O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, está prestes a abandonar as tentativas de mediação entre Rússia e Ucrânia caso não haja sinais concretos de avanço nas negociações. O alerta foi feito pelo secretário de Estado norte-americano, Marco Rubio, hoje, durante uma coletiva em Paris. “Não vamos continuar com esse esforço por semanas e meses a fio. Então, precisamos determinar muito rapidamente agora — e estou falando de questão de dias — se isso é viável nas próximas semanas”, declarou o secretário, após reuniões com autoridades europeias e ucranianas.
Rubio afirmou ainda que o presidente continua interessado em um possível acordo de paz, mas que os Estados Unidos têm outras prioridades e não pretendem manter o foco indefinidamente em negociações estagnadas. “Se for viável, estamos dentro. Se não, então temos outras prioridades para focar também”, disse ele, reforçando a urgência por respostas concretas. As informações são do g1.
Do outro lado, o Kremlin reagiu às declarações com cautela. O porta-voz Dmitry Peskov afirmou que houve avanços nas conversas até agora, inclusive com o cessar-fogo no Mar Negro, embora haja acusações de violações por ambas as partes. “Os contatos são bastante complicados porque, naturalmente, o tema não é fácil”, disse Peskov, destacando que a Rússia segue comprometida com o processo.
Leia maisTrump havia prometido durante a campanha eleitoral que encerraria a guerra entre os dois países em até 24 horas após assumir a presidência. A retórica, no entanto, foi suavizada após sua posse, com uma nova previsão de resolução até abril ou maio. À medida que os entraves diplomáticos se multiplicam, a paciência da Casa Branca parece estar se esgotando.
A frustração com a falta de progresso reflete não apenas nas declarações do secretário de Estado, mas também no contexto mais amplo das relações internacionais dos EUA. Segundo Rubio, o cenário atual envolve uma lista crescente de desafios geopolíticos que exigem atenção urgente. A indefinição do conflito no Leste Europeu pressiona Washington a rever suas prioridades.
Além disso, as relações entre Trump e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, se deterioraram nos últimos meses. A tensão aumentou quando os EUA iniciaram conversas com Moscou sem consultar Kiev. O mal-estar se agravou após uma visita oficial à Casa Branca, em que Zelensky e Trump protagonizaram um bate-boca que levou ao encerramento antecipado da reunião.
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