O decreto foi baseado em parecer técnico da Secretaria Executiva de Proteção e Defesa Civil e em notas técnicas da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac), da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) e de outros órgãos estaduais. De acordo com a Apac, a seca extrema avançou de forma significativa no extremo oeste de Pernambuco, enquanto a seca fraca avançou no Agreste, na divisa com Alagoas.
Investimentos
Segundo a Compesa, em 2025 foram intensificados os investimentos em obras estruturantes e ações emergenciais para reduzir os impactos da crise hídrica. Aproximadamente 100 municípios receberam intervenções, com a conclusão de cerca de 117 obras e investimentos da ordem de R$ 650 milhões. Projetos como a Adutora do Agreste e os sistemas Serra Azul e Alto do Capibaribe avançaram para fases decisivas, enquanto medidas emergenciais, como a inversão do Tramo Sul de Jucazinho, buscaram garantir maior segurança hídrica no Agreste.
“Em 2025, a Compesa intensificou os investimentos em obras estruturantes e ações emergenciais para reduzir os impactos da crise hídrica em Pernambuco. Cerca de 100 municípios receberam intervenções da Companhia, com a conclusão de aproximadamente 117 obras e investimentos da ordem de R$ 650 milhões. Projetos estratégicos, como a Adutora do Agreste e os Sistema Serra Azul e Alto do Capibaribe, avançaram para fases decisivas, ao mesmo tempo em que medidas emergenciais, como a inversão do Tramo Sul de Jucazinho, garantiram maior segurança hídrica a municípios do Agreste. Como reforço importante, encerramos o ano com R$ 2,5 bilhões em recursos, provenientes de financiamentos junto à FTD e ao NDB, e que serão destinados especialmente a obras estruturantes e reforço do programa Águas de Pernambuco”, detalhou o presidente da Compesa, Douglas Nóbrega.
Ações emergenciais
O Governo do Estado também vem atuando de forma emergencial por meio da Secretaria de Recursos Hídricos e Saneamento (SRHS), Compesa, Apac e Defesa Civil. Desde 2023, foram intensificadas a entrega de sistemas simplificados de abastecimento e a recuperação ou instalação de dessalinizadores. Com investimento total de R$ 5.651.994,40, já foram entregues 23 sistemas e outros oito estão em andamento, beneficiando diretamente mais de 2.285 famílias na zona rural, além de atender toda a população urbana de Tabira, incluindo o hospital municipal.
Para janeiro de 2026, está previsto o início das obras de 35 novos dessalinizadores, com investimento de R$ 6.356.369,86, beneficiando mais de 1.949 famílias. Também está planejada a contratação da implantação de mais de 59 dessalinizadores, com investimento estimado de aproximadamente R$ 11,6 milhões, voltado à população rural com dificuldade de acesso à água potável.
Novo PAC
Em 2025, Pernambuco teve 100% dos projetos aprovados no eixo Água para Todos, do Novo Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), na modalidade de abastecimento de água em áreas rurais. Ao todo, o Estado foi contemplado com R$ 105 milhões em investimentos para obras de abastecimento em territórios rurais.
“É uma grande vitória para Pernambuco, o único estado do Nordeste que teve todos os projetos aprovados. É a segunda edição do Novo PAC que temos êxito. Na primeira edição, em 2024, recebemos R$ 48 milhões em investimentos. Agora, outros R$ 105 milhões”, ressaltou o secretário executivo de Saneamento, Artur Coutinho.
Foram aprovados 14 projetos de obras de abastecimento de água rural, beneficiando cerca de 38 mil pessoas nos municípios do Agreste e do Sertão. As regiões contempladas incluem Agreste Central, Agreste Meridional, Sertão do Moxotó, Sertão de Itaparica, Sertão do São Francisco e Sertão Central. Somente o Agreste Central receberá R$ 16,9 milhões, destinados a Caruaru, Riacho das Almas e Bezerros.
Monitoramento
Cabe à Apac o acompanhamento da seca por meio do Monitor de Secas, da produção de informes climáticos, do monitoramento diário das chuvas e dos níveis dos reservatórios, além da gestão de conflitos pelo uso da água, especialmente no Agreste.
“A Apac tem atuado insistentemente na gestão de conflitos pelo uso da água. Como exemplo da Barragem de Manuíno em Bezerros, onde a Agência recebeu várias denúncias de retirada ilegal de água. A Apac cadastrou os usuários e permitiu o acesso igualitário à água da barragem. Nos últimos meses, a Apac aumentou a fiscalização nas barragens do Agreste e do Sertão, e vem fazendo um trabalho de orientação e regularização dos usuários, de modo que garanta o acesso de toda a população a água”, explicou a diretora de Regulação e Monitoramento da Apac, Crystianne Rosal.
Já a Defesa Civil atua no apoio aos municípios afetados, orientando-os quanto ao reconhecimento da situação de emergência.
“O Decreto de Situação de Emergência por Estiagem, assinado pela governadora, é uma importante medida de proteção e defesa civil que possibilita os órgãos federais, estaduais e municipais que atuam no restabelecimento e na recuperação dos municípios afetados pelo desastre, adotarem medidas importantes na área de abastecimento de água, de saúde de assistência social, de agricultura e de pecuária, para minimizar os efeitos dessa estiagem nos municípios diretamente afetados, principalmente o semiárido”, frisou o secretário executivo de Proteção e Defesa Civil de Pernambuco, coronel BM Clóvis Ramalho.
Leia menos