O ministro das Relações Institucionais, Alexandre Padilha (PT), disse, hoje, que o governo estudará possíveis providências contra deputados de partidos que integram a base do governo e que assinaram pedidos de impeachment do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Ontem, o líder do governo na Câmara dos Deputados, deputado José Guimarães, afirmou que os líderes da base do governo trataram sobre o assunto e que “formou-se um consenso” de que “é incompatível o parlamentar ser da base do governo, ter relação com o governo e assinar pedido de impeachment”.
Leia maisO líder disse ainda que essa posição não é razoável e que encaminharia a lista desses parlamentares ao governo para “providências”. Alexandre Padilha afirmou que as providências que o governo pode tomar não significam necessariamente uma punição ao parlamentar que assinou o pedido.
Segundo Padilha, não é papel do governo punir deputados, mas que acredita que esses parlamentares que assinaram a lista não desejam integrar o governo, e que, provavelmente, já não participam do governo com indicações de cargos, por exemplo.
“Ele [Guimarães] não encaminhou nenhuma lista, não tratamos deste tema ainda. Quando encaminhar a gente vai discutir quais providências, mas isso não significa punição”, afirmou Padilha. “Acho muito estranho, muito inesperado, que alguém que assina uma lista como essa queira participar do governo”, complementou o ministro.
Padilha disse que existe uma minoria dentro dos partidos que nunca quis participar do governo, mas questionado se o fato desses parlamentares assinarem o pedido de impeachment levaria à diminuição do pagamento de emendas, por exemplo, o ministro negou.
“Não vai ter qualquer tipo de postura discriminatória em relação a execução de emendas. A outra coisa tem a ver com cargos e indicações, a ocupação dos cargos não tem a ver só com indicação política, tem a ver com capacidade técnica, desempenho. Não vamos misturar uma coisa com a outra em nenhum momento. E acho, inclusive, que parlamentar que assinou pedido de impeachment não deve ter indicado cargo para o governo federal”, afirmou.
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