Posse de Lula termina sem ocorrências graves após temor com segurança

Cercada por receios da equipe de transição e forças de segurança, a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) ocorreu neste domingo (1º) sem riscos ou ameaças relevantes de violência contra o petista ou apoiadores na Esplanada dos Ministérios.

Segundo a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, somente uma pessoa foi detida após policiais a flagrarem, durante revista, com uma faca e fogos de artifício.

O último balanço divulgado pela pasta ainda destacou que, no período da manhã, a Polícia Militar do DF atendeu uma suspeita de bomba em uma das estações de metrô da área central de Brasília. Esse e outros três casos semelhantes foram descartados durante o dia. As informações são da Folha de S.Paulo.

A Polícia Federal também derrubou quatro drones que sobrevoaram a Esplanada dos Ministérios durante a cerimônia de posse. Os dispositivos não estavam registrados pela equipe de transição. Agentes da corporação contam com armas antidrone para ajudar na segurança da posse.

Sem grandes riscos à posse, Lula decidiu realizar o tradicional desfile no Rolls-Royce presidencial. O carro é aberto e, por deixar o presidente exposto durante todo o trajeto, teve seu uso reavaliado durante a semana que antecedeu a posse presidencial.

Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e suas esposas, Rosângela da Silva, a Janja, e Lu Alckmin, fizeram o trajeto no banco de trás do mesmo veículo.

O presidente ainda contrariou as recomendações de sua segurança pessoal, feita pela PF, e não usou colete à prova de balas por debaixo do terno.

O principal problema, segundo pessoas presentes na Esplanada, foi o calor intenso e dificuldades logísticas para acessar a Praça dos Três Poderes.

O público começou a chegar cedo, por volta de 7 horas, e enfrentou o sol sem oferta de comida e praticamente sem acesso a água e sombra.

Policiais no local afirmaram que banheiros foram disponibilizados, mas muitos dos presentes reclamavam da falta deles.

Para aplacar o calor, bombeiros lançaram jatos d’água sobre o público. Segundo o Corpo de Bombeiros do DF, 160 pessoas foram atendidas por mal súbito, sede, calor excessivo, pressão alterada, dor de cabeça e glicemia baixa.

Ao todo, cinco pessoas tiveram de ser levadas aos hospitais de Brasília —nenhuma em estado grave.

O plano de segurança da posse foi finalizado na quinta-feira (29). Ele passou por diversas alterações após os casos de vandalismo, com ataque à sede da Polícia Federal, e a tentativa de ataque terrorista na véspera de Natal.

As principais mudanças se deram na forma de entrada do público à Esplanada dos Ministérios. Por decisão das forças de segurança, o controle de acesso à cerimônia de posse foi feito em somente um ponto.

O planejamento previa que todas as pessoas seriam revistadas na entrada, mas a Folha flagrou quebras em bloqueios e apoiadores de Lula que entraram sem serem abordados pelos policiais.

No início da manhã, agentes do GSI (Gabinete de Segurança Institucional) conseguiram instalar detectores de metais pela Esplanada dos Ministérios.

O equipamento, no entanto, passou a ser menos utilizado ao decorrer do tempo, com as grandes filas que se formaram para entrar na Praça dos Três Poderes.

As forças de segurança ainda montaram uma central, ao lado do Museu Nacional, para dar apoio aos agentes que participaram da operação da posse.

O local serviu como base para policiais e bombeiros, com sistemas instalados para analisar imagens de câmeras espalhadas pela Esplanada e de drones que sobrevoaram o local.

Um dos principais receios da equipe de Lula, o acampamento feito por apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em frente ao quartel-general do Exército, em Brasília, perdeu força no domingo.

Centenas de pessoas deixaram o local nos últimos dois dias, em ônibus e carros. Militares ouvidos pela Folha afirmaram, sob reserva, que a saída de Bolsonaro do país aplacou os ânimos golpistas e desmobilizou parte dos manifestantes.

A responsabilidade pela coordenação do plano de segurança da posse presidencial foi alvo de discussão na equipe de Lula e gerou atritos no início dos preparativos.

Em novembro, a transição decidiu escantear o GSI e retirar o papel que a pasta tem na segurança presidencial.

Por decreto, cabe ao Gabinete de Segurança Institucional coordenar a área de segurança de eventos com a presença do presidente. Tradicionalmente, a pasta escolhe um general do Exército para centralizar o trabalho e distribuir as responsabilidades entre as demais forças de segurança.

A decisão havia sido tomada por causa dos receios que a equipe de Lula tinha com o aparelhamento do GSI, comandando nos últimos quatro anos pelo general Augusto Heleno. A ideia era entregar a responsabilidade à Polícia Federal.

Apesar das discussões, aliados do novo diretor-geral da PF, Andrei Rodrigues, atuaram como bombeiros no caso e conseguiram reverter o mal-estar.

No fim, o plano de segurança da posse foi feito em conjunto entre diversas forças de segurança, como a Secretaria de Segurança Pública do Distrito Federal, PF, Exército, GSI e PRF (Polícia Rodoviária Federal).

Com a posse e transmissão de cargos de Raquel Lyra (PSDB) e Priscila Krause (DEM) oficializadas neste domingo (1º), será a vez do novo secretariado do Governo de Pernambuco tomar posse, nesta segunda-feira (2), às 10h, no Palácio do Campo das Princesas. Após empossar a equipe de secretariado, o novo governo fará uma reunião com todos o primeiro escalão.

“Vamos ter uma reunião de alinhamento com os secretários para começar já os trabalhos, não dá para esperar. A gente vai continuar – eu estava participando da transição – e agora o trabalho é só continuação, agora de verdade”, disse. Ele informou que a reforma administrativa anunciada pelo novo governo deverá ir ao legislativo já na primeira semana de janeiro.

“A reforma administrativa está praticamente pronta e finalizada. A gente precisou fazer alguns ajustes agora em dezembro, mas ela deve ir (à Alepe) agora no início de janeiro”, explica Túlio Valença, novo secretário da Casa Civil. As informações são do Blog da Folha.

Articulação política 
Com o anúncio do secretariado que surpreendeu pelo perfil técnico, surgiu a dúvida de como será feito o diálogo político do novo governo. “Vai ser uma co-Casa Civil. Haverá outros três secretários que atuarão na articulação política. Rubem Jr., Cadena e Arthur Neves. A princípio teremos essa parte política e institucional para ter tomada de decisão conjunta”, informou.

Segundo Túlio, apesar do perfil técnico, não faltará experiência política no secretariado. “Todos que estão compondo de alguma maneira já participaram de algum governo e já têm experiência política. Evidente que o critério foi técnico mas a política nunca está afastada. Você tem aí bons quadros que vão conciliar essa parte política a parte técnica, que é o que interessa. Essa modelo exclusivamente político a gente já viu que não deu muito certo. Então a gente vai criar um novo modelo e ter uma interlocução aberta com todos, a gente vai atender a todos. Sem dúvida vai ser um grande trabalho e com uma forma bem republicana de se trabalhar”.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a maior parte de seus principais aliados evitaram se pronunciar publicamente neste domingo, 1º, dia que marcou a volta de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para um terceiro mandato Presidência da República. Bolsonaro, que viajou para os Estados Unidos e não quis cumprir a tradição de passar a faixa presidencial para seu sucessor, se limitou a fazer postagens em que divulgava seus perfis nos aplicativos de mensagens Telegram e Gettr, este último ligado a direita americana trumpista, e divulgar algumas medidas adotadas durante seu governo, como a agilização no processo de tirar a certidão de nascimento.

Nomes como os do ex-ministro Ciro Nogueira (Casa Civil) e Fabio Faria (Comunicações) ignoraram a posse do petista até o fim da tarde deste domingo. O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho mais velho do ex-presidente, também não fez nenhum comentário. O filho ‘04′ de Bolsonaro, Jair Renan também não comentou e postou apenas uma foto em uma praia. O vereador Carlos Bolsonaro (Republicanos-DF), o ‘02′, compartilhou um texto de um site bolsonarista que dizia que a economia havia melhorado em 2022. As informações são do Estadão.

Diferente de seus irmãos, o deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP) publicou uma série de mensagens no Twitter em que critica o presidente que assumiu o cargo hoje. Ele disse que Lula vai voltar com a inflação, reclamou que seus apoiadores são comunistas e se envolveu em uma briga com o podcaster Monark, acusando ele ficou “em cima do muro”.

Além de Eduardo, o deputado Marco Feliciano (PL-SP), próximo do ex-presidente desde quando ambos eram colegas na Câmara dos Deputados. Em teor similar ao que foi dito pelo filho ‘03′, ele reclamou que Brasília está vermelha e que falta verde e amarelo. “A Praça dos Três Poderes se transforma na Praça da Paz Celestial da China comunista. Triste dia para a Democracia e para a Pátria”, se queixou.

O deputado Ricardo Barros (PP-PR), que foi líder do governo Bolsonaro de 2020 a 2022, foi outro que ignorou a posse de Lula. O parlamentar do Centrão apenas publicou mensagens em que fala sobre a posse do governador reeleito do Paraná, Ratinho Júnior (PSD). Barros vai deixar o Congresso e vai ser secretário de Indústria, Bens e Comércios do Paraná. Outro que exerceu a função de líder de Bolsonaro na Câmara, Major Vitor Hugo (PL-GO), comentou sobre a posse do petista e não escondeu sua insatisfação. “Eles não têm o povo. Só militantes. Não tem como dar certo”.

André Mendonça e Nunes Marques, os dois ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) que foram indicados por Bolsonaro, não participaram da cerimônia de posse. Os ministros Rosa Weber, presidente da Corte, Alexandre de Moraes, Lewandowski, Dias Toffoli e Gilmar Mendes representaram o STF na posse de Lula.

Colegas de partido de Bolsonaro, como a ex-ministra da Secretaria de Governo Flávia Arruda (PL-DF) e o governador do Rio, Cláudio Castro (PL), estiveram no Congresso quando o petista empossado. Flávia tentou ser senadora nas eleições de 2022, mas perdeu a disputa para outra aliada de Bolsonaro, Damares Alves (Republicanos-DF). Já Castro já deixou claro diversas vezes, antes mesmo de Lula ganhar a eleição, que não vê problema em ter uma relação de parceria com o petista.

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) deu posse à equipe ministerial, há pouco, após receber a faixa presidencial e discursar à população no parlatório do Palácio do Planalto. As cerimônias de transmissão de cargo de cada ministério serão realizadas a partir de amanhã.

A posse dos ministros teve início por volta das 19h20. Na cerimônia, cada ministro foi chamado para assinar o termo de posse. A primeira ministra a ser empossada foi Sônia Guajajara (PSOL) que comandará o Ministério dos Povos Indígenas – pasta inédita dentro da estrutura do governo federal.

Durante a transição, Lula decidiu ampliar o número de ministérios do governo de 23 para 37.

  • Fazenda: Fernando Haddad (PT)
  • Justiça: Flávio Dino (PSB)
  • Defesa: José Múcio Monteiro
  • Relações Exteriores: Mauro Vieira
  • Casa Civil: Rui Costa (PT)
  • Relações Institucionais: Alexandre Padilha (PT)
  • Secretaria-Geral: Márcio Macêdo (PT)
  • Advocacia-Geral da União: Jorge Messias
  • Saúde: Nísia Trindade
  • Educação: Camilo Santana (PT)
  • Gestão: Esther Dweck
  • Portos e Aeroportos: Márcio França (PSB)
  • Ciência e Tecnologia: Luciana Santos (PCdoB)
  • Mulheres: Cida Gonçalves (PT)
  • Desenvolvimento Social: Wellington Dias (PT)
  • Cultura: Margareth Menezes
  • Trabalho: Luiz Marinho (PT)
  • Igualdade Racial: Anielle Franco
  • Direitos Humanos: Silvio Almeida
  • Indústria e Comércio: Geraldo Alckmin (PSB)
  • Controladoria-Geral da União: Vinícius Marques de Carvalho
  • Planejamento: Simone Tebet (MDB)
  • Meio Ambiente: Marina Silva (Rede)
  • Esportes: Ana Moser
  • Integração e Desenvolvimento Regional: Waldez Góes (PDT)
  • Agricultura: Carlos Fávaro (PSD)
  • Povos Indígenas: Sônia Guajajara (PSOL)
  • Secretaria de Comunicação Social: Paulo Pimenta (PT)
  • Previdência Social: Carlos Lupi, presidente do PDT
  • Pesca: André de Paula (PSD)
  • Gabinete de Segurança Institucional: general da reserva Marco Edson Gonçalves Dias
  • Cidades: Jader Filho (MDB)
  • Turismo: Daniela Carneiro (União Brasil)
  • Minas e Energia: Alexandre Silveira (PSD)
  • Transportes: Renan Filho (MDB)
  • Comunicações: Juscelino Filho (União Brasil)
  • Desenvolvimento Agrário: Paulo Teixeira (PT)

Antes de dar posse aos ministros, Lula assinou uma série de decretos e de medidas provisórias (MP).

Em seu primeiro ato como novo presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT) assinou, há pouco, no Palácio do Planalto uma série de medidas provisórias (MPs), decretos e despachos.

Medidas provisórias têm força de lei assim que publicadas no “Diário Oficial da União”. Precisam, contudo, ser aprovadas pelo Congresso Nacional para se tornar leis em definitivo. Decretos e despachos têm validade imediata. As informações são do portal G1.

A assinatura aconteceu no Palácio do Planalto. Lula assinou as seguintes MPs:

  • organização da Presidência da República e dos ministérios;
  • pagamento de R$ 600 para as famílias mais pobres;
  • prorrogação da desoneração sobre os combustíveis.

Lula também assinou:

  • decreto que muda a política de controle de armas;
  • decreto que restabelece combate ao desmatamento;
  • decreto que restabelece o Fundo Amazônia;
  • revogação de decreto que permitia garimpo em áreas indígenas e de proteção ambiental;
  • decreto que garante inclusão à educação;
  • decreto que muda as regras para inclusão da sociedade na definição de políticas públicas;
  • despacho que determina à CGU reavaliar no prazo de 30 dias as decisões que impuseram sigilo sobre informações e documentos da administração pública;
  • despacho que determina aos ministros o encaminhamento de propostas que retirem do processo de privatização empresas como Petrobras, Correios e EBC;
  • despacho que determina à Secretaria-Geral elaboração de proposta de recriação do programa Pró-catadores;
  • despacho que determina ao Ministério do Meio Ambiente a proposta de nova regulamentação do Conselho Nacional do Meio Ambiente (Conama).

Combustíveis

No caso dos combustíveis, os impostos federais foram zerados até o fim de 2022, pelo governo Bolsonaro e pelo Congresso, em meio à escalada dos preços motivada, entre outros fatores, pela guerra da Ucrânia.

As decisões foram tomadas no início do período eleitoral, quando Bolsonaro se lançava candidato à reeleição. Para que a desoneração continuasse em 2023, era necessária a edição de uma medida provisória.

Os apoiadores presentes no discurso de posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) neste domingo (1º.jan.2023), no Planalto, gritaram “sem anistia” enquanto Lula citava atos identificados por seu gabinete de transição como desafios deixados pelo governo anterior.

“O que o povo brasileiro sofreu nesses últimos anos foi a lenta e progressiva construção de um verdadeiro genocídio”, disse Lula. Durante a campanha eleitoral, o petista chegou a ter peças de comunicação inviabilizadas por se referir ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) como genocida. O MPE (Ministério Público Eleitoral), no entanto, não identificou o ato como infração.

Entre os fatores identificados no relatório da equipe de transição e citados por Lula (eis a íntegra – 885 KB), que somavam estavam os “recordes” de feminicídio, os “severos retrocessos” na política de igualdade racial e falta de remédios no programa Farmácia Popular e no estoque de vacinas contra a nova variante da covid-19. As informações são do Poder360.

“Nesses últimos anos, vivemos sem dúvida um dos piores períodos da nossa história, uma era de sombras, de incertezas e de muito sofrimento. Mas esse pesadelo chegou ao fim pelo voto soberano na eleição mais importante desde a redemocratização do país”, afirmou o presidente eleito no Planalto.

O 1º discurso do presidente na cerimônia de posse começou às 15h15 deste domingo (1º.jan.2023), no plenário do Senado. Ele foi recebido pelos congressistas com gritos de “Olê, olê, olá! Lula! Lula!”. Eles também gesticularam o sinal de “L” com as mãos, marca da campanha eleitoral do petista.

O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), conduziu a sessão solene no Congresso. Antes da execução do hino nacional e discurso de Lula, fizeram 1 minuto de silêncio em homenagem às mortes de Esdon Arantes do Nascimento, o Pelé, e o papa emérito Bento 16.

Ele assinou o termo de posse às 15h11 com uma caneta que, segundo ele, ganhou de presidente em comício no Piauí na campanha eleitoral de 1989. Lula foi vitorioso nas eleições de 2002 e 2006, mas não lembrou de usá-la. “É uma homenagem ao povo do Estado do Piauí”, disse o presidente.

Após tomar posse no Congresso, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) subiu a rampa do Palácio do Planalto ao lado da sua mulher, Rosangela Silva, a Janja, o seu vice-presidente, Geraldo Alckmin (PSB), e sua esposa Lu Alckmin. Confira abaixo a íntegra do seu discurso:

“Quero começar fazendo uma saudação especial a cada um e a cada uma de vocês. Uma forma de lembrar e retribuir o carinho e a força que recebia todos os dias do povo brasileiro – representado pela Vigília Lula Livre –, num dos momentos mais difíceis da minha vida.

Hoje, neste que é um dos dias mais felizes da minha vida, a saudação que eu faço a vocês não poderia ser outra, tão singela e ao mesmo tempo tão cheia de significado:

Boa tarde, povo brasileiro!

Minha gratidão a vocês, que enfrentaram a violência política antes, durante e depois da campanha eleitoral. Que ocuparam as redes sociais, e que tomaram as ruas, debaixo de sol e chuva, nem que fosse para conquistar um único e precioso voto.

Que tiveram a coragem de vestir a nossa camisa e, ao mesmo tempo, agitar a bandeira do Brasil – quando uma minoria violenta e antidemocrática tentava censurar nossas cores e se apropriar do verde-amarelo, que pertence a todo o povo brasileiro.

A vocês, que vieram de todos os cantos deste país – de perto ou de muito longe, de avião, de ônibus, de carro ou na boleia de caminhão. De moto, bicicleta e até mesmo a pé, numa verdadeira caravana da esperança, para esta festa da democracia.

Mas quero me dirigir também aos que optaram por outros candidatos. Vou governar para os 215 milhões de brasileiros e brasileiras, e não apenas para quem votou em mim.

Vou governar para todas e todos, olhando para o nosso luminoso futuro em comum, e não pelo retrovisor de um passado de divisão e intolerância.

A ninguém interessa um país em permanente pé de guerra, ou uma família vivendo em desarmonia. É hora de reatarmos os laços com amigos e familiares, rompidos pelo discurso de ódio e pela disseminação de tantas mentiras.

O povo brasileiro rejeita a violência de uma pequena minoria radicalizada que se recusa a viver num regime democrático. Chega de ódio, fake news, armas e bombas. Nosso povo quer paz para trabalhar, estudar, cuidar da família e ser feliz.

A disputa eleitoral acabou. Repito o que disse no meu pronunciamento após a vitória em 30 de outubro, sobre a necessidade de unir o nosso país.

Não existem dois brasis. Somos um único país, um único povo, uma grande nação. Somos todos brasileiros e brasileiras, e compartilhamos uma mesma virtude: nós não desistimos nunca.

Ainda que nos arranquem todas as flores, uma por uma, pétala por pétala, nós sabemos que é sempre tempo de replantio, e que a primavera há de chegar. E a primavera chegou.

Hoje, a alegria toma posse do Brasil, de braços dados com a esperança.

Minhas queridas amigas e meus amigos, recentemente, reli o discurso da minha primeira posse na Presidência, em 2003. E o que li tornou ainda mais evidente o quanto o Brasil andou para trás.

Naquele 1º de janeiro de 2003, aqui nesta mesma praça, eu e meu querido vice José Alencar assumimos o compromisso de recuperar a dignidade e a autoestima do povo brasileiro – e recuperamos. De investir para melhorar as condições de vida de quem mais necessita – e investimos. De cuidar com muito carinho da saúde e da educação – e cuidamos.

Mas o principal compromisso que assumimos em 2003 foi o de lutar contra a desigualdade e a extrema pobreza, e garantir a cada pessoa deste país o direito de tomar café da manhã, almoçar e jantar todo santo dia – e nós cumprimos esse compromisso: acabamos com a fome e a miséria, e reduzimos fortemente a desigualdade.

Infelizmente hoje, 20 anos depois, voltamos a um passado que julgávamos enterrado. Muito do que fizemos foi desfeito de forma irresponsável e criminosa.

A desigualdade e a extrema pobreza voltaram a crescer. A fome está de volta – e não por força do destino, não por obra da natureza, nem por vontade divina.

A volta da fome é um crime, o mais grave de todos, cometido contra o povo brasileiro.

A fome é filha da desigualdade, que é mãe dos grandes males que atrasam o desenvolvimento do Brasil. A desigualdade apequena este nosso país de dimensões continentais, ao dividi-lo em partes que não se reconhecem.

De um lado, uma pequena parcela da população que tudo tem. Do outro lado, uma multidão a quem tudo falta, e uma classe média que vem empobrecendo ano após ano.

Juntos, somos fortes. Divididos, seremos sempre o país do futuro que nunca chega, e que vive em dívida permanente com o seu povo.

Se queremos construir hoje o nosso futuro, se queremos viver num país plenamente desenvolvido para todos e todas, não pode haver lugar para tanta desigualdade.

O Brasil é grande, mas a real grandeza de um país reside na felicidade de seu povo. E ninguém é feliz de fato em meio a tanta desigualdade.

Minhas amigas e meus amigos, quando digo “governar”, eu quero dizer “cuidar”. Mais do que governar, vou cuidar com muito carinho deste país e do povo brasileiro.

Nestes últimos anos, o Brasil voltou a ser um dos países mais desiguais do mundo. Há muito tempo não víamos tamanho abandono e desalento nas ruas.

Mães garimpando lixo, em busca do alimento para seus filhos. Famílias inteiras dormindo ao relento, enfrentando o frio, a chuva e o medo.

Crianças vendendo bala ou pedindo esmola, quando deveriam estar na escola, vivendo plenamente a infância a que têm direito.

Trabalhadoras e trabalhadores desempregados exibindo, nos semáforos, cartazes de papelão com a frase que nos envergonha a todos: “Por favor, me ajuda.

Fila na porta dos açougues, em busca de ossos para aliviar a fome. E, ao mesmo tempo, filas de espera para a compra de automóveis importados e jatinhos particulares.

Tamanho abismo social é um obstáculo à construção de uma sociedade verdadeiramente justa e democrática, e de uma economia próspera e moderna.

Por isso, eu e meu vice Geraldo Alckmin assumimos hoje, diante de vocês e de todo o povo brasileiro, o compromisso de combater dia e noite todas as formas de desigualdade.

Desigualdade de renda, de gênero e de raça. Desigualdade no mercado de trabalho, na representação política, nas carreiras do Estado. Desigualdade no acesso a saúde, educação e demais serviços públicos.

Desigualdade entre a criança que frequenta a melhor escola particular, e a criança que engraxa sapato na rodoviária, sem escola e sem futuro. Entre a criança feliz com o brinquedo que acabou de ganhar de presente, e a criança que chora de fome na noite de Natal.

Desigualdade entre quem joga comida fora, e quem só se alimenta das sobras.

É inadmissível que os 5% mais ricos deste país detenham a mesma fatia de renda que os demais 95%

Que seis bilionários brasileiros tenham uma riqueza equivalente ao patrimônio dos 100 milhões mais pobres do país.

Que um trabalhador ou trabalhadora que ganha um salário mínimo mensal leve 19 anos para receber o equivalente ao que um super rico recebe em um único mês.

E não adianta subir o vidro do automóvel de luxo, para não ver nossos irmãos que se amontoam debaixo dos viadutos, carentes de tudo – a realidade salta aos olhos em cada esquina.

Minhas amigas e meus amigos.

É inaceitável que continuemos a conviver com o preconceito, a discriminação e o racismo. Somos um povo de muitas cores, e todas devem ter os mesmos direitos e oportunidades.

Ninguém será cidadão ou cidadã de segunda classe, ninguém terá mais ou menos amparo do Estado, ninguém será obrigado a enfrentar mais ou menos obstáculos apenas pela cor de sua pele.

Por isso estamos recriando o Ministério da Igualdade Racial, para enterrar a trágica herança do nosso passado escravista.

Os povos indígenas precisam ter suas terras demarcadas e livres das ameaças das atividades econômicas ilegais e predatórias. Precisam ter sua cultura preservada, sua dignidade respeitada e sua sustentabilidade garantida.

Eles não são obstáculos ao desenvolvimento – são guardiões de nossos rios e florestas, e parte fundamental da nossa grandeza enquanto nação. Por isso estamos criando o Ministério dos Povos Indígenas, para combater 500 anos de desigualdade.

Não podemos continuar a conviver com a odiosa opressão imposta às mulheres, submetidas diariamente à violência nas ruas e dentro de suas próprias casas.

É inadmissível que continuem a receber salários inferiores ao dos homens, quando no exercício de uma mesma função. Elas precisam conquistar cada vez mais espaço nas instâncias decisórias deste país – na política, na economia, em todas as áreas estratégicas.

As mulheres devem ser o que elas quiserem ser, devem estar onde quiserem estar. Por isso, estamos trazendo de volta o Ministério das Mulheres

Foi para combater a desigualdade e suas sequelas que nós vencemos a eleição. E esta será a grande marca do nosso governo.

Dessa luta fundamental surgirá um país transformado. Um país grande, próspero, forte e justo. Um país de todos, por todos e para todos. Um país generoso e solidário, que não deixará ninguém para trás.

Minhas queridas companheiras e meus queridos companheiros

Reassumo o compromisso de cuidar de todos os brasileiros e brasileiras, sobretudo daqueles que mais necessitam. De acabar outra vez com a fome neste país. De tirar o pobre da fila do osso para colocá-lo novamente no Orçamento.

Temos um imenso legado, ainda vivo na memória de cada brasileiro e cada brasileira, beneficiário ou não das políticas públicas que fizeram uma revolução neste país.

Mas não nos interessa viver do passado. Por isso, longe de qualquer saudosismo, nosso legado será sempre o espelho do futuro que vamos construir para este país.

Em nossos governos, o Brasil conciliou crescimento econômico recorde com a maior inclusão social da história. E se tornou a sexta maior economia do mundo, ao mesmo tempo em que 36 milhões de brasileiras e brasileiros saíram da extrema pobreza.

Geramos mais de 20 milhões de empregos com carteira assinada e todos os direitos assegurados. Reajustamos o salário mínimo sempre acima de inflação.

Batemos recorde de investimentos em educação – da creche à universidade –, para fazer do Brasil um exportador também de inteligência e conhecimento, e não apenas de commodities e matéria-prima.

Nós mais que dobramos o número de estudantes no ensino superior, e abrimos as portas das universidades para a juventude pobre deste país. Jovens brancos, negros e indígenas, para quem o diploma universitário era um sonho inalcançável, tornaram-se doutores.

Combatemos um dos grandes focos de desigualdade – o acesso à saúde. Porque o direito à vida não pode ser refém da quantidade de dinheiro que se tem no banco.

Fizermos o Farmácia Popular, que forneceu medicamentos a quem mais precisava, e o Mais Médicos, que levou atendimento a cerca de 60 milhões de brasileiros e brasileiras, nas periferias das grandes cidades e nos pontos mais remotos do Brasil.

Criamos o Brasil Sorridente, para cuidar da saúde bucal de todos os brasileiros e brasileiras.

Fortalecemos o nosso Sistema Único de Saúde. E quero aproveitar para fazer um agradecimento especial aos profissionais do SUS, pela grandiosidade do trabalho durante a pandemia. Enfrentaram bravamente, ao mesmo tempo, um vírus letal e um governo irresponsável e desumano.

Nos nossos governos, investimos na agricultura familiar e nos pequenos e médios agricultores, responsáveis por 70% dos alimentos que chegam à nossa mesa. E fizemos isso sem descuidar do agronegócio, que obteve investimentos e safras recordes, ano após ano.

Tomamos medidas concretas para conter as mudanças climáticas, e reduzimos o desmatamento da Amazônia em mais de 80%.

O Brasil consolidou-se como referência mundial no combate à desigualdade e à fome, e passou a ser internacionalmente respeitado, pela sua política externa ativa e altiva.

Fomos capazes de realizar tudo isso cuidando com total responsabilidade das finanças do país. Nunca fomos irresponsáveis com o dinheiro público.

Fizemos superávit fiscal todos os anos, eliminamos a dívida externa, acumulamos reservas de cerca de 370 bilhões de dólares e reduzimos a dívida interna a quase metade do que era anteriormente.

Nos nossos governos, nunca houve nem haverá gastança alguma. Sempre investimos, e voltaremos a investir, em nosso bem mais precioso: o povo brasileiro.

Infelizmente, muito do que construímos em 13 anos foi destruído em menos da metade desse tempo. Primeiro, pelo golpe de 2016 contra a presidenta Dilma. E na sequência, pelos quatro anos de um governo de destruição nacional cujo legado a História jamais perdoará:

700 mil brasileiros e brasileiras mortos pela Covid.

125 milhões sofrendo algum grau de insegurança alimentar, de moderada a muito grave.

33 milhões passando fome.

Estes são apenas alguns números. Que na verdade não são apenas números, estatísticas, indicadores – são pessoas. Homens, mulheres e crianças, vítimas de um desgoverno afinal derrotado pelo povo, no histórico 30 de outubro de 2022.

Os Grupos Técnicos do Gabinete de Transição, que por dois meses mergulharam nas entranhas do governo anterior, trouxeram a público a real dimensão da tragédia.

O que o povo brasileiro sofreu nestes últimos anos foi a lenta e progressiva construção de um genocídio.

Quero citar, a título de exemplo, um pequeno trecho das 100 páginas desse verdadeiro relatório do caos produzido pelo Gabinete de Transição. Diz o relatório:

“O Brasil bateu recordes de feminicídios, as políticas de igualdade racial sofreram severos retrocessos, produziu-se um desmonte das políticas de juventude, e os direitos indígenas nunca foram tão ultrajados na história recente do país.

Os livros didáticos que deverão ser usados no ano letivo de 2023 ainda não começaram a ser editados; faltam remédios no Farmácia Popular; não há estoques de vacinas para o enfrentamento das novas variantes da COVID-19.

Faltam recursos para a compra de merenda escolar; as universidades corriam o risco de não concluir o ano letivo; não existem recursos para a Defesa Civil e a prevenção de acidentes e desastres. Quem está pagando a conta deste apagão é o povo brasileiro”.

Meus amigos e minhas amigas.

Nesses últimos anos, vivemos, sem dúvida, um dos piores períodos da nossa história. Uma era de sombras, de incertezas e de muito sofrimento. Mas esse pesadelo chegou ao fim, pelo voto soberano, na eleição mais importante desde a redemocratização do país.

Uma eleição que demonstrou o compromisso do povo brasileiro com a democracia e suas instituições.

Essa extraordinária vitória da democracia nos obriga a olhar para a frente e a esquecer nossas diferenças, que são muito menores que aquilo que nos une para sempre: o amor pelo Brasil e a fé inquebrantável em nosso povo.

Agora, é hora de reacendermos a chama da esperança, da solidariedade e do amor ao próximo.

Agora é hora de voltar a cuidar do Brasil e do povo brasileiro. Gerar empregos, reajustar o salário mínimo acima da inflação, baratear o preço dos alimentos.

Criar ainda mais vagas nas universidades, investir fortemente na saúde, na educação, na ciência e na cultura.

Retomar as obras de infraestrutura e do Minha Casa Minha Vida, abandonadas pelo descaso do governo que se foi.

É hora de trazer investimentos e reindustrializar o Brasil. Combater outra vez as mudanças climáticas e acabar de uma vez por todas com a devastação de nossos biomas, sobretudo a Amazônia.

Romper com o isolamento internacional e voltar a se relacionar com todos os países do mundo.

Não é hora para ressentimentos estéreis. Agora é hora de o Brasil olhar para a frente e voltar a sorrir.

Vamos virar essa página e escrever, em conjunto, um novo e decisivo capítulo da nossa história.

Nosso desafio comum é o da criação de um país justo, inclusivo, sustentável, criativo, democrático e soberano, para todos os brasileiros e brasileiras.

Fiz questão de dizer ao longo de toda a campanha: o Brasil tem jeito. E volto a dizer com toda convicção, mesmo diante do quadro de destruição revelado pelo Gabinete de Transição: o Brasil tem jeito. Depende de nós, de todos nós.

Em meus quatro anos de mandato, vamos trabalhar todos os dias para o Brasil vencer o atraso de mais de 350 anos de escravidão. Para recuperar o tempo e as oportunidades perdidas nesses últimos anos. Para reconquistar seu lugar de destaque no mundo. E para que cada brasileiro e cada brasileira tenha o direito de voltar a sonhar, e as oportunidades para realizar aquilo que sonha.

Precisamos, todos juntos, reconstruir e transformar o Brasil.

Mas só reconstruiremos e transformaremos de fato este país se lutarmos com todas as forças contra tudo aquilo que o torna tão desigual.

Essa tarefa não pode ser de apenas um presidente ou mesmo de um governo. É urgente e necessária a formação de uma frente ampla contra a desigualdade, que envolva a sociedade como um todo:

Trabalhadores, empresários, artistas, intelectuais, governadores, prefeitos, deputados, senadores, sindicatos, movimentos sociais, associações de classe, servidores públicos, profissionais liberais, líderes religiosos, cidadãos e cidadãs comuns.

É tempo de união e reconstrução.

Por isso, faço este chamamento a todos os brasileiros e brasileiras que desejam um Brasil mais justo, solidário e democrático: juntem-se a nós num grande mutirão contra a desigualdade.

Quero terminar pedindo a cada um e a cada uma de vocês: que a alegria de hoje seja a matéria-prima da luta de amanhã e de todos os dias que virão. Que a esperança de hoje fermente o pão que há de ser repartido entre todos.

E que estejamos sempre prontos a reagir, em paz e em ordem, a quaisquer ataques de extremistas que queiram sabotar e destruir a nossa democracia.

Na luta pelo bem do Brasil, usaremos as armas que nossos adversários mais temem: a verdade, que se sobrepôs à mentira; a esperança, que venceu o medo; e o amor, que derrotou o ódio.

Viva o Brasil. E viva o povo brasileiro.

Ao chegarem à sede da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), na tarde deste domingo, para a posse da Raquel Lyra, os futuros secretários falaram sobre as expectativas para o novo governo. 

O futuro secretário da Casa Civil, Túlio Valença, comentou sobre os desafios do novo governo, neste domingo (1º), na sede da Assembleia Legislativa de Pernambuco, onde acontece a solenidade de posse da governadora e vice-governadora eleitas Raquel Lyra (PSDB) e Priscila Krause (DEM). 

Segundo Túlio, após a posse do novo secretariado, prevista para acontecer nesta segunda-feira (2), às 10h, o novo governo fará uma reunião com todos o primeiro escalão. “Vamos ter uma reunião de alinhamento com os secretários para começar já os trabalhos, não dá para esperar. A gente vai continuar – eu estava participando da transição – e agora o trabalho é só continuação, agora de verdade”, disse.  As informações são do Blog da Folha.

Ele informou que a reforma administrativa anunciada pelo novo governo deverá ir ao legislativo já na primeira semana de janeiro. “A reforma administrativa está praticamente pronta e finalizada. A gente precisou fazer alguns ajustes agora em dezembro, mas ela deve ir (à Alepe) agora no início de janeiro”.

Lucinha Mota, indicada ao cargo de Secretária da Justiça e dos Direitos Humanos, compartilhou sua perspectiva sobre a pasta. A ativista social se tornou reconhecida por sua luta por justiça após o assassinato da filha Beatriz em 2015, que tinha sete anos de idade, no colégio em que estudava no município de Petrolina.

“Acredito que toda a minha trajetória de luta já é um espelho para enfrentar a criminalidade. Um governo não pode tolerar as injustiças. Esse, com certeza, será o nosso grande desafio e estaremos preparados para enfrentá-lo”, afirmou.

Articulação política reforçada

Túlio Valença destacou que o novo governo dará ênfase às articulações políticas para equilibrar o perfil técnico escolhido para o secretariado. “Vai ser uma co-Casa Civil. Haverá outros três secretários que atuarão na articulação política. Rubem Jr., Cadena e Arthur Neves. A princípio teremos essa parte política e institucional para ter tomada de decisão conjunta”, informou.

Segundo Túlio, apesar do perfil técnico, não faltará experiência política no secretariado. “Todos que estão compondo de alguma maneira já participaram de algum governo e já têm experiência política. Evidente que o critério foi técnico, mas a política nunca está afastada. Você tem aí bons quadros que vão conciliar essa parte política a parte técnica, que é o que interessa. Esse modelo exclusivamente político a gente já viu que não deu muito certo. Então a gente vai criar um novo modelo e ter uma interlocução aberta com todos, a gente vai atender a todos. Sem dúvida vai ser um grande trabalho e com uma forma bem republicana de se trabalhar”.

Base de apoio na Alepe

“A gente depende da Assembleia para governar. Então, eu acredito que nós vamos ter essa base que está sendo e vai ser construída. E acredito que não teremos maiores dificuldades, não. A Assembleia está ciente do seu papel para que possa ajudar Pernambuco. A eleição acabou, todo mundo já foi eleito e agora a gente tem que partir para frente para construir Pernambuco sem as questões políticas. A gente tem que virar essa página”.

Bruno Araújo, presidente nacional do PSDB e ex-deputado federal, avaliou as escolhas da governadora eleita para a composição de seu secretariado.

“Pernambuco faz uma aposta do que Raquel vem exercendo. Um governo de pessoas preparadas para entregar o que a população precisa. E a composição política vai sendo feita ao longo de toda a construção do governo”, ponderou Araújo. As informações são da colunista Carol Brito, do Blog da Folha.

Bruno Araújo vê coerência nas escolhas de Raquel com o seu discurso durante as eleições. “A governadora anunciou o primeiro escalão que dá a ela o testemunho da população de que o que ela disse na campanha se conecta com a realidade. E agora há uma larga construção política que dará apoio a esse governo e seguramente terá o seu papel. Agora, ficou ou claro que é possível compatibilizar qualidade de gestão com a ocupação política”, afirmou.

“Estou muito confiante que Raquel dará os primeiros passos e que Pernambuco estará pronto para um novo ciclo. Isso vai forçar os próximos governantes a terem um grande compromisso com quadros que possam de fato fazer entregas, esse é o principal resultado e em conexão com o que a população precisa”, avaliou Bruno.

Líderes internacionais cumprimentaram Luiz Inácio Lula da Silva (PT), 77 anos, pela cerimônia de posse de seu novo governo neste domingo. Lula é o 1º na história a ser escolhido para o cargo 3 vezes pelo voto direto. “Ordem e Progresso: o Brasil honra seu lema. Parabéns caro Presidente, caro amigo Lula, por sua posse. Estamos juntos!”, disse o presidente francês, Emmanuel Macron, em seu perfil no Twitter.

A vice-presidente da Argentina, Cristina Kirchner, afirmou em seu perfil no Twitter que “um novo dia amanhece na América do Sul”. As informações são do portal Poder360.

O primeiro-ministro do Reino Unido, Rishi Sunak, deu parabéns a Lula por “iniciar um histórico 3º mandato como presidente do Brasil”. “Em nome do Reino Unido, desejo a todos muito sucesso na liderança do Brasil e espero fortalecer nossos laços econômicos, culturais e ambientais”, publicou Sunak em seu perfil no Twitter.

O Rei da Espanha, Filipe 6º, assistiu, no Congresso Nacional em Brasília, a cerimônia de posse de Lula. Ele aparece cumprimentando o presidente brasileiro.

O perfil da União Europeia deu parabéns ao novo governo brasileiro. “Queremos fortalecer nossa parceria estratégica baseada em valores comuns: democracia e direitos humanos e o compromisso com o multilateralismo. Estamos prontos para um novo e importante capítulo da nossa cooperação”, disse em publicação no Twitter.