Brasil quita R$ 4,6 bilhões em dívidas com organismos como ONU e OMS

O Brasil pagou, em 2023, R$ 4,6 bilhões em compromissos financeiros com instituições internacionais, distribuídos entre contribuições regulares a organismos, integralizações de cotas de bancos multilaterais e recomposições de fundos.

A informação foi divulgada nesta quinta-feira (4/1) em nota conjunta dos ministérios das Relações Exteriores e do Planejamento e Orçamento. Em dezembro, durante reunião do Conselho do Mercosul, no Rio de Janeiro, o governo havia informado que precisava pagar até o fim do ano R$ 1,2 bilhão para quitar os débitos.

De acordo com a pasta do Planejamento e Orçamento, o país chegou à marca de, aproximadamente, R$ 5 bilhões em débitos com cerca de 120 órgãos internacionais. As informações são do portal Metrópoles.

A ministra do Planejamento, Simone Tebet, ressaltou o trabalho empreendido pelo governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para acertar os encargos. “O esforço para quitar dívidas atrasadas reflete a compreensão e o compromisso da gestão do presidente Lula com soluções negociadas e maior integração com nossos vizinhos”, comentou.

Por Fernando Castilho*

Depois que Homero Fonseca escreveu no LinkedIn e José Nivaldo no Jornal O Poder, falar sobre Ivan Maurício é muito difícil. Difícil algum colega acrescer mais alguma coisa sem ser repetitivo. Os textos deles quase esgotaram o assunto como resgate histórico.

Mas eu me atrevo a contar dois episódios da passagem de Ivan pelo Diário de Pernambuco. Foi no período no qual o empresário Eduardo Monteiro assumiu o controle da empresa depois de um acordo com Joezil Barros e Gladstone Vieira Belo. Ivan foi escolhido para comandar o projeto e, como relatou Homero, fez uma revolução na gestão da redação. Iniciando, inclusive, a digitalização dos textos pelos próprios jornalistas. Literalmente, puxando um fio do outro prédio e acomodando os terminais na conhecida redação da Praça de Independência.

Antes de completar um ano, o sindicato dos jornalistas radicalizou na campanha salarial e numa assembleia na quinta-feira foi decretada a greve. Na manhã de sexta-feira o grupo que tentou evitar a greve foi abordado com a proposta de poder ter acesso à redação e assim furar a greve. Ivan avisou aos seus editores e colunistas que era para respeitar a greve. E não queria ninguém trabalhando até que a reunião de negociação terminasse. A greve durou apenas uma manhã e voltamos todos ao trabalho antes do meio-dia. Ficou o exemplo.

Porém nada foi mais emblemático que o gesto de Ivan: deixar que o time da velha guarda mantivesse o hábito de ter uma garrafa de uísque ou conhaque debaixo da mesa. Eu era colunista de economia e comecei a levar um lanche para os colegas para fugir do sanduíche da Cristal na Rua Primeiro de Março. A onda pegou e dois meses depois às seis da noite, a redação quase parava para lanchar porque voluntariamente todo mundo começou a levar comida e até cerveja.

Na semana que antecedeu ao Natal eu e Ivan inventamos de fazer uma ceia festiva. Ele liberou uma grana e no meio de queijo do reino, bolos e coxinhas de galinha, incluímos cerveja em lata. O movimento cresceu e na hora de servir a ceia tinha vinho, Johnnie Walker selo preto e até cerveja sem álcool.

Acompanhado de Dona do Carmo e Eduardo Monteiro, Dr. Armando Monteiro Filho desceu à Redação. Diante do que viu, ficou preocupado.

Discretamente, com o seu vocabulário peculiar, perguntou a Ivan:

“Camarada velho, com tanta bebida alcoólica sendo consumida, o nosso Diario vai circular amanhã?

Ivan tranquilizou.

“Vai sair cedo e bom, Dr. Armando”.

Foi o que aconteceu. Uma das maiores confraternizações que o velho DP já teve em seus, até então, mais de 170 anos. E uma edição histórica, inspirada, da primeira à última página.

*Jornalista e colunista de economia do Jornal do Commercio

O empresário egipciense Fredson da Perfil, em entrevista na manhã de hoje, lançou sua pré-candidatura a prefeito de São José do Egito. As informações são do blog do Marcello Patriota. Hoje, Fredson ocupa o cargo de diretor do Grupo Perfil, com mais de 500 funcionários, em vários segmentos da Construção Civil. Ele também empreende no ramo hoteleiro, com quatro pousadas em Fernando de Noronha.

“Estamos lançando a pré-candidatura de dois projetos ‘Uma cidade de oportunidades e Desenvolve São José’, escutando o povo. A partir deste mês, vamos realizar oficinas nos bairros e comunidades para escutar os anseios da população. Temos um grupo que olha para frente e investir na minha terra Natal é um lema”, pontuou o pré-candidato.

As maiores entidades representativas do agro (CNA), da indústria (CNI), do comércio (CNC) e dos transportes (CNT) emitiram nota conjunta contra a medida provisória editada pelo ministro da Fazenda Fernando Haddad que, entre outros pontos, prevê a reoneração gradual de 17 setores da economia. No texto, elas pedem para que o presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, não receba o texto do Executivo.

A nota, obtida e divulgada em primeira mão no Conexão GloboNews, as confederações dizem textualmente que a medida vai prejudicar não só empregos como também a competitividade do setor produtivo. O presidente da CNI, Ricardo Alban, diz que, “no passado, sempre se pregou a preservação do emprego”.

“É óbvio que a reoneração da folha de pagamento terá como resultado o aumento da prudência de quem contrata. Na hora que qualquer setor da economia passar a ter 20% a mais em seus encargos, o que ele vai fazer? O primeiro passo é parar de investir e, depois, enxugar até entender o impacto que esse novo e inesperado custo terá no seu desempenho, porque o setor vai perder competitividade”, completa.

A MP da reoneração enfrenta forte oposição política no Congresso e pode levar o ministro da Fazenda a sofrer sua primeira grande derrota desde que assumiu o cargo. Agora, ao grupo que já era crítico da medida no Congresso, se somam as entidades que têm forte apelo entre os parlamentares.

A nota deixa claro que vai haver mobilização para derrubar a medida. “O setor produtivo, representado pelas entidades empresariais da agropecuária, do comércio, da indústria, dos serviços e dos transportes, recebeu com surpresa e inconformismo as medidas de aumento de tributação anunciadas no final de 2023”, diz o texto.

“Além de equivocada do ponto de vista econômico, a MP 1202 anula decisões recentes do Congresso Nacional, que por duas vezes em 2023 decidiu pela manutenção da desoneração da folha de pagamento, tendo sido derrubado o veto da Presidência da República, numa demonstração inequívoca da vontade política”, salienta o texto.

“Esperamos que o próprio governo reconsidere o envio da MP 1202. E, caso não seja esse o entendimento, que o presidente do Congresso Nacional possa devolver a MP”, conclui.

Chão sagrado da poesia improvisada ao som da viola, São José do Egito, a 400 km do Recife, no Sertão do Pajeú, viveu, ontem, uma noite pontuada pela emoção durante o lançamento da biografia de Marco Maciel. Prefeito anfitrião, Evandro Valadares (PSB), na foto em destaque, não conteve as lágrimas ao narrar o drama que viveu para salvar seu filho Júnior, morto por um câncer extremamente agressivo.

Na época, Marco Maciel era vice-presidente da República e Evandro, mesmo estando no campo adversário, aliado de Eduardo Campos, a ele recorreu num telefonema. O prefeito queria apoio logístico para levar o filho aos Estados Unidos, num último e desesperado recurso para frear o avanço da enfermidade.

De imediato, mesmo num feriado nacional, Marco Maciel, segundo o prefeito, agilizou a liberação do visto para o filho e seus pais entrarem nos Estados Unidos. Na chegada a Houston, o embaixador brasileiro deu total assistência no que foi possível para o paciente ser atendido.

Infelizmente, só um milagre divino salvaria Juninho, como o pai assim tratava, que voltou ao Brasil sem cura e morreu numa noite de véspera de São João. Evandro, porém, ficou grato a Maciel e na eleição de 2010 em São José do Egito retribuiu com seu apoio à reeleição dele para o Senado.

Maciel, porém, não se elegeu, a única derrota em 50 anos na política, o que acelerou nele o desencadeamento do Mal de Alzheimer, doença que provocou sua morte, em 2021. O depoimento do prefeito emocionou até adversários que estavam no evento, entre eles o ex-deputado José Marcos e o empresário Fredson Brito (PV), provável candidato a prefeito pelo bloco da oposição.

Veja a seguir os flagrantes da concorrida noite de autógrafos em São José do Egito.

O ex-deputado estadual José Marcos.
O empresário Fredson Brito.
A advogada Herica Brito.
O vereador Albérico Brito.
O médico Geraldo Bezerra e sua esposa.
O jornalista Marcos Brito.
O prefeito de Brejinho, Gilson Bento.
O jornalista João Carlos.
O ex-prefeito Antônio Valadares
O vereador Beto de Marreco e sua esposa.
O vereador e presidente da Câmara de Vereadores, João de Maria.
O vereador David de Jesus.

Incumbido da fiscalização do processo eleitoral do Conselho Tutelar, ocorrido em outubro passado, o Ministério Público de Pernambuco (MPPE) recebeu denúncia, por meio de WhatsApp, dando conta da prática de boca de urna e corrupção eleitoral.

No dia do pleito, perto das 11h, o MPPE recebeu do Conselho Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente (Comcap) de Paulista, a denúncia em formato de áudio, com o seguido teor: “Bom dia. Eu estou aqui na Escola Dr. Luiz Cabral de Melo e tá tendo boca de urna pra Toinho de Rachel. A turma de Júnior Matuto tá em peso, com R$ 20, R$ 40. Tá rolando muito”.

Candidato e seus apoiadores, Ubiracy e William, foram confrontados em depoimento, oferecendo versões contraditórias: ora negando, ora afirmando se conhecerem, apesar de se seguirem mutuamente nas redes sociais.

Eleito para o mandato de conselheiro tutelar, Toinho revelou que o custeio do seu material de propaganda foi financiado pelo ex-prefeito da cidade Júnior Matuto, confirmando denúncias enviadas ao ministério.

Outro candidato envolvido nos crimes cometidos na eleição foi Eliab. A promotora Rafaela Melo, que estava atuando no pleito teve informação, apontando que no local da votação da Escola Estadual José Brasileiro Vilanova, O líder comunitário Cláudio Adão estava distribuindo material de propaganda do candidato Eliab.

A despeito do trabalho pedagógico do Ministério Público, o então candidato retornou ao local de votação e persistiu na prática, assediando eleitores, embora tivesse sido advertido por membros do ministério.

A exemplo de Toinho de Rachel, Eliab incorreu em conduta vedada pelo ECA e pelo Conanda, conforme resolução n° 231/2922, que trata da idoneidade moral exigida como requisito de investidura no cargo.

O processo tramita na Vara da Infância e Juventude da Comarca de Paulista. O procurador-geral do município, Geraldo Lima, declarou que a prefeitura vem acompanhando esses processos e cumprindo com as determinações judiciais.

A posse dos novos conselheiros tutelares acontecerá no próximo dia 10. Ainda não foi decidido se os dois conselheiros envolvidos no escândalo tomarão posse no cargo.

A corridinha diária dos 8 km de hoje foi em São José do Egito, o berço sagrado da poesia, no Sertão do Pajeú, onde fiz ontem uma noite de autógrafos da biografia de Marco Maciel bastante prestigiada e com um forte tom emocional, a partir do momento no qual o prefeito Evandro Valadares (PSB) narrou o drama que enfrentou para salvar seu filho de um câncer, contando com total apoio e solidariedade de Marco Maciel, na época vice-presidente da República. Daqui a pouco, conto tudo.

Impasses e dramas políticos de Lula (Final)

Frente a tantas incertezas políticas, como o executivo cercado pelo legislativo e o ativismo judicial, a insegurança para investir no Brasil afeta o presente e sobretudo o futuro. Como decidir arriscar num lugar onde não se pode confiar? Isso resulta que, de acordo com dados oficiais do IBGE, no terceiro trimestre de 2023, a taxa de investimento brasileira ficou em 16,6%, menor do que a do trimestre do ano anterior – 18,3%.

A média em outros países da América Latina é de 20% a 25%. Em contraste, a Índia chega a 30% e a China acima de 40%. Isso demonstra a inviabilidade estrutural do Brasil. Se não se investe, como pode haver desenvolvimento? O Brasil é vítima de um sistema político de privilégios e de patrimonialismo. Não existe o mínimo de previsibilidade, especialmente porque as leis e a justiça funcionam apenas para os poderosos que mandam e desmandam em benefício próprio.

O setor privado fica esmagado pela máquina pública numa burocracia corrupta em todos os níveis da federação, a começar pelo governo central, em Brasília. Quem produz vira vítima de um cerco em praticamente todos os setores regulados e mesmo não regulados. Em casa porteira há que se pagar pedágio, de uma maneira ou de outra.

Esta é a realidade nua e crua de um Brasil massacrado, ofendido e humilhado. Quando o exemplo maior, que deveria vir dos dirigentes políticos e estatais, só nos aponta para o uso incorreto dos recursos públicos, o que se esperar do resto da sociedade? Tudo descamba para o famoso “salve-se quem puder”.

O impasse político estrutural que tem no presidente Lula sua maior referência só aponta para um País desequilibrado, corrupto e sem futuro. Não existem planos sérios, nada que dê perspectiva positiva.

Só se observam manipulações, propaganda enganosa, um grande jogo sujo. E a economia sempre reflete essa perspectiva política caótica, sem rumo e sem direção. O que resulta numa sociedade desigual, dominada pela pobreza crônica e sem indicação de saída.  Ainda mais num mundo com mudanças aceleradas pela inteligência artificial que vai exigir ainda mais da população, já tão sofrida e condenada ao esquecimento.

Tudo dominado – É triste e profundamente lamentável, mas a realidade se impõe cruelmente. Esse modelo, que tem em Lula seu maior representante, com o governo despedaçado, loteado entre grupos de tubarões famintos, precisa ser enfrentado. Mas, lamentavelmente, é impossível vislumbrar alternativas, porque tudo está tudo dominado pelo sistema dominante.

Ao Bolsa Família, tudo! – O Bolsa Família terminou sendo incorporado pelo próprio Bolsonaro. Qualquer reflexão minimamente honesta sabe que se trata de esmola e isso não é solução. O Brasil precisa de inclusão produtiva e não mendicância oficial. Ora, são mais de US$ 160 bilhões para programa eleitoreiro, enquanto para investimentos o total do governo federal não chega a R$ 70 bilhões.

Terra em transe – Tristes trópicos narrados por mim nestes últimos três dias, trazendo à luz a minha visão sobre o terceiro e decadente Governo Lula! É de se perguntar com muita propriedade: o Brasil vai escapar dessa sina de autodestruição? O País precisa superar essa fase que tem em Lula sua pior imagem. Mas há de ter coragem para olhar a realidade como ela é e encontrar um caminho realista para vislumbrar algum futuro nessa terra em transe.

8 de janeiro esvaziado – O aniversário de um ano do fatídico dia 8 de janeiro, na próxima segunda-feira, não deve ter manifestação de grande adesão em Brasília. Segundo o site Metrópoles, até ontem não havia nenhum ato cadastrado para ocorrer, seja de bolsonaristas ou de apoiadores do presidente Lula (PT). A inteligência dos órgãos de segurança do Distrito Federal identificou alguns chamamentos isolados para manifestação, mas nenhum teve adesão que preocupasse as autoridades, até o momento.

Oposição da boca pra fora – Na Assembleia Legislativa, o PT virou piada como bancada de oposição. Além de boicotar a coletiva da oposição no primeiro dia útil do ano, terça-feira passada, seus três integrantes – João Paulo, Doriel Barros e Rosa Amorim – viraram os maiores defensores de uma aliança mais estreita da governadora com o Governo Lula e o próprio presidente. Quem te viu, quem te vê, PT!

CURTAS

ACREDITE SE QUISER! – Depois de tanto andar pelo Estado, do litoral ao Sertão, encontrei um gestor feliz da vida com o Governo Raquel e o estilo da tucana: o prefeito de Tuparetama, Sávio Torres, filiado ao Podemos, velho aliado de Armando e hoje bem próximo ao ex-deputado Ricardo Teobaldo.

O MUNDO GIRA – O prefeito de Curitiba, Rafael Greca (PSD), que passou por muito tempo sendo o mais popular do País, aparece agora em sétimo lugar. Os três melhores avaliados são do Nordeste e Norte – João Campos (Recife), o primeiro, Arthur Henrique (Boa Vista) e Davi Almeida (Manaus). O pior é o de Belém, Edmilson Rodrigues (Psol).

Perguntar não ofende: A governadora Raquel Lyra comprou mais uma briga com os prefeitos ao exigir servidores estaduais de volta?