Voto nulo vira saída para desiludidos com Lula e Bolsonaro no 2º turno das eleições

Urna voto

O voto nulo no segundo turno entre Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e Jair Bolsonaro (PL) virou um caminho para desiludidos da terceira via que veem obstáculos grandes demais para apoiar um dos lados. Ao mesmo tempo, pessoas que pretendiam anular, mas agora têm uma opção, fazem adaptações de discurso.

A lista dos que vieram a público nos últimos dias declarar a anulação de seu voto inclui o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB), o ex-presidenciável do Novo Felipe d’Avila e o economista Affonso Celso Pastore, que colaborou com o ex-juiz Sergio Moro quando ele pretendia disputar a Presidência. As informações são da Folha de S. Paulo.

Já o economista Arminio Fraga desistiu de anular e revelou apoio a Lula. O deputado federal Vinicius Poit (Novo), que concorreu ao Governo de São Paulo, anunciou alinhamento a Bolsonaro. Como mostrou reportagem da Folha em dezembro de 2021, Poit pretendia não votar em ninguém no atual cenário.

A anulação, que consiste em digitar um número inexistente de candidato e confirmar, foi a alternativa de 2,8% dos eleitores no primeiro turno presidencial. Foi o menor percentual desde 2002, assim como o de votos brancos (1,6%). Para o segundo caso, a urna eletrônica tem um botão específico.

O voto em branco foi a opção anunciada pela senadora paulista Mara Gabrilli (PSDB), que foi vice da presidenciável Simone Tebet (MDB). Tebet, terceira colocada na corrida ao Planalto, fechou apoio a Lula na segunda fase e disse que a gravidade do momento não admite “a omissão da neutralidade”.

A estabilidade do quadro, com a polarização eleitoral entre Lula e Bolsonaro desde o ano passado, já tinha acendido o debate da anulação, com argumentos sobre defeitos e riscos de cada postulante.

No MBL (Movimento Brasil Livre), o assunto apareceu diante dos primeiros empecilhos para construção de uma candidatura de centro-direita competitiva.

Agora, líderes do MBL como o deputado federal reeleito Kim Kataguiri e o estadual eleito Guto Zacarias (os dois da União Brasil-SP) confirmaram sua decisão.

Para Kim, ambos os projetos em disputa são autoritários e corruptos. “Defendo o voto nulo justamente para que o próximo presidente da República entre o mais fraco possível em relação ao Congresso Nacional e a gente consiga barrar pautas como os petistas e os bolsonaristas em aliança já tentaram aprovar”, disse em entrevista à rádio Bandeirantes.

Zacarias foi às redes sociais propor: “Dia 30 é lacrar [apertar] o 00 e ir fazer um churrasco com os amigos. Quero manter a consciência limpa e continuar sem nunca ter votado em bandidos”. Nacionalmente, a União Brasil está neutra no segundo turno e liberou os filiados para se posicionarem.

Apesar das manifestações de integrantes, o MBL não está, institucionalmente, pregando o voto nulo.

A falta de propostas claras de Bolsonaro e Lula foi a justificativa de Doria, em entrevista à Folha, para sua decisão, que já vinha sendo comentada desde meados deste ano.

O tucano despontou na política se valendo do antipetismo e, após se eleger em 2018 com a estratégia do “BolsoDoria”, rompeu com o presidente e passou a rivalizar com ele na pandemia de Covid-19. Inúmeras vezes, o então governador acusou Bolsonaro de ser antidemocrático e “claramente golpista”.

No caso de D’Avila, a definição também foi colocada ao longo da campanha e reafirmada por ele até o primeiro turno, do qual saiu com 0,47% dos votos válidos, na sexta colocação.

Ele, que é cientista político, classifica os dois candidatos ainda na disputa como populistas e considera ambos igualmente danosos para o país, a democracia e a economia.

Ao discordar do critério de ir no candidato “menos pior” no segundo turno, D’Avila costuma citar o raciocínio da filósofa Hannah Arendt de que aqueles que escolhem o mal menor se esquecem rapidamente de que escolheram o mal.

Na semana em que economistas tidos como “pais do Plano Real” se juntaram a outros profissionais de tendências liberais e declararam apoio a Lula, Affonso Pastore destoou ao expor seu voto nulo.

À Folha ele disse que nenhum dos finalistas da disputa preenche os requisitos de defesa da ética e da democracia nem sinalizam políticas para o desenvolvimento econômico inclusivo e sustentável.

“Jamais poderia votar em um candidato [Bolsonaro] que nos últimos quatro anos procurou enfraquecer as instituições. Da mesma forma, jamais poderia votar em um candidato [Lula] que anuncia que quer estabelecer o controle social da mídia e que estimulou a corrupção sistêmica”, afirmou.

A equiparação entre eles foi também o argumento de Mara Gabrilli para o voto em branco. Com mandato até 2027, ela afirmou esperar por um governo que defenda seus ideais de país e disse que fará “oposição sensata” a quem quer que vença.

Arminio, um dos que repensaram a anulação, já tinha dito que poderia recalcular a rota “se a eleição estivesse apertada” e enxergasse chance de reeleição de Bolsonaro.

Com a diferença menor do que se pensava —o atual mandatário teve 43,2% dos votos válidos no primeiro turno e o ex-presidente, 48,4%—, o ex-presidente do Banco Central declarou apoio a Lula.

“Eu já tinha uma inclinação anunciada de votar no PT se considerasse necessário. Avaliando o resultado do primeiro turno, que formou um Congresso de direita, conservador, amplamente favorável ao atual governo, minha decisão nessa direção se fortaleceu”, disse.

Quarto colocado na eleição para governador paulista, com 1,67% dos votos válidos, Poit também abandonou a ideia de anular —mas, no seu caso, a opção é por Bolsonaro.

“Discordo de muita coisa do atual governo, mas discordo ainda mais do PT”, explicou-se. “Mais do que ser de direita, sou direito, humano e civilizado. Lutarei para construirmos mais diálogo na política e menos extremismos.”

Em 2021, Poit disse à Folha que “votaria nulo porque populismo, seja de direita ou de esquerda, não faz bem ao país” e que a anulação, a primeira de sua vida, seria um gesto de protesto. Ele também apoia o candidato bolsonarista ao Palácio dos Bandeirantes, Tarcísio de Freitas (Republicanos).

Segundo a pesquisa Datafolha de sexta-feira (7), a fatia do eleitorado que pretende anular ou votar em branco é de 6%.

Apesar das manifestações individuais por voto nulo, não existe até aqui alguma campanha organizada para estimulá-lo. O contrário, no entanto, existe: o movimento Vem Pra Rua, pró-Lava Jato e anti-PT, está difundindo a mensagem de que a anulação favorece Lula.

“Vem pra urna. Não votar ou votar nulo elege um condenado”, publicou o grupo em redes sociais.

A Justiça Eleitoral considera apenas os votos válidos, ou seja, aqueles dados a um candidato específico, para contabilizar o resultado do pleito e declarar o vencedor. Na prática, nulos e brancos são descartados.

Tanto Lula quanto Bolsonaro pediram ao longo da campanha que cidadãos não anulem nem se abstenham (deixem de comparecer). O petista disse que quem não escolhe seus candidatos nas urnas “não tem direito de reclamar” depois, e o presidente lançou apelos para que o eleitor “vote em alguém”.

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A água do Guaíba recuou no centro de Porto Alegre, mas deixou para trás um cenário de destruição em uma região conhecida como boemia. Por volta do meio-dia deste sábado (18), quem caminhava pela Rua dos Andradas e pela Praça da Alfândega não buscava por um restaurante ou lanche, mas raspava a lama ou recolhia o lixo.

A baixa das águas permitiu que comerciantes e moradores do centro voltassem para a região e começassem o trabalho de limpeza. No início da tarde, havia um incessante movimento de pessoas limpando as ruas, calçadas e prédios. As informações são do Correio do Povo.

A Rua dos Andradas estava quase que totalmente seca no início da tarde deste sábado, com um ponto de alagamento específico na intersecção com a rua General João Manoel. Já a praça da alfândega ainda estava alagada até a altura do Monumento ao General Osório.

Paulista - Prêmio Sebrae

O Tribunal de Justiça do Distrito Federal e dos Territórios proibiu Ciro Gomes (PDT) de repetir ofensas contra a senadora Janaína Farias (PT-CE), sob pena de R$ 30 mil.

Ciro foi acusado de constranger e humilhar a parlamentar, “utilizando-se de menosprezo à condição de mulher da parlamentar, com a finalidade de dificultar o desempenho de seu mandato eletivo”, segundo o Ministério Público Eleitoral do Ceará. As informações são do Estado de Minas.

No início de abril, quando Janaína assumiu a cadeira de senadora no lugar do titular, o ministro da Educação Camilo Santana, Ciro criticou sua chegada ao cargo pelos seus atributos de gênero.

“Quem está assumindo o Senado Federal hoje? Sabe qual é o serviço prestado para ir ao lugar de Virgílio Távora, de Tasso Jereissati, de Mauro Benevides, de Patrícia Saboya?”, indagou Ciro, antes de arrematar: “Aí vai agora a assessora para assuntos de cama do Camilo Santana.”

A decisão foi da juíza Patrícia Vasques Coelho. No documento, ela afirmou que as falas de Ciro “são passíveis de reparação no âmbito cível, dada a presença de todos os pressupostos da responsabilidade civil, além de constituírem objeto de investigação própria na seara criminal”.

Petrolina - Viva a nossa arte

A biografia de Marco Maciel, já na sua quinta edição, voltou a ficar disponível à venda também, aos que ainda procuram pela obra, nos postos Cruzeiro de Tacaimbó e Arcoverde. Desde o lançamento, em agosto do ano passado, esses dois pontos se revelaram de maior demanda do livro.

Muito fácil encontrar: está em frente aos caixas das duas lojas. No Recife, está à venda na rede de livraria Jaqueira, tanto a do Parque da Jaqueira quanto a do Paço Alfândega.

Ipojuca - Minha rua top

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), enviou à Procuradoria-Geral da República (PGR) o inquérito que apura se o presidente Jair Bolsonaro (PL) interferiu politicamente na Polícia Federal (PF) para o órgão avaliar se confirma o pedido de arquivamento do caso.

“Abra-se vista dos autos à Procuradoria-Geral da República para eventual ratificação da proposta de arquivamento”, afirmou o magistrado, no despacho. As informações são da CNN.

O pedido de arquivamento da investigação foi feito pela PGR em setembro de 2022 e reiterado em novembro do mesmo ano.

Ambas as manifestações foram feitas pela então vice-procuradora-geral da República, Lindôra Araujo. Ela ocupava a função na gestão de Augusto Aras.

O mandato de Aras terminou no final de setembro de 2023. Depois da gestão interina de Elizeta Ramos, a PGR passou a ser comandada por Paulo Gonet, a partir de dezembro.

Lindôra pediu o arquivamento do caso por não ver “perspectiva de obtenção de novos elementos” que fossem capazes de mudar a conclusão da Polícia Federal (PF), de que não houve crime.

“É forçoso reconhecer a ausência de elementos mínimos de convicção capazes de justificar o oferecimento de denúncia, estando ausente a justa causa para a deflagração de ação penal”, afirmou.

“Os fatos foram exaustivamente apreciados e deles não se extrai lastro probatório mínimo quanto a possíveis materialidades e autorias delitivas. Também não foi identificado nenhum elemento mínimo de que o mandatário tenha impedido ou embaraçado qualquer investigação que envolva organização criminosa, o que demonstra a falta de justa causa para a hipótese criminal em questão”, declarou.

Em março de 2022, a PF concluiu que Bolsonaro não cometeu crime na troca do comando da PF em 2020. O episódio culminou na demissão do hoje senador Sergio Moro do ministro da Justiça.

Na época, o caso levou à abertura de inquérito no STF para apurar suposta interferência do presidente na corporação.

Segundo a PF, não há “elementos indiciários mínimos” de crime na troca feita por Bolsonaro no comando da PF.

A PF também livrou Moro de quaisquer acusações no caso.

O delegado Leopoldo Soares Lacerda, que assina o relatório da PF, relatou, no documento de 99 páginas, que os investigadores não encontraram “nenhuma prova consistente” que indicassem o cometimento de algum crime.

Caruaru - Geracao de emprego

A eleição para ocupar as 20 vagas destinadas à sociedade civil no Conselho Municipal de Política Cultural do Recife, para os próximos dois anos, ocorrerá neste domingo e segunda-feira (19 e 20 de maio), em 11 locais de votação distribuídos pela cidade. Este evento reflete um processo meticuloso e colaborativo de reestruturação e fortalecimento do Conselho, conduzido nos últimos anos.

A partir de amanhã, artistas e trabalhadores culturais de todas as áreas e expressões artísticas do Recife têm um encontro importante. O objetivo é a construção democrática de futuros com maior interação e colaboração entre a sociedade civil e o poder público, compromisso renovado a cada dois anos, por meio de eleições diretas. As informações são da Folha de Pernambuco.

As votações acontecem no domingo e na segunda, em 11 locais distribuídos por todas as Regiões Político-Administrativas (RPAs) da capital pernambucana, para eleger novos titulares e suplentes que irão compor o Conselho Municipal de Política Cultural do Recife, representando diferentes linguagens e regiões da cidade. 

Neste domingo, das 9h às 15h, a votação ocorre em nove pontos da cidade. Na segunda, outros dois locais de votação estarão disponíveis no Pátio de São Pedro: o Centro de Design e a Casa do Conselho.

Somente pessoas previamente cadastradas, com inscrições validadas no Cadastro Cultural do Recife, terão direito a voto, sendo necessária a apresentação de documento oficial de identificação com foto.

Ao todo, 37 candidatos, qualificados no processo eleitoral iniciado em abril, concorrem para preencher as 20 cadeiras da sociedade civil no Conselho Municipal de Política Cultural, representando as RPAs e as diversas expressões culturais como Artes Visuais, Artesanato, Audiovisual, entre outras.

O resultado das eleições será divulgado na próxima semana. Após a publicação no Diário Oficial, os candidatos eleitos terão 30 dias para tomar posse.

Este novo pleito reforça o processo de revitalização e valorização do Conselho Municipal de Política Cultural, promovido pela Prefeitura do Recife, reconhecendo-o como uma instância essencial para o debate, formulação e implementação de políticas públicas na cidade, rica em expressões artísticas.

Desde 2022, o Conselho ganhou novos membros, uma sede no Pátio de São Pedro, e retomou suas atividades regulares, com reuniões mensais e articulações com o poder público municipal. Durante o mandato atual, diversas conquistas foram alcançadas, como o Plano Recife MCP, a aprovação do novo regimento do Conselho, a nova Lei do SIC, editais como o da Lei Paulo Gustavo (LPG), a segunda eleição dos patrimônios vivos, a Lei de Isenção de tributos municipais para agremiações da cultura popular, além da realização da Conferência Municipal, que será a base para o Plano Municipal de Cultura. Estes avanços são um legado do trabalho conjunto entre a gestão pública municipal e o Conselho de Política Cultural.

Datas, horários e locais de votação:

DOMINGO (19/05) 

Representantes das RPAs

Das 9h às 15h

RPA 01 

Escola Municipal General Emidio Dantas Barreto, na Avenida da Saudade, n° 303, Santo Amaro

Escola Municipal dos Coelhos, na Rua dos Coelhos, nº 600, Coelhos

RPA 02 

Escola Municipal de Beberibe, na Rua Melánio de Barros Corrêa, nº 395, Beberibe 

RPA 03 

Sítio Trindade, na Estrada do Arraial, s/n, Casa Amarela 

RPA 04 

Escola Municipal Darcy Ribeiro, Rua Odete Monteiro, s/n, Cordeiro

Escola Municipal do Dom, Rua Coronel Pacheco, nº 115, Várzea

RPA 05 

Escola Municipal Padre José Matias Delgado, Rua Devaldo Borges, s/n, Jardim São Paulo 

RPA 06 

Escola Municipal Oswaldo Lima Filho, Avenida Domingos Ferreira, nº 1040, Pina

Escola Municipal Carlúcio Castanha, Avenida Pernambuco s/n, Cohab/UR1

SEGUNDA (20/05) 

Representantes dos segmentos culturais

Das 9h às 15h

Segmentos: Artesanato, Audiovisual, Ciclo Cultural Carnavalesco, Ciclo Cultural Natalino, Dança, Fotografia e Teatro

Casa do Conselho Municipal de Política Cultural (Casa nº 08, Pátio de São Pedro, São José)

Segmentos: Artes Visuais, Ciclo Cultural Junino, Circo, Patrimônio e Arquitetura, Música, Design e Literatura

Centro de Design (Casa nº 10, Pátio de São Pedro, São José)

Camaragibe Agora é Led

O Governo de Pernambuco entregou, ontem, dez leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI) adulto ao Hospital Regional Emília Câmara (HREC), localizado em Afogados da Ingazeira, no Sertão do Pajeú. Com investimentos no valor de R$ 2 milhões, a iniciativa amplia a oferta de forma regionalizada do atendimento de alta complexidade. 

O hospital atende a demanda de média e alta complexidade de 12 municípios da região que compõem a X Gerência Regional de Saúde (Geres). “É uma área extremamente importante para atender a toda essa população da região, que chega a aproximadamente 200 mil pessoas. Agora, com esses novos leitos, estaremos atendendo a necessidade da população, o mais próximo possível de casa”, ressaltou a secretária estadual de Saúde, Zilda Cavalcanti.

Belo Jardim - Vivenciando Histórias

Da Agência Brasil

Com a intensificação das mudanças climáticas provocadas pela ação humana no meio ambiente, têm aumentado os desastres ambientais e climáticos em todo o mundo, a exemplo do que ocorre no Rio Grande do Sul.

No Brasil, o governo federal mapeou 1.942 municípios suscetíveis a desastres associados a deslizamentos de terras, alagamentos, enxurradas e inundações, o que representa quase 35% do total dos municípios brasileiros. 

“O aumento na frequência e na intensidade dos eventos extremos de chuvas vêm criando um cenário desafiador para todos os países, em especial para aqueles em desenvolvimento e de grande extensão territorial, como o Brasil”, diz o estudo do governo federal.

As áreas dentro dessas 1,9 mil cidades consideradas em risco concentram mais de 8,9 milhões de brasileiros, o que representa 6% da população nacional.

O levantamento publicado em abril deste ano refez a metodologia até então adotada, adicionando mais critérios e novas bases de dados, o que ampliou em 136% o número dos municípios considerados suscetíveis a desastres. Em 2012, o governo havia mapeado 821 cidades em risco desse tipo.

Com os novos dados, sistematizados até 2022, os estados com a maior proporção da população em áreas de risco são Bahia (17,3%), Espírito Santo (13,8%), Pernambuco (11,6%), Minas Gerais (10,6%) e Acre (9,7%). Já as unidades da federação com a população mais protegida contra desastres são Distrito Federal (0,1%); Goiás (0,2%), Mato Grosso (0,3%) e Paraná (1%).

O estudo foi coordenado pela Secretaria Especial de Articulação e Monitoramento, ligada à Casa Civil da Presidência da República. O levantamento foi solicitado pelo governo em razão das obras previstas para o Novo PAC (Programa de Aceleração do Crescimento), que prevê investimentos em infraestrutura em todo o país. 

Populações pobres

As populações pobres são as mais prováveis de sofrerem com os desastres ambientais no Brasil, de acordo com a nota técnica do estudo.

“A urbanização rápida e muitas vezes desordenada, assim como a segregação sócio-territorial, têm levado as populações mais carentes a ocuparem locais inadequados, sujeitos a inundações, deslizamentos de terra e outras ameaças correlatas. Essas áreas são habitadas, de forma geral, por comunidades de baixa renda e que têm poucos recursos para se adaptarem ou se recuperarem dos impactos desses eventos, tornando-as mais vulneráveis a tais processos”, aponta o documento.

O levantamento ainda identificou os desastres ambientais no Brasil entre 1991 e 2022, quando foram registrados 23.611 eventos, 3.890 óbitos e 8,2 milhões de desalojados ou desabrigados decorrentes de inundações, enxurradas e deslizamentos de terra.

Recomendações

A nota técnica do estudo faz uma série de recomendações ao Poder Público para minimizar os danos dos desastres futuros, como a ampliação do monitoramento e sistemas de alertas para risco relativos a inundações, a atualização anual desses dados e a divulgação dessas informações para todas as instituições e órgãos que podem lidar com o tema.  

“É fundamental promover ações governamentais coordenadas voltadas à gestão de riscos e prevenção de desastres”, diz o estudo, acrescentando que o Novo PAC pode ser uma oportunidade para melhorar a gestão de riscos e desastres no Brasil.

“[A nota técnica deve] subsidiar as listas dos municípios elegíveis para as seleções do Novo PAC em prevenção de risco: contenção de encostas, macrodrenagem, barragens de regularização de vazões e controle de cheias, e intervenções em cursos d’água”.

Serra Talhada - Saúde

O senador Fernando Dueire, o deputado federal Fernando Monteiro e o deputado estadual Jarbas Filho participaram, neste sábado (18), da 20ª edição da Caprishow, na cidade de Dormentes. É a maior feira de caprinos e ovinos do Nordeste, reunindo criadores dos estados de Alagoas, Bahia, Pará, Pernambuco, Piauí e Rio Grande do Norte. Ao lado da prefeita Josimara Cavalcanti, eles conferiram as novas instalações do evento, que passou a ser realizado no pátio multiuso, construído com o apoio e recursos de Dueire e Jarbas Filho.  

Este ano, a Caprishow bateu recorde de participação, com mais de 1,5 mil animais inscritos e 103 expositores. O evento, que começou na última quinta-feira e segue até amanhã, conta em sua programação com palestras, apresentações culturais, mesas redondas e shows musicais abertos ao público. 

Vitória Reconstrução da Praça

Após cinco meses de obras, finalmente a ponte Santa Maria foi entregue totalmente revitalizada e com o alargamento prometido pela Prefeitura de Moreno – contando agora com duas faixas. A ponte é uma das mais importantes do município por dar acesso a oito bairros.

Confira o vídeo abaixo:

Por Houldine Nascimento*

Maior parque tecnológico urbano da América Latina, o Porto Digital abriga 415 empresas. O empreendimento foi fundado em 2000, no bairro do Recife, área central da capital pernambucana, onde se situa a zona portuária da cidade.

O administrador Pierre Lucena, 52 anos, assumiu a presidência do parque tecnológico em novembro de 2018. De lá para cá, a receita bruta quase triplicou: saiu de R$ 1,9 bilhão para R$ 5,4 bilhões.

Isso faz com que o Porto Digital seja o 3º maior setor de serviços do Recife. Da quantia citada, Lucena afirma que cerca de R$ 3 bilhões correspondem ao pagamento de salários. Em impostos, o valor revertido à cidade do Recife é superior a R$ 100 milhões.

O Porto Digital é gerenciado de forma privada por uma associação sem fins lucrativos, o NGPD (Núcleo de Gestão do Porto Digital).

O crescimento contínuo mostra a solidez dos negócios, disse Lucena. Inicialmente, foi atribuída a ele a missão de dobrar o faturamento até 2026. A expectativa é de que já em 2025 ultrapasse a parte relacionada a serviços de construção civil.

“A gente deve ultrapassar o 2º lugar, que é o setor de construção civil nos próximos anos, talvez no ano que vem. A gente já consegue ultrapassar daqui a 2 anos, no máximo, e ficar só [atrás do] setor de saúde porque realmente o polo de saúde no Recife é gigantesco”, declara em entrevista ao Poder360.

No começo, só duas firmas estavam sob o guarda-chuva do Porto Digital. O crescimento também se deu territorialmente com a expansão para os bairros de Santo Antônio e Santo Amaro, também no centro do Recife.

São 171 hectares ou 1,71 km². A missão, contudo, vai além do avanço territorial e dos resultados positivos.

“A gente já triplicou o tamanho desse distrito aqui, mas a grande missão é transformar a cidade do Recife em um ambiente melhor para as pessoas que moram aqui”, declara.

Pierre Lucena afirma que a instalação do Porto Digital “ajuda a cuidar do território” no centro da cidade, com ações que incluem a restauração de prédios históricos. “O bairro do Recife seria certamente a cracolândia da cidade, se a gente não tivesse se instalado aqui há 23 anos. Então, demos uma dinamicidade”, relata.

Trabalhadores

De 2018 a 2023, o número de pessoas empregadas graças ao Porto Digital aumentou 93,5%: saiu de 9.500 para 18.386 funcionários. Pierre Lucena projeta triplicar o número em até 30 anos. “Nossa estratégia é ter de 50.000 a 60.000 pessoas trabalhando aqui no Porto Digital”.

Pierre diz que o crescimento do Porto Digital contribui para o avanço da cidade.

“Recife é uma cidade majoritariamente pobre. Temos um cinturão de baixa renda muito significativo e a única chance que a gente tem de colocar a cidade num mapa internacional é realmente modificar a estrutura de renda média das pessoas. A forma que a gente tem hoje de fazer isso é através da inclusão produtiva”, declara.

Capital humano

Pierre Lucena menciona o programa “Embarque Digital”, feito pela Prefeitura do Recife em parceria com o Porto Digital, na formação de capital humano na área de tecnologia. São cerca de 600 alunos por ano.

“Recife é a cidade brasileira com maior quantidade de PhD [doutorado] em ciências da computação e a que tem a maior quantidade per capita de alunos de tecnologia […] A gente está formando jovens que vêm da escola pública em um número muito significativo“, diz.

Ele afirma que a capital pernambucana está fazendo o “dever de casa”. Na sua visão, faltam iniciativas como essa no país.

“O Brasil precisa fazer isso porque a gente está perdendo muita oportunidade. A gente precisa dar conta dessa juventude, e uma das formas que a gente tem é fazendo projetos educacionais, que possam modificar a realidade de todo mundo. Não estou falando de um projeto pequeno, um projeto piloto. Precisamos ter um projeto nacional de informação”, declara.

De acordo com o administrador, houve conversas com os ministros Camilo Santana (Educação) e Luciana Santos (Ciência e Tecnologia) nessa direção.

Mudança de prioridade

Lucena citou iniciativas importantes, como o Fies (Fundo de Financiamento ao Estudante do Ensino Superior), que contribuiu para ampliar o acesso dos mais pobres ao ensino superior. Avalia, no entanto, que o Brasil precisa se concentrar no fomento a profissões com espaço no mercado de trabalho.

“A gente expandiu a base, foi ótimo, mas em muitas áreas que não têm mais empregabilidade. Direito é o caso mais clássico. Enquanto o Brasil formou 29.000 pessoas em todos os cursos somados de tecnologia, direito, só, formou mais de 120 mil pessoas. Então, a gente precisa começar a direcionar nossos esforços, como a China fez lá atrás, como os Estados Unidos fizeram.”

Expansão

Além do Recife, o Porto Digital administra hubs em Caruaru (PE) e em Goiânia (GO). Também tem um escritório em São Paulo. A expansão não se resume ao Brasil.

“Abrimos um escritório em Aveiro, lá em Portugal, para internacionalizar os negócios brasileiros aqui de base tecnológica. A gente tem projeto de formação hoje em Aracaju e também aí em Brasília com a Universidade Católica […] Não acreditamos em modelos fechados de inovação”, diz.

*Poder360

Cem mulheres de movimentos sociais, partidos políticos, representantes de entidades e comunidades do Recife promoveram,  na tarde desta sexta-feira (17), um ato em apoio à pré-candidatura do deputado federal Túlio Gadêlha (Rede) à prefeitura.

O encontro ‘Mulheres com Túlio’ aconteceu em um espaço de eventos na zona norte da cidade. No ato, foram lidas cartas de apoio de mulheres da Rede Sustentabilidade, Psol, PDT, Mobiliza e Podemos. Representantes do MST, MCP, UNE, Levante Popular e outros movimentos estiveram presentes.

Em nota, as mulheres da Rede afirmam que Túlio “sempre reconheceu o protagonismo das mulheres e apresentou, no seu mandato, projetos que buscam a paridade de gênero em diversas áreas”. Ainda segundo o texto, “é preciso cautela para que o processo, que deve ser democrático, não se perca em meio a depreciações”.

Internamente, há uma disputa entre Túlio e a deputada estadual Dani Portela (Psol) na federação. O deputado é o nome indicado pela Rede para concorrer ao Palácio Capibaribe e teve sua pré-candidatura lançada em março. A deputada estadual Dani Portela lançou a pré-candidatura pelo Psol em maio. Agora, caberá à direção nacional da federação definir o nome que disputará as eleições em outubro.

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), manteve a prisão preventiva do delegado da Polícia Civil do Rio de Janeiro Rivaldo Barbosa, um dos acusados pelo homicídio da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Ele negou pedido de liberdade feito pela defesa de Rivaldo no Inquérito (INQ) 4954.

Na decisão, o ministro enfatizou que a periculosidade social e a gravidade das condutas atribuídas ao investigado, aliadas à necessidade de resguardar a aplicação da lei penal e a ordem pública, justificam a manutenção da prisão. Ele lembrou que, de acordo com as provas que embasaram o pedido de prisão, Rivaldo, então supervisor de todas as investigações de homicídios da Região Metropolitana do Rio de Janeiro, teria sido cooptado pelo deputado federal Chiquinho Brazão (sem partido-RJ) e pelo conselheiro do Tribunal de Contas do Estado do Rio de Janeiro (TCE-RJ) Domingos Brazão, também denunciados, para que garantisse a impunidade da organização criminosa.

Rivaldo também teria exigido dos executores do homicídio, Ronnie Lessa e Macalé, que a execução não fosse feita na Câmara de Vereadores, para evitar que a investigação fosse conduzida por órgãos federais, e não por ele. O ministro observou ainda que o elo entre Rivaldo e a milícia do Rio de Janeiro, de acordo com os fatos narrados pela Polícia e pela Procuradoria-Geral da República, revelam sua elevada periculosidade.

“Rivaldo Barbosa teria sido um dos arquitetos de toda a empreitada criminosa e peça fundamental em sua execução”, assinalou. “Assim, detém conhecimento sobre todos os elementos probatórios nucleares para a investigação, de modo que poderá, em liberdade, empreender esforços com o fim de afastá-los do alcance da Polícia Judiciária”.