O PL foi o partido que elegeu o maior número de prefeitos nas 103 maiores cidades do País. Ao todo, a legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro e de Valdemar Costa Neto fez 10 prefeitos nos principais centros urbanos do País, sendo seguida pelo União Brasil, que fez nove prefeitos.
O PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, elegeu apenas dois prefeitos no primeiro turno nesse rol das maiores 103 cidades. Nos dois casos, tratam-se de prefeitas que tentavam a reeleição: Marília Campos, em Contagem (MG), e Margarida Salomão, em Juiz de Fora (MG).
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Partidos de centro-direita como o PP (7), PSD (5), MDB (5) e Republicanos (4) também conseguiram eleger prefeitos no primeiro turno e aguardam o resultado do segundo turno para adicionar mais representantes no Executivo municipal.
Esses 103 municípios são aqueles que, por terem mais de 200 mil eleitores, têm a possibilidade de realizar um segundo turno das eleições. Nesses municípios, estão concentrados 60,5 milhões dos 155 milhões de eleitores brasileiros aptos a votar neste ano. Os resultados eleitorais nessas prefeituras são importantes pela influência que os eleitos adquirem e porque indicam como o eleitorado tem se guiado nos principais centros urbanos do Brasil.
A seguir, o número de prefeitos que cada partido conseguiu eleger já no primeiro turno nesse grupo de 103 maiores cidades do País:
PL: 10
União Brasil: 9
PP: 7
PSD: 5
MDB: 5
Republicanos: 4
Podemos: 3
PT: 2
PSDB: 2
PSB: 2
Novo: 1
Avante: 1
O PL também é o partido com mais candidatos no segundo turno, com 24 disputas em aberto. Neste recorte, o PT é a sigla que vem logo atrás da legenda de Valdemar e de Jair Bolsonaro, com 13 candidatos no segundo turno.
O resultado das urnas mostra que o PL larga na frente no segundo turno e que o PT terá muito trabalho para vencer. O partido de Bolsonaro tem 13 candidatos que foram para o segundo turno à frente de seus adversários, enquanto a legenda de Lula tem apenas cinco candidatos nessas circunstâncias – o que demonstra a dificuldade que os petistas terão para virar alguns cenários e tentar eleger mais prefeitos.
PL: 24
PT: 13
União Brasil: 11
PSD: 10
MDB: 9
Republicanos: 7
PP: 6
PSDB: 5
Podemos: 5
PDT: 4
PSOL: 2
PSB: 2
Novo: 2
Solidariedade: 1
PMB: 1
Cidadania: 1
Avante: 1
O resultado do primeiro turno das eleições municipais deste ano representa a primeira demonstração de força a nível municipal da “profissionalização política do bolsonarismo”. O grupo político do ex-presidente, em 2020, ainda encontrava-se disperso em várias legendas, já que o próprio Bolsonaro estava sem partido. Foi somente no fim de 2021 que o ex-presidente filiou-se ao PL e deu início ao processo de “profissionalização” na política.
O partido de Bolsonaro mostrou ao mundo político neste primeiro turno que tem algo a oferecer: votos. O partido teve 15,7 milhões. Foi o campeão deste domingo nessa métrica. O crescimento foi de 236,2%, de acordo com levantamento do site de notícias Poder360.
O PT de Lula também cresceu, mas o movimento foi muito menor. O partido passou de 6,9 milhões no primeiro turno de 2020 para 8,9 milhões. A subida foi de 28,2% partindo de um patamar considerado o fundo do poço do partido. Neste ano, o PT foi o sexto mais votado do primeiro turno.
Nenhum dos outros quatro partidos mais bem colocados nas votações do primeiro turno estava na chapa presidencial de Lula em 2022. PSD (14,5 milhões de votos), MDB (14,4 milhões), União Brasil (11,3 milhões) e PP (9,9 milhões) apoiam o governo, mas só se uniram ao petista depois de eleito e cobraram um fatura alta – em ministérios, emendas e cargos – mesmo sem dar nem perto de 100% de suporte aos projetos do Executivo.
Além disso, os dois aliados mais poderosos de Lula nos municípios foram reeleitos sem a ajuda do presidente da República. João Campos (PSB, reeleito com 78,11% dos votos no Recife) e Eduardo Paes (PSD, 60,47% no Rio de Janeiro) fizeram um jogo duríssimo com o PT na pré-campanha porque sabiam que suas reeleições só dependiam deles mesmos. Em vez de vices petistas, fecharam chapas com integrantes dos próprios grupos políticos.
Os resultados prenunciam dois anos finais de mandato difíceis para Lula. Senadores e, principalmente, deputados de fora da esquerda olharão para os números e confirmarão a hipótese de ser melhor para sua sobrevivência política manter uma distância segura de Lula. Cobrarão cargos e verbas com ainda menos vontade de abraçar o governo. E, dessa vez, com mandato do petista mais perto de seu final.
Há meses é aguardada uma reforma ministerial para depois das eleições para presidente da Câmara e do Senado, marcadas para fevereiro. O rearranjo levará em conta os resultados nos municípios. Se não houver uma reviravolta no segundo turno, como as vitórias de Guilherme Boulos (PSOL), em São Paulo, e Evandro Leitão (PT). em Fortaleza, Lula deverá entrar nessa negociação mais fraco do que estava na semana passada.
Do Estadão
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