Sudene destaca ações de fomento à inovação no Finep Day

Cada vez mais próxima do ambiente de inovação e empreendedorismo proposto pelo Governo Federal, a Superintendência do Desenvolvimento do Nordeste (Sudene) marcou presença no Finep Day, evento ocorrido hoje, em Recife, na sede da Federação das Indústrias de Pernambuco (Fiepe). Promovido pelo Departamento Regional da Financiadora de Estudos e Projetos (Finep), o evento reuniu instituições, empreendedores e outros parceiros para promover intercâmbio de conhecimento e oportunidades de negócio. A Sudene foi representada pelo superintendente Danilo Cabral.

O encontro contou com a presença da Ministra da Ciência, Tecnologia e Inovação, Luciana Santos, que defendeu enfaticamente a atuação do governo federal neste campo, considerado um dos maiores pilares da soberania nacional pela titular da pasta. “Um dos grandes pilares da geopolítica é o domínio tecnológico. Se nós não tivermos a verdadeira dimensão desses desafios, nós vamos ficar para trás. E se a desigualdade é real, ela se acentuará ainda mais, porque ela vai ter o fosso não só entre o hemisfério sul-global e o norte, mas entre as regiões, entre os países e entre classes sociais. Por isso mesmo, o presidente Lula tomou a decisão política desde o início do nosso governo de recompor integralmente o Fundo Nacional de Desenvolvimento de Ciência e Tecnologia, que é o principal recurso de fomento deste campo”, comentou a ministra.

Luciana Santos também destacou a execução de R$ 10 bilhões no exercício 2023 para projetos estratégicos de ciência e tecnologia. Esta ação, segundo a ministra, foi alinhada ao programa de governo proposto pelo Executivo Federal, direcionado a áreas como saneamento básico, agenda climática, combate à fome, entre outras.

O superintendente Danilo Cabral ressaltou a importância da ação integrada das instituições que atuam no setor de pesquisa e desenvolvimento. Para o gestor, esta é uma condição fundamental para viabilizar projetos que, de fato, dialoguem com as necessidades da região. “A Sudene veio aqui para que a gente pudesse dialogar com o setor produtivo. Quem participou de governo sabe que às vezes todo mundo pensa uma solução, mas às vezes cada um caminha no caminho próprio. E o que a gente está aqui mostrando é que é fundamental a gente agir de forma articulada, de forma integrada, em que o poder público, junto com a iniciativa privada e aqueles que fazem a pesquisa e a ciência, possa formular um pensamento e a partir desse pensamento a gente integra as soluções que são necessárias”, disse o gestor.

Destacando o protagonismo da Sudene no financiamento de projetos inovadores para o desenvolvimento regional, Danilo Cabral citou algumas iniciativas da autarquia neste cenário. Na oferta de crédito, o superintendente citou o montante recorde de R$ 44 bilhões em operações com recursos do Fundo Constitucional de Financiamento do Nordeste em 2023. Considerando o Fundo de Desenvolvimento do Nordeste (FDNE), operado pela Sudene, o valor chegou a R$ 1,2 bilhão, empregado em projetos de energia renovável.

Cabral também citou a aproximação da Sudene com as universidades e parques tecnológicos para o desenvolvimento de novos projetos na área de inovação. Uma as iniciativas mencionadas pelo gestor neste contexto foi o Impacta Bioeconomia, que vai identificar bioativos e bioinsumos que possam ser extraídos de forma sustentável dos biomas presentes na área da Sudene para viabilizar a produção de itens que englobam desde suplementos alimentares até medicamentos. “É isso que nós queremos: um Nordeste que seja inovador, justo, que todos tenham direitos às mesmas oportunidades, que seja respeitoso em relação à sua diversidade cultural e à sua biodiversidade” complementou.

Vale lembrar que um dos lançamentos mais recentes da Sudene para estímulo à inovação e empreendedorismo foi o Inova Mulher. O edital, que recebe inscrições até o dia 22 deste mês, vai selecionar projetos que apresentem soluções inovadoras para o desenvolvimento social, econômico e cultural da área de atuação da Sudene. As linhas prioritárias contemplam as áreas de economia criativa, bioeconomia e educação.

O prefeito do Paulista, Yves Ribeiro, participou, hoje, de uma reunião com o presidente do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE), Ricardo Paes Barreto. Entre outros assuntos, o gestor tratou acerca do Programa Morada do Povo. A iniciativa, que tem parceria com o TJPE, trata a respeito da regularização fundiária de imóveis no município. Também participaram do encontro, o procurador geral e o sub-procurador da Prefeitura, Geraldo Lima e Renato Beviláqua, respectivamente, e o controlador geral da Prefeitura, Gustavo Albuquerque.

O grave acidente de trânsito ocorrido em Jaboatão dos Guararapes, ontem, que vitimou diversas pessoas que acompanhavam a Procissão de Nossa Senhora de Perpétuo Socorro, no bairro de Marcos Freire, poderia ter sido evitado. A Prefeitura, como gestora do trânsito do município, deveria ter cumprido com eficiência alguns protocolos de segurança, que diminuiriam as chances de o incidente ocorrer.

Entre os protocolos recomendados, estariam a interdição de mais trechos para a circulação de veículos; uma melhor sinalização de advertência; maior mobilização da guardas de trânsito para o evento; melhor comunicação com as empresas de transporte urbano das linhas do bairro; e a publicação de aviso geral às empresas e à população sobre a área do evento.

Obviamente que as autoridades ainda vão apurar os detalhes de tudo o que ocorreu. Esperamos que as responsabilidades sejam apontadas e não haja conivência, pois foram pelo menos cinco mortes e diversos feridos, com muitos idosos que acompanhavam a procissão entre as vítimas. Que não haja impunidade. A população tem feito manifestações revoltadas com a casualidade que o prefeito trata do assunto, como se não estivesse falando de gente.

Um dia após os 41 anos do levante democrático, que partiu da cidade de Abreu e Lima e tomou o Brasil nos anos 80, a Prefeitura realizou, hoje, a inauguração da “Praça da Democracia”. O equipamento confere nova estrutura completa e homenageia o mesmo espaço onde, em 1983, parlamentares abreulimenses promoveram a primeira manifestação registrada no país em favor do movimento das “Diretas Já”. 

A solenidade de inauguração foi marcada, sobretudo, pela reafirmação do pioneirismo e da importância do município na gênese democrática no país, bem como da relevância do centro de lazer e convivência para a população como lembrança de que a defesa da democracia deve ser perene e é responsabilidade de todos. 

Presentes no ato marcante de 1983, e também no evento de entrega da nova Praça, os ex-vereadores Severino Farias e Reginaldo Silva, bem como o ex-suplente de vereador, e ex-procurador Geral do MPPE, Aguinaldo Fenelon, discursaram sobre a experiência de verem que a luta em defesa da democracia segue gerando frutos, e mantém-se extremamente em pauta, mesmo quatro décadas após o regime militar.

Os familiares dos ex-vereadores José da Silva Brito e Antônio Amaro Cavalcanti, que também encabeçavam a manifestação, receberam as homenagens e falaram em nome dos parlamentares que deixaram seus nomes escritos na história do município. 

A nova Praça da Democracia recebeu um investimento aproximado de R$ 1 milhão da Prefeitura e entrega à população um espaço que conta com área de lazer para crianças e adultos, pista de cooper, área de convivência, palco para apresentações culturais, além de um monumento – uma escultura do artista Demétrio Albuquerque – destacando os feitos de Abreu e Lima na história do país, desde o protagonismo nos principais episódios da Revolução Praieira ao pioneirismo no movimento em prol das eleições diretas no Brasil.  

Para além da participação das autoridades e integrantes das instituições civis organizadas do município – o prefeito Flávio Gadelha, vice Murilo do Povo, secretários do Executivo, vereadores, líderes das comunidades religiosas, magistrados, agentes culturais e mais – o público também contou com uma expressiva presença da população e de representantes das diversas instituições do Estado, a exemplo do procurador Geral de Justiça do MPPE, Marcos Antônio Matos de Carvalho, o secretário de Justiça e Direitos Humanos do Governo de PE, Jayme Asfora, o presidente do Tribunal Regional Eleitoral (TRE), Adalberto de Oliveira, além de representantes da ALEPE, Tribunal de Contas do Estado, Universidade Católica, dentre outros órgãos. Todos, em uníssono, ratificaram a importância do novo espaço e a contínua defesa da democracia. 

Em sua fala, o prefeito Flávio Gadelha também relembrou os feitos históricos do município e aproveitou para destacar que a Praça, totalmente renovada, não só surge para servir de memória, mas igualmente para dar vida a novas histórias, que terão o equipamento de lazer recém-chegado como palco.

O desembargador Luciano Carrasco Falavinha Souza, relator do processo que pede a cassação do senador Sergio Moro (União Brasil), votou pela improcedência da ação. Isso significa que ele entendeu que as acusações não procedem e que o cargo conquistado por Moro no senado deve ser mantido.

O segundo desembargador a votar, José Rodrigo Sade, pediu vista. Com isso, a continuidade da sessão ficou marcada para a quarta-feira (3). As duas Ações de Investigação Judicial Eleitoral (AIJEs) que pedem a cassação do mandato de Sergio Moro começaram a ser julgadas às 14h de hoje, no Tribunal Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR), em Curitiba.

Moro responde por abuso de poder econômico na pré-campanha eleitoral de 2022. Ele foi eleito com 1,9 milhão de votos. As ações contra ele possuem teor similar e serão julgadas em conjunto pela corte. Além do relator, outros seis desembargadores irão votar.

Todos os membros da Corte votam, inclusive o presidente do TRE-PR, desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, porque os processos envolvem possível perda de mandato. Em ações sem esse tipo de especificidade, o presidente só votaria em caso de empate.

Coluna do Estadão

Pressionada de todos os lados, a ministra de Ciência e Tecnologia, Luciana Santos, quer ganhar do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a promessa de que seu partido, o PCdoB, continuará à frente da pasta caso ela deixe o cargo para ser candidata a prefeita de Olinda (PE). Nos bastidores, auxiliares palacianos, no entanto, avaliam ser difícil firmar um compromisso desse com uma sigla (embora fiel) de apenas sete deputados.

O PCdoB está rachado sobre a ideia. Em Pernambuco, os comunistas entendem que a candidatura da ministra é competitiva e fundamental para a sobrevivência política da sigla no Estado. Já a direção nacional vê risco real de a aventura eleitoral custar o único ministério do partido. Procurada, Luciana Santos não quis se manifestar. Aliados dizem que ela resiste à ideia de ser candidata.

O Palácio do Planalto, neste momento, prefere não trabalhar com a hipótese de troca ministerial para não despertar um ataque especulativo. Luciana Santos não comunicou oficialmente que deixará o cargo. Nenhum outro ministro é cotado para disputar as eleições municipais. Pela legislação eleitoral, os ministros de Estado precisam deixar o posto até 6 de junho para se candidatar.

Aliados da ministra de Ciência e Tecnologia lembram que, nas tratativas para a reforma ministerial de setembro, Lula considerou remanejá-la para acomodar o Centrão no governo. O PSB, que se sente desprestigiado pelo presidente, também tem interesse em voltar à pasta que historicamente foi comandada pelo partido. O ex-governador de Pernambuco Eduardo Campos, morto em 2014, foi ministro entre 2004 e 2005, no primeiro governo Lula.

Se realmente decidir disputar as eleições municipais, Luciana gostaria de indicar a deputada federal Jandira Feghali (PCdoB-RJ) para o ministério. Outra opção seria o deputado federal Renildo Calheiros (PCdoB-PE). Mas interlocutores palacianos temem novas críticas da opinião pública se a representação feminina no governo federal diminuir ainda mais.

A Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) emitiu, hoje, um alerta de chuvas para duas regiões do Estado. De acordo com a Apac, o alerta é de estado de observação, principalmente nos períodos da tarde e noite.

São esperadas chuvas com intensidade moderada, mas algumas áreas podem ocorrer pancadas maiores num curto intervalo de tempo. As áreas onde há previsão de chuvas, de acordo com a Apac, são Agreste Central e Setentrional e Sertão de Pernambuco.

“Estamos com atuação do Sistema Meteorológico conhecido como l Zona de Convergência Intertropical (ZCIT), sistema comum neste período que provoca chuvas no Sertão e Agreste, principalmente nos períodos da tarde e noite, em todas as regiões mais ao norte”, informou a Apac em nota.

O Tribunal Regional Eleitoral do Paraná começou a julga nesta segunda-feira, 1º, as ações que atribuem abuso de poder econômico e caixa 2 ao senador Sérgio Moro (União-PR). Os processos foram movidos pelo PT, do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, e do PL, do ex-presidente Jair Bolsonaro, e podem resultar na inelegibilidade do ex-juiz da Operação Lava Jato e ex-ministro da Justiça.

A Corte Regional reservou três sessões para o julgamento, que pode tomar ainda os dias 3 e 8 de abril. A previsão é a que a decisão do TRE saia no dia 8. Além disso, a Corte estima que, em caso de eventual recurso ao Tribunal Superior Eleitoral, as ações lá aportem em maio. As informações são do Blog do Fausto Macedo, do Estadão.

O Tribunal Regional Eleitoral entendeu que é necessário quórum completo para analisar o caso, em razão de se tratar de um processo que pode resultar em perda de mandato. Assim, o presidente, desembargador Sigurd Roberto Bengtsson, também vai votar no julgamento, sendo que, normalmente, ele só se manifesta em caso de empate.

O julgamento teve início com as sustentações orais da parte: primeiro as manifestações dos autores das ações (PT e PL) e da Procuradoria Regional Eleitoral e depois da defesa de Moro. Em seguida, o relator do caso Luciano Carrasco Falavinha, vai ler seu voto sobre o caso, dando o parecer a favor ou contra a condenação de Moro. Terá início então o momento de debates e de votação dos demais desembargadores do TRE-PR.

PL fala em ‘precedente necessário’; PT diz que ‘pré-campanha não é terra sem lei

O advogado Bruno Cristaldi, que representa o PL na ação, apontou que o total de gastos da campanha de Moro, calculada pela legenda do ex-presidente Jair Bolsonaro, totalizou R$ 5,5 milhões – o correspondente a 300% do limite que seria permitido de 30% do que seria a despesa, em média, de um candidato. O advogado deu ênfase a valores não computados pelo Ministério Público quando do cálculo do valor de campanha do senador, citando por exemplo a contratação de uma pesquisa sobre o apoio de evangélicos ao ex-pré-candidato à Presidência.

Cristaldi rebateu a alegação de que o julgamento pode estabelecer um ‘precedente perigoso’. “Precedente perigoso é pra quem pensava em burlar a lei ou institucionalizar esse caminho de se lançar uma candidatura inicialmente com teto de gastos extremamente maior e depois registrar a candidatura num menor e usufruir de um limite de gastos 20 vezes maior de pré-campanha. Se esse é o precedente que está a lançar quando se está a tratar de downgrade de candidatura, ele é necessário não perigoso”, anotou.

Tanto Cristaldi como Luiz Eduardo Peccinin, que representa o PT na ação contra Moro, citaram o julgamento que culminou na cassação da senadora Selma Arruda. O advogado do PL destacou como tal caso contribui com ‘experiência’ e ‘parâmetros com segurança da jurisprudência’ para orientar a análise do caso de Moro. Peccinin ressaltou que o caso de Moro é similar ao de Selma e talvez seja ‘pior’, considerando o volume de dinheiro envolvido, ‘muito maior’.

Segundo o advogado do PT, Moro e seus suplentes ‘se não tinham intenção clara de abusar, assumiram totalmente os riscos’ de fazê-lo. Peccinin citou documentos que constam nos autos do processo, como um e-mail em que o União Brasil alertou sobre o excesso de gastos na pré-campanha, e deu ênfase a um ‘parecer suicida’, assinado pelo 1º suplente de Moro, sobre os limites da pré-campanha.

“Espero que a corte não legitime essa manobra contábil feita as claras e a luz do dia para propósitos claríssimos nos autos. Espero que não tenha que falar que pré-campanha é terra sem lei, porque não é. Temos uma lei muito clara sobre limite de gastos e jurisprudência bem solida sobre queimar a largada numa disputa eleitoral. Me preocupo se isso daqui for legitimado, porque já estamos em pré-campanha”, anotou.

‘Esquizofrenia absoluta’, alega defesa de Moro

O advogado Gustavo Guedes argumentou a ‘esquizofrenia absoluta’ das ações contra Moro, desde o dia 1 do processo. Sustentou que o PL e o PT apresentaram valores diferentes de suposto abuso do senador. Destacou que o ex-juiz ‘foi traído pelo Podemos’. “Não há lei que regule pré-campanha no Brasil, essa história de que o valor da pré-campanha é o valor que se pode ter antes é mentira. Não tem como prestar conta de pré-campanha. Nem o Moro e nem ninguém que prestar conta, nem o Janones, nem Eduardo Leite”, frisou.

Após as manifestações, se dará um dos principais momentos do julgamento, a leitura do voto do relator, o desembargador Luciano Carrasco Falavinha. Os demais integrantes da Corte regional poderão então debater os tópicos sensíveis do caso e apresentarem seus votos. Segundo o TRE-PR, os desembargadores não tiveram acesso ao voto dos demais.

Segundo Guedes, Moro ‘definitivamente não’ se elegeu no Paraná por uma pré-campanha ‘mais robusta’. O advogado ainda defendeu que o caso Selma Arruda ‘não guarda nenhuma relação’ com o caso do ex-juiz da Lava Jato, considerando que o pivô da cassação da parlamentar era um recurso privado de seu primeiro suplente.

O advogado de Moro sustenta que, até este julgamento sobre o caso do senador ‘não há critério no Brasil sobre pré-campanha’. Guedes diz que, até agora, ‘não há parâmetro confiável’ sobre o tema. “Nada há de ilegal. Moro não se elegeu por conta de uma pré-campanha, se elegeu porque o paranaense assim queria elegê-lo por conta de todo o histórico do combate a corrupção e assim foi feito”, frisou.

O advogado Cassio Prudente, que também representa Moro, tomou a tribuna para tratar das diferenças entre o caso Selma Arruda, de caixa 2, e o de Moro, de suposto abuso de poder econômico. Segundo ele, no caso da ex-senadora lhe foi imputado uma ‘circunstância específica de gastos típicos de pré-campanha’.

“Aqui tudo foi feito as claras. Prestado contas à justiça eleitoral. Não há alegação da ilicitude da destinação de gastos”, indicou. Não há argumento sólido sobre caixa 2. Não há nada comprovado sobre ‘triangularização’ de recursos. A tese de antecipação de gastos (nesse caso) é frágil”, seguiu.

Prudente reforçou a tese de que não há critério para avaliar pré-candidatura e defendeu que, ao analisar se a pré-candidatura de Moro foi exorbitante ou não, estabelecerá novos critérios, que o ‘legislador falhou em regulamentar’. Nessa linha, segundo o advogado, a Corte até pode estabelecer balizas sobre o tema, mas para candidaturas futuras.

Procuradoria reforça pedido de cassação

A Procuradoria Regional Eleitoral já havia defendido a condenação de Moro. Para o órgão, os gastos na pré-campanha de Moro excederam o limite razoável. O parecer lista despesas com viagens, coletivas de imprensa, assessoria de comunicação, serviços de advocacia e locação de veículos, entre outros.

Em manifestação no julgamento desta segunda, 1, o procurador regional eleitoral Marcelo Godoy reforçou que a autorização para despesas de pré-campanha ‘não pode implicar em carta branca para o emprego irrestrito de recursos financeiro para a promoção pessoal e de eventual pré-candidatura. Segundo ele, não faltam indicações do TSE quanto a necessidade de ‘modicidade’ das despesas de pré-campanha.

O procurador também lembrou que o Ministério Público não acolhe fundamentos do PT e do PL quanto a outros pedidos, referentes a supostos gastos ilícitos, corrupção e uso indevido dos meios de comunicação, ‘por não ter encontrado respaldo na prova dos autos’.

Segundo Godoy, não é necessário que as despesas sejam ilícitas, ‘mas fala-se da aplicação de recursos que podem levar a um de nível do pleito, com impulsionamento da imagem do pré-candidato’.

Tramitação

Caso haja algum pedido de vista, o processo será incluído na pauta da sessão seguinte. O processo ainda poderá ser debatido pelo Tribunal Superior Eleitoral, em grau de recurso.

As ações em pauta no TRE do Paraná também têm como alvo os suplentes de Moro, Luis Felipe Cunha e Ricardo Augusto Guerra. A defesa da chapa nega todas as imputações.

Em dezembro, o senador prestou depoimento sobre as acusações de abuso econômico e caixa 2 nas eleições 2022. Na ocasião, negou irregularidades e se recusou a responder às perguntas formuladas pelas partes, entre elas o PT.

Moro também está na mira do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). O ministro Luis Felipe Salomão, corregedor nacional de Justiça, investiga se Moro usou a magistratura com fins político-partidários e cometeu irregularidades na gestão das multas dos acordos de delação e leniência homologados na Operação Lava Jato.

O que o PL imputa ao ex-ministro de Bolsonaro?

Na ação em tramitação no TRE, o PL sustenta que a pré-campanha de Moro foi ‘irregular’ e causou ‘desequilíbrio eleitoral’, desde o momento em que o senador divulgou sua filiação ao Podemos e a pré-candidatura ao cargo de presidente da República, até ele ser eleito pelo União Brasil ao Senado pelo Paraná.

“Os investigados orquestraram conjunto de ações para usufruir de estrutura e exposição de pré-campanha presidencial para, num segundo momento, migrar para uma disputa de menor visibilidade, menor circunscrição e teto de gastos vinte vezes menor, carregando consigo todas as vantagens e benefícios acumulados indevidamente, ferindo a igualdade de condições entre os concorrentes ao cargo de Senador no Estado do Paraná”, argumentou o partido.

O que o PT imputa ao algoz de Lula na Lava Jato?

Já o partido de Lula aponta indícios de que Moro usou ‘recursos do Fundo Partidário e do Fundo Especial de Campanha, além de outras movimentações financeiras suspeitas, para construção e projeção de sua imagem enquanto pré-candidato de um cargo eletivo no pleito de 2022, independentemente do cargo em disputa’.

“Há diversos indicativos de que em conluio, os investigados realizaram triangulação de valores do fundo partidário e do fundo eleitoral também entre os dois partidos políticos pelo qual o ex-juiz foi pré-candidato, praticando inúmeras ilicitudes que afrontam expressamente as normas eleitorais, além de poderem configurar ilícitos comuns, a serem apurados pelos órgãos competentes”, sustentou o PT.

O processo movido pelo PT imputa a Moro captação ilícita de recursos, abuso de poder econômico, apropriação de recursos ou valores destinados ao financiamento eleitoral e possíveis crimes de caixa 2 e lavagem de recursos públicos.

A procuradoria de Justiça da Alepe não acatou a solicitação do líder da bancada do União Brasil, deputado Romero Sales Filho, para que Socorro Pimentel substitua Romero Albuquerque na vice-presidência da Comissão de Constituição, Legislação e Justiça (CCLJ).

No entendimento da procuradoria da Alepe, a troca é impossível, uma vez que de acordo com as regras da CCLJ, Romero Albuquerque foi eleito para cumprir um mandato de dois anos como vice-presidente, portanto, não pode ser substituído.

A tentativa de troca foi uma manobra da base aliada ao Governo do Estado para garantir mais um voto favorável ao projeto do Executivo Estadual que extingue as faixas salariais dos policiais militares e bombeiros de forma escalonada, até o ano de 2026. A votação das emendas feitas ao projeto volta à pauta da Comissão amanhã, após ter sido retirado de pauta, pela deputada Débora Almeida (PSDB), semana passada.

Movimento Econômico 

Mais um negócio em torno da economia verde está prestes a se concretizar em dois estados do Nordeste. O Grupo EQM e a ZEG Biogás, o braço empresarial de biogás e biometano da Vibra Energia (antiga BR Distribuidora) se unem para produzir biometano de alta pureza em Alagoas e Pernambuco. O Memorando de Entendimento (MOU) já está assinado e nos próximos dias o contrato será celebrado entre as partes.

As duas novas unidades produtoras de biometano ficarão localizadas nas propriedades do Grupo EQM: Usina Utinga, em Alagoas, e na Usina Cucau, em Pernambuco – onde o projeto é pioneiro. Os investimentos são superiores a R$ 90 milhões. A capacidade somada de produção, apenas nesta primeira fase de implantação, é superior a 5,6 milhões de metros cúbicos de biometano anualmente.

Enquanto o Grupo EQM disponibilizará áreas para as instalações físicas das unidades e será o fornecedor toda matéria-prima necessária para a produção do biogás, a ZEG será responsável por toda a solução tecnológica para geração do biogás e pela purificação do biocombustível padrão ANP.

A ZEG também será responsável por comercializar com exclusividade todo o biometano produzido nas duas unidades aos seus clientes, sejam eles industriais ou frotistas, que busquem substituir o óleo diesel em seus veículos. A integralização do investimento será feita no curso da implantação com participação igualitária.

Sustentabilidade

Com as novas operações, o grupo pernambucano, liderado pelo empresário Eduardo de Queiroz Monteiro avança em sua política de sustentabilidade, na medida em que utilizará o combustível verde, o que reduzirá significativamente suas emissões de gases do efeito estufa por sua frota, gerando valor em sua cadeia de produção.

“Vamos usar o biometano produzido para reduzir significativamente as emissões de gases do efeito estufa no nosso negócio, tornando assim as nossas atividades ainda mais sustentáveis e alinhadas a agenda ESG global, gerando valor para toda a cadeia de produção”, disse Eduardo Monteiro.

Segundo ele, o MOU objetivou viabilizar a realização dos estudos finais, elaboração do projeto executivo e obtenção de licenças de instalação para cada uma das unidades de produção a serem construídas.

“Este é mais um importante passo para a ZEG Biogás, pois permite a expansão da produção do biometano em mais dois estados do Nordeste”, comenta Eduardo Acquaviva, CEO da ZEG Biogás. “Em pouco menos de seis meses pudemos idealizar e colocar em prática a criação de um “hub” local de geração deste biocombustível, e já no próximo semestre daremos início às obras”, completa.

De acordo com Acquaviva, a tecnologia a ser aplicada neste projeto é modular, e permitirá futuras expansões, conforme consolidação do mercado de biometano no Brasil. Os equipamentos utilizados são desenvolvidos pela ZEG Biogás e as respectivas parcerias estratégicas para tropicalização de equipamentos no Brasil, possibilitando rápida instalação e operação de unidades mesmo em locais onde a empresa não tenha atuação direta.

O que é biometano?

Biometano é um produto derivado da purificação do biogás. Este, por sua vez, é o gás retirado do processo de decomposição anaeróbica (na ausência de oxigênio) de resíduos orgânicos como lixo, esgoto urbano, agricultura, pecuária, suinocultura e gado leiteiro. No caso das usinas virá da cana-de-açúcar.

O biogás tem em sua composição a presença principal do metano (CH4) e dióxido de carbono (CO2), variando entre 50% e 70% do total, e, em menores quantidades, aparecem o gás sulfídrico (H2S), a umidade (H2O) e outros gases, como o nitrogênio (N2).

É por via de um processo de upgrading do biogás, com a purificação e separação do metano e do dióxido de carbono que é produzido o biometano.  O metano é um substituto direto do gás natural, e além de poder ser usado como um combustível para transporte (GNV), ainda tem aplicabilidade na indústria, residências e na produção de fertilizantes nitrogenados.

Grupo EQM

O Grupo EQM está inserido no setor sucroenergético, com larga tradição através de suas unidades a Usina Utinga, em Alagoas, e a Usina Cucau, em Pernambuco, focados na produção de açúcar, de etanol e de energia elétrica, além de diversos subprodutos da cana-de-açúcar, inclusive a vinhaça que será utilizada como matéria prima primordial para a produção de biometano, mantendo-se posteriormente suas características como fertilizante de excelente qualidade, dentro de seu programa de avançar na sustentabilidade.

A ZEG Biogás, por sua vez, oferece soluções inovadoras e exclusivas para geração de biogás e a purificação do biometano para indústrias, agronegócios, frotas e municípios, que desejam reduzir os impactos negativos causados pelo uso de combustíveis fósseis, sem perder a competitividade. Seu plano estratégico prevê R$2 bilhões em investimentos num período de até cinco anos para produção e distribuição do biometano a seus clientes.

A ZEG Biogás é uma empresa que integra a plataforma de soluções de descarbonização da Vibra Energia e é listada n B3 (VBR3). A empresa detém 50% de seu capital social, junto com as empresas FSL (25%) e Capital Energia (25%).