Álvaro rebate Débora, faz grave acusação sobre omissão de um bilhão no orçamento e manda duro recado para Raquel: “Não sou subserviente a ninguém”

Do blog do Mário Flávio

O presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, Álvaro Porto (PSDB), rebateu a deputada estadual Débora Almeida (PSDB), que preside a Comissão de Finanças na Alepe. Em resposta à ex-prefeita de São Bento do Una, Porto disse que ela não cumpriu o Regimento e ainda fez uma grave acusação contra Débora e o governo Raquel Lyra, de quem é, teoricamente, aliado.

“Quem não cumpriu com o Regimento foi a presidente da Comissão de Finanças, que se retirou da sessão, deixando lá sete deputados – isso é uma falta de respeito. Fui consultado para dar um parecer e não sou omisso, não estou a serviço de ninguém e não sou subserviente a ninguém. Aqui não sou eu quem feriu o Regimento, que omitiu um bilhão e cem milhões no orçamento do estado. Os pernambucanos têm que procurar saber porque foi feita essa omissão”, disse.

Ele ainda alfinetou o governo Raquel, que, segundo ele, enviou o pacote de projetos em cima da hora. “Não fui eu quem mandou o projeto no último momento dessa segunda-feira, às 18 horas, e a equipe desta Casa teve que ficar até uma da manhã trabalhando. O costume que tem é enviar projetos no apagar das luzes”, disse. Esse é mais um round entre Álvaro e o Palácio do Campo das Princesas.

A Câmara dos Deputados aprovou, na noite de ontem, regime de urgência para o projeto de decreto legislativo que permitiria o funcionamento do comércio aos domingos e feriados, contrariando portaria do Ministério do Trabalho.

Na semana passada, o ministro Luiz Marinho assinou uma norma que exige firmar um acordo coletivo para permitir o trabalho de funcionários do comércio aos domingos e feriados, o que fortalece a atuação dos sindicatos — essa regra deixou de existir em 2021, por decisão do governo Jair Bolsonaro. As informações são do O Antagonista.

Autor do projeto, o deputado Luiz Gastão (PSD-CE, foto) alegou que a nova regra não foi discutida com os patrões e pode colocar em risco o comércio no país. A Associação Brasileira de Supermercados (Abras) criticou, um dia depois a assinatura da portaria, a mudança nas regras. Para a Abras, a exigência de convenção coletiva é uma espécie de “cerco” à manutenção e criação de empregos e “retrocesso à atividade”.

Gastão defendeu, ontem, “mais tempo para negociar e não ter uma portaria dizendo que a falta de acordo coletivo poderá fechar as portas do comércio”. Bohn Gass (PT-RS) retrucou: “Ninguém é contra trabalho em feriados, desde que respeite acordo coletivo”.

O deputado Alencar Santana (PT-SP) destacou que a Confederação Nacional do Comércio e outras entidades do setor se reunirão nesta quarta-feira com o ministro Luiz Marinho. “Essa portaria revoga uma norma do governo Bolsonaro para garantir o direito de representação das entidades sindicais. Não há nada demais nesta questão”, argumentou.

Pelos números da votação, contudo, os argumentos dos governistas não devem ser o bastante para convencer a maioria dos deputados. O regime de urgência para a votação foi aprovado com 301 votos favoráveis e apenas 131 contrários. Um projeto de decreto legislativo precisa apenas de maioria simples (257) para ser aprovado.

Após passar pela Câmara, o projeto de decreto teria de ser aprovado também pelo Senado, e não precisa passar por sanção presidencial para começar a valer. Quer dizer, a maré não está boa para o governo Lula nessa seara.

O líder do Partido Verde na Câmara, o deputado Clodoaldo Magalhães indicou, por prerrogativa de cargo, o pernambucano e ex-deputado federal e constituinte, Luiz Gonzaga Patriota (PSB), para receber a Medalha do Mérito Legislativo. A solenidade de entrega acontece no plenário da Câmara dos Deputados, no dia 6 de dezembro.

Criada em 1983, a Medalha do Mérito Legislativo destina-se a condecorar autoridades, personalidades, instituições ou entidades, campanhas, programas ou movimentos de cunho social, civil ou militar, nacionais ou estrangeiros, que tenham prestado serviços relevantes ao Poder Legislativo ou ao Brasil.

“A indicação de Patriota se dá por biografia irretocável e extenso trabalho em prol do legislativo do povo brasileiro. “Gonzaga Patriota é mais do que merecedor desta honraria, sua trajetória é marcada pelo compromisso com o povo brasileiro e pernambucano. Decano da Casa na última legislatura em que estava investido de mandato, deputado constituinte, autor de inúmeras obras, homem sertanejo de caráter e de retidão, são alguns dos atributos que o fazem apto a receber mais este reconhecimento”, comenta Clodoaldo.

As indicações são feitas por meio das lideranças e órgãos da Casa. Na solenidade, que acontece no próximo dia 6 de dezembro, no Plenário da Câmara dos Deputados, serão laureados outros 34 nomes. Constam na lista ainda outros dois pernambucanos: Geraldo Julio de Mello Filho, ex-prefeito de Recife, e Walber de Moura Agra, Procurador do Estado de Pernambuco.

A solenidade é realizada em sessão especial no Plenário Ulysses Guimarães, no dia 6 de dezembro, e a entrega é feita pelo Presidente da Câmara e pela Segunda-Secretária.

Mini biografia: 

Gonzaga Patriota é uma referência na política Pernambucana. Sertanejo, foi deputado constituinte e permaneceu na Câmara dos Deputados até a 56º legislatura, à época sendo o decano da casa. Ao longo de 4 décadas, Gonzaga seguiu ainda na vida acadêmica, tendo se graduado em contabilidade, direito, jornalismo e administração, com mestrado e doutorado em ciência política, administração pública e direito civil.  

Deputado Estadual pelo Estado de Pernambuco, de 1983/1987, e ainda Secretário Nacional de Trânsito, no Governo Itamar Franco, de 1993/1994, Patriota desempenhou ainda longa função de diretor-presidente do Clube do Congresso, modernizando a gestão e cuidando do patrimônio dos servidores.

Por Claudemir Gomes*

Em 1970, eu era apenas um jovem, cujo sonho de consumo era uma calça Lee e um tênis All Star. Amava os Beatles, os Rolling Stones e tinha o maior orgulho de dizer que o meu País era tricampeão mundial de futebol. Oito anos depois, em companhia do fotógrafo Maurício Coutinho, vivia o sonho de fazer minha primeira cobertura internacional: acompanhar a Seleção Brasileira num giro pela Europa e Arábia Saudita, na última fase dos preparativos visando a Copa do Mundo da Argentina.

De lá pra cá, se passaram mais de meio século. Como repórter, em coberturas nacionais e internacionais, e como mero torcedor, testemunhei muitas coisas. Acertos e desacertos, que nos levaram a vivenciar bons e maus momentos, e que nos deixaram com a certeza de que no futebol tudo passa, tudo se transforma, e não adianta traçar paralelos entre o ontem e o hoje, pois nada nos dará a certeza do amanhã.

Há cinquenta anos se ressaltava a velocidade do jogo apresentada pelas seleções no Mundial do México. Velocidade de tartaruga, comparada à realidade dos dias de hoje. A partir dos anos 90, quando o futebol brasileiro vivenciou outro ciclo de conquistas, somando dois títulos em três mundiais disputados, a tecnologia foi incorporada, de vez, ao futebol, mudando conceitos e lapidando talentos na incessante busca da criação de ciborgues da bola, ou seja, de craques cibernéticos.

Bolas inteligentes, chuteiras que corrigem a pressão, intensidade e direção do chute, adequando o pé do atleta a uma posição correta que diminui a margem de erros; uniformes desenvolvidos pela NASA e um conjunto de câmeras capaz de definir um impedimento através de uma unha mal aparada de um atleta. Um cenário que nos impõe um delay de até quatro minutos para poder soltarmos o grito de gol preso na garganta. Eis o futebol em sintonia com o novo tempo.

Não comparo os tempos. Evito que minha alma ande para trás. Mas ontem, após ver imagens fortes de uma violência inaceitável nas arquibancadas do novo Maracanã, foi impossível não comparar com o que veio na minha lembrança: o romântico futebol que nos era repassado pelas imagens do Canal 100, ressaltando o drible, a ginga e o jogo jogado pelos inigualáveis craques brasileiros, tricampeões mundiais. Tudo emoldurado pela alegria do torcedor que enchia de graça as extintas gerais do maior templo do futebol mundial: o Maracanã.

Tão abominável quanto a violência, foi a tentativa de justificar a insanidade de colocar, no mesmo palmo de chão, torcedores argentinos e brasileiros, desdenhando de uma rivalidade que é alimentada pela cólera. 

O Brasil é o sexto colocado na tabela de classificação das Eliminatórias Sulamericanas para a Copa de 2026.  Sem sofrimento! Afinal, a FIFA aumentou o guarda-chuva, criou um Mundial que vai abrigar quase todas as seleções dos vários continentes. A ordem é faturar. Além do mais, essa história de “qualidade técnica” é coisa do passado. Afinal, como asseguram os novos professores: “no futebol não existe mais time inocente”.

Sinais dos tempos! Em 1970 as apostas eram feitas no “Jogo do Bicho”. Hoje são feitas nas “bets”.

*Jornalista

O prefeito de Olinda, Professor Lupércio, compartilhou em suas redes sociais a honra em ter participado de mais uma etapa de lançamento do livro “O Estilo Marco Maciel”, que aconteceu nesta terça-feira (21), no auditório da UNINASSAU, no Shopping Patteo. 

“Ontem, prestigiei o lançamento do livro de Marco Maciel, do brilhante jornalista e escritor Magno Martins. Marco Maciel foi uma figura emblemática na política brasileira e é uma honra para mim poder participar do lançamento de mais um livro de autoria de Magno aqui na nossa cidade”, escreveu.

“Agradeço a secretária de Desenvolvimento Econômico, Mirella Almeida, por nos acompanhar nesse momento especial. Juntos, valorizamos a cultura e fortalecemos laços”, pontuou Lupércio.

Lupércio e a secretária Mirella Almeida

Fiel aliado do governo Lula, o deputado Lindbergh Farias (PT-RJ) apresentou uma série de projetos de lei na Câmara para tentar reverter alguns pontos da reforma trabalhista aprovada durante a gestão Michel Temer.

Ao todo, Lindbergh apresentou três propostas nesse sentido. Em uma delas, o parlamentar tenta proibir o trabalho intermitente e, em outro, a contratação de autônomos com regime de exclusividade. As informações são do colunista Igor Gadelha, do Metrópoles.

Os dois pontos entraram na CLT justamente na reforma trabalhista de Temer, em 2017. No primeiro caso, a reforma autorizou a contratação de trabalhadores com períodos alternados de atividade e de inatividade.

Já no caso dos autônomos, a reforma permitiu que empresas tenham trabalhadores sem vínculo empregatício, mas que prestem serviço de forma exclusiva, algo que, antes, caracterizaria o vínculo.

“A reforma trabalhista recentemente aprovada legalizou o que atualmente é considerado fraude no uso desse tipo de contrato”, diz o parlamentar em sua justificativa.

Deslocamento do empregado

O terceiro projeto de Lindbergh tenta retomar o conceito de “horas in itinere”, o tempo despendido pelo empregado para o deslocamento até o local de trabalho, extinto na reforma trabalhista de Temer.

O deputado petista propõe que o tempo de deslocamento seja configurado como jornada quando não houver transporte público até o local de trabalho. Segundo aliados, Lindberg apresentou as propostas de forma separada por avaliar que uma contrarreforma global seria algo difícil, senão impossível, de ser aprovada com a atual configuração do Congresso Nacional.

O petista apresentou ainda um quarto projeto. Dessa vez, criando normas para empregados em condomínios, detalhando regras para sanitários, vestiários, guaritas de segurança e outros espaços usados pelos trabalhadores.

Relator da Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), o deputado Danilo Forte (União-CE) esticou a corda com o Palácio do Planalto e confirmou a inclusão em seu parecer de um cronograma para pagamento obrigatório de emendas parlamentares pelo Executivo. Ele ainda avalia tirar dinheiro do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), uma das principais vitrines do governo, para abastecer o fundo eleitoral que financiará as campanhas municipais do ano que vem.

Em outra frente, o Congresso prepara novas derrotas para Luiz Inácio Lula da Silva na apreciação de vetos presidenciais amanhã. Um deles é relativo ao marco temporal para terras indígenas, que deve ser derrubado. As informações são do O Globo.

O prazo para a liberação das emendas parlamentares, planejado por Forte, inclui as individuais e de bancadas estaduais. Essas modalidades são impositivas, ou seja, seu pagamento é obrigatório, mas o Executivo dita o ritmo de liberação dos recursos. Isso permite que o governo use a execução desses recursos para negociar votações com o Congresso. O montante total atrelado ao calendário é de R$ 37,6 bilhões.

Para o relator, a falta de um cronograma provoca o toma lá dá cá de emendas em votações importantes para o Planalto.

— Ficamos muito à mercê do governo de plantão — afirmou o deputado.

As datas e detalhes do cronograma ainda não foram divulgados. De acordo com o parecer de Forte, as emendas individuais terão reservado um volume de R$ 25,1 bilhões, e as de bancada, R$ 12,5 bilhões. Assim, no ano que vem, o montante total teria um aumento de 23%, em valores nominais.

Prioridades

O relator disse que vai apresentar uma escala de prioridades para o pagamento de emendas na Lei de Diretrizes Orçamentárias:

— Qual a grande prioridade do Brasil hoje? A saúde. Hoje o financiamento do governo federal na saúde ameniza o sofrimento das pessoas nos municípios. Dentro desse cronograma, a ideia é que as emendas de saúde sejam pagas em primeiro lugar.

Sobre as emendas das comissões temáticas do Congresso, estipuladas em R$ 6,8 bilhões este ano, a expectativa é que o valor possa chegar a R$ 11 bilhões. O relator afirmou que tornar ou não essa modalidade impositiva, ou seja, de pagamento obrigatório pelo governo, ainda está em discussão. A iniciativa é defendida pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e contraria o Palácio do Planalto.

Danilo Forte afirmou que seu parecer ainda não está fechado e que o prazo para finalizá-lo vai até amanhã. A previsão inicial era que o texto fosse apresentado ontem. Como o relator prometeu um prazo de 48 horas para os parlamentares analisarem o relatório, a votação na Comissão Mista de Orçamento (CMO) deve ficar para a próxima terça-feira.

Derrotas à vista

Forte disse ainda que está propondo ao governo tirar dinheiro do Programa de Aceleração do Crescimento para abastecer o fundo eleitoral. O martelo ainda não foi batido e o valor também não foi definido. Hoje, o fundo eleitoral é abastecido com recursos da Justiça Eleitoral e com parte do montante direcionado para as emendas de bancada.

— As emendas de bancada estaduais são impositivas, isso causou uma repulsa dos estados. Por que o fundo eleitoral não pode ser financiado pelos dois lados? Estamos conversando. Só tem espaço na área de investimentos. Quero ver se conseguimos harmonizar para dividir essa conta. O valor de R$900 milhões sugerido pelo governo não paga uma eleição em 5 mil municípios — afirmou Danilo Forte.

A CMO já aprovou uma proposta que possibilita aos partidos gastarem até R$ 5 bilhões nas campanhas de candidatos a vereador e prefeito no ano que vem ao cortar R$ 4 bilhões das emendas de bancadas estaduais para destinar ao fundo eleitoral. Esse valor se somaria aos R$ 939,3 milhões inicialmente previstos para o chamado “fundão”.

Além da LDO, o governo está às voltas com a análise de vetos presidenciais, marcada para amanhã. A gestão Lula já espera pelo menos uma derrota, em relação ao marco temporal para terras indígenas. E encara como desafios manter os trechos suprimidos nos projetos que tratam do arcabouço fiscal e do Conselho Administrativo de Recursos Fiscais (Carf). A manutenção desses dois vetos é considerada fundamental para a pauta econômica do governo e colocada como prioridade para lideranças da base.

Por outro lado, a volta da tese de que indígenas só podem reivindicar terras que já eram ocupadas por eles na promulgação da Constituição de 1988 está “precificada” pelo Planalto. O governo aposta que a questão será resolvida futuramente pelo próprio Supremo Tribunal Federal (STF), que já julgou a proposta inconstitucional.

— Não tenho as linhas gerais ainda, mas há chance desse veto (o trecho do novo arcabouço fiscal) ser derrubado pelo Congresso — disse Arthur Lira, em setembro.

O Executivo tenta reorganizar sua estratégia no Congresso, após acumular derrotas, como a reprovação do nome indicado pelo presidente Lula para comandar a Defensoria Pública da União e de uma vitória apertada na votação da reforma tributária no Senado.

Em mais um revés, a Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado adiou ontem a votação de dois projetos defendidos pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, para aumentar a arrecadação da União. Os pedidos de vista ao projeto que muda a tributação da alta renda, em fundos de investimento no exterior (offshore) e exclusivos, e à proposta que tributa o mercado de apostas esportivas, acenderam mais um alerta na articulação do Planalto.

Em outra frente, há um movimento para sustar a portaria do Ministério do Trabalho que dificulta o trabalho aos domingos e feriados no comércio.

Entenda o que está em discussão

  • O que é a LDO: A Lei de Diretrizes Orçamentárias estabelece as regras para a elaboração da Lei Orçamentária Anual do ano seguinte. Determina, por exemplo, o nível de equilíbrio entre receitas e despesas; disciplina o repasse de verbas da União para estados, municípios e entidades privadas; indica prioridades de financiamento pelos bancos públicos.
  • Prazo para apresentação do relatório: O deputado Danilo Forte (União-PE) afirmou que seu parecer não está fechado e pode ser finalizado até amanhã.
  • Prazo de votação: Como o relator prometeu um prazo de 48 horas para os deputados analisarem o texto, a votação na Comissão Mista de Orçamento (CMO) deve ficar para próxima terça-feira.

Pontos polêmicos

Calendário de pagamento: Inclusão de um cronograma para pagamento de emendas parlamentares pelo governo. O plano inclui execução das emendas individuais e de bancada, que já são impositivas, ou seja, seu pagamento é obrigatório, mas o Executivo dita o ritmo de liberação dos recursos. O montante total atrelado ao calendário é de R$ 37,6 bilhões.

PAC financiando fundão eleitoral: Tirar dinheiro do Programa de Aceleração de Crescimento (PAC), uma das principais vitrines do governo Lula, para abastecer o fundo eleitoral que financiará as campanhas municipais do ano que vem.

O descaso com as unidades de saúde pernambucana parece não ter fim. Fiscalização do Conselho Regional de Enfermagem (Coren-PE), realizada hoje no Hospital Dom Helder, constatou que nada mudou de junho para cá. Na época, o Conselho enviou para a direção do Hospital e ao Ministério Público de Pernambuco um relatório apontando a superlotação na unidade, mas nada foi feito até o momento.

Para se ter uma ideia, a emergência geral do Dom Helder tem capacidade para atender cerca de 24 pacientes por vez. Contudo, na fiscalização de hoje, 109 estão internados à espera de atendimento.

“Foi identificada a permanência da superlotação pacientes acomodados em macas baixas, em poltronas, profissionais sobrecarregados, sem condições de prestar assistência de qualidade, sem estrutura física, ambientação ruim, aparelhos de ar-condicionado quebrados, os locais muito quentes, e os profissionais com dificuldade de prestar assistência. Ou seja, se a gente tem uma superlotação, a gente tem um impacto direto no trabalho realizado pelos técnicos, pelos enfermeiros aqui e isso compromete demais a assistência”, comentou a chefe de fiscalização do Coren-PE, Ivana Andrade.

Na ala amarela, onde ficam os pacientes com problemas cardíacos, a capacidade é de 10, mas tinha, hoje, 41. Na ala vermelha, onde quatro pacientes deveriam aguardar cirurgia, 22 se aglomeram enquanto esperam. Já na emergência ortopédica, com capacidade de atendimento para quatro pessoas, 26 pacientes estavam no local. Na ala verde, para pacientes com problemas vasculares, 20 esperavam atendimento no espaço, com capacidade para no máximo 6.

Relato do caos no Dom Helder feito por uma técnica de enfermagem do hospital

Além da superlotação em todas as alas do Hospital Dom Helder, a fiscalização do Coren-PE se deparou com um quadro geral de macas no chão e muito calor em muitos setores, já que o aparelhos de ar-condicionado de algumas alas estão quebrados. Também foi flagrado a realização de exames de raios-X sendo realizados no meio do setor, sem qualquer tipo de proteção nem para os profissionais nem para os pacientes.

“As condições que o hospital está ofertando podem trazer danos à saúde desses pacientes. Eles estão aqui para se tratarem, para saírem bem, com qualidade de vida, mas que o que está sendo exposto para eles, o que está sendo ofertado pode trazer algum dano. Os riscos vão desde risco de infecção a o de falhas no procedimento, uma vez que tem profissionais tendo que se agachar para fazer um curativo, oferecer sinais vitais, fazer um procedimento. Tudo isso pode trazer um dano a esses pacientes”, relatou a chefe de fiscalização do Coren-PE.

A quantidade de pacientes além da capacidade do local e as condições desumanas que foram encontradas no local tem, inclusive, de acordo com registros feitos a equipe do Coren-PE, comprometido a segurança dos profissionais de saúde que atuam na unidade de saúde. É que diante dos fatos expostos, os pacientes já não suportam mais tanto descaso e terminam descontado nos profissionais suas insatisfações pelas péssimas condições do atendimento do hospital.

O prefeito de Santa Cruz do Capibaribe, Fábio Aragão, anunciou, hoje, ao Partido Progressista, sua saída da legenda, a qual estava filiado desde 2020.

“Foram anos muitos bons ao lado dos deputados Eduardo e Lula da Fonte, tivemos muitas vitórias e realizamos um grande trabalho para o povo de Santa Cruz. Só tenho a agradecer o tempo que passei no Partido Progressista, que é realmente grande família, mas entendo que ciclos se encerram, para que novos caminhos se abram. Por isto, tomei esta decisão pensando no melhor para Santa Cruz”, disse, complementando que ainda não definiu para qual partido deve migrar.

Editorial do Estadão

Não durou muito a farsa segundo a qual Lula da Silva precisava ser eleito para, segundo suas palavras, “recuperar a democracia neste país”. Bastou que a imprensa começasse a publicar notícias desfavoráveis ao governo para que esses campeões da democracia voltassem a ser o que sempre foram – a vanguarda da truculência. Para a seita petista, vale tudo, até mentir e distorcer, para desmoralizar aqueles que ousam revelar os malfeitos do governo de Lula.

No domingo passado, a presidente do PT, Gleisi Hoffmann, usou suas redes sociais para atacar o Estadão, compartilhando – como se fosse digna de crédito – uma suposta denúncia anônima contra o jornal que teria sido apresentada no site do Ministério Público do Trabalho (MPT).

“Gravíssima denúncia feita ao MPT sobre a fabricação do ‘escândalo da dama do tráfico’ pelo Estadão para fazer parecer que (o ministro da Justiça) Flávio Dino é simpático ao crime organizado”, escreveu a presidente do PT. Ato contínuo, todo o exército de militantes petistas na internet passou as horas e dias seguintes a repercutir a patranha, sem qualquer cuidado a respeito da veracidade do que ali se expunha.

Esse é o padrão de atuação dos petistas. Para eles, nem é preciso que a informação seja verdadeira para que seja usada em favor de seus propósitos autoritários, isto é, difamar o jornal que revelou que a mulher de uma das lideranças do Comando Vermelho (CV) participou de reuniões no Ministério da Justiça e Segurança Pública.

Ora, o Estadão nunca afirmou que Flávio Dino era simpático ao crime organizado. Trouxe apenas fatos: Luciane Barbosa Farias, mulher de Clemilson dos Santos Farias, conhecido como “Tio Patinhas” e um dos líderes do CV no Amazonas, esteve no Ministério da Justiça, em março, para reunião com o sr. Elias Vaz, secretário Nacional de Assuntos Legislativos, e em maio, para reunião com o sr. Rafael Velasco Brandani, titular da Secretaria Nacional de Políticas Penais (Senappen). Na reportagem que revelou o caso, publicada no dia 13 de novembro, o próprio Ministério confirmou a presença de Luciane na comitiva para as duas reuniões.

A atestar que o jornal fez apenas o seu trabalho – trouxe fatos relevantes ao conhecimento do leitor –, o Ministério da Justiça, no mesmo dia da publicação da reportagem, elaborou uma portaria alterando as regras de acesso ao prédio. No entanto, o PT não gosta de jornalismo independente. Diante da natural repercussão do caso, o partido de Lula passou a atacar o jornal, como se a reportagem sobre as reuniões no Ministério da Justiça fosse fake news.

Esse episódio serve para recordar que, por trás da fachada de defensores da democracia, os petistas são e sempre foram raivosos inimigos da imprensa livre. Desde os tempos da trevosa era petista no poder, jornalistas são ameaçados de agressão por militantes do partido. Há toda uma rede de veículos de comunicação a serviço do lulopetismo que se dedicam a destruir a reputação de jornalistas e de veículos independentes. O bolsonarismo certamente se inspirou nesse método do PT para, por sua vez, hostilizar a imprensa e os jornalistas. O “gabinete do ódio” bolsonarista é filhote dos “blogs sujos” – que recebiam generoso financiamento público dos governos petistas para atacar desafetos do partido.

“O uso de métodos de intimidação contra veículos e jornalistas não se coaduna com valores democráticos e demonstra um flagrante desrespeito à liberdade de imprensa”, afirmou em nota a Associação Nacional de Jornais (ANJ) sobre o vergonhoso ataque petista a este jornal. “Também evidencia uma prática característica de regimes autocráticos de, com o apoio de dirigentes políticos, sites e influenciadores governistas, tentar desviar o foco de reportagens incômodas por meio de ataques contra quem as apura e divulga”, disse a entidade.

Mas os petistas perdem tempo e energia. Desde sua fundação, há quase 150 anos, este jornal nunca vergou diante da força bruta dos inimigos da democracia, e não serão os arreganhos dos sabujos de Lula da Silva que o intimidarão. Continuaremos a publicar tudo o que nosso jornalismo apurar, a respeito deste ou de qualquer outro governo, pois a função da imprensa responsável e livre é revelar aos cidadãos o que os poderosos querem esconder. Isso sim é democracia – sem aspas.