Voto nulo vira saída para desiludidos com Lula e Bolsonaro no 2º turno das eleições

Urna voto

O voto nulo no segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) virou um caminho para desiludidos da terceira via que veem obstáculos grandes demais para apoiar um dos lados. Ao mesmo tempo, pessoas que pretendiam anular, mas agora têm uma opção, fazem adaptações de discurso.

A lista dos que vieram a público nos últimos dias declarar a anulação de seu voto inclui o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), o ex-presidenciável do Novo Felipe d’Avila e o economista Affonso Celso Pastore, que colaborou com o ex-juiz Sergio Moro quando ele pretendia disputar a Presidência. As informações são da Folha de S. Paulo.

Já o economista Arminio Fraga desistiu de anular e revelou apoio a Lula. O deputado federal Vinicius Poit (Novo), que concorreu ao Governo de São Paulo, anunciou alinhamento a Bolsonaro. Como mostrou reportagem da Folha em dezembro de 2021, Poit pretendia não votar em ninguém no atual cenário.

A anulação, que consiste em digitar um número inexistente de candidato e confirmar, foi a alternativa de 2,8% dos eleitores no primeiro turno presidencial. Foi o menor percentual desde 2002, assim como o de votos brancos (1,6%). Para o segundo caso, a urna eletrônica tem um botão específico.

O voto em branco foi a opção anunciada pela senadora paulista Mara Gabrilli (PSDB), que foi vice da presidenciável Simone Tebet (MDB). Tebet, terceira colocada na corrida ao Planalto, fechou apoio a Lula na segunda fase e disse que a gravidade do momento não admite “a omissão da neutralidade”.

A estabilidade do quadro, com a polarização eleitoral entre Lula e Bolsonaro desde o ano passado, já tinha acendido o debate da anulação, com argumentos sobre defeitos e riscos de cada postulante.

No MBL (Movimento Brasil Livre), o assunto apareceu diante dos primeiros empecilhos para construção de uma candidatura de centro-direita competitiva.

Agora, líderes do MBL como o deputado federal reeleito Kim Kataguiri e o estadual eleito Guto Zacarias (os dois da União Brasil-SP) confirmaram sua decisão.

Para Kim, ambos os projetos em disputa são autoritários e corruptos. “Defendo o voto nulo justamente para que o próximo presidente da República entre o mais fraco possível em relação ao Congresso Nacional e a gente consiga barrar pautas como os petistas e os bolsonaristas em aliança já tentaram aprovar”, disse em entrevista à rádio Bandeirantes.

Zacarias foi às redes sociais propor: “Dia 30 é lacrar [apertar] o 00 e ir fazer um churrasco com os amigos. Quero manter a consciência limpa e continuar sem nunca ter votado em bandidos”. Nacionalmente, a União Brasil está neutra no segundo turno e liberou os filiados para se posicionarem.

Apesar das manifestações de integrantes, o MBL não está, institucionalmente, pregando o voto nulo.

A falta de propostas claras de Bolsonaro e Lula foi a justificativa de Doria, em entrevista à Folha, para sua decisão, que já vinha sendo comentada desde meados deste ano.

O tucano despontou na política se valendo do antipetismo e, após se eleger em 2018 com a estratégia do “BolsoDoria”, rompeu com o presidente e passou a rivalizar com ele na pandemia de Covid-19. Inúmeras vezes, o então governador acusou Bolsonaro de ser antidemocrático e “claramente golpista”.

No caso de D’Avila, a definição também foi colocada ao longo da campanha e reafirmada por ele até o primeiro turno, do qual saiu com 0,47% dos votos válidos, na sexta colocação.

Ele, que é cientista político, classifica os dois candidatos ainda na disputa como populistas e considera ambos igualmente danosos para o país, a democracia e a economia.

Ao discordar do critério de ir no candidato “menos pior” no segundo turno, D’Avila costuma citar o raciocínio da filósofa Hannah Arendt de que aqueles que escolhem o mal menor se esquecem rapidamente de que escolheram o mal.

Na semana em que economistas tidos como “pais do Plano Real” se juntaram a outros profissionais de tendências liberais e declararam apoio a Lula, Affonso Pastore destoou ao expor seu voto nulo.

À Folha ele disse que nenhum dos finalistas da disputa preenche os requisitos de defesa da ética e da democracia nem sinalizam políticas para o desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável.

“Jamais poderia votar em um candidato [Bolsonaro] que nos últimos quatro anos procurou enfraquecer as instituições. Da mesma forma, jamais poderia votar em um candidato [Lula] que anuncia que quer estabelecer o controle social da mídia e que estimulou a corrupção sistêmica”, afirmou.

A equiparação entre eles foi também o argumento de Mara Gabrilli para o voto em branco. Com mandato até 2027, ela afirmou esperar por um governo que defenda seus ideais de país e disse que fará “oposição sensata” a quem quer que vença.

Arminio, um dos que repensaram a anulação, já tinha dito que poderia recalcular a rota “se a eleição estivesse apertada” e enxergasse chance de reeleição de Bolsonaro.

Com a diferença menor do que se pensava —o atual mandatário teve 43,2% dos votos válidos no primeiro turno e o ex-presidente, 48,4%—, o ex-presidente do Banco Central declarou apoio a Lula.

“Eu já tinha uma inclinação anunciada de votar no PT se considerasse necessário. Avaliando o resultado do primeiro turno, que formou um Congresso de direita, conservador, amplamente favorável ao atual governo, minha decisão nessa direção se fortaleceu”, disse.

Quarto colocado na eleição para governador paulista, com 1,67% dos votos válidos, Poit também abandonou a ideia de anular —mas, no seu caso, a opção é por Bolsonaro.

“Discordo de muita coisa do atual governo, mas discordo ainda mais do PT”, explicou-se. “Mais do que ser de direita, sou direito, humano e civilizado. Lutarei para construirmos mais diálogo na política e menos extremismos.”

Em 2021, Poit disse à Folha que “votaria nulo porque populismo, seja de direita ou de esquerda, não faz bem ao país” e que a anulação, a primeira de sua vida, seria um gesto de protesto. Ele também apoia o candidato bolsonarista ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Segundo a pesquisa Datafolha de sexta-feira (7), a fatia do eleitorado que pretende anular ou votar em branco é de 6%.

Apesar das manifestações individuais por voto nulo, não existe até aqui alguma campanha organizada para estimulá-lo. O contrário, no entanto, existe: o movimento Vem Pra Rua, pró-Lava Jato e anti-PT, está difundindo a mensagem de que a anulação favorece Lula.

“Vem pra urna. Não votar ou votar nulo elege um condenado”, publicou o grupo em redes sociais.

A Justiça Eleitoral considera apenas os votos válidos, ou seja, aqueles dados a um candidato específico, para contabilizar o resultado do pleito e declarar o vencedor. Na prática, nulos e brancos são descartados.

Tanto Lula quanto Bolsonaro pediram ao longo da campanha que cidadãos não anulem nem se abstenham (deixem de comparecer). O petista disse que quem não escolhe seus candidatos nas urnas “não tem direito de reclamar” depois, e o presidente lançou apelos para que o eleitor “vote em alguém”.

Veja outras postagens

A nova gestão de Taquaritinga do Norte, comandada pelo prefeito Gena Lins e o vice Paulo de Necão, iniciou reformas emergenciais nas escolas do município, focando na recuperação das estruturas físicas e na revitalização dos espaços. Ao assumir a administração, a equipe afirmou que encontrou unidades de ensino “em estado de abandono”, com fiação exposta, prédios deteriorados, banheiros sem condições de uso e mato invadindo os arredores das instituições.

De acordo com a Prefeitura, o estado das escolas compromete não apenas a qualidade do ensino, mas também a segurança de alunos e profissionais. “Sabemos que a realidade que encontramos é desoladora, mas nossa missão é transformar essa situação. Estamos trabalhando para garantir que todas as nossas escolas tenham condições mínimas de segurança e conforto”, afirmou o prefeito Gena Lins.

Conheça Petrolina

Por Ricardo Chapola
Da Revista Veja

Além de tratar das mudanças feitas na Secretaria de Comunicação (Secom) da Presidência da República, o prefeito do Recife, João Campos, aproveitou uma reunião com Lula na semana passada para reforçar um apelo ao presidente. A poucos meses de assumir o comando nacional do PSB, ele quer que o seu partido seja poupado na reforma ministerial prevista para acontecer até o início de março.

O prefeito quer evitar que o PSB perca espaço na Esplanada, uma preocupação que está relacionada a algumas trocas que já afetaram a legenda no início do governo Lula 3. Considerado um dos pilares da frente ampla montada pelo PT para vencer Jair Bolsonaro em 2022, o partido tinha três ministérios: Desenvolvimento, Justiça e Portos. Oito meses após o início do mandato, Lula promoveu mudanças para atrair o apoio do Centrão no Congresso.

Para isso, tirou  Márcio França (PSB-SP) do comando de Portos — remanejado para o Ministério do Empreendedorismo, da Microempresa, uma troca vista por muitos socialistas como uma espécie de rebaixamento. O partido sofreu outro revés quando o então ministro da Justiça, Flávio Dino, foi indicado para assumir uma vaga no Supremo Tribunal Federal (STF), em dezembro de 2023. A pasta, antes sob a chefia do PSB, hoje é controlada por Ricardo Lewandowski, ex-ministro do Supremo e aliado de Lula.

O que Campos pediu?

Na reunião com Lula, o prefeito do Recife manifestou o desejo da legenda em manter o controle sobre os ministérios que já detém. Para sustentar o pedido, ele lembrou que o PSB é um dos mais fiéis  aliados do governo e costuma entregar mais votos  no Legislativo em relação a outras legendas.  Outra solicitação foi a manutenção de Alckmin na vaga de vice-presidente, caso Lula, de fato, dispute a reeleição em 2026.

O encontro entre Lula e João Campos tinha como objetivo principal discutir mudanças na equipe de comunicação do Planalto.  Dois assessores do prefeito, especialistas em redes sociais, foram “emprestados”  para tentar melhorar a imagem do governo e do presidente — abalada depois da anúncio de medidas que alteraram regras de fiscalização das operações com o Pix. Bem avaliado, Campos aproveitou para dar o recado.

Camaragibe Avança 2024

Por Blog da Folha

Ao lado da governadora Raquel Lyra (PSDB), o ministro dos Transportes, Renan Filho, cumpre agenda nesta quarta-feira (29), em Petrolina (PE) e Juazeiro (BA) para vistoriar obras nas travessias urbanas das BRs-407/PE e 235/407/BA, incluídas como prioridades no Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). O objetivo é acelerar a execução dos projetos, reduzir congestionamentos e promover maior segurança viária para os moradores da região.

De acordo com informações do Ministério dos Transportes, as obras preveem um investimento total de R$ 316 milhões e beneficiam diretamente cerca de 650 mil pessoas que residem no Vale do São Francisco. Entre as principais intervenções, estão a duplicação de vias, construção de viadutos e a ampliação da Ponte Presidente Dutra, também conhecida como Ponte Picolé.

A Travessia Urbana de Petrolina conta com um investimento de R$ 131 milhões e inclui a duplicação de trechos, a construção de um viaduto, uma nova ponte sobre o Riacho Vitória e uma rotatória. Atualmente, o projeto encontra-se com 50% das obras concluídas e a previsão é de que seja finalizado em dezembro de 2025.

No lado baiano, a Travessia Urbana de Juazeiro contempla um investimento de R$ 185 milhões e tem como destaque o alargamento da Ponte Presidente Dutra, um pleito antigo dos moradores para reduzir congestionamentos frequentes. A intervenção prevê ainda a construção de cinco viadutos, quatro faixas de rolamento e acostamentos. A conclusão está estimada para julho de 2026.

Essas melhorias são consideradas estratégicas para a região, uma vez que promovem a integração entre os dois municípios e impulsionam o desenvolvimento econômico local, além de otimizar a logística para transporte de cargas e passageiros.

Ponte

Ainda no âmbito das obras, os prefeitos de Petrolina, Simão Durando (União), e de Juazeiro, Andrei Gonçalves (MDB), discutiram recentemente a viabilidade de uma segunda ponte entre as duas cidades. O estudo de intenção para o projeto será apresentado ao ministro Renan Filho durante a visita. A proposta busca reforçar a mobilidade urbana e atender às demandas crescentes de infraestrutura na região.

Os gestores também destacaram a importância de iniciativas conjuntas para otimizar recursos e promover soluções integradas, com foco em melhorias nas áreas de infraestrutura, saúde e segurança. “A troca de ideias e ações com o prefeito Andrei é uma oportunidade única para alavancar iniciativas que promovam o crescimento e o bem-estar social na nossa região. Vamos aproveitar a vinda do ministro para entregar esse estudo de viabilidade dessa nova ponte”, afirmou Simão Durando.

Caruaru - IPTU 2025

O Partido Progressistas, liderado na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) pelo deputado estadual Kaio Maniçoba, formalizou, junto à sua bancada de 8 deputados, a criação de um segundo bloco governista. A iniciativa, articulada em conjunto com o governo, busca ampliar a atuação e os espaços na ALEPE e fortalecer a base da governadora Raquel Lyra.

“A governadora Raquel Lyra tem realizado um trabalho essencial para o desenvolvimento de Pernambuco, e o PP segue ao lado dela nessa missão. O novo bloco permitirá uma atuação mais ampla e efetiva em pautas importantes para o estado”, afirmou o deputado Eduardo da Fonte.

Belo Jardim - Construção do CAEE

O ministro das Relações Exteriores, Mauro Vieira, disse nesta terça-feira (28) que as deportações de brasileiros que estão nos Estados Unidos devem atender aos “requisitos mínimos de dignidade”.

O chanceler deu a declaração após reunião com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros ministros.

“Discutimos formas de tratar o tema daqui para diante e de se discutir com as autoridades americanas que as deportações para eles, repatriação para o Brasil, sejam feitas atendendo os requisitos mínimos de dignidade, respeito aos direitos humanos, atenção necessárias aos passageiros numa viagem dessa extensão”, disse Vieira.

Na última sexta-feira (24), 88 brasileiros deportados dos Estados Unidos chegaram algemados em solo brasileiro. Alguns relataram terem sofrido agressões físicas e enfrentado com supostas falhas técnicas da aeronave, inclusive no ar-condicionado.

O encarregado de negócios da embaixada e consulados dos Estados Unidos, Gabriel Escobar, foi chamado pela secretária de Assuntos Consulares do Itamaraty, embaixadora Márcia Loureiro, para discutir o incidente. A reunião ocorreu na tarde da última segunda-feira (27).

Da CNN Brasil.

Por Guilherme Anjos
Do Diario de Pernambuco

A governadora Raquel Lyra (PSDB) nomeou, nesta terça-feira (28), a professora Ana Lúcia Barbosa ao cargo de secretária-executiva na Educação. O cargo era ocupado por Gilson Filho, que assumiu interinamente a pasta após a saída do ex-secretário Alexandre Schneider.

Outra novidade nos quadros da pasta é o ex-deputado estadual Paulo Dutra, ex-filiado do PSB, que assumiu a secretaria-executiva de Desenvolvimento da Educação.

Com as escolhas, Gilson Filho vai se consolidando na titularidade da secretaria. Na última segunda-feira (27), a governadora rasgou elogios ao gestor, nome de confiança desde quando foi prefeita de Caruaru.

“Estamos com secretário de Educação. Confio muito no trabalho de Gilson. Ele acompanha nosso trabalho, não só desde a Prefeitura de Caruaru, mas desde o primeiro dia do nosso Governo, como secretário financeiro da Secretaria de Educação. É um cara de diálogo, de convergência e está conseguindo enfrentar os desafios”, afirmou Lyra.

O comando da Secretaria de Educação tem sido alvo de especulações desde a saída de Alexandre Schneider. Foram cotados os deputados estaduais João Paulo (PT) e Débora Almeida (PSDB), e a pasta foi sondada como a entrada do PT na gestão da tucana.

Por Paloma Vargas e Luciano Rodrigues
Do Diário do Nordeste


O processo de devolução de exatos 3.001 quilômetros (km) à União de ferrovias atualmente administradas pela Ferrovia Transnordestina Logística (FTL) está adiantado entre a empresa e o Governo Federal. Foi o que garantiu o presidente da instituição, Tufi Daher Filho, em entrevista nesta segunda-feira (27).

Conforme o gestor, um grupo de trabalho conjunto entre FTL e Ministério dos Transportes passou a negociar a devolução dessa malha da ferrovia, chamada de não operacional.

A empresa é responsável por administrar 4.238 km de ferrovias em sete estados da região Nordeste. Desse total, somente 29% são operacionais (o que corresponde a 1.237 km), e o restante atualmente não tem uso — e nem interesse — por parte da concessionária em ter uso comercial.

“Fizemos um grupo de trabalho em conjunto com o Ministério dos Transportes, um trabalho enorme. A empresa, evidentemente, vai ter que indenizar essa devolução, e a ideia é usar essa indenização para a recuperação da malha que vai ficar operacional”, disse Tufi Daher Filho.

Segundo a companhia, a indenização deverá ser “bilionária”, mas o objetivo não é entregar valores para a União. Tufi Daher Filho explica que a negociação envolve a utilização do dinheiro na malha operacional da FTL. A tendência é de que o processo esteja concluído no Tribunal de Contas da União (TCU), um dos órgãos que analisa esse processo, até junho de 2025.

Sobre o valor a ser indenizado, o presidente da FTL diz que “no Tesouro Nacional, é gota d’água na chapa quente, dura um dia”. “Mas para projetos de infraestrutura é um mundo de dinheiro, capaz de viabilizar também a Ferrovia Transnordestina Logística (FTL), que tem de bitola métrica, é outro padrão, que também sai do Porto do Pecém, mas vai até o Porto de Itaqui (MA)”, declarou.

“Seria fundamental essa devolução dos trechos e a renovação da concessão. Vai precisar passar pelo TCU, e imagino que nesse primeiro semestre do ano esteja resolvido”, acrescentou.

Empresa tem que indenizar o governo para devolver malha

A FTL herdou os contratos da antiga Companhia Ferroviária do Nordeste (CFN) após a privatização da extinta Rede Ferroviária Federal S.A. (RFFSA). Em 1997, isso concedeu à empresa mais de 4 mil km de trilhos. As obrigações foram assumidas pela atual Companhia Siderúrgica Nacional (CSN), instituição na qual a Ferrovia Transnordestina Logística é subordinada.

Ao todo, a malha da FTL inclui 4.238 km de ferrovias em sete estados. Desse total, somente 1.237 km são operacionais, em trecho que interliga o Porto do Mucuripe, em Fortaleza (CE), ao Porto de Itaqui, em São Luís (MA). O restante não tem uso pela FTL, tendo pequenos trechos com utilização, mas por outras entidades.

É o caso da linha Tronco Natal, que passa pela capital do Rio Grande do Norte e é utilizada majoritariamente na Região Metropolitana do município pelo Sistema de Trens Urbanos de Natal, operado pela Companhia Brasileira de Trens Urbanos (CBTU).

Assim como a FTL, a Nova Transnordestina é outra ferrovia de cargas em construção no Nordeste, obra executada pela Transnordestina Logística S.A (TLSA), também presidida por Tufi Daher Filho. Nesta segunda, foi assinada a ordem de serviço para a construção do lote 11, o último em solo cearense, entre a Caucaia e o Porto do Pecém.

Ela é construída em substituição à antiga linha tronco Sul Fortaleza, que interligava a capital cearense ao Crato, bem como um novo trecho que parte do interior do Piauí, passa pelo interior pernambucano até chegar ao Ceará.

Esses 3.001 km não utilizados totalmente pela FTL estão na mesa de negociações para serem devolvidos à União. Em vez de pagar diretamente para o Tesouro Nacional, o dinheiro, de acordo com o presidente da instituição, seria investido na malha operacional administada pela empresa, que interliga Fortaleza a São Luís.

“A indenização é a empresa que tem que fazer para o governo. O que estamos trabalhando, não só a gente, mas todos os modelos de ferrovia, é que esse recurso que seria pago para o governo seria reinvestido no setor de transporte”, explica Tufi Daher Filho.

Processo já tramita no Governo Federal

Em agosto de 2024, a FTL deu entrada junto ao Programa de Parcerias de Investimentos (PPI) do Governo Federal solicitando antecipadamente a prorrogação do contrato de concessão da malha da empresa por mais 30 anos.

O contrato atual foi firmado em 1997. Caso a renovação aconteça, a empresa ficará responsável por administrar o transporte de cargas pelo menos até 2057. A intenção é de que continue sob obrigação da FTL apenas a malha operacional, no trecho entre São Luís e Fortaleza.

“Hoje a ferrovia atende uma demanda de 3 milhões de toneladas por ano. (…) O estudo de mercado mapeou um total de aproximadamente 10 milhões de toneladas de cargas com características ferroviárias que poderão ser atendidas pela malha”, detalham as informações disponibilizadas pela empresa ao PPI.

“A Ferrovia FTL hoje não possui capacidade operacional para atender toda essa demanda em sua área de influência e, nesse sentido, apresentou proposta ao Ministério setorial de investimentos que visam dotar a companhia de maiores capacidades e eficiência, a fim de atender a demanda projetada por serviços. A prorrogação antecipada do contrato de concessão poderá trazer segurança à empresa para a realização dos investimentos propostos também de forma antecipada, caso seja identificada a vantajosidade dos investimentos propostos para o Poder Público”, completa a empresa ao PPI.

Em resposta aos questionamentos da reportagem, o Ministério dos Transportes informou estar “conduzindo o processo de otimização contratual com estudos sobre a malha não operacional da FTL”.

A pasta, no entanto, afirmou que, pelo fato de o relatório estar em fase final de aprovação, o documento ainda não pode ser liberado para consulta. O ministério também não deu um prazo de quando isso acontecerá.

Conforme as informações do PPI, a prorrogação da concessão da malha da FTL encontra-se atualmente em fase de estudos. Os próximos passos incluem consulta pública, acórdão do TCU, publicação de parecer e, por fim, termo aditivo de contrato. Em uma dessas fases será estipulado o valor a ser pago pela empresa como indenização para a devolução dos trechos não operacionais da ferrovia.

O presidente da Compesa, Alex Campos, esteve nesta segunda-feira (29) na unidade elevatória de água bruta do Sistema Pirapama, atingida por um incêndio de grandes proporções durante a madrugada. Segundo ele, o incidente comprometeu toda a parte elétrica da unidade, provocando a paralisação completa do sistema, que abastece cerca de 2 milhões de pessoas na Região Metropolitana do Recife.

Campos informou que equipes técnicas da Região Metropolitana e do interior foram mobilizadas para restabelecer a operação o mais rápido possível. A expectativa é de que o sistema seja reativado ainda hoje, mas ele alertou que a interrupção pode gerar impactos no fornecimento de água por um ou dois dias, com rodízios no Recife e municípios vizinhos.

Com o início do ano letivo em 5 de fevereiro, a governadora Raquel Lyra (PSDB) prestou esclarecimentos sobre a licitação do kit escolar no evento I Seminário dos Dirigentes Municipais de Educação, promovido pela Undime-PE. A governadora culpou o TCE pela demora na entrega dos kits escolares. O adiamento da licitação foi revelado pelo blog, com exclusividade.

“No ano de 2023, nós lançamos uma ata de registro de preços para a compra de material escolar, e deu tudo certo: compramos e entregamos o material no início das aulas para todos os estudantes. Este ano, lançamos a mesma ata, mas houve muitas discussões com o Tribunal de Contas, apesar de ela ser idêntica à do ano anterior”, esclareceu Raquel Lyra, em entrevista ao Jornal do Commercio.

Segundo a governadora, as suspensões da ata pelo TCE a cada nova publicação levaram o Governo do Estado a aderir a uma ata de registro de preços do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE). “Infelizmente, essa ata não atende ao padrão de entrega a que estamos acostumados em Pernambuco. Ela possui menos itens, mas permitirá que consigamos entregar o material escolar o mais rápido possível”, explicou Raquel.

Uma nova ata também será publicada, não apenas para complementar o material, caso haja necessidade, mas também para antecipar a compra dos kits escolares já para o ano letivo de 2026. “O que quero deixar aqui em resumo, a ata já está aderida, o material já está sendo comprado e a gente vai poder entregar no começo das aulas, é a nossa expectativa”, afirmou a governadora Raquel Lyra. Segundo o Governo, serão distribuídos 460.425 kits na rede estadual de ensino. O relator no TCE das contas da Secretaria Estadual de Educação em 2024 foi o conselheiro Ranilson Ramos.

A prefeita de Olinda, Mirella Almeida (PSD), se reuniu nesta terça-feira (28) com o arcebispo de Olinda e Recife, Dom Paulo Jackson, para tratar do fortalecimento do turismo religioso no município. O encontro, que também contou com a presença do prefeito de Jaboatão dos Guararapes, Mano Medeiros (PL), discutiu parcerias estratégicas para ampliar o potencial turístico das cidades por meio da valorização das tradições religiosas e culturais.

Durante a reunião, foi debatida a importância de iniciativas conjuntas entre os dois municípios e a Igreja Católica para impulsionar o turismo religioso. Um dos pontos abordados foi a festividade de São Salvador do Mundo, padroeiro de Olinda, celebrada em agosto. Além das igrejas do Sítio Histórico, Mirella destacou o Santuário Mãe Rainha, em Ouro Preto, como um local que atrai milhares de fiéis anualmente. “Olinda tem o turismo religioso como uma grande potencialidade. Queremos incentivar a cultura e garantir que mais pessoas conheçam a rica história da cidade”, afirmou a prefeita.

A reunião contou ainda com a presença do vice-prefeito de Olinda, Chiquinho (Solidariedade); do secretário de Governo, Júlio César; e da primeira-dama de Jaboatão, Andréa Medeiros.

A Prefeitura de Garanhuns anunciou, nesta segunda-feira (27), o lançamento do Programa Garanhuns Solar, um projeto voltado para estimular a geração de energia solar fotovoltaica no município. Durante a cerimônia, foi assinada a criação do programa por meio de um Projeto de Lei, além da oficialização do investimento de R$ 420 milhões no Complexo Colinas, que faz parte da segunda etapa da Parceria Público-Privada (PPP) entre a Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e as empresas Kroma Energia e Elétron Energy. A previsão é que o complexo entre em operação em junho de 2026.

O deputado federal Felipe Carreras celebrou o anúncio, destacando o impacto positivo do programa para o futuro do município. “Este é um marco que simboliza o crescente desenvolvimento da cidade, atraindo investimentos significativos, impulsionando a economia e consolidando Garanhuns como um polo de energia sustentável. Tenho muito orgulho de ser o deputado federal de Garanhuns e acompanhar de perto as transformações que o município está vivendo”, afirmou Carreras.

A cerimônia contou com a presença do prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino; do deputado estadual Cayo Albino; do CEO da Kroma Energia, Rodrigo Mello; do diretor comercial da Elétron Energy, João Henrique Lins; além do prefeito e do vice-prefeito de São Bento do Una, Alexandre Batité e Paulo Renato. Representantes da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL) e outras autoridades também prestigiaram o evento.

O Programa Garanhuns Solar é visto como um divisor de águas para a economia local, impulsionando o setor energético e gerando novas oportunidades. De acordo com a gestão municipal, a iniciativa deve resultar na criação de aproximadamente dois mil postos de trabalho, sendo 800 diretos e 1.200 indiretos, contemplando desde capacitação de mão de obra especializada até atividades em engenharia, instalação e manutenção de sistemas solares.

“A crescente demanda por fontes de energia limpa abre caminho para que Garanhuns se torne um polo regional de inovação e tecnologia no setor energético, atraindo grandes empresas e seus investimentos”, ressaltou o prefeito Sivaldo Albino.

O abastecimento de água de alguns municípios do Grande Recife foi suspenso após um incêndio atingir uma das unidades do Sistema Pirapama, localizado no Cabo de Santo Agostinho, na Região Metropolitana, na madrugada desta terça-feira (28).

De acordo com a Companhia Pernambucana de Abastecimento (Compesa), o incêndio aconteceu na Estação Elevatória de Água Bruta, uma espécie de poço equipado com bombas instaladas no fundo. O Corpo de Bombeiros foi acionado para debelar as chamas e não houve vítimas, apenas danos materiais.

Por se tratar da principal unidade de bombeamento, que transporta água bruta para a Estação de Tratamento de Água-ETA Pirapama, não há possibilidade de funcionamento de todo o sistema. Com isso, o abastecimento de água em bairros dos municípios do Cabo de Santo Agostinho e Jaboatão dos Guararapes, está suspenso por tempo indeterminado. O Sistema Pirapama também opera de forma integrada ao Sistema Tapacurá, que também afeta o abastecimento de água em bairros do Recife.

Técnicos da Compesa estão no local para avaliar a causa do acidente que, segundo a companhia, deve estar relacionada às fortes chuvas da noite dessa segunda-feira (27) e madrugada de hoje. Além disso, os profissionais estão verificando os danos causados aos equipamentos e adotando as providências para o retorno da operação do Complexo Pirapama.

Segundo a Compesa, um novo parecer sobre a o retorno das operações do Sistema Pirama será informado no início da noite de hoje, após a análise do diagnóstico da situação e a definição das intervenções necessárias no local.

Da CBN Recife.