Jornal O Poder
Enquanto Paulo Câmara torra dinheiro para dizer que Suape virou o máximo, deixando a conta da propaganda enganosa para Raquel Lyra pagar, no mundo real o projeto pernambucano sofre mais um duro golpe.
Conforme o consagrado jornalista Egídio Serpa, em reportagem no Diário do Nordeste, de Fortaleza, a Ferrovia Transnordestina desistiu de vir até Suape. De Salgueiro, toma o rumo do Porto de Pecém e ponto final. O Ceará amplia sua vantagem competitiva em relação a Pernambuco e aos outros Estados do Nordeste. A Logística de Suape fica estrangulada, dependendo 100% do modelo superado do transporte rodoviário.
Leia maisO projeto da Ferrovia Transnordestina remonta ao governo de D. Pedro II. Durante anos dormiu no fundo do baú, até ser abraçado pelo governador de Pernambuco, Miguel Arraes. Graças a muitas batalhas, as obras foram iniciadas em 2006. Porém o governo Paulo Câmara traiu os compromissos de Arraes e não se empenhou para mobilizar o Estado e defender o projeto. A proposta inicial era para a estrada de ferro ligar as fontes de produção de soja, milho e algodão do Piauí e as de gesso de Araripina aos portos do Pecém, no Ceará, e de Suape, em Pernambuco. Porém nos últimos anos o Estado foi ficando para trás.
Na semana passada a Transnordestina Logística, empresa que tem a concessão da União para a implantação e operação do empreendimento, decidiu devolver ao poder concedente – o Governo Federal – o trecho pernambucano que levaria a ferrovia até Suape.
A empresa que controla a Transnordestina pertence à Companhia Siderúrgica Nacional- CSN, do megaempresário Benjamin Streinbruch. O dono optou por executar, apenas, o trecho até o porto cearense.
Para tirar Suape do caminho dos seus trilhos, a Transnordestina Logística celebrou com a Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) um aditivo contratual. Tudo isso rolando e o Governo de Pernambuco a ver navios.
Consequência do aditivo: a Ferrovia Transnordestina reduzirá sua extensão, que era de 1.700 Km, para 1.200 km. Parte de Elizeu Martins, no Piauí, e chegará Pecém, passando por Salgueiro (PE). O segundo trecho de 500 Km entre Salgueiro e Suape foi simplesmente riscado do papel.
A direção da Transnordestina Logística alegou que seria inviável, do ponto de vista econômico e financeiro, a construção e a operação do ramal pernambucano da ferrovia. Isto a levou a acertar com a ANTT, sem contestação de qualquer natureza, o aditivo que, segundo alega, viabilizará o destravamento das obras, iniciadas em 2006.
Tido como fundamental para o êxito e a competitividade de Suape, o projeto estava quase parado desde que o Tribunal de Contas da União proibiu, em 2017, o repasse de recursos públicos para a Transnordestina. Essa proibição, todavia, estaria sendo suspensa como consequência do aditivo. Ou seja, o governo volta a financiar a obra e os pernambucanos vão pagar a sua parte para perder a ferrovia.
Pior que a derrota é a incompetência e pior ainda, a falta de ação e reação do governo que termina. Comprovando ter sido realmente o pior, o mais acomodado o mais envolto em escândalos da história de Pernambuco.
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