Uma mãe presa injustamente, sem julgamento e longe dos filhos

Por Flávio Chaves*

Há dois anos, a cabeleireira Débora Rodrigues foi arrancada de sua vida e dos braços de seus filhos por um sistema penal que deveria protegê-la, mas escolheu esquecê-la. Presa sem julgamento definitivo, sem condenação transitada em julgado, ela cumpre uma pena antecipada – injusta, inconstitucional e desumana – enquanto dois filhos, um de 6 e outro de 10 anos, enfrentam o abandono forçado, a dor da ausência e o silêncio de um país que falha em proteger os seus mais frágeis.

Débora é mãe. Débora é pobre. Débora é brasileira. E, como milhões de mulheres que enfrentam a dureza de um sistema judicial que enxerga primeiro o CEP e só depois a Constituição, ela se tornou mais um número nas estatísticas da injustiça.

Débora foi presa por escrever, com um batom, a frase “Perdeu, Mané!” – uma frase dita, curiosamente, pelo próprio ministro do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso. O absurdo do caso não está apenas no suposto “crime”, mas na proporção insana da punição: dois anos de reclusão provisória, sem julgamento, sem sentença definitiva, sem compaixão. Um batom virou prova criminal. Um protesto virou prisão. E uma mãe virou prisioneira de um Estado que fecha os olhos para o que ele mesmo escreveu em suas leis.

A prisão domiciliar para mães com filhos menores de 12 anos é garantida pela Lei 13.769/2018, pela jurisprudência do STF, pela Constituição e pelo Estatuto da Criança e do Adolescente. No entanto, nada disso tem servido de escudo para Débora. O que está sendo feito com ela é a negação de sua condição materna, a negação de sua dignidade humana, e, sobretudo, a condenação silenciosa da infância de seus filhos.

Por que Débora não está em casa, como tantas outras mulheres em situação semelhante? A resposta parece clara: ela é pobre. Não tem sobrenome político, não frequenta as colunas sociais, não tem escritório de advocacia milionário para gritar por ela nas tribunas do poder. Enquanto isso, condenados por corrupção bilionária estão soltos, reformando a imagem para, quem sabe, voltarem como candidatos em 2026.

Adrianna Anselmo, ex-esposa de Sérgio Cabral, foi solta rapidamente quando presa na Lava Jato. Alegou ter filhos menores. E teve o direito respeitado. A mesma justiça que se apressa para uma, se arrasta para a outra. Dois pesos, duas medidas. Classe A, classe B. Como bem escreveu Graciliano Ramos em Memórias do Cárcere:  “A justiça é uma senhora cega, mas, por vezes, sabe muito bem onde pisa.”

O mais cruel desse drama é o que acontece fora das grades: os filhos de Débora. Dois meninos pequenos, privados do convívio materno, crescendo sem a presença, o carinho e o amparo da mãe. A pena, neste caso, não é só dela. É deles também. Estamos, na prática, perpetuando um castigo hereditário, algo que nenhuma democracia real deveria tolerar. Tolstói já advertia que “o grau de civilização de uma sociedade se mede pelo tratamento que dá às suas crianças.” O que dizer, então, de um país que aprisiona a infância junto com a mãe?

Débora é o retrato mais doloroso de um Brasil desigual, seletivo e cruel. Um país que prende antes de julgar, que nega direitos previstos em lei, que fecha os olhos para a miséria de seus cárceres e para a solidão das celas onde mães choram longe dos filhos. Como escreveu Dostoiévski: “O grau de civilização de uma sociedade pode ser julgado entrando-se em suas prisões.”  Pois que entremos, então, nos presídios brasileiros e vejamos: o Brasil é um país que não protege mães, nem crianças, nem sua própria Constituição.

Charles de Gaulle estava certo: “O Brasil não é um país sério.” E casos como o de Débora Rodrigues são a prova viva disso. Mais do que um erro judicial, trata-se de um escândalo humanitário.

É preciso romper o silêncio. É preciso denunciar, gritar, escrever, pressionar. Levar esse caso a instâncias internacionais, se necessário. A Convenção de Haia, os direitos humanos universais, os princípios mínimos de dignidade precisam ser evocados com urgência.

Não se trata apenas de fazer justiça a Débora. Trata-se de salvar a infância de seus filhos. Trata-se de respeitar a Constituição. Trata-se de impedir que o cárcere seja mais forte que a maternidade.

Débora precisa voltar para casa. Os filhos de Débora precisam da mãe. O Brasil precisa reencontrar a sua alma – se ainda lhe resta alguma.

*Jornalista, poeta, escritor e membro da Academia Pernambucana de Letras. Foi Delegado Federal/Minc

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As frentes ‘Brasil Popular’, ‘Povo Sem Medo’ e as Centrais Sindicais lançam, hoje, às 18h, um plebiscito popular com o objetivo de debater a defesa da redução da jornada de trabalho, o fim da escala 6×1, a taxação dos super ricos e a isenção do Imposto de Renda para quem ganha até 5 mil.

Segundo o deputado federal Carlos Veras (PT), um dos idealizadores do projeto, o plebiscito é um processo de escuta, formação e construção coletiva. “Quando o povo participa e se organiza, a democracia se fortalece e as transformações se tornam possíveis”, disse o parlamentar.

Câmara do Recife - Nova Sede

O presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, se posicionou, ontem, sobre a proposta da Prefeitura do Recife que vai tramitar na Câmara dos Vereadores para baixar a alíquota do ISS para as bets, as chamadas casas de aposta. Segundo Anderson, “O povo não vai aceitar esse argumento de que outras cidades vão fazer o mesmo e que o Recife precisa ser competitivo. Não pode ser vale-tudo por dinheiro”.

“Vários setores da sociedade têm nos procurado manifestando indignação com o assunto e cobrando que, se tiver que fazer uma reavaliação de alíquota, que ela também beneficie outros setores, sobretudo os mais vulneráveis em função, sobretudo, da crise econômica no país. É ter sensibilidade e entender, porque são pessoas que trabalham e sustentam famílias”.

Para Anderson, a jogatina das bets vem sendo um tema polêmico, porque tem sido amplamente questionada. “No fundo, tira de forma sorrateira, embora espontânea, o dinheiro das famílias, gerando endividamento naqueles que, sem alternativa, tentam encontrar no fácil caminho da aposta algum ganho”. Ele reforça que a medida precisa ser amplamente discutida, porque, da forma como está sendo conduzida, vai provocar reações de toda a sociedade.

Jaboatão dos Guararapes - Empreendedora

A movimentação no transporte aéreo em abril superou novamente os recordes de fluxo para o mês, com 7,9 milhões de passageiros processados no mercado doméstico e 2,1 milhões no mercado internacional, totalizando cerca de 10 milhões de passageiros. É também a primeira vez que o setor internacional supera 2 milhões de passageiros no período de abril desde o início da série histórica, iniciada em janeiro de 2000. Os números podem ser consultados na nova atualização do relatório de demanda e oferta disponibilizada pela Agência Nacional de Aviação Civil (Anac).

A movimentação de passageiros domésticos representa um crescimento de 9,6% em relação a abril de 2024, enquanto a internacional marca um aumento de 17,2%. A movimentação total, por sua vez, teve uma variação positiva de 11,1% em relação a abril do ano anterior.

A demanda doméstica, medida em passageiros por quilômetros transportados, cresceu 13,4% em relação a abril de 2024, enquanto a oferta, medida em assentos por quilômetros oferecidos, aumentou 7,6%. O aumento da demanda internacional ficou em 14,4%, enquanto a oferta internacional teve crescimento de 12,2%

A movimentação de carga internacional foi de 74,8 mil toneladas, um crescimento de 4,4% em relação a abril de 2024. A movimentação de carga doméstica foi de 35,9 mil toneladas, 12,5% abaixo do total movimentado em abril do ano anterior.

“Os números recordes da movimentação de passageiros aéreo em abril confirmam que o setor aéreo segue em rota de crescimento, com mais brasileiros voando dentro e fora do país. É um reflexo direto dos investimentos em infraestrutura, da ampliação da malha aérea e do compromisso do governo do presidente Lula em promover a conectividade e a eficiência do transporte aéreo nacional. Seguiremos trabalhando para garantir um setor cada vez mais acessível, seguro e competitivo para todos. Será o melhor ano da história”, comemora o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Dulino Sistema de ensino

O Sextou de desta semana traz um ícone da MPB e do Forró, a cantora e compositora Anastácia, ex-esposa de Dominguinhos. Anastácia e Dominguinhos gravaram mais de 260 músicas em 12 anos, tempo que durou a relação amorosa e parceria na vida artística. Entre tantos sucessos, “Eu só quero um xodó”, “Tenho sede”, “Amor entre quatro paredes” e “Você é meu xamego” – com x mesmo.

A cantora, aos 84 anos, continua nos palcos da vida com a mesma voz aveludada. O Sextou vai ao ar na próxima sexta-feira, das 18 às 19 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir o Sextou pela internet, clique no link do Frente a Frente no alto da página deste blog ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

A demissão de Fábio Wajngarten – advogado e marqueteiro de Jair Bolsonaro (PL) – do Partido Liberal (PL) foi um pedido expresso da ex-primeira-dama, Michelle Bolsonaro, e é um efeito colateral das divisões na direita sobre a disputa de 2026. As informações são do blog da Andréia Sadi.

O pedido foi feito após a divulgação de conversa de WhatsApp em que Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro, ironiza a possibilidade de Michelle ser candidata em 2026. Wajngarten respondeu a Cid dizendo que não apoiava Michelle e que achava que os filhos do ex-presidente também não aprovavam o nome dela para uma disputa presidencial.

O episódio mostra que o racha na direita sobre quem herdará os votos de Jair Bolsonaro (PL) em 2026 e a tentativa de construção de Michelle como um nome viável como candidata a qualquer cargo eletivo vêm desde antes do ex-presidente ser tornado inelegível.

As conversas em questão ocorreram em janeiro de 2023. Bolsonaro foi tornado inelegível pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em junho daquele ano. Esse racha opõe:

  • de um lado, a família Bolsonaro, que quer alguém do grupo na cabeça da chapa que disputará a Presidência em 2026, o que é visto como garantia de que o ex-presidente será indultado caso condenado por golpe de Estado. E, neste cenário, Michelle é vista como um nome potencial, ainda que com ressalvas (leia mais abaixo);
  • e de outro, uma ala da direita que entende que esse cenário tem se tornado cada vez mais inviável politicamente diante do avanço da investigação no Supremo Tribunal Federal (STF) sobre a tentativa de golpe de Estado. Wajngarten e Cid estão nesse grupo, que vê Michelle como um bom nome para disputar o Senado.

Há, ainda, a divisão na própria família do ex-presidente. No começo de 2025, o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), o mais pragmático dos filhos, indicou nos bastidores que prefere Michelle a alguém de fora na disputa pela presidência, caso ela se mostre viável. Mas essa hipótese não é cogitada por outros filhos do ex-presidente.

Ipojuca - No Grau 2025

A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado aprovou, hoje, o texto-base da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que acaba com a reeleição para prefeitos, governadores e presidente da República. Aprovado de forma simbólica, o texto propõe aumentar o tempo de mandato para todos os cargos eletivos (10 anos para senadores e 5 anos para os demais). Além disso, a PEC também unifica a data das eleições municipais e gerais a partir de 2034. As informações são do portal G1.

Antes de a proposta seguir para votação no plenário principal da Casa, os membros do colegiado votarão trechos em separado – os chamados destaques. Há divergência e tentativa de derrubar os trechos que ampliam os mandatos de políticos. No plenário do Senado, o texto terá de reunir ao menos 49 votos favoráveis, em dois turnos, para ser aprovado. Depois disso, para começar a valer, ainda precisará ser aprovado pela Câmara dos Deputados.

A discussão sobre o fim da reeleição ganhou corpo nos corredores do Senado ao longo da gestão de Rodrigo Pacheco (PSD-MG) à frente da Casa. Ao longo dos últimos meses, líderes partidários de diferentes espectros passaram a defender a análise de uma proposta para pôr fim ao instrumento. Da direita à esquerda, senadores têm afirmado que consideram a reeleição um “equívoco”.

A PEC aprovada pela CCJ estabelece marcos diferentes para enterrar a recondução no Executivo:

  • Prefeitos: poderão se candidatar à recondução pela última vez em 2028, desde que tenham sido eleitos para um primeiro mandato em 2024. De 2028 para frente, novos eleitos para prefeituras não poderão mais se candidatar à reeleição.
  • Governadores: poderão se candidatar à reeleição pela última vez em 2030, desde que sejam eleitos para um primeiro mandato em 2026. De 2030 para frente, novos eleitos não poderão mais ser reconduzidos.
  • Presidente da República: também poderá se candidatar à reeleição pela última vez em 2030, desde que seja eleito para um primeiro mandato em 2026. De 2030 para frente, novos eleitos não poderão mais ser reconduzidos.
  • Vereadores, deputados e senadores seguirão sem impedimentos para se candidatar à recondução.

A possibilidade de um chefe do Executivo se reeleger foi introduzida por uma emenda constitucional de 1997. À época, a mudança possibilitou que o então presidente Fernando Henrique Cardoso (PSDB) pudesse se candidatar a um segundo mandato e ser reeleito no ano seguinte.

Vinte e três anos depois, o próprio FHC classificou a mudança como um “erro” e passou a defender publicamente que “acabar com o instituto da reeleição” era uma mudança a “ser feita”.

As reconduções registraram recordes nos últimos anos. As eleições de 2024 registraram o maior número de prefeitos reeleitos: 2.461. Dois anos antes, houve recorde também no total de governadores reeleitos: 18.

Entre os presidentes da República, desde 1998, todos os presidentes em primeiro mandato conseguiram se reeleger nas eleições seguintes. A única exceção foi Jair Bolsonaro (PL), derrotado em 2022.

O relator da proposta, senador Marcelo Castro (MDB-PI), avalia que o fim da reeleição pode impulsionar uma renovação política e abrir caminho para que governantes discutam “projetos estruturantes”.

“A experiência acumulada em quase trinta anos de vigência da regra da reeleição não correspondeu às expectativas. O saldo da experiência pode, a nosso ver, ser assim resumido: ao prejuízo, previsível, do retardo no processo de renovação dos quadros políticos, deve-se somar o prejuízo, inesperado, decorrente do viés eleitoreiro que a perspectiva da reeleição induziu no desempenho dos mandatários”, diz Castro.

Caruaru - São João na Roça

Pela primeira vez na história, a prefeitura de Camaragibe montou um plano de contingência, antecipado, para dar respostas rápidas a possíveis ocorrências em função da temporada de chuvas. Desde o início da gestão, a Secretaria de Defesa Social está coordenando um grupo que reúne todas as secretarias municipais na prevenção, monitoramento e ações práticas.

A Secretaria montou um abrigo que está pronto para atender, num primeiro momento, 50 pessoas. Os equipamentos estão equipados com camas e colchões. Já a pasta da Assistência Social fechou um planejamento de alimentação diário com três refeições e três lanches para famílias que necessitem de atendimento, auxiliada pelos servidores da Cozinha Comunitária. Os locais foram pensados também no sentido da acessibilidade.

“Todos os profissionais da Assistência Social estão de prontidão. Do secretário ao auxiliar de serviços gerais, passando pelos assistentes, psicólogos, pedagogos. A secretaria de Saúde também está envolvida no acolhimento das vítimas”, afirma o prefeito Diego Cabral. Os abrigos também terão a assistência de agentes de saúde. Outros locais estão sendo vistoriados para, se necessário, servirem de acolhimento para outras possíveis vítimas. Em caso de urgência, a população pode acionar a Defesa Civil através dos números (81) 2129-9564, 9.9945-3015 (WhatsApp) e 153 (Central da Guarda Civil Municipal).

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

Quase 40 anos depois de ser homenageada por José Sarney no Palácio do Planalto, em Brasília, a atriz Fernanda Torres voltou a receber o reconhecimento de um presidente. Ela recebeu a Ordem do Mérito Cultural, entregue pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), ontem, no Rio de Janeiro. As informações são do portal Poder360.

Em 1986, Torres recebeu, do então presidente Sarney, a Palma de Ouro de Melhor Atriz conquistada no Festival de Cannes, por sua atuação no filme “Eu Sei que Vou te Amar”, de Arnaldo Jabor. Na época, com apenas 21 anos, Fernanda não pôde ficar até o fim do festival na França e acabou recebendo o prêmio no Brasil.

A cerimônia no Planalto foi criticada pela imprensa, num momento de transição democrática ainda recente. A mídia considerou a entrega do prêmio no Planalto como algo despropositado. Em 1987, ela voltou a ser homenageada pelo governo com o Prêmio Lei Sarney, criado naquele período como forma de valorização das artes nacionais. Vale lembrar, foi no governo Sarney que nasceu o Ministério da Cultura – que em 2025 completa 40 anos.

Ontem, uma nova homenagem: Fernanda recebeu das mãos de Lula e da ministra da Cultura, Margareth Menezes, a medalha por seu trabalho em “Ainda Estou Aqui”. O filme foi o 1º do Brasil a receber um Oscar. “Por um momento, o país do futebol se tornou o país do cinema”, disse o presidente na cerimônia. Em seu discurso, Lula destacou, além de Fernanda Torres, 2 nomes centrais da obra: o diretor Walter Salles e o escritor Marcelo Rubens Paiva, autor do livro que inspirou o filme homônimo.

Segundo Lula, os 3 artistas foram responsáveis por “lançar luz sobre esse passado que não temos o direito de esquecer”. O evento, que homenageou 112 personalidades e 14 instituições, também marcou a reinauguração do icônico Palácio Capanema, fechado há 10 anos e restaurado com dinheiro do Novo PAC. Além de Fernanda, outros nomes homenageados foram Ary Fontoura, Xuxa Meneghel, Gilberto Gil, e artistas já falecidos como Marília Mendonça e Paulo Gustavo, que receberam a medalha in memoriam.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

O projeto que anistia os condenados pelos atos golpistas do dia 8 de janeiro voltou à discussão na reunião de líderes partidários, ontem, após uma semana de recesso informal na Câmara. No encontro, o presidente da Casa, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse aos parlamentares que não adianta aprovar uma proposta que será considerada inconstitucional pelo Supremo Tribunal Federal (STF). As informações são do portal G1.

Segundo relatos de líderes presentes, parlamentares da oposição estavam na reunião e levaram o assunto à discussão no fim do encontro. Na reunião, de acordo com quatro líderes ouvidos pela Globonews, Motta disse que não adianta o Congresso aprovar um texto, o presidente Lula sancionar e o STF declarar inconstitucional. A sinalização foi lida pela própria oposição como um recado de que o Supremo precisa estar de acordo com o texto.

O líder do PP, Dr. Luizinho (RJ), sugeriu que alguém apresentasse um esboço de relatório alternativo ao texto que vem sendo defendido pela oposição. A versão mais recente do relatório é ampla e perdoa atos do passado ou do futuro que tenham alguma conexão com o dia 8 de janeiro, inclusive crimes eleitorais, e garante os direitos políticos dos condenados (ou seja, a possibilidade de concorrer às eleições). A leitura é que o projeto é direcionado ao ex-presidente Jair Bolsonaro.

O líder do PL, Sóstenes Cavalcante (RJ), disse que se recusa a construir um texto que precise do aval do STF. E lembrou aos parlamentares que já elaborou uma proposta alternativa e mais enxuta, que dá anistia parcial aos envolvidos no dia 8 de janeiro, mantendo apenas as condenações para quem foi filmado destruindo o patrimônio público.

Mais de um líder presente interpretou a fala de Motta como uma tentativa de tirar o assunto do caminho, que tem contaminado qualquer outro assunto da pauta. Avaliam que ele se sensibiliza com penas que considera excessivas, mas que não vai se indispor com o Supremo por conta disso.

Além disso, a avaliação de um líder da base governista é que a sugestão para se criar um novo texto funciona como uma forma de encurralar os deputados do PL para que eles deixem claro que o projeto da anistia não deve valer para Bolsonaro.

Olinda - A cada dia, uma nova conquista

O prefeito de Brejo da Madre de Deus, Roberto Asfora, autorizou um reajuste salarial de 6,52% para os servidores públicos municipais. O percentual é superior ao índice previsto pela revisão geral anual, que seria de 5,52%, demonstrando o compromisso da gestão com a valorização dos profissionais do serviço público.

Além do reajuste, a Prefeitura segue adotando a política de antecipação do pagamento dos salários dos servidores ativos e inativos, com exceção das secretarias de Saúde e Educação, cujos servidores receberão no próximo dia 30.

A atualização salarial segue critérios legais e está baseada no Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC), indicador oficial utilizado para medir a inflação acumulada. A medida cumpre as exigências da Lei de Responsabilidade Fiscal, incluindo disponibilidade financeira e limites de despesa com pessoal.

O reajuste não se aplica aos agentes comunitários de saúde, agentes de combate às endemias e profissionais do magistério da educação básica, categorias regidas por leis federais específicas. “Assegurar que nenhum servidor receba abaixo do mínimo e ir além da reposição inflacionária demonstra o nosso compromisso com quem faz o serviço público acontecer”, afirmou o prefeito Roberto Asfora.

Toritama - FJT 2025

No jantar de confraternização da Amupe, ontem, em Brasília, entre os prefeitos pernambucanos que participam da Marcha, conversei rapidamente com o secretário da Casa Civil do Governo Raquel Lyra (PSD), Túlio Vilaça, que representou a gestora no evento.

Túlio é filho de Socorro Vilaça, uma velha amiga, gente da melhor qualidade. No jantar, ele fez questão de circular por todas as mesas do ambiente, sendo extremamente elegante ao falar comigo no momento em que me informava sobre a marcha com a prefeita de Sertânia, Pollyanna Abreu, uma das gestoras mais próximas a governadora.

Em dois anos e cinco meses de Governo, é o terceiro secretário estadual que conheci e conversei formalmente, porque existe uma orientação no Governo de não passar informações ao meu blog, nem tampouco atender demandas da minha equipe em apuração de matérias envolvendo as questões administrativas da gestão Raquel no dia a dia.

Mas continuamos cumprindo o nosso papel, de sempre ouvir o outro lado, requisito indispensável para o bom jornalismo.

Palmares - IPTU 2025

Por Manoel Guimarães – especial para o Blog

A segurança hídrica do Nordeste será pauta fundamental para o governo federal neste ano. O ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, anunciou R$ 30 bilhões para obras de infraestrutura, garantidos através do Novo PAC.

Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins, ele garantiu que vai rodar a região para assinar ordens de serviço, começando neste sábado (24) por Cabrobó. Filiado ao PDT, mas indicado ao cargo pelo União Brasil, Góes não vê a instalação de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) com bons olhos para o Congresso Nacional.

O senhor é filiado ao PDT, mas esteve no anúncio da federação entre União Brasil e PP. Esses partidos se mostram dispostos a lançarem uma candidatura alternativa ao presidente Lula (PT). Como avalia essa movimentação?

Estou na política há muitos anos, o PDT é o único partido ao qual fui filiado, onde estou desde 1988. Conheço muito o momento da política, tem tempo para tudo. Debates e divisões são naturais. Acho que tem duas teses dentro da federação. Como a decisão não é agora, não podemos antecipá-la, imaginar e muito menos anunciar.

Mas a bancada do PDT na Câmara dos Deputados rompeu com o governo Lula após a saída do ex-ministro Carlos Lupi…

A bancada não saiu dizendo que estava rachada com o governo, ou antecipando qualquer decisão futura. É muito cedo para tomar qualquer decisão, seja o PDT ou os outros partidos. Isso acontece no seio de muitas agremiações partidárias. Tem quem já esteja num polo ou outro, mas muitos partidos que fazem parte dessa engrenagem ainda vão tomar suas decisões, no tempo de cada um.

Mas o governo precisa de voto no Congresso e para construir sua reeleição…

Mas esse apoio no Parlamento não tem faltado. Se pegar um balanço de 2023 e 2024, é muito alto o percentual das propostas do governo que foram aprovadas. Aliás, a aprovação é muito maior do que costumeiramente aconteceu em outros anos.

O PDT nem tanto, mas o União Brasil foi apontado como um dos partidos com parlamentares mais infiéis ao governo em votações.

Depende das pautas. É natural que se tenha numa agremiação partidária muitas disputas por questões regionalizadas. Às vezes tem pautas que dizem respeito aos costumes, mas nas pautas econômicas e sociais, do PAC por exemplo, você tem uma participação bem significativa desses partidos aprovando o que o governo defende.

O Congresso vive a expectativa de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) para apurar as questões da previdência, que culminaram na saída de Carlos Lupi do Ministério. O senhor acredita que é inevitável essa investigação?

Eu já fui governador por quatro mandatos, acompanhei muitas CPIs e CPMIs no BR. É quase sempre um palanque político para fazer narrativas, discursos. Lógico que deveria ter desdobramentos em prol dos interesses da sociedade, mas na grande maioria isso não acontece. Mas não consigo determinar se vão instalar e como vão ser desdobramentos. Se instalada, provavelmente vai pegar toda a história do INSS, desde 2016.

Muitos senadores e deputados da base do governo assinaram o pedido de CPMI, isso dificulta para a gestão?

Já vamos entrar no segundo semestre, então é como antecipar o debate eleitoral em um ano pré-eleitoral. A sociedade quer uma resposta, não tenha dúvidas, mas se ela perceber que esse debate é só para satisfazer interesse das opiniões políticas, isso vai pegar mal. Já tivemos isso em outros momentos a nível nacional. Não sei qual será o desdobramento ao pé da letra, o certo é que todas as questões precisam ser esclarecidas, os direitos reparados e os destinos da política pública corrigidos. Seja com ou sem CPMI.

Como o governo tem trabalhado a questão da Transposição do São Francisco? Muitas vezes não se percebe o impacto dessa obra…

Sou um admirador da iniciativa dessa obra, já visitei muitas obras ligadas à segurança hídrica brasileira. De 2012 para cá, foram de fato investidos R$ 12 bilhões, a transposição está concluída, nos eixos Norte e Leste. O que existe e vai continuar existindo são investimentos ligados tanto à transposição quanto fora dela, para garantir a segurança hídrica ao povo nordestino, que vive no semiárido ou mesmo regiões metropolitanas. O governo lançou, no PAC, o eixo Água Para Todos, e assegurou R$ 30 bilhões para infraestrutura hídrica, revitalização de bacias, tecnologias sociais e abastecimento. Temos mais de 72 empreendimentos no Nordeste garantidos no PAC.

Haverá privatização ou alguma parceria público-privada (PPP) envolvendo a transposição?

É bom esclarecer isso. O que buscamos é uma gestão segura e sustentável da infraestrutura e do funcionamento, da distribuição da água. O Governo vai colocar tudo que coloca, mas quer também a participação dos estados. O BNDES está fazendo a governança. Até 2027, investiremos mais R$ 12 bilhões só em infraestrutura, obras de recuperação de barragens e de áreas de reservatórios, e construção de adutoras e canais. São inúmeras obras. A maioria delas não tem relação com a transposição, mas elas garantem o abastecimento de outras regiões do Nordeste.

Qual o principal objetivo?

O primeiro objetivo é chegar a água chegar para as pessoas, para o consumo humano. Garantido isso, com o excedente, o interesse é a produção de alimentos. A gente pretende botar a irrigação no PAC, como mais um eixo no Água Para Todos, para que essa política pública ganhe mais força, seja mais arrojada. O que não podemos é colocar em risco o consumo humano. Mas a gente tendo infraestrutura, garantindo tudo, e tendo excesso para produção de alimentos, será utilizado com certeza.

Estados como Pernambuco, Alagoas e Paraíba vivem em estado de alerta. Que ações o seu ministério tem feito para a prevenção de incidentes causados pelo período chuvoso?

Concluímos agora a habilitação dos estados do Nordeste para utilizarem o sistema Defesa Civil Alerta. É uma política pública criada pelo governo Lula, que dá a chance para preparar os estados, para salvarmos vidas, salvarmos o patrimônio das pessoas. Esse sistema deve entrar em funcionamento no próximo mês para todo o Nordeste. Temos esse monitoramento dos eventos e uma previsão do impacto que eles podem causar. Passamos a criar a cultura de lidar com o risco, e não de atuar somente na resposta, depois que o problema acontece. Isso cria uma melhor preparação local. Não podemos evitar a chuva, mas podemos evitar os estragos que a chuva causa na vida das pessoas.

E qual o próximo programa que o governo deve lançar?

Devemos começar neste final de semana uma caminhada por todo o Nordeste, denominada Caminho das Águas, visitando obras. Começaremos em Cabrobó, neste sábado (24). Depois vamos seguindo, visitando projetos de infraestrutura hídrica, dando ordens de serviço. Na outra terça (27), deveremos ir para Salgueiro dar ordem de serviço da duplicação do bombeamento do Eixo Norte. Hoje essa capacidade é de 25%. A ordem de serviço garantirá um investimento de R$ 500 milhões para duplicarmos essa capacidade. Se você coloca mais necessidade para as pessoas, com os canais, adutoras e barragens para fazer a reserva e distribuição, você precisa bombear mais água do São Francisco. Já contratamos e licitamos, agora só esperamos o presidente para dar essa ordem de serviço para duplicar as três estações de bombeamento do Eixo Norte da Transposição do São Francisco.