Justiça tributária: mudança no IR pode reduzir desigualdade no Brasil

Da Agência Brasil

O projeto de lei (PL) que prevê a isenção do imposto de renda (IR) para quem ganha até R$ 5 mil e a taxação de pessoas que recebem mais de R$ 50 mil por mês, se aprovado pelo Congresso Nacional, aproxima o Brasil do sistema tributário de países mais igualitários, como França e Alemanha. A avaliação é da professora de economia da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG) Clara Zanon Brenck.

“Países mais igualitários, como os mais desenvolvidos da Europa, tendem a tributar de maneira mais progressiva. O Brasil, fazendo essa mudança, vai se aproximar desses países”, disse à Agência Brasil.

Na última terça-feira (18), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva entregou ao Congresso o PL. Além de isentar do imposto de renda o trabalhador que recebe até R$ 5 mil mensais, o texto cria descontos na tributação para a faixa entre R$ 5 mil e R$ 7 mil.

Em contrapartida, a proposta cria alíquota de cobrança de imposto para pessoas com renda superior a R$ 600 mil anuais – média de R$ 50 mil mensais. Essa cobrança dos mais ricos proporciona o que os especialistas chamam de neutralidade fiscal, ou seja, o que o governo deixará de arrecadar das pessoas com menor renda será compensando cobrando dos ricos.

Nas contas do Ministério da Fazenda, 10 milhões de brasileiros vão parar de pagar IR, o que representa uma renúncia fiscal prevista em R$ 25,84 bilhões.

Esse valor será compensado com a cobrança de imposto de 141,3 mil pessoas. Na base de cálculo da renda desses contribuintes serão incluídos rendimentos atualmente isentos, como dividendos (distribuição de lucros de empresas).

Ainda segundo a Fazenda, nove em cada dez brasileiros que pagam IR terão isenção total ou parcial. Dos declarantes do IR, mais de 26 milhões (65%) não vão pagar nada. Já a tributação sobre altas rendas atingirá 0,13% dos contribuintes e 0,06% da população.

Justiça tributária

A economista Clara Brenck explica que justiça tributária é a ideia de que “quem recebe mais vai pagar mais proporcionalmente à sua renda”.

Ela exemplifica que, se uma pessoa recebe R$ 5 mil e paga R$ 500 de imposto de renda, isso representa 10% da renda. Se uma pessoa que ganha R$ 500 mil paga R$ 50 mil, isso também representa 10%, e é um caso em que não há justiça tributária.

“Você tem as pessoas pagando o mesmo tanto de imposto, independentemente da sua renda”, aponta a professora, que também é pesquisadora do Centro de Pesquisa em Macroeconomia das Desigualdades (Made) da Faculdade de Administração, Economia e Contabilidade (FEA) da Universidade de São Paulo (USP).

Segundo ela, ao lado de políticas de distribuição de renda, a justiça tributária é um elemento “muito importante” para a redução da desigualdade de um país.

Cobrança no topo

Para a professora, as mudanças propostas caminham para redução da desigualdade, mas ainda não são suficientes. Cálculos do Made apontam maior efetividade caso a alíquota dos ricos ficasse próxima de 15%. Isso faria com que os mais ricos e a maior parte da população que paga imposto sentissem no bolso a mesma carga tributária efetiva ─ o que a pessoa realmente paga de imposto no fim das contas.

Ao defender a proposta, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem demonstrado que a alíquota efetiva da classe média é de cerca de 10%.

“O grande mérito dessa proposta é que ela abre uma avenida para a gente discutir justiça tributária”, afirmou Haddad na quinta-feira (20), em entrevista ao programa Bom Dia, Ministro, transmitido pelo Canal Gov, da Empresa Brasil de Comunicação (EBC).

A professora Brenck avalia que é adequado determinar o piso de renda de R$ 50 mil mensais como alvo da tributação progressiva, mas acha que não são necessariamente super-ricos. “A gente não pode chamá-los de super-ricos”, diz, antes de emendar: “é mais do que justo essas pessoas passarem a pagar mais e ir aumentando progressivamente”.

Outro fator que impede mais igualdade, diz a professora da UFMG, é a tributação indireta, que faz com que consumidores paguem imposto na hora de comprar produtos e serviços. Isso faz com que pessoas de baixa renda paguem, proporcionalmente, mais imposto que os ricos.

Clara Brenck afirma que a primeira parte da reforma tributária, que unificou tributos e teve a regulamentação sancionada no começo deste ano, não resolveu o problema pelo fato de os dois temas terem sido tratados separadamente.

“A partir do momento em que você separa a reforma indireta da reforma da renda, você mantém a proporção da reforma indireta na carga tributária total, e é esse o problema”, avalia.

“Tinha que mexer nessa composição do quanto [da arrecadação] que vem do imposto direto da renda e quanto que vem do indireto. Fazendo as duas reformas separadas, você não consegue mudar as proporções”, complementa.

A economista defende também que haja, ao longo do tempo, a correção pela inflação do valor das faixas de renda que sofrem a tributação. “Para continuar atingindo os estratos de renda que a gente quer. O que chamamos de super-ricos hoje vai ser diferente daqui a 10 anos”.

Desigualdade de renda

No Brasil, a renda dos 10% mais ricos é 14,4 vezes superior à dos 40% mais pobres, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O esforço para reduzir a desigualdade é uma das bandeiras do governo para convencer o Congresso a aprovar o projeto de lei.

“Nós figuramos entre as dez piores distribuições de renda do mundo. É isso que nós temos que explicar para a sociedade. O Brasil está entre os dez países com pior distribuição de renda do mundo”, citou Haddad no Bom Dia, Ministro.

“Tem muita gente que tem renda que concorda com a justiça social. Não é porque a pessoa tem renda que ela vai deixar de votar em um projeto justo. Você pode ter certeza, muita gente ali [representada no Congresso], empresário, fazendeiro, vai votar a favor desse projeto porque sabe que ele é justo”, espera.

Tramitação

O texto enviado pelo governo ao Congresso passará a valer se for aprovado na Câmara dos Deputados e no Senado. Nesse caminho, a matéria pode sofrer alteração por parte dos parlamentares.

O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), disse que o Congresso terá a sensibilidade para ver o alcance social da proposta, mas não descartou alterações no sentido da melhoria das medidas.

O analista da Tendências Consultoria, João Leme, disse à Agência Brasil que o PL “pode ser considerado um avanço em termos de justiça tributária” e corrigir algumas distorções próprias da dinâmica brasileira, como o fato de os estratos mais ricos terem a maior parte da renda isenta, como no caso de dividendos.

Mas ele adverte que há o risco de, no Congresso, não haver a aprovação da parte que trata da tributação dos mais ricos.

“Há risco de que esses mecanismos de contrapartida fiscal acabem sendo diluídos ou excluídos durante a tramitação legislativa, o que tornaria a medida um tiro no pé, dado que o custo fiscal não seria propriamente equalizado, aumentando a incerteza fiscal, deteriorando expectativas e complicando o frágil equilíbrio político e econômico do governo”, analisa. “A expectativa é que as equipes de articulação do governo pressionem pela manutenção desses contrapesos”.

Extremos da pirâmide social

O pesquisador Marcos Hecksher, do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), órgão ligado ao Ministério do Planejamento e Orçamento, considera que a parte mais importante e desafiadora do PL é fazer com que os que ganham mais de R$ 50 mil mensais em média passem a pagar mais imposto.

Para ele, tornar a tributação mais progressiva, sem tantas isenções e desonerações para os mais ricos, é essencial para a redução das desigualdades, de forma “que permita ao país cumprir um de seus objetivos fundamentais estabelecidos no Artigo 3º da Constituição Federal de 1988, que é reduzir as desigualdades sociais e regionais”.

Hecksher, especialista em desigualdade de renda, adverte que a proposta governista beneficia diretamente “quem está no meio da distribuição de renda, não na base”. Dessa forma, ele chama atenção para a parte do Orçamento dos governos dedicada a programas de transferência de renda, como o Bolsa Família.

“A redução das desigualdades de renda realizada de 2001 a 2014 foi muito concentrada em aumento de gasto público destinado aos mais pobres”, cita.

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Município de Salgueiro na rota de Lula

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

Integrantes do Governo Federal começam no próximo sábado (24) uma maratona de visitas às cidades do Nordeste, denominada “Caminho das Águas”. A ideia é averiguar obras de infraestrutura hídrica e dar ordens de serviço para início de outros trabalhos.

A informação foi repassada em primeira mão pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, ontem (19), durante a apresentação do podcast Direto de Brasília, apresentado pelo titular deste blog.

A maratona começa em Cabrobó, no Sertão, no próximo sábado (24). Existe a expectativa de que o presidente Lula (PT) participe de algumas agendas, e a confirmação será dada às equipes do governo hoje (20). De acordo com Waldez Góes, se for possível, Lula dará a ordem de serviço para a duplicação do bombeamento do Eixo Norte da Transposição do Rio São Francisco.

“Hoje o Eixo Norte tem 25% de capacidade de bombeamento instalada. Serão investidos R$ 500 milhões para crescer 100% essa capacidade. Nós já licitamos, e o presidente Lula vai dar essa ordem de serviço para fazer a duplicação das EBIs 1, 2 e 3 (Estações de Bombeamento), as três do Eixo Norte da Transposição”, anunciou Góes.

Segundo o ministro, a data mais provável para a assinatura da ordem de serviço por parte do presidente Lula é a próxima terça-feira (27), mas os detalhes da agenda ainda não estão fechados. Fontes ligadas ao PT disseram a este blog que está prevista uma passagem de Lula por Salgueiro, no Sertão.

A gestão petista tem investido pesado em obras de segurança hídrica. De acordo com Góes, R$ 30 bilhões estão destinados a essa área no eixo Água para Todos, dentro do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

Os recursos são para infraestrutura, revitalização de bacias, tecnologias sociais e abastecimento. “Neste momento, são mais de 72 empreendimentos no Nordeste brasileiro. Todos os estados do Nordeste têm algum empreendimento de infraestrutura hídrica. Alguns são novos, outros ligados à Transposição e outros fora da Transposição”, destacou o ministro Waldez Góes.

CPI do INSS é palanque O ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, também comentou no podcast Direto de Brasília sobre uma possível abertura de Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as fraudes no INSS. Para ele, embora a investigação interesse à sociedade, o instrumento pode virar um palanque político. “Já fui governador por quatro mandatos, acompanhei muitas CPIs. Sempre é um palanque político para fazer narrativas, discursos. Lógico que deveria ter desdobramentos em prol dos interesses da sociedade. Mas, na grande maioria das vezes, isso não acontece”, avaliou.

Adagro 1 Em meio ao início de uma crise aviária no País, com um possível surto de gripe aviária se alastrando pelo Sul, a governadora Raquel Lyra (PSD) cortou o orçamento da Agência de Defesa e Fiscalização Agropecuária (Adagro). A autarquia teve um orçamento com despesas de R$ 49,7 milhões em 2022, último ano da gestão anterior. Com Raquel, os recursos caíram para R$ 40,9 milhões em 2023 e para R$ 46,7 milhões em 2024. Em todos os anos da gestão de Raquel Lyra, a agência teve menos dinheiro que no último ano da gestão anterior. As informações são do site TomeConta, do Tribunal de Contas do Estado (TCE).

Adagro 2 Grupos ligados à avicultura em Pernambuco estão receosos com a falta de liderança e de um posicionamento vindo da Adagro. A agência está caminhando para o seu terceiro presidente desde o início de 2023 e, neste momento, o cargo encontra-se vago. Funcionários também relatam ao blog, em sigilo, que a entidade não conta nem com combustível para os carros que possui. “Aqui em Pernambuco, não temos combustível nem carros para fazer uma simples visita de rotina em uma granja. Estamos somente contando com orações, porque, se a doença chegar aqui em Pernambuco, não temos nem como remediar o caos”, disse uma fonte.

Quipapá Durante as comemorações pelos 125 anos de emancipação política de Quipapá, na Mata Sul, o presidente da Assembleia Legislativa de Pernambuco, deputado Álvaro Porto (PSDB), anunciou, no domingo (18), o repasse de R$ 450 mil em emendas parlamentares para o município. O recurso será destinado à aquisição de um novo equipamento de raio-x para o hospital local e a outras ações da saúde. Além do aporte estadual, o pré-candidato a deputado federal Gabriel Porto anunciou a doação de uma motoniveladora (patrol), viabilizada por meio de articulação junto à Codevasf.

Empréstimo e Alepe O deputado Waldemar Borges (PSB) deixou claro, ontem (19), que só dará o parecer a respeito do pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão do Estado depois que o Governo responder às informações que ele pediu. Wal quer saber como estão sendo aplicados os R$ 9 bilhões que já foram contratados e também aprovados pela Alepe. Borges é o relator do projeto na Comissão de Justiça (CCLJ). “Para aprovar o novo empréstimo solicitado pelo Governo do Estado, tenho dito, desde que o projeto chegou à Alepe, que não me sentiria confortável de votá-lo sem saber o que foi feito com os empréstimos anteriores”, disse o parlamentar.

CURTAS

Alerta sobre “bets” Durante a reunião plenária, ontem, a deputada estadual Socorro Pimentel (UB) subiu à tribuna na Alepe para fazer um alerta sobre o crescimento desenfreado das plataformas de apostas online, conhecidas como bets. Em seu discurso, Socorro afirmou que esses jogos estão contribuindo para o adoecimento da sociedade brasileira. A parlamentar chamou atenção para o que classificou como uma “epidemia silenciosa e devastadora”, que afeta especialmente os mais vulneráveis.

Lideranças femininas no Recife A capital pernambucana será a sede de um encontro internacional que reúne cerca de 200 mulheres atuantes na política institucional em mais de 20 países da América Latina, Caribe e África. As participantes representam movimentos populares, como o movimento negro, indígena, de jovens e LGBTQIA+. A Torre Malakoff vai abrigar o ato de 22 a 25 de maio.

Janja bolada A primeira-dama Janja da Silva rebateu, ontem, as críticas que sofreu por ter se pronunciado sobre a regulamentação do TikTok durante jantar com o presidente da China, Xi Jinping, em Pequim, na semana passada. Ao comentar o caso, Janja afirmou que “não há protocolo” que cale a sua voz ao tratar sobre a regulamentação das redes sociais com quem quer que seja, e que, como mulher, não admite que ninguém diga a ela que deveria ficar em silêncio.

Perguntar não ofende: Lula vai ter duas agendas em Pernambuco, uma com Raquel Lyra e outra com João Campos?

Câmara do Recife - Nova Sede

O ministro Waldez Góes (Integração e Desenvolvimento Regional) espera a confirmação de uma agenda com o presidente Lula em Pernambuco na próxima semana. O auxiliar lançará o programa Caminho das Águas neste sábado (24), em Cabrobó. A expectativa é de uma visita de Lula a Pernambuco na terça-feira seguinte (27), em Salgueiro, para a assinatura de uma ordem de serviço.

“Devemos começar neste final de semana essa caminhada por todo o Nordeste, denominada Caminho das Águas, visitando obras. Começaremos pela captação, lá em Cabrobó, no sábado. Depois, vamos seguindo, visitando projetos de infraestrutura hídrica, dando ordens de serviço. Provavelmente nesta terça (20) teremos a confirmação sobre a presença do presidente Lula, na outra terça (27). Se for possível, ele irá para Salgueiro dar a ordem de serviço da duplicação do bombeamento do Eixo Norte”, disse Góes. Ele espera, portanto, que a previsão de agenda seja confirmada hoje pelo staff presidencial.

Segundo o ministro, o Eixo Norte tem hoje 25% de capacidade de bombeamento. A ordem de serviço garantirá investimento de R$ 500 milhões para duplicar essa capacidade. “Se você coloca mais necessidade para as pessoas, com os canais, adutoras e barragens para fazer a reserva e distribuição, você precisa bombear mais água do São Francisco. Já contratamos e licitamos, agora só esperamos o presidente para dar essa ordem de serviço para duplicar as três estações de bombeamento do Eixo Norte da Transposição do São Francisco”, completou.

Jaboatão dos Guararapes - Empreendedora

Por Manoel Guimarães
Especial para o blog

As fortes chuvas que castigaram o Nordeste nas últimas semanas não vêm passando despercebidas pelo ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes. Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins, o auxiliar do presidente Lula (PT) revelou que sua pasta vem preparando os estados nordestinos para utilizarem o Defesa Civil Alerta, ferramenta do Governo Federal para envio de alertas de emergência sobre fenômenos climáticos. O instrumento é uma forma de prevenir novas tragédias, enquanto a gestão também promete atuar para reparar os danos causados.

“Concluímos a habilitação dos estados do Nordeste para utilizarem o Defesa Civil Alerta, uma política pública criada pelo governo Lula, que já está implantada no Sul e Sudeste. Podemos salvar vidas, salvar o patrimônio das pessoas. Esse sistema deve entrar em funcionamento já no próximo mês para todo o Nordeste. Temos um monitoramento dos eventos e a previsão do impacto que podem causar. Passamos a criar a cultura de lidar com o risco, e não de atuar só na resposta, depois que o problema acontece. Isso cria uma melhor preparação local. Não podemos evitar a chuva, mas podemos evitar os estragos que ela causa na vida das pessoas”, detalhou Góes.

O ministro também destacou os investimentos para obras de infraestrutura hídrica no Nordeste. Segundo Waldez Góes, foi lançado, no novo PAC, o Eixo Água para Todos, que tem R$ 30 bilhões assegurados para diversas ações, com 72 empreendimentos garantidos para a região.

“O que buscamos hoje é uma gestão segura e sustentável da infraestrutura hídrica e do funcionamento, da distribuição de água. Vamos investir, até 2027, cerca de R$ 12 bilhões só em obras de infraestrutura, obras de recuperação de barragens e reservatórios, e para construção de adutoras e canais. A maioria dessas obras nem tem relação com a Transposição do São Francisco, que está concluída, mas elas garantem o abastecimento de outras áreas do Nordeste”, concluiu.

Dulino Sistema de ensino

Por Folha de Pernambuco

O podcast Direto de Brasília, do jornalista Magno Martins em parceria com a Folha de Pernambuco, recebeu, nesta segunda-feira (19), o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional e ex-governador do Amapá, Waldez Góes (PDT-AP).

Na entrevista, o ministro declarou que as obras dos eixos Norte e Leste da transposição do Rio São Francisco estão concluídas. Ele reafirmou que estão previstos, no governo Luiz Inácio Lula da Silva, novos investimentos para garantir segurança hídrica à população do Nordeste.

“O governo lançou agora no PAC o eixo Água para Todos e destinou R$ 30 bilhões”, destacou Waldez Góes.

O montante é destinado para infraestrutura hídrica, revitalização de bacias, tecnologias sociais e abastecimento de água.

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Por Manoel Guimarães
Especial para o blog

A eventual abertura de uma Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) sobre as fraudes no INSS preocupa a base do governo Lula (PT) às vésperas do ano eleitoral. Para o ministro da Integração e Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, embora a investigação interesse à sociedade, o instrumento pode virar um palanque político, e “pegar mal” para a visão dos eleitores.

“Já fui governador por quatro mandatos, acompanhei muitas CPIs. Sempre é um palanque político para fazer narrativas, discursos. Lógico que deveria ter desdobramentos em prol dos interesses da sociedade, mas na grande maioria das vezes isso não acontece. Não consigo determinar se teremos CPMI, como serão os desdobramentos. Provavelmente vá pegar toda a história do INSS, mas se a população perceber que o debate é para satisfazer apenas as opiniões políticas, isso pegará mal (para a oposição)”, disse Góes, em entrevista o podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins.

Embora não queira cravar se a CPMI possa ser de fato instalada, o ministro avalia que seria como uma “antecipação” do debate eleitoral de 2026. Ele lembrou que alguns parlamentares da base assinaram o requerimento, porque a investigação abrangeria o período de antes do governo Lula, quando começaram as denúncias, em 2016.

“A sociedade quer uma resposta, claro. Mas já tivemos outros momentos a nível nacional. O certo é que todas as questões precisam ser esclarecidas, os direitos reparados e os destinos da política pública do INSS corrigidos, seja com ou sem CPMI”, avaliou.

Ipojuca - No Grau 2025

Por Manoel Guimarães
Especial para o blog

Filiado ao PDT, mas indicado pelo União Brasil para compor a Esplanada dos Ministérios. Essa é a situação do ministro Valdez Góes (Integração e do Desenvolvimento Regional), que presencia as duas siglas vivendo momentos tensos com o governo do presidente Lula (PT). Tudo, no entanto, contornável para ele, que defende a manutenção da aliança com o petista e o apoio à sua reeleição no ano que vem.

“O PDT é o único partido ao qual fui filiado, estou nele desde 1988. Se for chamado para alguma discussão, vou continuar defendendo o apoio ao presidente Lula, seja ao seu governo, seja futuramente na questão eleitoral. Não tenho essa mesma condição com o União Brasil por não ser filiado, mas tenho levado isso ao conhecimento dos líderes, e tenho ouvido deles que atuarão no mesmo sentido (apoiar o governo). Nesse momento, não há posições sendo tomadas, mas sim argumentações sendo construídas, pois ainda há muito tempo (até as eleições)”, afirmou o ministro, em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por Magno Martins.

Recentemente, a bancada do PDT na Câmara Federal anunciou o rompimento com o governo Lula após a saída do ex-ministro Carlos Lupi em função do escândalo do INSS. Já o União Brasil formará uma federação com o PP, com possibilidade de lançamento de uma candidatura. Para Valdez Góes, apesar do momento de divergências, os dois partidos têm votado majoritariamente nos projetos do Executivo no Congresso Nacional, o que abre portas para a permanência da aliança para 2026.

“Os partidos não têm faltado com o governo. Se pegar um balanço de 2023 e 2024, é muito alto o percentual das propostas do governo que foram aprovadas no Congresso, inclusive mais do que aconteceu costumeiramente em anos anteriores. O percentual de 2025 ainda teremos que avaliar. Mas conheço o momento da política, tem tempo para tudo. Como agora não é hora de ter que se tomar uma decisão, não podemos imaginar nem anunciar como cada partido estará. Os partidos de centro viverão um intenso debate ainda, e alguns só se definirão aos 45 minutos do segundo tempo, nas convenções”, completou Góes.

Caruaru - São João na Roça

Uma das principais testemunhas de acusação na ação que acusa o ex-presidente Jair Bolsonaro de tentativa de golpe, o ex-comandante do Exército Marco Antônio Freire Gomes confirmou nesta segunda-feira ter discutido uma minuta de decreto que previa instrumentos jurídicos como estado de sítio e estado de Defesa após as eleições de 2022. Em audiência na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o militar disse ter sido chamado pelo ex-presidente para discutir o documento, que chamou de “estudo”.

A versão apresentada, contudo, foi questionada pelo ministro Alexandre de Moraes, relator da ação, que considerou que a fala estava diferente do depoimento dado à Polícia Federal (PF) no ano passado. No fim da audiência desta segunda, no entanto, o ministro leu trechos do depoimento e Freire Gomes confirmou o teor. As informações são do Jornal O Globo.

Moraes questionou principalmente a versão apresentada por Freire Gomes sobre a participação do ex-comandante da Marinha Almir Garnier. O ex-comandante do Exército afirmou que não viu “conluio” na postura de Garnier na reunião com Bolsonaro.

— Ele apenas demonstrou, vamos dizer assim, o respeito ao comandante-chefe. Não interpretei como qualquer tipo de conluio.

Moraes afirmou que a versão era diferente do que ele disse à PF:

— Eu vou aqui dar uma chance a testemunha de falar a verdade, se se mentiu na polícia, tem que dizer que mentiu na polícia. Agora não pode agora perante o Supremo Tribunal Federal falar que não lembra.

Freire Gomes, então, disse que Garnier afirmou a Bolsonaro que estaria com ele, mas que não poderia “inferir” o que ele quis dizer com isso:

— O almirante Garnier tomou essa postura de ficar com o presidente. Apenas a diferença, ministro Alexandre, é que eu não posso inferir o que ele quis dizer com “estar com o presidente”. Foi isso que eu quis dizer. Agora, eu não omiti o dado. Eu sei plenamente que eu o que eu falei e reafirmo, ele disse que estava com o presidente. Agora, a intenção do que ele quis dizer com isso não me cabe.

Parte dos demais ministros da Primeira Turma também acompanham as audiências: Cármen Lúcia, Cristiano Zanin, e Luiz Fux. A audiência ocorre de forma virtual.

Em depoimento à PF, Freire Gomes relatou a participação de Bolsonaro em discussões de cunho golpista. Segundo o relato do militar, comandante do Exército à época, o então chefe do Executivo apresentou, em reuniões no Palácio do Alvorada, três diferentes “institutos jurídicos” que permitiriam uma ruptura antidemocrática após a vitória de Luiz Inácio Lula na Silva (PT) nas urnas.

Ao ser questionado na audiência desta segunda-feira, Freire Gomes confirmou ter sido chamado pelo ex-presidente para discutir o documento, que chamou de “estudo”.

— (Foi apresentado) Um documento com alguns considerandos. Nesses considerandos, constavam aspectos que remetiam a uma possível GLO, o estado de Defesa ou de sítio, mas muito superficial — afimou ele. — E o presidente apresentou apenas como informação, que nos disse que aquele era apenas para que nós soubéssemos que estava desenvolvendo um estudo sobre o assunto, não nos demandou qualquer opinião sobre o assunto.

As audiências fazem parte da ação penal apenas do chamado “núcleo crucial” da suporta organização que teria tentado um golpe de Estado. São oito réus nesse processo, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e o ex-ministro Walter Braga Netto.

Nessas audiências, as testemunhas respondem a perguntas tanto do juiz responsável (que deve ser um magistrado auxiliar do gabinete de Alexandre de Moraes), quanto da Procuradoria-Geral da República e das defesas dos réus.

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, afirmou nesta segunda-feira (19) que a autoridade monetária vê sentido em manter a taxa básica de juros, a Selic, hoje em 14,75% ao ano, mais alta por mais tempo.

Declarou ainda que o BC dependerá de novos dados sobre a atividade econômica e a inflação para decidir o que fará com os juros nas próximas reuniões do Copom (Comitê de Política Monetária do BC). As informações são da Folha de S. Paulo.

Segundo o presidente do BC, o Copom ainda não está debatendo quando os juros começarão a ser reduzidos, e lembrou que a atividade econômica continua aquecida.

“Estamos vendo o desemprego mais baixo da série histórica, o nível de renda mais alto da série histórica, há uma série de dados demonstrando uma economia de dinamismo alto, apesar de estar convivendo com taxas de juros que seriam entendidas como muito restritivas em qualquer outra economia”, afirmou.

O momento, ressaltou Galípolo, é de profunda incerteza internacional após as tarifas colocadas pelo presidente americano, Donald Trump, o que torna temerário adotar o chamado “foward guidance”, ou prescrição futura.

“O ambiente demanda cautela e flexibilidade”, afirmou. “O momento é de reunir informações com parcimônia”. O presidente do BC deu as declarações durante o evento Annual Brazil Macro Conference, promovido pelo banco Goldman Sachs, em São Paulo.

Galípolo disse que os juros migraram para um patamar contracionista (ou seja, um nível que desacelera a atividade econômica), e que portanto este é o momento de observar o que acontece com a economia. “Faz sentido que os juros fiquem em um patamar restritivo por mais tempo. Agora o momento é de pensar como vamos reagir, e não o que vamos fazer.”

No dia 7 de maio deste mês, o Copom elevou a Selic em 0,5 ponto, para 14,75% ao ano, maior nível em quase duas décadas.

Ao todo, o colegiado do BC já realizou seis aumentos consecutivos da Selic, que acumula elevação de 4,25 pontos percentuais desde o início do ciclo, em setembro de 2024. A taxa básica está agora no mesmo nível observado entre julho e agosto de 2006.

Na ata da última reunião, o Copom manteve em aberto seus próximos passos e repetiu mensagem do comunicado sobre a necessidade de cautela e flexibilidade.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

Se o leitor não conseguiu assistir a exibição ao vivo do podcast ‘Direto de Brasília’, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, clique no link abaixo e confira. Está imperdível!

Olinda - A cada dia, uma nova conquista

Daqui a pouco, a partir das 18h, o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, concede entrevista exclusiva ao meu podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, o ‘Direto de Brasília’. A entrevista vai ao ar das 18h às 19h, com transmissão ao vivo pelo YouTube da Folha, pelo canal do blog e pelas redes sociais (Instagram e Facebook) deste espaço.

O programa também será retransmitido pela Rede Nordeste de Rádio, composta por 48 emissoras em Pernambuco, Alagoas e Bahia, com a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife, como cabeça de rede. Confira:

Toritama - FJT 2025

Após a confirmação de gripe aviária em uma granja comercial em Montenegro, no Rio Grande do Sul, nove destinos suspenderam a importação de frango brasileiro. Chile, Argentina, Uruguai, México e Coreia do Sul informaram que suspenderam as importações de todo o Brasil. Já Japão, Arábia Saudita, Emirados Árabes e Filipinas embargaram as compras do município gaúcho.

A gripe matou cerca de 17 mil aves na granja de Montenegro, e os outros animais foram abatidos para evitar o contágio da doença. Além disso, foram confirmados também casos da doença em cisnes do zoológico de Sapucaia do Sul (RS). O Ministério da Agricultura e Pecuária está realizando vistorias num raio de 10 quilômetros de onde foi decretada emergência zoossanitária por 60 dias. As informações são do Brasil de Fato.

Há ainda seis casos sob suspeita: em Ipumirim (SC); Aguiarnópolis (TO); Triunfo (RS); Gracho Cardoso (SE); Salitre (CE) e Nova Brasilândia (MT).

Segundo o Ministério da Agricultura, são realizadas vistorias de propriedades em ritmo acelerado na área com raio de 10 km onde foi declarada a emergência sanitária. “Em casos onde emergências são declaradas o sistema fica sensibilizado e o número de investigações tende a aumentar em um primeiro momento, o que reforça a robustez do sistema de Defesa Agropecuária do Brasil, que atende e trata todas as investigações com eficiência e transparência”, informou o ministério em nota.

Esta é a primeira vez que o vírus da influenza aviária é detectado no sistema de avicultura comercial no Brasil. Desde 2006, o vírus circula principalmente na Ásia, África e no norte da Europa.

O ser humano pode ser contaminado por meio de contato direto com os animais vivos ou os locais de contaminação, já que a transmissão é por meio de gotículas aerossóis de espirros e fezes. No entanto, comer produtos de um animal contaminado não transmite o vírus.

“O Mapa alerta que a doença não é transmitida pelo consumo de carne de aves nem de ovos. A população brasileira e mundial pode se manter tranquila em relação à segurança dos produtos inspecionados, não havendo qualquer restrição ao seu consumo. O risco de infecções em humanos pelo vírus da gripe aviária é baixo e, em sua maioria, ocorre entre tratadores ou profissionais com contato intenso com aves infectadas (vivas ou mortas)”, informou a pasta.

Palmares - IPTU 2025

O Ministério da Educação estabeleceu, nesta segunda-feira (19), novas regras para a oferta de cursos de ensino superior na modalidade de Educação a Distância (EAD) no Brasil.As novas normas serão oficializadas em decreto a ser publicado em edição extra do Diário Oficial da União (DOU).

As mudanças definem as modalidades permitidas, impõe limites para o ensino remoto e proíbem que determinadas graduações sejam oferecidas exclusivamente de forma on-line. As informações são da CNN Brasil.

Pelo decreto, cinco graduações não poderão ser ofertadas via EAD, sendo obrigatoriamente presenciais:

  • Medicina
  • Direito
  • Odontologia
  • Enfermagem
  • Psicologia

Além disso, a norma estabelece que os cursos da área de saúde e das licenciaturas — que formam professores para a educação básica — só podem ser ofertados exclusivamente nos formatos presencial ou semipresencial.

As instituições de ensino superior terão até dois anos para se adequar às novas regras. Estudantes que já estão matriculados poderão concluir seus cursos nas condições atuais, sem prejuízo. As novas normas só valerão para novas matrículas.

Segundo o MEC, a decisão foi motivada pelo crescimento acelerado dos cursos de graduação EAD nos últimos anos.

Entre 2018 e 2023, houve aumento de 232% na oferta de graduações a distância no país. Em 2023, o número de ingressantes em cursos remotos foi o dobro do registrado em cursos presenciais.

Modalidades de ensino
O texto também oficializa três modalidades de ensino superior no país, incluindo a categoria semipresencial, até então sem definição normativa. O texto também estabelece que mesmo os cursos online, terão que ter até 20% de atividades presenciais e/ou síncronas.
As três modalidades que o decreto estabelece são:

Presencial: Aulas físicas predominantes. A carga horária a distância, antes limitada a 40%, agora poderá ser de no máximo 30%.

Semipresencial: Inclui obrigatoriamente atividades presenciais (como estágios e práticas), atividades síncronas mediadas por tecnologia, além de conteúdo EAD.

A distância (EAD): Oferta majoritariamente remota, mas passa a exigir no mínimo 20% de atividades presenciais e/ou síncronas. Provas devem ser aplicadas presencialmente.

O decreto também define que atividades presenciais exigem a presença simultânea de aluno e professor em tempo e espaço coincidentes; já as síncronas são realizadas com interação em tempo real, ainda que a distância. Essas últimas devem ocorrer com grupos reduzidos, apoio pedagógico e controle de frequência.