O conflito estabelecido no Oriente Médio há uma semana tem exigido de nações do mundo todo um esforço diplomático e uma grande habilidade logística para tirar seus cidadãos da zona de guerra.
O trabalho do Brasil nesse sentido vem se destacando pela rapidez, organização e empatia com os brasileiros que manifestaram desejo de sair de Israel. Até agora, 916 pessoas já foram repatriadas em cinco voos da FAB, na operação denominada Voltando em Paz.
O Governo Federal espera trazer de volta cerca de 2.550. A gestão Lula 3 também negocia a repatriação de brasileiros que estão na Faixa de Gaza por meio da fronteira com o Egito. O presidente Lula (PT) enviou a aeronave que costuma usar em suas viagens para resgatar esse grupo. O avião está em Roma, na Itália, aguardando autorização para o deslocamento e 32 brasileiros devem sair de Gaza por meio dessa ação.
Em meio à crise, um pernambucano tem ganhado cada vez mais visibilidade e influência no governo: o ministro da Defesa, José Múcio Monteiro. Quando assumiu a pasta no início do ano, ele tinha a missão de acalmar os ânimos nas Forças Armadas, contaminadas pelo bolsonarismo, estabelecendo o diálogo com a nova gestão.
Não se sabia naquele momento que os desafios do ministro da Defesa estariam apenas começando e que meses depois sairiam dos limites nacionais, já que cairia nas mãos dele a responsabilidade por salvar a vida de tantos brasileiros de repente imersos numa zona de guerra.
José Múcio tem, inclusive, ido aos aeroportos receber os repatriados. Na última sexta-feira, no Recife, ele esteve junto à vice-governadora Priscila Krause (Cidadania), para receber um dos grupos.
Nas redes sociais do Ministério da Defesa, José Múcio enfatizou que o Brasil foi o primeiro país a realizar a operação de repatriação e que serão feitas quantas viagens forem necessárias para tirar os brasileiros das áreas de conflito.
O administrador, secretário executivo do CONIAPE (Consórcio Público Intermunicipal do Agreste Pernambucano e Fronteiras) e pré-candidato a deputado estadual, Raffiê Dellon, foi um dos homenageados da solenidade de Jubileu de Prata do Conselho Regional de Administração de Pernambuco, que ocorreu ontem, na Câmara Municipal do Recife.
Com passagens exitosas no serviço público, Raffiê foi diretor da JUCEPE, diretor do DETRAN, assessor da SUDENE, e professor universitário nos cursos de Administração e Ciências Contábeis. “Momento de comemoração a nossa profissão e gratidão ao reconhecimento do CRA ao nosso trabalho. Parabenizo os amigos Mychel Barreto e Marcos Viegas, da direção, por todo esse importante momento”, comentou Raffiê.
A Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado começou a análise, hoje, da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Blindagem, que busca um escudo constitucional para proteger parlamentares de processos criminais. O relator, Alessandro Vieira (MDB-SE), apresentou relatório no qual declara a proposta “inconstitucional” e recomendou sua rejeição. As informações são do portal Metrópoles.
“Votamos pela inconstitucionalidade, injuridicidade e rejeição da Proposta de Emenda à Constituição nº 3, de 2021, restando, consequentemente, prejudicadas as emendas oferecidas à proposição, conforme o art. 301 do Regimento Interno do Senado Federal”, ressaltou Vieira.
“E faço um último registro, em homenagem ao presidente senador Otto Alencar, digno representante do sertão baiano, com as palavras de Guimarães Rosa, na voz do personagem Riobaldo: O correr da vida embrulha tudo, a vida é assim: esquenta e esfria, aperta e daí afrouxa, sossega e depois desinquieta. O que ela quer da gente é coragem”, completou.
O presidente em exercício, Geraldo Alckmin (PSB), afirmou, hoje, que acredita que a “boa química” entre o presidente Lula (PT) e o presidente Americano, Donald Trump, vai ajudar na solução do “tarifaço” imposto pelos EUA ao Brasil.
Trump fez elogios a Lula após o discurso do presidente brasileiro na abertura da Assembleia Geral da ONU, na terça-feira. Alckmin destacou que houve um encontro rápido entre os presidentes, mas um “bom encontro”. As informações são do portal G1.
“Ontem (terça-feira) houve uma boa química entre os presidentes que vai nos ajudar a encontrar a melhor solução para resolver um tarifaço que não se justifica”, disse Alckmin durante um evento na sede do BNDES, no Rio de Janeiro.
“Dos 10 produtos que mais compramos dos Estados Unidos, em oito a tarifa é zero. E a tarifa média de entrada no Brasil é de 2,7%. Vamos trabalhar aí para buscar uma ótima solução para solucionarmos este problema”, acrescentou Alckmin, dizendo que há espaço para o diálogo não apenas em questões tarifárias, mas também sobre oportunidades para investimentos.
Alckmin disse ainda que não possui informações sobre a data de uma reunião entre Lula e Trump, mas que acredita na relação de 201 anos de amizade entre Brasil e Estados Unidos. “São duas das maiores economias e democracias das Américas”. Fontes do governo brasileiro confirmaram a reunião entre Trump e Lula na semana que vem, mas não disseram se a conversa ocorrerá ao vivo ou por telefone.
Vários motivos fazem com que João Campos (PSB) seja um pré-candidato forte ao Governo de Pernambuco, ao ponto de liderar todas as pesquisas feitas até o momento. A governadora Raquel Lyra (PSD) melhorou um pouco sua comunicação, tem viajado bastante pelo interior, faz entregas, mas não consegue diminuir de forma significativa a vantagem do seu oponente.
É preciso, portanto, estudar melhor a situação, tentar explicar porque o prefeito do Recife se mantém firme, na primeira posição, na corrida pelo Palácio das Princesas.
João Campos se elegeu deputado federal, em 2018, com 460.387 votos. Foi a maior votação para a Câmara Federal já obtida em Pernambuco. Ele desbancou até mesmo o bisavô, Miguel Arraes, que também foi campeão de votos em disputas proporcionais.
E João, quando estreou na política, tinha apenas 24 anos. Dois anos e meses depois, quando já tinha completado 27 anos, venceu Marília Arraes na disputa pela prefeitura do Recife. Se reelegeu em 2024, com 78,11% dos votos.
Além desse histórico de boas votações, nos primeiros quatro anos à frente dos destinos do Recife consolidou a imagem de bom gestor. Críticas e cobranças existem, claro. Mas o índice da reeleição e as pesquisas de opinião pública atuais mostram que a maioria da população da capital aprova o seu trabalho.
Herdeiro político de Arraes e Eduardo Campos, bom de voto, aprovado como administrador. Só esses três fatores já o credenciam para dar um salto maior na política. Mas tem mais.
João se comunica bem com o povo nas ruas, usa as redes sociais com competência e naturalidade, tem dado mostras que faz bem as costuras de bastidores da política. Sabe fazer as articulações internas e por isso vez por outra surpreende a própria adversária, com o anúncio de uma adesão inesperada.
O rapaz esbanja simpatia, não resta a menor dúvida. Não é a impressão de um fã, pois esse texto não é uma confissão de voto, é uma análise dos fatos. Até quem não gosta do PSB, quem vota em Raquel é capaz de admitir que o jovem prefeito é simpático.
Isso importa? Sim. Pode ser uma besteira, pode fazer muita diferença.
Políticos carrancudos, pouco simpáticos também tiveram êxito na política de Pernambuco. Basta citar dois: Miguel Arraes se elegeu governador três vezes e Jarbas Vasconcelos duas. E nem Jarbas ou Arraes eram modelos de simpatia.
Ah! Roberto Magalhães também chegou ao governo sem sorrisos ou abraços fáceis. Mas muita gente já se deu mal em política pela antipatia.
Quem é mais simpático, João ou Raquel? Não há dúvida de que nesse quesito o prefeito do Recife ganha fácil.
Raquel Lyra tem se esforçado, nas ruas tem procurado mostrar desenvoltura ao abraçar pessoas de todas as idades. Nos vídeos, que até melhoraram, tenta passar a imagem de popular, que chega junto do povão com naturalidade. Só que ainda não conseguiu convencer. No contato pessoal e nos vídeos às vezes parece estar representando, não convence, pelo menos a maioria.
Há um problema também com o discurso da governadora. Ela está chegando no final do terceiro ano e continua colocando a culpa de todos os problemas do Estado no PSB. Ora, o eleitor julgou a gestão do Partido Socialista em 2022, agora e principalmente no próximo ano vai julgar o governo dela.
Além do mais, como pode Raquel falar tanto do PSB se ela foi deputada estadual e secretária de Eduardo Campos filiada à legenda socialista? A governadora é de uma família tradicional na política.
Seu avô e seu pai foram prefeitos de Caruaru, como ela. João Lyra Neto, o pai, foi vice de Eduardo Campos, pelo PSB. Um tio de Raquel, Fernando Lyra, foi deputado da ala autêntica do MDB, daqueles que arriscou a vida lutando contra a ditadura. Então, não fica bem para a governadora essa proximidade com a direita, com os bolsonaristas, o posicionamento dúbio com relação à política nacional.
João Campos, espertamente, está mais próximo de Lula, que perto de completar 80 anos continua forte, principalmente em Pernambuco, seu estado natal. Então, há um conjunto de fatores que contribuem para o prefeito do Recife liderar as pesquisas. Não vai ser fácil para Raquel sair das cordas.
Ela pode negar o DNA de João Campos? Pode acusar João de não saber administrar? Descredenciar as boas votações obtidas pelo adversário em sua curta carreira política? Pode criticar a possível aliança do socialista com Lula?
Não, não, não e não.
Aí, dizer que está reconstruindo o estado que “o PSB destruiu em 16 anos” não é discurso suficiente, ainda mais que ela e o pai fizeram parte dessa década e meia das gestões do Partido Socialista.
Com todos esses dados já se pode afirmar que João Campos é o próximo governador? De maneira nenhuma, a eleição será realizada em outubro de 2026 e mais de um ano em política é uma eternidade.
Sim, sempre pode cair um avião, alguém morrer de infarto ou aparecer uma facada no meio da multidão. Parece, porém, que o filho de Eduardo está preparado para as surpresas.
Ele não tem nada de Armando Monteiro nem de Danilo Cabral. É melhor mesmo, na política, do que Marília Arraes. Isso já está provado.
O diretor-geral da Polícia Federal (PF), Andrei Rodrigues, falou, hoje, sobre o inquérito aberto por ordem do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), para investigar os achados da CPI da Covid – que encontrou indícios de diversos crimes durante a pandemia na gestão do então presidente Jair Bolsonaro.
Em entrevista ao Conexão Globonews, o diretor-geral afirmou que a PF recebeu um extenso material, que já está em análise pela corporação. “Recebemos esse material da CPI da Covid, que teve um trâmite entre o Ministério Público, a Justiça e agora chega à Polícia Federal. É um material muito volumoso, muito denso, com muito conteúdo, e que nossa equipe já está debruçada para que a gente analise e extraia os elementos importantes para uma investigação criminal”, afirmou.
Sobre o andamento da análise, ele afirmou: “Eu tenho certeza que em pouco espaço de tempo teremos avanços significativos”.
O vice-prefeito e secretário de Infraestrutura do Recife, Victor Marques, anunciou, na manhã de hoje, que a gestão municipal vai assumir a administração do Túnel da Abolição, na Madalena, bairro na Zona Oeste da cidade.
Segundo Victor Marques, a Prefeitura ficará responsável pelo cuidado com a estrutura e o funcionamento do equipamento. O túnel é frequentemente interditado por alagamentos, até mesmo sem ocorrência de chuvas. Na semana passada, por exemplo, ficou fechado por dois dias.
“Para acabar com os transtornos que se repetem no Túnel da Abolição, que foi construído e é administrado até hoje pelo governo do estado, a gente tomou uma decisão. A partir de agora, a Prefeitura do Recife vai assumir o cuidado com a estrutura e o funcionamento desse equipamento tão importante para o deslocamento das pessoas. Não se trata de apontar culpados, mas de tomar a iniciativa e entrar para resolver a questão”, destacou o vice-prefeito.
A Prefeitura do Recife disse que, inicialmente, fará uma “ação imediata para organizar a estrutura que já existe” e “que sofre com a falta de cuidado”. “Em seguida, vamos contratar um projeto executivo e tirar do papel todas as obras necessárias para acabar de vez com o problema. Isso é responsabilidade com o Recife e compromisso com a qualidade de vida das pessoas”, completou Victor Marques.
Um acidente aéreo matou quatro pessoas no Pantanal, em Mato Grosso do Sul. A queda ocorreu na noite de ontem, na zona rural de Aquidauana, segundo o portal G1. Entre as vítimas, estão um dos maiores arquitetos do mundo e um cineasta brasileiro.
Segundo a Polícia Civil e o Corpo de Bombeiros sul-matogrossense, estavam a bordo da aeronave o piloto Marcelo Pereira de Barros, o arquiteto Kongjian Yu, o cineasta Luiz Fernando Feres da Cunha Ferraz e Rubens Crispim Júnior. Todos morreram. Os corpos ficaram carbonizados, de acordo com a delegada Ana Cláudia Medina, do Departamento de Repressão à Corrupção e ao Crime Organizado (Dracco).
Pelas primeiras informações das autoridades, a queda aconteceu na região da Fazenda Barra Mansa, uma área turística do Pantanal conhecida por receber visitantes do Brasil e do exterior. A aeronave era um modelo Cessna, de pequeno porte. Também segundo a delegada do caso, o avião explodiu após atingir o solo.
Os agentes estão a caminho da fazenda para iniciar a retirada dos corpos. O Dracco vai investigar inicialmente as causas da queda. A região onde o acidente ocorreu é de difícil acesso, o que pode dificultar os trabalhos das equipes de resgate e perícia. Isso porque o Pantanal enfrenta períodos de seca e cheia extremos – condições climáticas que devem ser consideradas na investigação.
Luiz Ferraz, documentarista, estava no local com o arquiteto paisagista Kongjian Yu para gravar um documentário sobre cidades esponja. O conceito, que faz referência a uma solução para as enchentes, foi criado pelo próprio chinês, que vinha ganhando destaque mundial a partir dessa ideia.
Trata-se de uma adaptação de práticas ancestrais de milhares de anos, usadas em vilas rurais, nas quais a vegetação e as estruturas de contenção desaceleram o fluxo da água, como Yu explicou em agosto do Fantástico, da TV Globo.
O presidente da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado, Otto Alencar (PSD-BA), nem tenta criar suspense sobre a votação de hoje. A Proposta de Emenda Constitucional conhecida como PEC da Blindagem, será derrubada por ampla maioria de votos.
“Dezessete dos 27 membros da comissão já se pronunciaram publicamente contra, inclusive o relator, o senador Alessandro Vieira (MDB-SE). Não há hipótese de passar”, disse Otto à coluna.
Ele não leva em conta nem mesmo a tentativa de aprovação de um substitutivo mais brando, cuja apresentação foi anunciada pelos senadores Ciro Nogueira (PP-PI), e Sergio Moro (PL-PR):
“Eles estão procurando uma saída honrosa. Se aprovassem o substitutivo diriam que chegaram a um texto pretensamente melhor. Aí o projeto volta para Câmara e, lá, a turma espera o momento apropriado para retomar o texto original. Temos que enterrar essa PEC aqui no Senado.”
O senador faz galhofa dos deputados que aprovaram a PEC na Câmara e se disseram arrependidos, ou que se enganaram: “Não sabiam no que estavam votando? Essa turma, então, tem que voltar para o Jardim de Infância.”
Otto Alencar avisa que a sessão começa às 9h e que colocará a “derrubada” da PEC da Blindagem como o primeiro item da pauta. “É hora de acabarmos com o mau cheiro dessas propostas”, afirma, apontando para a mudança de ares no ambiente político com o enfraquecimento do bolsonarismo.
De fato, mudaram os ventos no Congresso. Desde que o presidente dos EUA, Donald Trump, impulsionado pelo clã Bolsonaro, aplicou um tarifaço contra as empresas brasileiras, a popularidade do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) só fez aumentar.
O centrão, que é a maior força no Congresso, passou a se sentir prejudicado pelo bolsonarismo, especialmente pelo deputado Eduardo Bolsonaro (PL-SP).
Os partidos do centrão concluíram que Eduardo e o ex-presidente Jair Bolsonaro foram longe demais. Passaram a considerar “tóxicas” a insistência do clã em aprovar uma anistia que atenda ao ex-presidente, atrapalhando a aprovação da proposta de redução de penas para a chamada “raia miúda”, ou seja, os condenados pela invasão das sedes dos Três Poderes.
A reação da opinião púbica contra a blindagem e as manifestações de rua afastaram o centrão. O presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), revelou que o vento agora sopra contra os bolsonaristas: proibiu Eduardo de assumir como líder da Minoria. Autoexilado nos EUA, o deputado agora corre sério risco de ser cassado.
A pesquisa “Pulso Brasil” do instituto Ipespe que acaba de sair do forno ajuda a explicar o que levou a população às ruas no último domingo. Foi a maioria maciça contra a PEC da Blindagem, que pretende proibir que políticos sejam processados sem expressa autorização do Congresso. As informações são do blog da Denise Rothenburg.
“Há muito não se via um rechaço tão contundente da opinião pública a uma inciativa da Câmara Federal, que se colocou na contramão do sentimento da sociedade”, afirma o cientista político Antonio Lavareda, diretor do Ipespe, referindo-se ao resultado que identificou 72% contra a proposta e apenas 22% a favor.
A rejeição à PEC é suprapartidária. Esse sentimento contrário à PEC engloba 81% dos eleitores de centro e 51% dos que se dizem de direita e 93% dos de esquerda. Quando o corte é o voto em Lula ou em Bolsonaro ficou assim: 52% dos bolsonaristas e 87% dos lulistas rejeitam a PEC. Sinal de que ou os bolsonaristas esquecem essa tese ou podem perder votos para outros candidatos à direita de Lula.
O Ipespe quis saber ainda o que o eleitorado pensa a respeito da proposta de anistia aos condenados por tentativa de golpe: 46% são contra qualquer anistia, 28% a favor da anistia geral, 18% concordam com a anistia parcial, com redução de pena para pessoas que tiveram menor envolvimento com a tentativa de golpe, e 8% não souberam responder.
O viés ideológico do entrevistado indica que 64% daqueles que se dizem de direita querem uma anistia que beneficie o ex-presidente Jair Bolsonaro, enquanto dos que se dizem de centro, apenas 16%. Na esquerda, 80% é contra qualquer anistia e 13% aceitam anistia parcial, para quem teve um envolvimento menor. O Ipespe ouviu 2,5 mi pessoas entre 19 e 22 de setembro. A margem de erro é de dois pontos percentuais.
A mais recente pesquisa do Real Time Big Data, divulgada ontem, projeta um cenário eleitoral para 2026 favorável ao prefeito do Recife, João Campos (PSB). Em uma disputa direta pelo Governo de Pernambuco contra a atual governadora, Raquel Lyra (PSD), Campos alcançaria 70% dos votos válidos, contra apenas 30% da adversária. A diferença, superior a 40 pontos percentuais, sinaliza não apenas a solidez da liderança do socialista, mas também a fragilidade da governadora na tentativa de reeleição.
O desempenho expressivo de Campos se explica por múltiplos fatores. Sua gestão à frente da capital pernambucana vem sendo utilizada como vitrine política, com foco em inovação administrativa e programas de grande alcance social. Além disso, sua capacidade de articulação e o peso do PSB, historicamente dominante no estado, conferem-lhe uma rede de sustentação política que transcende o Recife. O dado mais emblemático é que, mesmo com a inclusão de outros nomes no cenário eleitoral, Campos mantém mais de 60% dos votos válidos, um patamar que, em pesquisas a esta altura do processo, raramente sofre quedas abruptas.
Já para Raquel Lyra, os números revelam um desafio monumental. Eleita em 2022 com a promessa de renovação, a governadora enfrenta dificuldades de aprovação que se refletem diretamente em sua viabilidade eleitoral. O fato de perder por ampla margem em todos os cenários indica que sua gestão ainda não consolidou uma base sólida de apoio popular, mesmo com a vantagem de estar no comando da máquina estadual.
Entre os demais nomes testados, o ex-ministro Gilson Machado (PL) aparece com 5%, evidenciando que a direita bolsonarista, embora presente, não consegue romper a polarização entre Campos e Lyra. Já o ex-vereador Ivan Moraes (PSOL) e o vereador Eduardo Moura (Novo), com cerca de 3% cada, surgem mais como alternativas simbólicas do que competitivas. O resultado reforça a percepção de que a disputa pelo governo estadual tende a se concentrar na rivalidade PSB-PSD, sem grandes surpresas por parte de forças externas.
A pesquisa, realizada entre 20 e 22 de setembro com 1,2 mil entrevistados, apresenta margem de erro de três pontos percentuais e nível de confiança de 95%. Embora ainda falte um ano para as urnas, o levantamento mostra um retrato de difícil reversão: João Campos entra na pré-campanha como franco favorito, enquanto Raquel Lyra terá de buscar uma virada improvável diante da rejeição crescente e da força consolidada do adversário.
André de Paula, à frente da Pesca, comemora sinalização de Donald Trump ao Brasil
Por Larissa Rodrigues – Repórter do blog
O ministro da Pesca e Aquicultura, André de Paula (PSD), comemorou a sinalização do presidente dos Estados Unidos (EUA), Donald Trump, ontem (23), de que pretende conversar com o presidente do Brasil, Lula (PT), na próxima semana. Existe uma esperança de que os EUA revejam as sanções impostas em retaliação ao julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
O ministro pernambucano lidera um dos setores mais atingidos pelo tarifaço imposto por Trump ao país. Durante a edição de ontem do podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog, André de Paula comentou as consequências das tarifas para o setor da pesca.
“Não apenas a pesca, mas a fruticultura, por exemplo, do nosso Vale do São Francisco e outros setores foram atingidos de forma direta. Isso tem implicações muito perversas para a economia, a partir, inclusive, de fechamento de postos de trabalho. É evidente que a gente olha com muita alegria e otimismo (a sinalização de Trump)”, afirmou André de Paula.
Donald Trump e Lula se encontraram no Debate Geral da 80ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova York, nos Estados Unidos, e Trump avaliou Lula como “agradável”. Para André de Paula, que ressaltou sempre apostar no diálogo, o episódio reacendeu o otimismo da área por ele comandada.
Segundo o ministro, 98% do que o Brasil produz de tilápia, por exemplo, é exportado para os Estados Unidos, sobretudo no Paraná e em Santa Catarina. Já os Estados do Nordeste foram impactados porque 40% do que o Brasil exporta de lagosta é produzido na região, boa parte no Ceará. O atum, 100% do que o país exporta, é para os EUA.
“É um impacto muito localizado, com forte influência econômica em alguns estados e em algumas regiões do país”, explicou o ministro, enfatizando que o Brasil tem trabalhado de forma transversal procurando outros mercados para não depender especificamente dos Estados Unidos.
“Há 20 dias, eu e o ministro Carlos Fávaro (Agricultura) participamos de uma reunião com a maior autoridade sanitária da Europa para fornecer nosso pescado para o mercado do Reino Unido. A maioria das políticas que o Ministério da Pesca toca ele faz de forma transversal, ou seja, envolve outros ministérios. Nessa questão de abertura de mercados, entra Agricultura, porque a parte sanitária está no Ministério da Agricultura, e entra, claro, Relações Exteriores, interlocutor em qualquer transação internacional que o país faz”, frisou.
Lula vence – Mesmo com ligação estreita com o presidente do PSD, Gilberto Kassab, que não deverá estar no palanque de Lula em 2026, André de Paula disse que o petista ganha em qualquer cenário. “Não gosto de escolher adversário. Qualquer que seja, o presidente Lula vai ganhar”, afirmou. André de Paula ressaltou que o partido ainda não definiu seu posicionamento para 2026. O titular da pesca ainda salientou que não deverá ter dificuldade para apoiar Lula, se o PSD não lançar uma candidatura própria. “Se o PSD apoiar o candidato de outra legenda, muitos diretórios, a exemplo de Pernambuco, Bahia, Minas Gerais e Piauí, estarão com o presidente Lula”, declarou.
A Química entre Lula e Trump – A relação entre Donald Trump e o presidente Lula, aliás, foi o assunto do dia, ontem, na política brasileira. O gesto de Trump desnorteou a estratégia bolsonarista. Os bolsonaristas se gabam de ter interlocução com a Casa Branca e vendem uma imagem de que só eles conversam com os EUA e, inclusive, conseguem articular medidas do governo estadunidense contra o Brasil e autoridades brasileiras. Mas, depois de ontem, ficaram desorientados, porque Donald Trump não apenas elogiou Lula como prometeu dialogar.
O que disse Donald Trump – Durante seu discurso na Assembleia da ONU, Trump disse que teve “uma química excelente” com o presidente brasileiro, “que pareceu um cara muito agradável”. “Eu estava entrando (no plenário da ONU), e o líder do Brasil estava saindo. Eu o vi, ele me viu, e nos abraçamos. Na verdade, concordamos que nos encontraríamos na semana que vem”, disse Trump. “Não tivemos muito tempo para conversar, tipo uns 20 segundos. Mas ele pareceu um homem muito legal. Ele gostou de mim e eu gostei dele”, destacou Trump.
Os pesadelos de Eduardo Bolsonaro se concretizando – O filho do ex-presidente que está nos Estados Unidos, o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL), minimizou a química entre Trump e Lula e disse se tratar de uma estratégia de Trump. Mas o deputado, ausente do parlamento brasileiro, sabe que se Lula e Trump se entenderem, cai por terra a única coisa que o bolsonarismo tem fora do Brasil: uma falsa narrativa de perseguição a Jair Bolsonaro que emplacou apenas nos EUA e nunca guardou conexão alguma com a realidade. Aliás, Eduardo anda no seu inferno astral. Não vai ser líder da minoria, porque Hugo Motta (RP) não aceitou. Além disso, será investigado pelo Conselho de Ética da Câmara por quebra de decoro.
Ata do julgamento aprovada – A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) aprovou, ontem, a ata do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e outros sete réus acusados de planejar uma tentativa de golpe de Estado. Com isso, teve início a contagem do prazo de 60 dias para a publicação do acórdão de julgamento, ou seja, o registro detalhado dos votos e do resultado da análise dos ministros. O tempo de publicação do acórdão depende da agilidade com a qual os ministros enviarão seus votos escritos para constar no documento. O prazo regimental é de dois meses, mas pode ser publicado antes.
CURTAS
Homenagem da Câmara de Petrolina – A Câmara de Vereadores de Petrolina, no Sertão, aprovou, por unanimidade, uma Moção de Aplausos ao livro ‘Os Leões do Norte’, do titular deste blog. A proposta é do vereador Ronaldo Cancão (RP). A solenidade de autógrafos em Petrolina acontecerá no dia 2 de outubro, na Fundação Nilo Coelho, a partir das 19h, e promete reunir admiradores da história política pernambucana.
Proteção dos animais – O Plenário do Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) aprovou, ontem, a criação de um juizado criminal dedicado exclusivamente à proteção do meio ambiente e dos animais. A unidade funcionará na Rua da Glória, na Boa Vista, centro do Recife. O pedido para criação do juizado foi da Comissão de Defesa e Proteção dos Animais da OAB-PE, através do presidente Cleonildo Painha.
Saúde em Ouricuri – Após denúncias de que pacientes estariam sendo obrigados a comprar materiais básicos para curativos no Hospital Regional Fernando Bezerra (HRFB), em Ouricuri, a direção da unidade se pronunciou. Em nota, o hospital afirmou que todos os insumos necessários ao atendimento são fornecidos gratuitamente, conforme determina o SUS, e negou qualquer orientação para que familiares ou pacientes arquem com esses custos.
Perguntar não ofende: Eduardo Bolsonaro dormiu ontem, depois de Trump elogiar Lula?
O senador Alessandro Vieira (MDB-SE) finalizou seu parecer pela rejeição da proposta de emenda à Constituição (PEC) da Blindagem,. Em seu texto, Vieira — relator do tema na Comissão de Constituição e Justiça do Senado — afirma que a PEC é um “golpe fatal” na legitimidade do Congresso.
O senador já havia adiantado que seu parecer seria pela rejeição da proposta.
Aprovada pela Câmara, a PEC da Blindagem aumenta a proteção judicial para parlamentares — como votação secreta para autorizar prisões determinadas pela Justiça. As informações são do g1.
A expectativa é que a PEC seja rejeitada na CCJ e depois também no plenário do Senado.
‘Abrigo para criminosos’ No relatório, Alessandro Vieira afirma que a PEC, apresentada como instrumento de defesa do Parlamento, representa um risco à legitimidade do Legislativo e seria um “abrigo para criminosos”:
“A PEC que formalmente aponta ser um instrumento de defesa do Parlamento é na verdade um golpe fatal na sua legitimidade, posto que configura portas abertas para a transformação do Legislativo em abrigo seguro para criminosos de todos os tipos”, afirmou . Ele disse ainda que a PEC visava proteger “interesses escusos”.
Trata-se do chamado desvio de finalidade, patente no presente caso, uma vez que o real objetivo da proposta não é o interesse público – e tampouco a proteção do exercício da atividade parlamentar –, mas sim os anseios escusos de figuras públicas que pretendem impedir ou, ao menos, retardar, investigações criminais que possam vir a prejudicá-los”.
Retorno à impunidade O senador também critica o que considera um retrocesso institucional:
“Retornar à imunidade processual existente anteriormente à Emenda Constitucional nº 35, de 2001, representa, assim, permitir a impunidade de Deputados, Senadores, presidentes de partidos e, por simetria, Deputados Estaduais e Distritais, o que, certamente, se choca com o interesse público.”
Segundo Vieira, não se pode confundir prerrogativas parlamentares com proteção a quem comete crimes.
Parecer contrário O relator conclui recomendando a rejeição da PEC:
“A sociedade brasileira grita em sentido diametralmente oposto, ou seja, ela almeja o fim da impunidade, como as amplas manifestações públicas sinalizaram no último domingo.”
Com isso, Alessandro Vieira vota pela inconstitucionalidade, injuridicidade e rejeição da PEC da Blindagem.