultas, cujo timbre está no receituário publicado por Marçal, tem Luiz Teixeira como sócio direto e através de uma holding.

Segundo a sentença, Luiz Teixeira da Silva Junior teria “feito uso de um diploma de graduação em Medicina e de uma ata de colação de grau contrafeitos, supostamente emitidos pela Fundação Educacional Serra dos Órgãos (atual ‘Centro Universitário’ Serra dos Órgãos – Unifeso)”. Ele pagou, segundo a Justiça, R$ 27.000 pelos documentos falsos. 

Luiz Teixeira da Silva Júnior foi condenado a 2 anos e 4 meses de reclusão, a serem cumpridos no regime semiaberto. A prisão foi substituída posteriormente por uma pena restritiva de direitos.

A Unifeso declarou à Justiça que ele não foi aluno da instituição de ensino. Além disso, a 22ª Vara Federal de Porto Alegre considerou outras provas para condenar o biomédico. Entre elas, a análise dos documentos apresentados.

Inconsistências

A Justiça citou algumas inconsistências, como o fato de a faculdade ter sido renomeada como Centro Universitário Serra dos Órgãos antes da suposta emissão dos documentos. Ainda, a ata de colação de grau autenticada enviada à PF (Polícia Federal) contém o nome de outra pessoa na linha 40, em que está o nome de Luiz Teixeira da Silva Junior na cópia apresentada por ele ao Cremers. 

Luiz Teixeira da Silva Junior, de acordo com a sentença, apresentou “uma versão bastante inverossímil” dos fatos, “no sentido de que contratara os serviços de um despachante para que sua formação acadêmica em Biomedicina fosse transmudada para Medicina”. Ele disse “ter sido vítima de um engodo” do despachante.

Condenação

O juiz Adel Américo Dias de Oliveira declarou “não ser crível” que o biomédico “tenha sido ludibriado”, por, entre outras coisas, possuir “extensa experiência” na área da saúde. 

Segundo ele, não é “aceitável” que Luiz Teixeira da Silva Junior “desconhecesse a necessidade de submeter-se à prova de vestibular para ingresso em uma universidade e, somente então, após longos anos de estudo, viesse a angariar a diplomação pretendida”. O juiz afirmou que o biomédico “conhece os trâmites necessários à obtenção” de um registro profissional. 

“Mais que isso, ressalto que tanto o diploma quanto a ata de colação de Grau foram submetidas a seu crivo, na medida em que exigiam a aposição de sua assinatura como forma de conferir ares de veracidade à documentação”, escreveu o juiz. 

“É justamente o fato de haver assinado os documentos que se extrai a certeza de que o acusado conhecia a falsidade de ambos, em especial, da ata de colação de grau, na medida em que certificou sua participação em solenidade na qual, por óbvio, não estava presente”, completou. 

Certidão de antecedentes criminais de Luiz Teixeira da Silva Junior emitida pelo TJ-SP (Tribunal de Justiça de São Paulo) indica que o biomédico teve outros problemas com a Justiça, como processos por estelionato e outras fraudes. 

Contexto

Na noite de sexta-feira (4), Marçal publicou a foto do que seria um receituário médico indicando que Boulos teria sofrido um “surto psicótico” em 19 de janeiro de 2021. O documento é assinado por um médico chamado José Roberto de Souza (CRM 17064-SP), que já morreu, segundo dados do CRM.

No documento, há detalhes sobre um suposto atendimento a Boulos com um “quadro psicótico grave, em delírio persecutório e ideias homicidas”.

Dados da Redesim (Rede Nacional para a Simplificação do Registro e da Legalização de Empresas e Negócios) mostram que Luiz Teixeira da Silva Junior é sócio e administrador da clínica Mais Consultas, cuja marca está no receituário divulgado pelo ex-coach. Na biografia de seu perfil no Instagram, também consta o perfil da Gianoto –clínica de estética localizada em Alphaville, na região metropolitana de São Paulo.

Do Poder360

A propaganda eleitoral para o segundo turno das eleições municipais está autorizada a partir das 17h desta segunda-feira (7). Os eleitores de 52 municípios vão voltar às urnas no dia 27 deste mês para eleger candidatos à prefeitura dos municípios. Não há disputa de segundo turno para vereadores.

Com o encerramento do prazo de 24 horas após a votação do primeiro turno, as campanhas podem voltar a realizar comícios, caminhadas, carreatas, passeatas e distribuição de material de campanha. A propaganda eleitoral pode ser feita até 26 de outubro, véspera do segundo turno.

A propaganda eleitoral na internet e nos jornais também estão permitidas a partir de hoje e devem circular até 25 deste mês. O horário eleitoral gratuito no rádio e na TV volta a ser transmitido no dia 11 e vai até dia 25.

O segundo turno da disputa será realizado em municípios com mais de 200 mil eleitores, nos quais nenhum dos candidatos à prefeitura tenha atingido mais da metade dos votos válidos, excluídos os brancos e nulos, no primeiro turno.

Da Agência Brasil

O PL foi o partido que elegeu o maior número de prefeitos nas 103 maiores cidades do País. Ao todo, a legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto fez 10 prefeitos nos principais centros urbanos do País, sendo seguida pelo União Brasil, que fez nove prefeitos.

O PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elegeu apenas dois prefeitos no primeiro turno nesse rol das maiores 103 cidades. Nos dois casos, tratam-se de prefeitas que tentavam a reeleição: Marília Campos, em Contagem (MG), e Margarida Salomão, em Juiz de Fora (MG).

Partidos de centro-direita como o PP (7), PSD (5), MDB (5) e Republicanos (4) também conseguiram eleger prefeitos no primeiro turno e aguardam o resultado do segundo turno para adicionar mais representantes no Executivo municipal.

Esses 103 municípios são aqueles que, por terem mais de 200 mil eleitores, têm a possibilidade de realizar um segundo turno das eleições. Nesses municípios, estão concentrados 60,5 milhões dos 155 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar neste ano. Os resultados eleitorais nessas prefeituras são importantes pela influência que os eleitos adquirem e porque indicam como o eleitorado tem se guiado nos principais centros urbanos do Brasil.

A seguir, o número de prefeitos que cada partido conseguiu eleger já no primeiro turno nesse grupo de 103 maiores cidades do País:

PL: 10

União Brasil: 9

PP: 7

PSD: 5

MDB: 5

Republicanos: 4

Podemos: 3

PT: 2

PSDB: 2

PSB: 2

Novo: 1

Avante: 1

O PL também é o partido com mais candidatos no segundo turno, com 24 disputas em aberto. Neste recorte, o PT é a sigla que vem logo atrás da legenda de Valdemar e de Jair Bolsonaro, com 13 candidatos no segundo turno.

O resultado das urnas mostra que o PL larga na frente no segundo turno e que o PT terá muito trabalho para vencer. O partido de Bolsonaro tem 13 candidatos que foram para o segundo turno à frente de seus adversários, enquanto a legenda de Lula tem apenas cinco candidatos nessas circunstâncias – o que demonstra a dificuldade que os petistas terão para virar alguns cenários e tentar eleger mais prefeitos.

PL: 24

PT: 13

União Brasil: 11

PSD: 10

MDB: 9

Republicanos: 7

PP: 6

PSDB: 5

Podemos: 5

PDT: 4

PSOL: 2

PSB: 2

Novo: 2

Solidariedade: 1

PMB: 1

Cidadania: 1

Avante: 1

O resultado do primeiro turno das eleições municipais deste ano representa a primeira demonstração de força a nível municipal da “profissionalização política do bolsonarismo”. O grupo político do ex-presidente, em 2020, ainda encontrava-se disperso em várias legendas, já que o próprio Bolsonaro estava sem partido. Foi somente no fim de 2021 que o ex-presidente filiou-se ao PL e deu início ao processo de “profissionalização” na política.

O partido de Bolsonaro mostrou ao mundo político neste primeiro turno que tem algo a oferecer: votos. O partido teve 15,7 milhões. Foi o campeão deste domingo nessa métrica. O crescimento foi de 236,2%, de acordo com levantamento do site de notícias Poder360.

O PT de Lula também cresceu, mas o movimento foi muito menor. O partido passou de 6,9 milhões no primeiro turno de 2020 para 8,9 milhões. A subida foi de 28,2% partindo de um patamar considerado o fundo do poço do partido. Neste ano, o PT foi o sexto mais votado do primeiro turno.

Nenhum dos outros quatro partidos mais bem colocados nas votações do primeiro turno estava na chapa presidencial de Lula em 2022. PSD (14,5 milhões de votos), MDB (14,4 milhões), União Brasil (11,3 milhões) e PP (9,9 milhões) apoiam o governo, mas só se uniram ao petista depois de eleito e cobraram um fatura alta – em ministérios, emendas e cargos – mesmo sem dar nem perto de 100% de suporte aos projetos do Executivo.

Além disso, os dois aliados mais poderosos de Lula nos municípios foram reeleitos sem a ajuda do presidente da República. João Campos (PSB, reeleito com 78,11% dos votos no Recife) e Eduardo Paes (PSD, 60,47% no Rio de Janeiro) fizeram um jogo duríssimo com o PT na pré-campanha porque sabiam que suas reeleições só dependiam deles mesmos. Em vez de vices petistas, fecharam chapas com integrantes dos próprios grupos políticos.

Os resultados prenunciam dois anos finais de mandato difíceis para Lula. Senadores e, principalmente, deputados de fora da esquerda olharão para os números e confirmarão a hipótese de ser melhor para sua sobrevivência política manter uma distância segura de Lula. Cobrarão cargos e verbas com ainda menos vontade de abraçar o governo. E, dessa vez, com mandato do petista mais perto de seu final.

Há meses é aguardada uma reforma ministerial para depois das eleições para presidente da Câmara e do Senado, marcadas para fevereiro. O rearranjo levará em conta os resultados nos municípios. Se não houver uma reviravolta no segundo turno, como as vitórias de Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, e Evandro Leitão (PT). em Fortaleza, Lula deverá entrar nessa negociação mais fraco do que estava na semana passada.

Do Estadão

O número de mulheres eleitas para ocupar o cargo de vereadora do Recife aumentou nesta eleição, mesmo com a redução de duas cadeiras na Câmara Municipal na próxima legislatura. No domingo (6), foram eleitas oito parlamentares, uma a mais que nas eleições de 2020 (veja quem são os 37 vereadores eleitos na capital).

A maioria dos parlamentares eleitos no Recife é homem. Entretanto, o percentual de mulheres que compõem a lista de vereadores aumentou. Em 2020, elas, que eram sete, representavam 17,9% das eleitas. Agora, que são oito, representam 21,6% da composição do parlamento.

Neste ano, a Câmara Municipal do Recife perdeu duas cadeiras (de 39 para 37), por conta do Censo 2022, que mostrou uma diminuição da população recifense em comparação com o levantamento anterior, de 2010.

Confira abaixo quem foram as mulheres eleitas

Andreza Romero (PSB): 15.785 votos;

Natalia de Menudo (PSB): 15.198 votos;

Liana Cirne (PT): 14.810 votos;

Cida Pedrosa (PCdoB): 11.364 votos;

Flávia de Nadegi (PV): 11.278 votos;

Kari Santos (PT): 9.321 votos;

Professora Ana Lúcia (Republicanos): 8.592 votos;

Jô Cavalcanti (PSOL): 7.619 votos.

A Câmara teve uma mulher como mais votada por duas eleições consecutivas: em 2016, Michele Collins (PP), com 15.357 votos; e em 2020, Dani Portela (PSOL), com 14.114 votos — neste ano, ela, que é deputada estadual, tentou ser prefeita, e ficou em terceiro lugar, com 3,78% dos votos válidos.

No entanto, nesses pleitos, as mulheres eleitas foram minoria, com seis e sete mulheres escolhidas em cada, consecutivamente. Nesta eleição, o vereador mais votado foi Romerinho Jatobá (PSB), atual presidente da Câmara, com 20.264 votos.

Nas eleições deste ano, das 16.060 candidaturas postas em Pernambuco, apenas 5.508 são femininas, sendo 86 para prefeita, 131 a vice-prefeita e 5.291 a vereadora. O cenário é semelhante no Recife. Das 534 candidaturas, 184 são mulheres, sendo três a prefeita, quatro a vice-prefeita e 177 a vereadora.

Do g1