Por Delmiro Campos*
É interessante notar como, em tempos eleitorais, vozes críticas se manifestam contra um sistema que, até então, lhes beneficiava. Surgem sempre às vésperas das eleições, tentando revestir-se de um discurso oposicionista, disfarçando interesses pessoais.
Falo com a experiência de quem já viveu as duas posições na OAB e acompanhou os últimos 20 anos da política da Ordem. Nesse período, não foram raros os casos de ex-presidentes que, ao ver seus interesses contrariados, mudaram de postura para atacar o que antes defendiam. Houve quem, após uma frustrada trajetória política, rompesse com a instituição apenas por não conseguir empregar alguém de sua confiança.
Lembro de um caso emblemático em que um ex-presidente usou uma candidatura fictícia para eleger seu sócio no conselho federal, enterrando a chance de verdadeira representação feminina. Esses atos corroem a legitimidade e o espírito democrático que devem guiar a OAB.
Leia maisComo presidente da Comissão de Formação da Lista Sêxtupla para a vaga do Quinto Constitucional do TJPE, repudio as insinuações infundadas de ingerência política. O processo é conduzido de forma aberta e democrática, sob a gestão impecável de Fernando Ribeiro e Ingrid Zanella, sem qualquer interferência.
A gestão atual tem mostrado coragem ao promover desagravos e defender as prerrogativas da advocacia, enfrentando o TJPE no CNJ em defesa do pronto atendimento aos jurisdicionados. Isso demonstra compromisso com a categoria e o exercício profissional.
Pior do que os críticos que buscam protagonismo são os “cupins” que, silenciosamente, tentam corroer ambientes saudáveis, trazendo cizânia e desconfiança. Esses cupins, que agora clamam por renovação, devem explicar seu silêncio quando o sistema lhes servia bem.
Em Pernambuco, queremos uma OAB mais forte e atuante, construída com respeito ao debate honesto. Aqueles que hoje pregam renovação muitas vezes o fazem para perpetuar seus interesses. A OAB/PE não precisa de falsos profetas, mas de advogados comprometidos com a verdade, o diálogo e a representatividade.
Renovamos diariamente ao rejeitar práticas de compadrio, pautando-nos pela meritocracia e representatividade. O convite é para um debate construtivo que fortaleça a OAB, com ética e compromisso com a advocacia.
Por fim, deixo uma pergunta: por que críticas explosivas surgem sempre às vésperas das eleições? Precisamos refletir sobre os reais interesses por trás dessas atitudes e exigir transparência. Que a advocacia seja tratada com o respeito que merece.
A OAB/PE é madeira de lei que cupim não rói.
Advogado*
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