O fim melancólico de Silvinei Vasques e Carla Zambelli
Por Larissa Rodrigues – repórter do blog
Considerados “bolsonaristas raiz”, aqueles mais alinhados ideologicamente ao líder do grupo, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques e a ex-deputada federal Carla Zambelli terminam o ano de 2025 de forma melancólica e amargando as consequências de suas ações para beneficiar Jair e família.
Silvinei foi preso na madrugada de ontem (26) no aeroporto de Assunção, no Paraguai, com documentos falsos, tentando fugir do país e embarcar em voo com escala no Panamá e destino final em El Salvador. Carla Zambelli está presa na Itália e apanhou mais de uma vez das detentas no presídio, segundo relatos do senador Magno Malta (PL-ES).
Leia maisAmbos “compraram” a ideologia bolsonarista, se beneficiaram dela e tentaram burlar as regras democráticas para que o grupo de Jair Bolsonaro se mantivesse no poder. Hoje, estão presos, com futuros incertos e absolutamente abandonados pela família Bolsonaro. O clã sequer se manifestou a respeito da prisão de Vasques.
Já Carla Zambelli foi “jogada ao vento” por atribuírem a ela a derrota de Bolsonaro nas eleições de 2022, depois que a ex-deputada perseguiu pelas ruas de São Paulo um apoiador do presidente Lula (PT) com uma arma, na véspera do segundo turno daquele ano. “A Carla Zambelli tirou o mandato da gente. Ela tirou o mandato da gente”, disse Bolsonaro em entrevista a um podcast em março deste ano.
Tanto Vasques quanto Zambelli se deixaram levar por ideias tresloucadas do grupo político do qual faziam parte e agora enfrentam a Justiça. Silvinei Vasques foi condenado pelo Supremo Tribunal Federal (STF), no último dia 16, a 24 anos e seis meses de prisão por envolvimento na tentativa de golpe de Estado após as eleições de 2022. Ele ficou conhecido por comandar operações da PRF no dia do segundo turno de 2022, especialmente no Nordeste, para dificultar o deslocamento de eleitores do presidente Lula e interferir no pleito.
Carla Zambelli foi condenada por unanimidade no STF, em maio deste ano, por invasão de sistemas e pela adulteração de documentos do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). A pena fixada foi de 10 anos de prisão em regime inicial fechado e multa no valor de dois mil salários mínimos. Zambelli ainda teve decretada a perda do seu mandato parlamentar, declarada pela Câmara.
Tornozeleira – Assim como seu ex-líder, Jair Bolsonaro, Silvinei Vasques estava submetido ao uso de tornozeleira eletrônica no Brasil, mas rompeu o equipamento e deixou o país sem autorização judicial. Depois da constatação do rompimento, autoridades brasileiras emitiram alertas às forças de segurança nas fronteiras, o que levou à localização e à prisão do ex-dirigente. O equipamento ficou sem sinal de GPS na madrugada de 25 de dezembro e, horas depois, também perdeu a comunicação por GPRS, tecnologia que transmite os dados de monitoramento pela rede celular.

Agressões na prisão – A ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) foi agredida pelo menos duas vezes na prisão em que está detida em Roma, na Itália, desde o mês de julho, segundo relatos do senador Magno Malta (PL-ES). As agressões ocorreram por parte das outras detentas do presídio feminino de Rebibbia, onde aguarda o processo de extradição para o Brasil. As agressões vieram a público após Malta discursar durante o Culto Grande Clamor pelo Brasil, na última segunda-feira (22), quando afirmou que a ex-parlamentar teria sido atacada por detentas.
Governo x Alepe 1 – A líder do Governo na Assembleia Legislativa (Alepe), deputada Socorro Pimentel (UB), entrou com recurso contra a decisão do presidente da Casa, Álvaro Porto (PSDB), de arquivar os vetos da governadora Raquel Lyra (PSD) a trechos da Lei Orçamentária Anual (LOA) de 2026. Ele publicou a LOA aprovada no plenário, enquanto Raquel sancionou outra LOA com os itens vetados. Entre os vetos está o limite de 10% para remanejamento de critérios. O Governo defende que seja de 20%. Em nota, Socorro informou “que apresentou, dentro do prazo regimental, recurso contra a decisão monocrática do presidente da Alepe que determinou o arquivamento da Mensagem de Veto nº 68/2025, de autoria do Poder Executivo, relativa à Lei Orçamentária Anual de 2026”.
Governo x Alepe 2 – “A iniciativa decorre da inaceitável tentativa de impor uma decisão unilateral, autoritária e sem respaldo jurídico, que impede a apreciação do veto pelo Plenário da Casa. A Constituição e o Regimento Interno da Alepe são inequívocos ao estabelecer que a competência para analisar, manter ou rejeitar vetos é exclusiva do Plenário, composto pelos 49 deputados e deputadas, e não da Presidência, de forma isolada. Ao arquivar o veto e negar sua submissão ao Plenário, a decisão recorrida usurpa prerrogativas do Parlamento, afronta o princípio da colegialidade e compromete o regular funcionamento do processo legislativo”, disse Socorro, em nota.

Pena de morte para assassinos de mulheres – O ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho (RP), defendeu, em entrevista à CNN Brasil, que o Governo Federal avalie medida para prever pena de morte para autores de feminicídio no país. A declaração ocorre na esteira da repercussão de casos de agressão a mulheres em todo o Brasil nas últimas semanas. “Semana retrasada eu vi um cidadão que matou a esposa na frente dos filhos. Um cidadão desse não tem jeito. O Brasil precisa avaliar até a pena de morte para esse tipo de indivíduo, porque o cara que tira uma vida de uma mulher, de uma mãe de família, não merece estar entre nós”, declarou o ministro.
CURTAS
Campanha contra o feminicídio – Silvio Costa Filho também destacou que o Brasil precisa fazer uma “grande campanha contra o feminicídio” e que o presidente Lula (PT) já está trabalhando nisso. “Não tem sentido, quatro mulheres diariamente no nosso país são assassinadas vítimas de feminicídio. No ano de 2024, quase 1.500 mulheres perderam as suas vidas vítimas de feminicídio”, lamentou Silvinho.
Na vanguarda – O Estado de Nova York (EUA) passará a exigir que as redes sociais exibam alertas sobre riscos à saúde mental, principalmente para crianças e adolescentes. O anúncio foi realizado pela governadora Kathy Hochul (democrata), ontem (26). A medida deverá ser exibida sempre que os usuários utilizarem recursos considerados “viciantes”, como rolagem infinita, reprodução automática de vídeos e feeds algorítmicos. As informações são do portal Poder360.
Enfim, a primeira creche – A colunista de Política da Folha de Pernambuco, a jornalista Betânia Santana, divulgou, em primeira mão, ontem (26), que, enfim, a governadora Raquel Lyra (PSD) vai entregar a primeira creche das 250 prometidas. De acordo com matéria postada no Blog da Folha, depois de várias críticas da oposição, a primeira creche será entregue na próxima terça-feira (30), às 14h, no Jardim das Palmeiras, Loteamento Agamenon, em Igarassu, no Grande Recife.
Perguntar não ofende: Silvinei Vasques e Carla Zambelli se arrependem de ter integrado o grupo político de Jair Bolsonaro?
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O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) atua para convencer o ministro Ricardo Lewandowski a permanecer no Ministério da Justiça e Segurança Pública em 2026.
O ministro tem sinalizado ao petista que gostaria de aproveitar a leva de saídas ministeriais por causa da desincompatibilização eleitoral. Por exigência da lei, que for disputar a eleição precisa deixar as função até abril. As informações são da CNN.
Leia maisDiferentemente dos colegas de primeiro escalão da Esplanada dos Ministérios, Lewandowski não pretende se candidatar a cargos públicos.
Lula, no entanto, afirmou a aliados que não pretende aceitar a saída do titular da Justiça. Não é a primeira vez que o ministro manifesta intenções ao petista de deixar o comando do ministério.
Como ministro aposentado do STF (Supremo Tribunal Federal), Lewandowski representa uma ponte importante do governo com a corte e outros tribunais superiores.
Sob gestão de Lewandowski, o o governo tenta avançar no Congresso Nacional com duas pautas prioritárias para a segurança pública: a PEC que coloca o SUSP (Sistema Único de Segurança Pública) na Constituição Federal e que terminou 2025 sem avanço em uma comissão especial da Câmara e o PL Antifacção, que endurece a punição para uma série de crimes e cria estruturas integradas para enfrentar facções.
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A liderança da oposição na Câmara dos Deputados planeja interromper o recesso parlamentar para protocolar mais um pedido de impeachment contra o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal), Alexandre de Moraes.
O novo líder dos oposicionistas na casa, deputado Cabo Gilberto Silva (PL-PB), está convocando os parlamentares para estarem em Brasília na segunda-feira (29) para o protocolo do novo pedido. As informações são da CNN.
Leia maisO parlamentar convocou uma entrevista coletiva no salão verde da Câmara para às 16h, antes do protocolo. Como se trata de uma iniciativa contra um ministro da Suprema Corte, pedidos do tipo precisam ser apresentados ao Senado Federal.
“Ressaltamos que estaremos suspendendo o recesso parlamentar pela segunda vez, porque não é possível permanecer inerte diante do tamanho absurdo institucional que o Brasil está vivendo. A gravidade do momento exige responsabilidade, coragem e ação”, afirma o comunicado da liderança ao qual a CNN teve acesso.
Na terça-feira (23), senadores da oposição já tinham protocolado um pedido de impeachment contra Moraes, com base em reportagem do jornal O Globo, que relatou contatos entre o ministro e Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, em que teriam tratado do Banco Master.
Os senadores alegam que a situação exposta na imprensa configura “conflito de interesses, na medida em que o ministro Alexandre de Moraes, valendo-se do peso institucional e da influência inerentes ao cargo que ocupa, teria se engajado em atuação favorável a interesses privados específicos”.
Em julho, a bancada bolsonarista pressionou para que os trabalhos fossem retomados durante o recesso branco após o STF (Supremo Tribunal Federal) impor medidas cautelares ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), proibiu reuniões de comissões durante recesso.
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Em alta no exterior, O Agente Secreto foi apontado pelo Washington Post como o filme mais adorado da temporada. O filme, vale lembrar, concorre ao Globo de Ouro.
Na matéria, a jornalista fala sobre as chances de Wagner Moura na corrida pelo Oscar, e define a atual temporada como a mais competitiva dos últimos anos. “O Agente Secreto é o filme brasileiro de maior bilheteria do ano e possivelmente o mais universalmente adorado de 2025”, diz a jornalista Jada Yuan. As informações são do Portal Omelete.
Leia maisTudo sobre O Agente Secreto
Ambientado em Recife, em 1977, o longa acompanha Marcelo (Wagner Moura), um especialista em tecnologia que retorna a Recife após anos fora em busca de paz, apenas para descobrir que sua cidade natal esconde perigos e segredos inquietantes.
A obra traça um panorama da sociedade e da política brasileira nos anos 70, tocando através dele em temas como repressão política, restrição de direitos e o uso da tecnologia como ferramenta do controle totalitário.
O elenco do thriller político reúne ainda grandes nomes do cinema brasileiro, incluindo Maria Fernanda Cândido, Gabriel Leone, Carlos Francisco, Alice Carvalho, Roberto Diogenes, Hermila Guedes, entre outros. Udo Kier, de Bacurau, também está no filme. A direção é de Kleber Mendonça Filho, que também assina o roteiro.
No Festival de Cannes deste ano, O Agente Secreto teve um resultado histórico, levando para casa dois troféus: Kleber Mendonça Filho venceu o prêmio de Melhor Direção, e Wagner Moura recebeu o prêmio de Melhor Ator. Por lá, o filme também levou a Premiação de Cinema de Arte e o prêmio da crítica da FIPRESCI.
O filme está em cartaz nos cinemas do Brasil, com distribuição da Vitrine Filmes.
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Presa em Roma, a ex-deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) trocou de cela após ser agredida por colegas que cumprem pena na mesma unidade penitenciária. Zambelli sofreu agressões das outras detentas ao menos em três vezes distintas, antes do mês de setembro.
Segundo o advogado de defesa da ex-parlamentar, Fábio Pagnozzi, Zambelli chegou a reclamar das agressões, mas o presídio italiano nada fez. A alegação, segundo a defesa, foi de que a rotatividade era muito alta no presídio. As informações são do Metrópoles.
Leia maisDiante do risco da integridade física da ex-parlamentar, a defesa pediu, então, a mudança dela de andar. O presídio concedeu a alteração e Zambelli saiu da cela que ocupava no andar térreo para um andar acima.
Presa após fugir do Brasil para não cumprir pena por condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli comunicou oficialmente, em 14 de dezembro, à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, sua renúncia ao mandato de parlamentar.
Presa após fugir do Brasil para não cumprir pena por condenação imposta pelo Supremo Tribunal Federal (STF) no caso do Conselho Nacional de Justiça (CNJ), Zambelli comunicou oficialmente, em 14 de dezembro, à Secretaria-Geral da Mesa da Câmara dos Deputados, sua renúncia ao mandato de parlamentar.
Com a formalização da renúncia, o presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), determinou a convocação do suplente Adilson Barroso (PL-SP), que deverá tomar posse e ocupar a vaga deixada por Zambelli, conforme prevê o regimento interno e a legislação eleitoral.
Renúncia
Condenação de Zambelli
Carla Zambelli foi condenada pela Primeira Turma do STF a 10 anos de reclusão por participar da invasão, junto a um hacker, dos sistemas do Conselho Nacional de Justiça (CNJ). Ela está presa na Itália depois de fugir do Brasil. Como presa, a parlamentar não pode votar ou exercer o mandato, que, até então, era mantido por decisão da Câmara.
Para Moraes, a deliberação do plenário da Casa, que rejeitou a perda do mandato parlamentar de Zambelli, “ocorreu em clara violação à artigo 55, III e VI, da Constituição Federal”. “Trata-se de ato nulo, por evidente inconstitucionalidade, presentes tanto o desrespeito aos princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, quanto flagrante desvio de finalidade”, considerou.
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Se o leitor não conseguiu acompanhar a entrevista com o jornalista Sérgio Farias, autor da biografia “John Lennon – vida e obra”, em tributo aogênio do rock e icônico criador dos Beatles, ao quadro “Sextou”, do programa Frente a Frente, ancorado por este blogueiro e exibido pela Rede Nordeste de Rádio, não se preocupe. Clique aqui e confira. Está incrível!
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, preso no aeroporto de Assunção ao tentar embarcar para El Salvador, apresentou às autoridades paraguaias uma declaração na qual afirmava que tinha câncer na cabeça e não podia falar.
No documento, “Declaração Pessoal para Autoridades Aeroportuárias”, Silvinei afirmava: “Eu, a pessoa que apresenta este documento, informo que não falo nem ouço, devido a uma condição médica grave”. As informações são do g1.
Leia mais“Tenho diagnóstico de Glioblastoma Multiforme – Grau IV, câncer localizado na cabeça (cérebro), doença oncológica de prognóstico grave, razão pela qual não posso me comunicar verbalmente nem compreender instruções orais. Por esse motivo, não posso responder perguntas de forma falada”, prosseguia a declaração.
Silvinei rompeu a tornozeleira eletrônica na madrugada do Natal, horas antes de ser detido no Paraguai.
Ele viajou para fora do país após ser condenado a 24 anos de prisão pela tentativa de golpe de Estado em 2022 e início de 2023. O julgamento que resultou em sua condenação foi realizado em dezembro no STF.
Na declaração que portava, Silvinei dizia que faria tratamento médico em El Salvador, seu destino final, segundo a Polícia Federal brasileira.
“Atualmente, me desloco para realizar tratamento médico de radiocirurgia, o qual é um procedimento moderno e eficaz, que pode contribuir para prolongar o período de vida, conforme indicação médica especializada”, dizia o texto.
“Viajo desde Assunção, Paraguai, para San Salvador, El Salvador, em voo operado pela empresa COPA Airlines, com o objetivo exclusivo de receber referido tratamento médico.”
Fuga começou na véspera de Natal
Em informações enviadas ao ministro do STF Alexandre de Moraes, a PF afirmou que Silvinei Vasques deixou a sua residência em Santa Catarina ainda na noite de quarta-feira (24), antes de a tornozeleira parar de funcionar.
As últimas imagens do ex-PRF indicam que ele deixou o condomínio em que mora, em São José (SC), por volta das 19h22 daquele dia.
Minutos antes, Silvinei carregou um veículo alugado com sacolas, rações e tapetes higiênicos para animais domésticos. Ele embarcou com um cachorro da raça pitbull. Depois disso, segundo a PF, o ex-diretor da PRF não foi mais visto.
Policiais somente foram ao local no dia seguinte, após os primeiros problemas na tornozeleira. De acordo com a Polícia Federal, Silvinei já não estava mais por lá.
Antes dos policiais federais, uma equipe da Polícia Penal de Santa Catarina também tentou localizar Silvinei.
Eles foram ao condomínio por volta das 20h10 e permaneceram até 20h25, mas tiveram sucesso.
Os policiais federais foram acionados às 23h do dia 25. Eles foram à residência de Silvinei, repetiram o procedimento dos policiais catarinenses e também não localizaram o ex-policial.
Veja abaixo a íntegra da declaração que Silvinei Vasques portava, traduzida livremente do espanhol para o português:
“DECLARAÇÃO PESSOAL PARA AUTORIDADES AEROPORTUÁRIAS
Eu, a pessoa que apresenta este documento, informo que não falo nem ouço, devido a uma condição médica grave.
Tenho diagnóstico de Glioblastoma Multiforme – Grau IV, câncer localizado na cabeça (cérebro), doença oncológica de prognóstico grave, razão pela qual não posso me comunicar verbalmente nem compreender instruções orais. Por esse motivo, não posso responder perguntas de forma falada.
Se for necessário, a comunicação pode ser realizada por escrito.
Informo, ainda, que conto com autorização médica para viajar, assim como receituário médico e medicação de uso contínuo, os quais porto comigo durante a viagem.
Durante o mês de dezembro de 2025, realizei tratamento de radioterapia e quimioterapia na cidade de Foz do Iguaçu, Brasil, o que ocasionou pequenas lesões na região do crânio, como efeito secundário do excesso de exposição ao feixe de radiação.
Atualmente, me desloco para realizar tratamento médico de radiocirurgia, o qual é um procedimento moderno e eficaz, que pode contribuir para prolongar o período de vida, conforme indicação médica especializada.
Não obstante, encontro-me completamente lúcido(a), consciente e em condições clínicas adequadas para realizar a viagem, assim como para atender a qualquer necessidade ou requerimento das autoridades competentes, dentro de minhas limitações de comunicação verbal e auditiva.
Viajo desde Assunção, Paraguai, para San Salvador, El Salvador, em voo operado pela empresa COPA Airlines, com o objetivo exclusivo de receber referido tratamento médico.
Minha data de retorno ainda não está definida, pois dependerá da realização de exames médicos complementares e de uma possível internação hospitalar necessária para a realização do procedimento.
Apresento esta declaração para conhecimento das autoridades competentes e solicito respeitosamente sua compreensão e colaboração.”
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Divulgado nesta sexta-feira, o relatório sobre liberdade de expressão da Comissão Interamericana de Direitos Humanos (CIDH), vinculada à Organização dos Estados Americanos (OEA), não correspondeu às expectativas que bolsonaristas criaram para o texto. Apesar de o relator do documento, Pedro Vaca Villarreal, ter se reunido com o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) em fevereiro deste ano, o material reconhece que o Brasil vivenciou uma tentativa de golpe de Estado e destaca o papel fundamental do Supremo Tribunal Federal (STF) nas investigações. As informações são do jornal O GLOBO.
“A Relatoria entende que o Brasil passou por tentativas deliberadas de deslegitimar os resultados eleitorais internacionalmente reconhecidos do período eleitoral de 2022, além do planejamento e da tentativa de execução de um golpe de Estado”, afirma o relatório. “Nesse contexto, a defesa da democracia no Brasil também é um componente fundamental da defesa do direito à liberdade de expressão no país, uma vez que a liberdade de expressão requer uma sociedade democrática para ser plenamente exercida”.
Leia maisAo ressaltar a atuação do STF, contudo, o órgão da OEA alerta para o risco de uma “solução temporária” virar algo duradouro.
“O Supremo Tribunal Federal desempenhou um papel fundamental ao iniciar procedimentos para investigar e resolver essa situação. No entanto, também há preocupações de que essas medidas constituam uma concentração de poder”, aponta. “Embora a defesa da democracia deva fundamentar a ação do Estado, há o risco de transformar uma solução temporária, destinada a ser excepcional, em um problema duradouro, ao criar precedentes que podem ser usados em benefício de regimes potencialmente autoritários no futuro.”
A despeito da observação, o relatório é majoritariamente crítico às demandas do bolsonarismo. Em fevereiro, durante visita ao Brasil para colher informações e produzir o documento, Pedro Vaca Villarreal chegou a ser recebido pelo próprio Bolsonaro, que deu sua visão sobre a atuação do Supremo e saiu “otimista” do encontro.
Em um dos trechos, a OEA avalia que o país ainda mantém cicatrizes da ditadura militar, “com marcas de autoritarismo e desigualdade estrutural que informam a divisão social de poderes e direitos”.
“A falta de uma resolução completa desse passado ditatorial, sem iniciativas suficientes de memória, verdade e justiça, levou à sobrevivência acrítica de sintomas, discursos, formas de exercício do poder e atitudes autoritárias”, elenca. “Alguns dos atores que mais energicamente se referem ao direito à liberdade de expressão desconsideram o fato de que o Estado, em todos seus momentos políticos e por meio de diversos órgãos federais e estaduais, historicamente tem usado e continua usando ações repressivas, incluindo o poder policial, contra os grupos mais vulneráveis da população, que também se consideram censurados”.
A CDIH se debruça ainda sobre a lisura das eleições brasileiras e o funcionamento das instituições — e faz outra leitura que vai na contramão do que bolsonaristas propagaram depois da eleição de 2022.
“A delegação constatou que o Brasil possui instituições democráticas fortes e eficazes, o que se evidencia por declarações e políticas relevantes do Estado destinadas à conformidade com os padrões nacionais e internacionais de direitos humanos”, diz. “O Estado realiza eleições livres e justas, e é caracterizado pela separação de poderes e pelo Estado de Direito, com arranjos constitucionais que garantem a proteção dos direitos humanos.”
Apesar do alerta para eventual “concentração de poder” no Supremo, o relatório identifica, ao analisar as instituições brasileiras, “uma clara separação funcional dos poderes, autonomia judicial e um sistema de freios e contrapesos em pleno funcionamento”.
“O Brasil dispõe, portanto, de amplos meios para continuar defendendo o exercício da liberdade de expressão”, afirma a OEA.
Diante da análise do cenário, o documento produz algumas recomendações ao país. Entre elas, estão a de evitar o sigilo em investigações sobre liberdade de expressão; aplicar medidas cautelares apenas em casos excepcionais; garantir que restrições à liberdade de expressão não sejam impostas com base em “conceitos vagos”; assegurar que a categoria de “atos antidemocráticos” não seja usada para restringir discursos meramente críticos a autoridades.
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O Sextou de hoje apresenta um tributo a John Lennon, icônico criador dos Beatles e gênio do rock. O convidado especial é o jornalista Sérgio Farias, autor da biografia “John Lennon – vida e obra”. Profundo conhecedor da trajetória de Lennon, Farias oferece uma visão detalhada e atual sobre a vida do músico, abordando fatos polêmicos, curiosidades e a influência duradoura dos Beatles na música contemporânea.
O livro é, sem dúvida, um tributo emocionado àquele que, um dia, nos ensinou a idealizar um mundo melhor em sua imortal canção “Imagine”. No Sextou, Farias fala de tudo isso e das canções que foram celebradas por Lennon, como Give Peace a Chance (Dê uma chance a paz), Happy Xmas (repi) – Feliz Natal – e tantas outras, entre elas a belíssima Something- (Alguma coisa).
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O Sextou vai ao ar hoje pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Paraíba, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife. Se você deseja ouvir pela internet, clique no link do Frente a Frente em destaque no alto do blog ou baixe o aplicativo da Rede Nordeste de Rádio na play store.
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O diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, afirmou nesta sexta-feira que a prisão do ex-diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques, no Paraguai, foi resultado de uma ação coordenada entre a PF brasileira e as autoridades paraguaias. Vasques foi detido no Aeroporto Internacional de Assunção ao tentar embarcar para El Salvador após romper a tornozeleira eletrônica imposta por decisão judicial.
Segundo Rodrigues, a operação contou com atuação da adidância da Polícia Federal no Paraguai, responsável pela articulação com as forças de segurança locais e pelo intercâmbio de informações que permitiu a abordagem do ex-dirigente ainda no aeroporto. As informações são do jornal O GLOBO.
Leia mais— A prisão é fruto de uma ação coordenada entre a Polícia Federal do Brasil e as autoridades paraguaias, com atuação destacada da nossa Adidância no Paraguai — afirmou Andrei Rodrigues ao GLOBO.

Fuga planejada
O ex-diretor-geral da PRF foi preso a cerca de 1.300 quilômetros de onde morava, em São José, na Região Metropolitana de Florianópolis. De acordo com a investigação da PF, o plano de fuga envolveu a confecção de um passaporte paraguaio, a saída de casa na noite de Natal, a locação de um carro e a violação da tornozeleira eletrônica, que deixou de funcionar durante o trajeto, possivelmente por falta de bateria.
Imagens de segurança do prédio onde Vasques residia, obtidas pela PF, mostram que ele saiu do local por volta das 19h do dia 24 de dezembro, véspera de Natal. Na ocasião, carregou um carro Polo prata com bolsas — não eram malas, anotaram os investigadores — no porta-malas. No banco do passageiro, colocou sacos de ração, tapete higiênico, pote e um cachorro aparentando ser da raça pitbull. Ele vestia calça de moletom preta, camiseta cinza e boné preto.
A Polícia Federal identificou que o veículo utilizado era alugado, apesar de Vasques possuir carro próprio, que — segundo relatório da corporação — continuava circulando pela região da Grande Florianópolis. As autoridades perceberam a fuga por volta das 3h do dia 25, quando a tornozeleira eletrônica deixou de emitir sinais de GPS e, em seguida, de GPRS. Às 20h do dia de Natal, agentes da Polícia Penal de Santa Catarina foram até o endereço do ex-diretor da PRF, mas não obtiveram resposta. Segundo a PF, policiais federais repetiram a diligência e chegaram ao mesmo resultado.
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O ex-diretor geral da Polícia Rodoviária Federal, Silvinei Vasques, preso no Paraguai na madrugada desta sexta-feira (26), já está a caminho da fronteira com o Brasil e deve ser entregue para a Polícia Federal nas próximas horas. As informações são da CNN.
“Agora mesmo ele está saindo de Assunção. Não quero dizer por qual caminho ele vai, mas ele está indo para o lugar habilitado para a expulsão, na fronteira com o Brasil”, disse à CNN Carlos Duré, chefe do Comando Tripartite, departamento de cooperação policial entre Brasil, Argentina e Paraguai.
Leia maisSegundo ele, o trajeto da capital paraguaia até a fronteira é de cerca de 350 km.
De acordo com o comandante policial, antes de iniciar o deslocamento, Vasques foi interrogado pelo Ministério Público paraguaio.
“Temos uma lei muito flexível de migração para poder expulsar o mais rápido possível pessoas com [ordem de] captura no marco da cooperação que temos com o Brasil e a Argentina”, explicou Duré.
Segundo ele, somente em 2025, 77 brasileiros foram expulsos do Paraguai antes de Vasques.
O ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal foi preso na madrugada ao tentar abordar um voo no Aeroporto Internacional Silvio Pettirossi, na região metropolitana de Assunção.
Segundo as autoridades paraguaias, ele tentava embarcar em um voo da Copa Airlines que passava pelo Panamá com destino a El Salvador.
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Por Anthony Santana – Blog da Folha
O ministro da Defesa, José Mucio Monteiro Filho, à frente da pasta desde 1º de janeiro de 2023, no início do terceiro mandato do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), é reconhecido por seu perfil conciliador e pela habilidade de transitar entre diferentes espectros ideológicos. A escolha dele para a Defesa foi estratégica. Após um período de forte politização das Forças Armadas, Lula buscou um nome civil que tivesse a confiança dos militares e capacidade de diálogo. O presidente acertou.
Diferente de antecessores que adotavam tons mais impositivos ou ideológicos, Mucio é conhecido pela diplomacia. O papel do ministro na instalação da Escola de Sargentos do Exército (ESE) em Pernambuco é considerado central e decisivo. Como pernambucano e ocupando o cargo de ministro da Defesa, ele assumiu o projeto como uma de suas principais bandeiras de gestão, atuando como articulador político e orçamentário para garantir que a unidade permanecesse no estado.
Leia maisAtuação em 2025
“Levamos o ITA para o Ceará. Levamos o Cimatec para Salvador. Estamos levando o IME, Instituto Militar de Engenharia, para a Amazônia. A tendência natural do Brasil é que os nossos filhos vão todos estudar no Sul. A gente agora está querendo que os filhos venham do Sul, estamos trazendo os professores para onde estão as famílias nordestinas, as famílias do Norte, para que o Brasil seja mais igual nas oportunidades”.
Sobre a ESE
“Aqui, algumas pessoas que não estão informadas dos números, geraram um problema em relação a desmatamento. Nós vamos tirar 40 hectares, vamos plantar 400 e agregar mil. Em troca de 40 hectares nós vamos colocar quase mais 1.500 hectares. Para trazer uma escola que vai ter uma folha de pagamento de R$ 200 milhões por ano. Entre alunos e professores, são seis mil empregos, seis mil atividades. Muda o cenário daquela região”.
A escolha
“Só há três lugares no Brasil que podem ter essa escola. Santa Maria, no Rio Grande do Sul; Três Corações, em Minas; e aqui. Porque tem que ter um espaço grande para treinamento de tiro, essa coisa toda, que já tem lá no quartel. Estamos apenas querendo agregar uma escola. Foi essa dificuldade toda, já conseguimos uma parte do dinheiro, está tudo pronto, só faltando assinar. Estou tentando falar com o maior número de pessoas para que elas entendam. Porque algumas que questionam não sabem da realidade. Não vão tirar quase nada (da vegetação). Quando eu cheguei no ministério, o projeto era tirar 400 hectares. Hoje, na realidade vão desmatar somente 40 hectares”.
Demora
“Talvez eu esteja protelando, faço até uma mea-culpa, porque estava querendo que as pessoas entendessem isso melhor, porque é tão bom para cá, todos os estados desejam isso. O governo do Ceará deseja isso, o governo da Paraíba deseja isso. Só que eles não têm espaço. Duas coisas estão fazendo com que essa escola esteja aqui, primeiro eu já encontrei os passos caminhando, o projeto estava pronto, e o fato de ter um ministro de Pernambuco que não quer de forma nenhuma assumir que vamos ter essa possível perda”.
Perda
Indagado se há a probabilidade de Pernambuco vir a perder a ESE para outro estado, o ministro é enfático. “Não. Eu estou crendo que não. O governo ao qual eu sirvo tem mais um ano. Então, garanto que não sai. Comigo lá não sai. Em hipótese nenhuma. E eu consegui agora o que nenhum outro tinha conseguido. Consegui recursos para que a gente comece. A escola vai custar R$ 2 milhões e um pouco. Nós já conseguimos R$ 150 milhões, que vai dar para começar muito bem. Um passo importantíssimo. Não temos ainda nem projeto para gastar esses R$ 150 milhões no ano. Mas eu quis me antecipar para que a gente possa definitivamente assegurar essa escola aqui”.
Raquel Lyra
“Ela tem ajudado, fico triste quando diz uma nota que ela não tem ajudado. Ela tem facilitado, falamos sempre por telefone ou pessoalmente, e ela deseja que isso venha para cá. Todos os pernambucanos pr
ecisam entender, isso é uma oportunidade raríssima na história de Pernambuco, raríssima. Semana passada, recebi um telefonema de um deputado de Minas, de Três Corações. Ele dizia: ‘Mucio, quando é que você vai cansar de insistir com esse negócio? Ele quer que fique em Três Corações. O de Santa Maria também quer em Santa Maria”.
Ministério
No que diz respeito aos desafios do ministério, Mucio diz que recurso é um problema grave. “Primeiro é um ministério muito caro. Não é um ministério político. Você compra um submarino que custou de 100 milhões de euros, e não dá um voto. Você compra um gripen que precisa de 30, 40, 100 milhões de dólares, e não dá um voto. Num país onde você precisa de dinheiro para comprar comida, merenda, livro, investir em defesa é uma tese muito difícil. Como é que os países estão superando isso? Criando uma previsibilidade para que qualquer que seja o governo tenha recursos para a defesa. A defesa não pertence a partido político. Não se faz uma casa, não põe nem porta, nem janela. A defesa não é para atacar ninguém, é para que não nos ataquem. O Brasil é um país que tem tudo pelo qual o mundo briga. Tem aqui petróleo, gás, água doce, sol, terra. Esse país é uma bênção. Nós precisamos apenas tirar a eleição um pouco da cabeça e nos dedicarmos às futuras gerações”.
Bolsonaro
Quanto a prisão do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e de integrantes da alta cúpula das forças armadas, o ministro é incisivo: “Isso é justiça. Justiça você pode gostar ou não gostar, mas não discute”.
