China deixa de ser o país mais populoso do mundo pela 1ª vez em séculos

Neste mês, a Índia está ultrapassando a China em tamanho de população, segundo projeções da Organização das Nações Unidas (ONU). Com isso, pela primeira vez em séculos, a China está deixando de ser a nação com mais cidadãos, e a Índia assume esse posto. A data exata desta mudança no ranking de países mais populosos não foi informada, mas a ONU previa que isso ocorreria até o fim de abril. As informações são do G1.

  • A Índia tem 1,428 bilhão de habitantes
  • A China tem 1,425 bilhão de habitantes

Desde 1950, quando a Organização das Nações Unidas (ONU) começou a contabilizar os tamanhos as populações do país do mundo, a China sempre foi a nação mais populosa do planeta.

A China provavelmente já era o país mais populoso por centenas de anos antes: estima-se que em 1750 havia 225 milhões de chineses, o que a tornava a mais numerosa do globo naquele ano.

Por que mudou?

A China tem uma população envelhecida e com crescimento estagnado. Nos anos 1980, a China instaurou a política do filho único. Um dos resultados foi a estagnação do crescimento, mesmo depois do fim da política do filho único. Agora a população chinesa está prestes a encolher. As projeções apontam que em 2050 a população chinesa vai ser 8% menor do que a atual.

E a Índia?

A Índia tem uma população muito mais jovem, uma taxa de fertilidade mais alta e uma queda na mortalidade infantil nas últimas três décadas.

A Índia tem mais bebês nascidos a cada ano do que em qualquer outro país, enquanto na China há mais mortes a cada ano do que nascimentos, disse Dudley Poston, Jr., professor emérito de sociologia na Texas A&M University.

A população indiana deve continuar crescendo e deve atingir o pico em 2064, com 1,7 bilhão de pessoas — cerca de 50% maior que a população projetada da China.

A Índia também teve uma política para tentar diminuir o ritmo de crescimento da população: nos anos 1970, houve programas de esterilização em massa. Durante a gestão de Indira Ghandi (ela governou em dois momentos, de 1966 a 1977 e de 1980 a 1984, quando foi assassinada), homens eram forçados a fazer vasectomias (se eles se recusassem, enfrentariam perda de salários ou até de empregos). A polícia prendia homens pobres nas estações de trem e os forçava a passarem por uma vasectomia.

A Índia, no entanto, é uma democracia; Indira Ghandi perdeu a reeleição e, assim, esse programa acabou. A fertilidade da Índia caiu, mas menos, e mais lentamente do que a da China.

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O Corpo de Bombeiros informou que por volta das 3h da madrugada de hoje (29) foram desmobilizadas as equipes de atuação no desabamento do prédio em Jardim Atlântico, em Olinda. O fim ocorreu após o resgate, às 1h19 da madrugada, da última vítima da ocorrência que aconteceu na última quinta-feira (27).

Ao todo, 11 (onze) vítimas estavam sendo procuradas e foram retiradas dos escombros pelas equipes de busca e salvamento que trabalharam incessantemente nesta operação. Cinco delas com vida, das quais três do sexo feminino e duas do masculino. Dos seis óbitos, duas eram do sexo masculino e quatro do sexo feminino. Três cães também foram resgatados com vida.

Das vítimas retiradas com vida do local, duas estavam em estado grave e três foram resgatadas com ferimentos leves.

Após a última varredura realizada pelos cães, o trabalho dos Bombeiros foi finalizado e o local ficou aos cuidados das Polícias Militar e Civil.

O empresário Thiago Brennand deve chegar ao Brasil às 18h deste sábado (29.abr.2023) no Aeroporto Internacional de São Paulo, em Guarulhos. Ele estava preso desde 17 de abril em Abu Dhabi, capital dos Emirados Árabes, sob acusação de estupro, agressão, cárcere privado e violência. 

Os agentes da PF (Polícia Federal) responsáveis por trazê-lo embarcaram na 5ª feira (27.abr). Em 26 de abril, a Embaixada do Brasil em Abu Dhabi recebeu a autorização do governo local para a extradição de Brennand.

Segundo apurou Poder360, o empresário está no voo AF460 da empresa Air France. Ao desembarcar em São Paulo, Brennand deve ser levado para superintendência da PF em São Paulo, onde ficará detido até a realização da audiência de custódia.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) defendeu a extradição, mas negou que o assunto tenha sido tratado durante seu encontro com o presidente Mohammed bin Zayed al-Nahyan.

ENTENDA

O empresário é acusado dos seguintes casos:

  • estupro da estudante de medicina Stefanie Cohen em um hotel na capital de São Paulo, em outubro de 2021;
  • agressão contra a modelo Alliny Helena Gomes depois de uma discussão em academia na zona norte de SP;
  • corrupção de menores por incentivar o filho menor de idade a ofender Alliny Helena;
  • cárcere privado de uma mulher que diz ter sido obrigada a tatuar as iniciais do nome do empresário em seu corpo;
  • estupro de uma mulher em Porto Feliz, município do interior de SP.

Em um vídeo gravado e divulgado em 6 de março deste ano, Brennand diz que “obviamente” não estuprou ninguém e afirmou que se entregaria à polícia. 

“Vou me apresentar. Provavelmente, vão me prender injustamente”, disse o empresário, que teve o nome incluído na lista de difusão da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal, na sigla do inglês).

O senador Ângelo Coronel (PSD-BA), relator do Projeto de Lei das Fake News no Senado, disse ao Metrópoles que não participou das discussões sobre mudanças que ocorreram no texto na Câmara dos Deputados. Sob a relatoria do deputado Orlando Silva (PCdoB-SP) nesta Casa Legislativa, a matéria ganhou celeridade na última semana.

O projeto regula as plataformas digitais e as redes sociais, estabelecendo regras sobre o que será permitido, ou não, na internet. Segundo o relator da medida do Senado, a Câmara não o consultou sobre alterações ao texto. As informações são da Metrópoles.

“Não tive nenhum encontro com o deputado Orlando Silva. Estivemos juntos um ano atrás, logo quando o projeto foi aprovado [no Senado] e ele foi designado o relator [na Câmara]. De lá para cá, mais de um ano, quase dois, não tivemos nenhum contato para tratar e discutir as alterações, então achei até estranho, mas ainda continuo no aguardo”, pontuou.

Na última terça-feira (25/4), a matéria teve seu regime de urgência aprovado na Câmara por 238 votos favoráveis e 192 contrários. Pelo cronograma, na próxima terça (2/5), o plenário votará o mérito do texto. Caso seja aprovado, o projeto retorna para o Senado.

Mudanças no texto

Na noite de quinta-feira (27/4), Orlando Silva divulgou o parecer final sobre o projeto de lei, após reunião na Residência Oficial de Arthur Lira (PP-AL), presidente da Câmara dos Deputados. Ele realizou mudanças no texto depois de divergências entre parlamentares da oposição e empresas que gerenciam plataformas digitais.

A principal alteração foi a retirada do dispositivo que cria uma entidade para regular a atividade de empresas que gerenciam redes sociais, aplicativos de mensagens instantâneas e sites de buscas. O trecho era um dos principais pontos de divergências entre parlamentares.

No texto, Orlando Silva também não incluiu todas as sugestões apresentadas pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), na última terça-feira (25/4). O deputado acrescentou, parcialmente, trechos da primeira proposta de Moraes, que exige responsabilização civil de provedores por danos causados por conteúdos distribuídos mediante publicidade paga.

Texto volta ao Senado

Para Ângelo Coronel, o texto ainda deve passar pela Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), antes de ser levado ao plenário da Casa Alta.

“Eu defendo que o projeto venha para o Senado, para que nós possamos discuti-lo na CCJ. Eu só sei [das mudanças] pelo que eu estou vendo na mídia. Não tenho nada oficial, o relator na Câmara não me mandou nenhuma minuta do que vai ser colocado para votação. Nós [senadores] estamos simplesmente sem saber de nenhuma mudança. Então, eu defendo que o projeto venha para a CCJ ser discutido e depois vá ao plenário”, disse.

O projeto busca regular as plataformas digitais, as chamadas big techs, para o controle de propagação de desinformação em massa. A matéria ganhou tração após os ataques do dia 8 de janeiro e do ataque contra a creche de Blumenau, em Santa Catarina.

O projeto

O PL das Fake News, como é conhecido o Projeto de Lei nº 2.630/2020, cria a Lei Brasileira de Liberdade, Responsabilidade e Transparência na Internet. O texto foi apresentado pelo senador Alessandro Vieira (PSDB-SE) em 2020.

O projeto é alvo de críticas, principalmente de deputados bolsonaristas, e prevê a criação de regras de combate à disseminação de conteúdo falso nas redes sociais e serviços de mensagens, como WhatsApp e Telegram. O Google chegou a criticar a urgência do projeto, pedindo mais debate antes da votação.

Sem consenso, o texto nunca foi de fato à votação. Sua tramitação ganhou novo gás com a eleição de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), que colocou a aprovação do texto entre as prioridades do seu governo.

O próprio relator aposta na mudança do quadro político brasileiro para influenciar a aprovação do projeto. “Hoje temos um governo oposto ao anterior. Este é pró-regulação e o anterior era contra. […] Há a discussão sobre quem vai fiscalizar o cumprimento da lei. Eu sou favorável ao órgão regulador, que não irá tratar de conteúdo, mas do cumprimento da lei, não tem ministério da verdade. Quem arbitrará são as plataformas”, afirmou.

Referência na administração pública no interior de Pernambuco, a prefeita de Bezerros, no Agreste, Lucielle Laurentino, participou do encontro sobre mulheres e políticas públicas da Rede de Mulheres da União dos Partidos Latinoamericanos (UPLA), realizado no Panamá, entre os dias 26 e 27 deste mês. Com todas as despesas pagas pela UPLA, a gestora bezerrense representou o Brasil (em nome do Partido União Brasil e do Instituto de Inovação e Governança – Índigo) e debateu o tema central com líderes de vários países da América Latina. 

“Sem sombras de dúvidas, foi uma oportunidade única para se conectar com mulheres de toda a América Latina e, junto com elas, construir novas pontes e trocar ideias que podem inspirar novas políticas públicas para cuidar de Bezerros. Representar o Brasil, ao lado de líderes que estão transformando o mundo, me deixa imensamente feliz e honrada, pois é através da boa política que cuidamos melhor das pessoas e de nossas cidades”, destacou a prefeita Lucielle. 

O encontro da Rede de Mulheres teve vários painéis de discussão. Entre eles, os desafios da segurança sanitária, experiências e estratégias para garantir a saúde da população, visita ao projeto social Correção de Santa Ana, uso da inteligência artificial para melhorar as políticas públicas e promover o bem-estar humano, prevenção da delinquência juvenil em zonas de risco social, entre outros. 

Ainda durante a agenda internacional, a gestora bezerrense encontrou-se com a ministra da Mulher do Panamá, Juana Herrera. Em pauta, as políticas públicas em favor das mulheres panamenhas, direitos sociais e igualdade de gênero em todas as áreas da sociedade, bem como projetos voltados para o cuidado e proteção da mulher.  

“Foi uma experiência ímpar participar do encontro da Rede de Mulheres da UPLA e poder captar inspirações para melhorar ainda mais as políticas públicas voltadas para nossa população. É discutindo sobre nosso futuro que asseguramos um município, estado, país e mundo melhor para todos os cidadãos”, concluiu Lucielle.

A agenda foi concluída com uma visita ao Tribunal Eleitoral do Panamá para conhecimento sobre os avanços na participação política das mulheres na perspectiva do órgão eleitoral. Na ocasião, a gestora brasileira foi recebida pela secretária geral do Tribunal, Myrtha Varela. 

Prestes a completar seu quarto mês à frente do Governo de Pernambuco, a governadora Raquel Lyra anda colecionando críticas à sua gestão. Ontem, a deputada Maria Arraes (Solidariedade) terminou perdendo sua calma típica ao falar sobre o governo estadual em uma entrevista de rádio.

Na sua visão, Raquel não tem planejamento, é desorganizada, não realizou a transição e começou a gestão com o ato impensado de exoneração em massa. “E tenta compensar a ineficiência nas redes sociais. É mais blogueira do que governadora”, alfinetou.

Depois de Maria Arraes foi a vez da senadora Teresa Leitão (PT) ir para cima de Raquel Lyra. Em entrevista ao Diario de Pernambuco, a petista disse que falta consistência, molho, ao governo estadual.

“Acho que está lento. Em alguns setores, a máquina ainda não está funcionando adequadamente. Mas não quero fazer uma análise muito completa, pois entendo que ainda estamos em início de governo. Acho que o Estado foi entregue a Raquel em condições de organização, se não ela não estaria conseguindo fazer entregas, como já fez. Acho importante, ainda que não se mantenha a continuidade política, a manutenção da continuidade administrativa. Acredito que falta um molho. Falta consistência”.

Por Magno Martins – exclusivo para Folha de Pernambuco

Reunidos, ontem, em João Pessoa, governadores do Nordeste ouviram do presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-PB), o compromisso de que a reforma tributária, em discussão no Congresso, será justa com os Estados, não provocando cisão nem guerra fiscal. Fez a ressalva de que promoverá a dedução de impostos, com segurança jurídica e fiscal.

“Precisamos melhorar o ambiente dos negócios no Brasil”, declarou Lira, levantando aplausos dos governadores, que ouviram também o relator da proposta, o deputado paraibano Aguinaldo Ribeiro (PP). O governador de Alagoas, Paulo Dantas (MDB), defendeu, na ocasião, um imposto único sobre consumo. “Com o imposto único, os Estados vão crescer de forma mais acelerada e em harmonia, sem guerra fiscal”, disse.

Quando se falou de negócios, os governadores alertaram que os Estados nordestinos podem perder investimentos em projetos de geração de energia renováveis por falta de linhas de transmissão para escoar a produção.

Anfitrião do encontro, o governador da Paraíba, João Azevedo (PSB), disse que o Estado tem recebido muitas empresas interessadas em investir nesse segmento no Estado, mas desabafou: “Estou preocupado, porque a solução pode não vir a curto prazo”. Segundo ele, o Governo Federal anunciou que deverá lançar editais e promover leilões para construção das linhas de transmissão.

E alertou: “Isso é muito importante, mas a conclusão dos projetos pode durar cinco anos, prazo que não bate com o que foi dado às geradoras, que é até 2026. “Não bate essas duas coisas. Então, estamos com um pleito de ir ao presidente Lula para que mude esses prazos”, disse. Os governadores saíram da reunião anunciando que esse assunto terá desdobramentos numa nova reunião, na próxima sexta-feira, desta feita com o ministro de Minas e Energia, Alexandre Batista.

Contei, ontem, uma historinha de bastidores envolvendo o ex-governador Miguel Arraes que deu o que falar. Lubrificou os olhos dos leitores, deu para provocar uma boa gargalhada porque tratou de um lado pouco conhecido da velha raposa política: seu senso de humor. São raros os políticos que têm humor, que é um modo especial de olhar para as coisas e de pensar sobre elas.

Recebi várias mensagens me estimulando a contar outras de Arraes, uma figura emblemática, com a qual convivi mais em Brasília do que em Pernambuco. Arraes tinha um modo de olhar e raciocinar diferente do convencional, principalmente quando regava a conversa com um bom escocês. Seu preferido é o Johnnie Walker Black.

Para encurtar as viagens, seja em jatinhos com destino a Brasília ou em aviões de menor porte pelo Interior, o Black era companhia indispensável. Já viajei com Arraes em algumas ocasiões. Ele começava a beber com o avião ainda taxiando, sobretudo se a pauta tivesse sido uma chatice. Além de molhar o bico, fumava charuto e cachimbo, jogando a fumaça nos companheiros a bordo.

Numa viagem a Mossoró (RN), na condição de presidente nacional do PSB, depois de assinar a ficha de filiação da deputada Sandra Rosado, Arraes decolou num jatinho de volta ao Recife na companhia do neto Eduardo Campos, do governador do Espírito Santo, Renato Casagrande, e dos assessores Milton Coelho e Marcos Loreto.

Pegaram Mossoró num dia em que a cidade se apresenta com a sensação de fazer vizinhança com o inferno: calor de 40 graus, insuportável. Loreto saiu antes de acabar a solenidade da filiação da parlamentar potiguar para providenciar uísque e gelo, porque já sabia que o chefe iria cobrar na decolagem.

Mas Loreto rodou os arredores do aeroporto, comprou o uísque, mas não encontrou gelo em lugar algum. Quando chegou ao aeroporto, Loreto contou a Milton que a missão tinha sido cumprida pela metade, porque faltava o gelo.

Por volta das 15 horas, o avião alugado para levar a comitiva de volta estava tão quente quanto o assoalho do inferno. Quem diria a Arraes que não havia gelo? A missão ingrata coube a Milton Coelho, um político extremamente jeitoso e educado. Arraes, na maioria das vezes, gesticulava no lugar das palavras. Fez um gesto para Milton cobrando bebida para aliviar as tensões.

Achando que ia levar um puxão de orelha, Milton disse: “Doutor Arraes, o uísque tá aqui, mas não encontramos gelo em lugar nenhum dessa cidade. Parece que a quentura derreteu todo o gelo do comércio”.

Arraes riu e gostou da justificativa, aliviando a tensão a bordo. E como era um político e ser humano, especialmente, que não tripudiou frustrações, sapecou:

“Doutor Milton, lembre-se que os gregos e os romanos faziam grandes farras numa época em que não existia gelo”.

O avião decolou, chegou a dez mil pés e pousou no Recife com o uísque cowboy molhando o bico da comitiva como se fosse uma gelada.  

Por Marcelo Tognozzi*

Janeiro de 1971. Juscelino Kubitschek, agora diretor do Banco Denasa de Investimentos, faz uma palestra para um seleto grupo de empresários sobre a importância do mercado financeiro para o desenvolvimento. Foi um ano em que a bolsa do Rio bombou impulsionada pela política econômica do milagre brasileiro, em pleno governo militar. O ministro da Fazenda era Delfim Netto. O presidente da República o general Emílio Garrastazu Médici. Ouro puro.

A palestra está publicada na página 51 da edição número 316 da revista “Mercado Comum”. JK deixou algumas lições importantes nesta aula sobre poder e dinheiro dada há exatos 52 anos. As principais:

  • “Vocês podem observar, mesmo no panorama brasileiro, o homem depois que fica muito rico, quer entrar para a política. Porque, sem dúvida, as duas forças que existem no mundo são: a força do di­nheiro e a força do poder. E quando o cidadão tem a força do dinheiro, então quer, também, possuir a outra”.
  • “Na antiguidade, os homens não apreciavam muito esta atividade do comércio. A humanidade se preocupava mais com as guerras, com a nobreza e os homens de negócios e os empresários eram muito malvistos. Na Grécia, e mesmo em Roma, os empresários eram considerados pouco mais do que ladrões”.
  • “Eu sei que não há energia elétrica no Brasil, porque no Rio e São Paulo os elevadores estão racionados, quer dizer, você não podia construir um prédio no Rio e nem em São Paulo, porque não havia energia elétrica para elevador, quanto mais para fazer indústria. As estradas que existiam, todas de terra, péssimas, eu encontrei apenas 800km de estradas asfaltadas neste país. Hoje, elas já andam por cerca de 50.000km. Nós não tínhamos cimento, nós não tínhamos navio, nós não tínhamos automóveis”.
    “Não havia, nessa ocasião, nada, a não ser os bancos: bancos comerciais, bancos de depósito; não havia nada no mercado financeiro, nem o mercado de capitais”.
  • “Então, quer dizer, mas como é que se vai comprar esses carros? Porque ninguém tem dinheiro para comprar de uma vez um carro. Então precisa haver uma maneira de financiar esses carros. E daí nasceu, então, a ideia das financeiras. Criamos as financeiras”.
  • “Nessa reunião com os alemães –eram 300 industriais, mais ou menos, eu disse: ‘Eu vou fazer o que preciso fazer: fábrica de automóvel, fábrica de navio, fábrica de cimento, fábrica de alumínio…’ e fui por aí citando. E aqui, eu sei de pelo menos 10 industriais aqui da Alemanha que têm que se encarregar de realizar isso”.
  • “Ao término, falei: ‘Agora eu quero ouvir francamente a opinião dos senhores’. Um deles falou em nome de todos: ‘Nós não queremos mais trabalhar na América Latina, especialmente no Brasil. O Brasil, que é um país grande, nos tem atraído, e nós vamos lá, vamos a um ministério, chegamos ao ministério, passamos uma semana pelejando para falar com o ministro. Chega lá, o ministro não entende coisa nenhuma, não tem nada organizado, nos manda para outro ministério e, no fim de um mês, nós já percorremos 4 ou 5 ministérios, e sem nenhum resultado do nosso esforço e do nosso trabalho’”.
  • “Eu disse: ‘Não, então vamos fazer o seguinte: eu peço aos senhores que destaquem os 10 que podem fazer estas indústrias (…) Os senhores estão convidados para ir ao Brasil’. Isso foi no mês de janeiro de 56. ‘Eu vou tomar posse daqui a 20 dias. Os senhores estão convidados para ir ao Brasil’”.
  • “Basta dizer que, só naqueles dias, eles tiveram que aplicar no Brasil US$ 300 milhões, é dinheiro toda vida. Pois bem, foi graças a essa corretagem, é que eu pude realizar e conquistar o dinheiro que, na ocasião, não existia no Brasil, e que eu consegui trazer para cá”.
  • “Mas os Estados Unidos –eu mesmo me perguntava–, por que os Estados Unidos deram esse golpe formidável na nossa frente? E a razão era essa, não tenha dúvida: é que, em 1801, já estava montada nos Estados Unidos, em Nova York, a Bolsa de Valores”.
  • “Hoje você vê: mesmo os empregados da gente, modestos, que têm pouco conhecimento ainda, já têm a preocupação de saber ‘como é que eu posso empregar essa economiazinha minha de 500 cruzeiros, 1.000 cruzeiros, quer dizer, comprando letras de câmbio, fazendo um depósito fixo’. Isso tudo, vai somando, vai somando, isso vira bilhões. E com esses bilhões é que se fazem os lançamentos das novas indústrias para o Brasil”.

JK sempre entendeu profundamente de poder político e poder econômico. Maior estadista brasileiro do século 20, suas relações com o mercado e os donos do poder econômico não eram de promiscuidade. Cada um tinha seu papel a desempenhar. Durante sua Presidência vigorou um acordo entre o poder político e o econômico, não uma sociedade. JK prezava muito sua autoridade.

Quando governador de Minas fundou a Cemig, companhia de capital misto, e pediu apoio às duas maiores empresas do Estado: a siderúrgica Belgo Mineira e a mineradora Morro Velho, grande produtora de ouro. A Belgo contribuiu na hora. JK mandou telefonar para o presidente da Morro Velho, mas o inglês mandou dizer que não podia atender porque estava almoçando. JK mandou chamar o cônsul da Inglaterra no Palácio da Liberdade e foi suscinto: “Enquanto eu for governador, inglês algum vai entrar aqui”. O presidente da Morro Velho tomou um puxão de orelhas do governo inglês, comprou cotas da Cemig e suplicou desculpas. Era assim que o JK político tratava o poder econômico.

*Jornalista

Por Hugo Torres*

Circulou em um Blog político, uma notícia equivocada, uma interpretação errada da Lei Eleitoral, sobre a proibição do prefeito de Pesqueira, Bal de Mimoso (Republicanos), ser candidato à reeleição em 2024.

A tentativa de confundir o eleitorado não encontra respaldo na jurisprudência do TSE. Não passa de uma interpretação rasa, que não possui amparo algum no texto constitucional, pois conforme diz expressamente o Art. 14, parágrafo 5º:” O presidente da República, os governadores de Estados e do Distrito Federal, os prefeitos e quem os houver sucedido ou substituído no curso dos mandatos poderão ser reeleitos para um único período subsequente.”

Sucessão significa que houve a modificação em caráter definitivo, com a troca permanente do titular do poder, enquanto a substituição possui caráter precário, eventual, não permanente, que ocorre com os afastamentos temporários do chefe do poder executivo.

O segundo aspecto, contido na parte final do dispositivo, diz respeito à possibilidade de reeleição para um único período subsequente. Reeleição significa a possibilidade de concorrer novamente ao mesmo cargo. Quanto ao período subsequente, entende-se tratar-se de período legislativo, correspondente, segundo nosso sistema constitucional, a um decurso de tempo de quatro anos, compreendido entre o primeiro dia do primeiro ano subsequente ao pleito regular e o último dia do quarto ano do mandato eletivo.

Então nesse contexto, o mandato o qual o prefeito Bal de Mimoso exerce, encontra-se em seu primeiro período, não havendo que se falar que ele já foi reconduzido ao cargo ao qual disputou e fora eleito uma única vez, na eleição suplementar de 2022. Mesmo a época ele ocupando o cargo como prefeito interino, haja vista que ele fora eleito vereador em 2020 e exercia a função de prefeito interinamente, por ter sido eleito presidente da Câmara e pelo afastamento judicial do Cacique Marquinhos (eleito prefeito em 2020 e não empossado).

É entendimento pacífico na jurisprudência do Tribunal Superior Eleitoral em Brasília que: o período de interinidade, no qual o presidente da Câmara assume a chefia do Poder Executivo em razão da vacância dos cargos de prefeito e vice-prefeito e sucessivamente o período que ocupou este cargo em decorrência de eleição suplementar – o famoso “mandato tampão” – constituem fração de um só mandato.

Desta forma, não há que se falar em impedimento algum a recondução do atual prefeito Bal de Mimoso, nas eleições vindouras de 2024. Ele tanto poderá disputar a reeleição, como não haverá nenhum óbice ao exercício de um possível segundo mandato.

*Advogado