Coluna do sabadão

A maior crise do PSB

Em que pese a derrota que sofreu nas últimas eleições para governador, o PSB ainda é a maior legenda organizada em Pernambuco. Em recente entrevista à Rádio Folha, o presidente do diretório estadual, Sileno Guedes, reforçou essa realidade destacando a capilaridade do Partido: maior plantel de prefeitos, maior número de vereadores, inclusive no Recife, maior bancada na Assembleia Legislativa, além da maior bancada na Câmara Federal”.

E concluiu dizendo que o Recife é o maior desafio para as eleições de 2024. Por trás das suas palavras, existe, na verdade, um sentimento e uma preocupação que ele não revelou: há um embate silencioso entre as bases do partido desde os períodos pré, durante e pós campanha das eleições do ano passado, com desdobramentos na rearrumação de forças partidárias nos cenários municipais do próximo ano, calendário eleitoral para prefeitos e vereadores, e para o destino dos socialistas.

Para onde caminhará o PSB? No modelo de Sileno Guedes, porta-voz dos conservadores do partido, o que vale é a matemática. Os números frios e a compreensão meramente calculista. Ele verbaliza a escola do pragmatismo que se instalou no partido após as mortes de Miguel Arraes e de Eduardo Campos, e que se consolidou internamente com a ascensão dos tecnocratas sem nenhum vínculo de luta política, a partir do comando do ex-prefeito Geraldo Júlio.

Mas, para os que descendem dos legados de Arraes e de Eduardo, que construíram ao lado desses o projeto político de um partido de esquerda, fincados, minimamente, em bases sólidas, com militantes e dirigentes ideologicamente identificados com a luta popular e democrática dos anos 80, a visão é outra. Ela parte do pressuposto, como defendiam Arraes e Eduardo, de que a política partidária deve ter como alicerce critérios de formação, de unidade e de identidade com compromissos históricos daqueles tempos de combate à ditadura.

Guinada à direita – Entre as duas correntes do PSB, a conservadora, de um lado, e a progressista, do outro, está cada dia mais evidente de que a primeira já domina o ambiente de organização e estrutura política do partido em Pernambuco. Os chamados “históricos”, ora se afastaram voluntariamente, ora estão paulatinamente sendo substituídos na hierarquia política da legenda, revelando sinais de que há um movimento claro, proposital, direcionado para mudar a face do PSB local. Uma flexibilização mais para o pensamento de centro. Ou, uma guinada mais à direita mesmo, segundo alguns socialistas já manifestam essa interpretação.

Danilo, o mais sacrificado – Os dirigentes do Partido nada fizeram para contemplar dois dos seus principais quadros políticos, herdeiros da geração Eduardo Campos: Danilo Cabral, sacrificado internamente como candidato a governador, e o ex-governador Paulo Câmara, que deixou a legenda face ao boicote que sofreu dos seus próprios aliados para sua indicação à Presidência do Banco do Nordeste pelo presidente Lula.

Viés fisiológico – Na Câmara de Vereadores do Recife, por exemplo, todo o conjunto da bancada do PSB, majoritária, tem orientação fisiológica. Na Assembleia Legislativa, idem. Só escapou na última eleição o deputado estadual Waldemar Borges. E nenhum deputado federal progressista foi eleito pelo partido no último pleito.

Reeleição de João – Ao anunciar que o pleito do Recife, em 2024, será o principal desafio da legenda, Sileno Guedes deixou claro que a força atual do partido está sob ameaça, e já existem manifestações, por enquanto não públicas, de deserção na legenda de quadros consagrados. Pelo que disse o dirigente partidário, só há uma chance de evitar a crônica de uma crise anunciada e de implosão dentro do PSB em Pernambuco: reeleger o prefeito João Campos.

Ainda o caso Celso Daniel – Em São Paulo, a próxima vaga de desembargador destinada ao Ministério Público, via quinto constitucional, poderá ter uma baita surpresa. Entre os nomes na lista sêxtupla que o Conselho Superior do MP-SP enviou ao governador Tarcísio de Freitas está Márcia Lourenço Monassi, a mais votada. Trata-se da promotora que atuou no caso Celso Daniel, até hoje não esclarecido. Em janeiro de 2002, último ano de seu segundo mandato à frente da Prefeitura de Santo André, o então prefeito Celso Daniel (PT) foi sequestrado, torturado e assassinado. Celso tinha sido escolhido para coordenar a campanha de Lula ao Palácio do Planalto.

CURTAS

MISTÉRIO – A Polícia Civil de São Paulo concluiu que Celso Daniel foi vítima de crime comum, mas os fatos insistiam em comprometer essa versão. A investigação sempre esbarrava em evidências de corrupção. Sete pessoas ligadas ao crime morreram em circunstâncias misteriosas.

PT SUSPEITO – O Ministério Público de São Paulo concluiu um procedimento investigatório aberto em 2005, três anos pós o assassinato de Celso Daniel, para “desvendar rumores” de que membros de uma rede criminosa que arrecadava propinas de empresas de transporte urbano tinham grande ligação com a direção nacional do PT.

Perguntar não ofende: Como reverter a tendência do PSB em se abraçar, definitivamente, com a direita em PE?

Veja outras postagens

O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) aprovou operações do programa BNDES Fust – Escolas Conectadas, parceria do banco com os ministérios das Comunicações e Educação, no valor total de R$ 56,7 milhões. Os recursos, não reembolsáveis, oriundos de orçamento da União do Fundo de Universalização dos Serviços de Telecomunicações (Fust), são para as empresas Rix Internet (R$ 34,4 milhões), Norte Brasil Network (R$ 20,4 milhões) e Instituto Tecnológico Inovação – ITI (R$ 1,9 milhões), selecionadas por meio de chamada pública em agosto deste ano.

A empresa Rix Internet realizará solução completa de infraestrutura, além de serviço de conexão e manutenção por 24 meses nos estados do Amapá, Pará, Bahia, Maranhão e Paraíba. A Norte Brasil Network será responsável pela implantação e fornecimento do serviço no Acre e no Amazonas. Já o Instituto Tecnológico Inovação acompanhará remotamente a velocidade e qualidade da conexão e o funcionamento da rede interna de todas as escolas atendidas, com elaboração de relatórios periódicos para o BNDES.

Serão beneficiados mais de 500 mil alunos de 1.396 escolas públicas nas regiões Norte e Nordeste, regiões com os menores índices de conectividade na educação básica do país. As operações reforçam a estratégia do Governo Federal para universalização do acesso à internet nas escolas e para promoção da inclusão e da transformação digital, objetivos da Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec).

“A conectividade é tão fundamental quanto a luz no século XXI. Em reforço ao compromisso do presidente Lula de levar educação a todo povo brasileiro, queremos dar ao estudante da escola pública as mesmas condições de conectividade de um estudante de escola particular”, disse o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante.

“Temos que investir em infraestrutura digital para que a internet chegue para todos os alunos de escolas públicas. E o Fust é uma ferramenta fundamental para alcançarmos esta meta. Nós vamos manter a aplicação desses recursos para melhorar cada vez mais a nossa educação”, disse Juscelino Filho, ministro das Comunicações. Das 1.396 instituições de ensino beneficiadas, 76% estão no Norte e 24% no Nordeste: 529 delas nos estados do Amapá e Pará; 526 no Acre e Amazonas; e 341 na Bahia, Maranhão e Paraíba.

Educação – A Estratégia Nacional de Escolas Conectadas (Enec), instituída pelo Decreto nº 11.713/2023, busca coordenar, executar e monitorar ações para promoção da equidade no acesso às tecnologias na escola. No eixo de conectividade, estão previstos investimentos da ordem de R$ 6,5 bilhões até 2026. Eles são parte do eixo de Inclusão Digital e Conectividade do novo PAC, com monitoramento de sua execução realizado pela Casa Civil.

Segundo o MEC, as políticas até então existentes não garantiam o acesso à conectividade significativa para uso pedagógico, nem enfrentavam as questões de necessidade de melhoria da infraestrutura de telecomunicação em regiões mais remotas e a Enec pretende qualificar o acesso à internet.

Dados do Censo Escolar 2023 apontam que cerca de 88% das escolas públicas declaram ter internet. Mas o escopo e qualidade da conexão variam de instituição para instituição: há aquelas sem nenhuma conexão, outras para uso de gestores, outras para uso de gestores e professores, com uso ocasional para alunos em laboratórios de informática e outras com uso ocasional para estudantes em sala de aula. Desse modo, uma região urbana de uma grande cidade da Região Sudeste não têm o mesmo acesso à internet que uma escola ribeirinha possui, via satélite, na Amazônia.

Fust – Com a chamada pública Escolas Conectadas, o BNDES adiciona o instrumento não reembolsável aos programas reembolsáveis de apoio financeiro com recursos do Fust. O Banco é o agente financeiro dos recursos do fundo, a serem aplicados em programas e projetos definidos por seu Conselho Gestor.

Instituído pela Lei nº 9.998/2000, o Fust tem como finalidades estimular a expansão, o uso e a melhoria da qualidade das redes e dos serviços de telecomunicações, reduzir as desigualdades regionais e estimular o uso e o desenvolvimento de novas tecnologias de conectividade para promoção do desenvolvimento econômico e social.

Os recursos poderão ser aplicados nas formas reembolsável, não reembolsável e garantia. Eles têm como destinação empresas prestadoras de serviços de telecomunicações regularmente constituídas e outras entidades públicas ou privadas cuja atividade seja compatível com a finalidade dos projetos.

Jaboatão dos Guararapes - Matriculas 2025

O governo Lula estuda realizar em fevereiro do ano que vem um encontro com prefeitos eleitos e reeleitos em 2024 para anunciar um pacote de transferência de recursos da União aos municípios e novas obras do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

A iniciativa será uma espécie de afago da gestão petista aos novos mandatários, muitos deles ligados a legendas adversárias do presidente,  as maiores vencedoras da corrida municipal deste ano. Os partidos de esquerda só conquistaram 597 das 5.569 prefeituras – um resultado pífio e ruim do ponto de vista estratégico para o PT, que se prepara para uma eventual disputa de Lula à reeleição. O encontro deve acontecer entre os dias 11 e 13 de fevereiro de 2025.

“A previsão é que a gente receba cerca de 20 mil pessoas para esse evento em Brasília. O presidente sempre foi municipalista. E continuará sendo, independentemente do resultado das últimas eleições”, afirmou André Ceciliano, que vai reassumir o cargo de secretário de Assuntos Federativos do governo Lula. O ex-presidente da Alerj foi convidado a voltar ao governo pelo ministro de Relações Institucionais Alexandre Padilha, de quem será subordinado.

Mão na massa

Mesmo sem ter sido oficializado no cargo, Ceciliano já começou a trabalhar. Nesta semana, ao lado de Padilha, ele participou de um encontro com prefeitos promovido pela Caixa Econômica e pela Secretaria de Relações Institucionais da Presidência. O evento serviu para tratar de realização de parcerias em projetos de infraestrutura, saneamento e habitação, além de repasses da União.

Ceciliano ocupava o cargo de secretário de Assuntos Federativos até junho, quando pediu exoneração para tentar concorrer a vice na chapa de Eduardo Paes (PSD) nas eleições do Rio. Ele, porém, não teve sucesso, já que Paes escolheu um nome de seu próprio partido para a vaga. O ex-presidente da Alerj passou então a trabalhar na campanha do seu filho em Paracambi (RJ), onde  Andrezinho Ceciliano (PT) foi eleito prefeito.

Da Veja

Petrolina - Testemunhal

As negociações para a formação das chapas que devem disputar a Mesa Diretora da Câmara Municipal de Fortaleza abriram uma espécie de “terceiro round” entre o prefeito eleito, Evandro Leitão, e seu adversário no segundo turno da eleição, o deputado federal André Fernandes (PL-CE). Leitão, que busca atender às demandas dos partidos de sua coligação que o apoiaram no segundo turno, já teria um favorito. Fernandes, por outro lado, articula, junto aos parlamentares eleitos pelo PL, a formação de uma chapa de oposição para disputar a presidência da Casa.

Segundo o site Diário do Nordeste, o candidato mais cotado para receber o apoio de Leitão na disputa pelo comando da Câmara é o vereador Léo Couto (PSB). Couto é muito próximo do ex-governador do Ceará e atual ministro da Educação Camilo Santana (PT) e foi um dos primeiros a apoiar o nome de Leitão para a corrida pela prefeitura. O parlamentar reeleito também pertence a uma família respeitada em Fortaleza, sendo filho e neto de ex-presidentes da Câmara.

Além dos oito partidos de sua coligação (PT, PV, PCdoB, PP, PSB, PSD, Republicanos e MDB), que somam 12 cadeiras na Casa, o novo prefeito também deve buscar o apoio de membros de outras legendas que o apoiaram no segundo turno, como o PSOL e alguns parlamentares do Avante.

No outro lado da disputa, André Fernandes afirmou, em uma nota publicada no Instagram, que uma aliança do PL com o PT na Câmara de Fortaleza “não é uma opção”. O deputado, derrotado por Leitão por margem apertada no segundo turno, frisou que está articulando uma chapa de oposição encabeçada pelo PL para disputar a Mesa Diretora. O bolsonarista completou dizendo que a decisão havia sido tomada de “forma democrática” e com o “aval dos cinco vereadores eleitos pela sigla”.

Além do PL, membros do União Brasil e do PSDB apoiaram o adversário do prefeito eleito durante a segunda fase do pleito. Representante dos tucanos na Câmara, o vereador Jorge Pinheiro já declarou publicamente que o partido “fará oposição à administração do petista”.

O PL de Fernandes é o segundo partido com a maior quantidade de vereadores eleitos, perdendo apenas para o PDT, que elegeu oito. Os pedetistas são quem comandam a Câmara atualmente, sob a presidência do vereador Gardel Rolim. O parlamentar está elegível para um segundo mandato como presidente, mas pode ter contra ele o apoio que deu a Fernandes no segundo turno.

Durante o segundo turno, o PDT de Fortaleza se dividiu. Além de Gardel Rolim, algumas figuras como o ex-prefeito e presidente estadual do partido, Roberto Cláudio, apoiaram André Fernandes. Outros membros da legenda, como os vereadores Adail Jr. e Luciano Girão, se colocaram ao lado do petista.

Do O GLOBO

Conheça Petrolina

O ex-presidente do Uruguai Pepe Mujica (Movimento de Participação Popular, esquerda) votou neste domingo (24) nas eleições presidenciais do país. Aos 89 anos, Mujica chegou cedo à sessão eleitoral em Montevidéu com uma bengala e conversou com jornalistas e outros eleitores presentes no local. 

O uruguaio, que governou de 2010 a 2015, destacou a notoriedade do país no cenário internacional, apesar do tamanho reduzido –a área é similar à do Acre. “O Uruguai é um país pequeno, mas conquistou o reconhecimento de ser estável, de ter uma cidadania que respeita as formalidades institucionais, o que não é pouca coisa em nossa pobre e maltratada América Latina”, declarou. As informações são do El País Uruguay. 

As eleições deste domingo marcam o 2º turno entre Yamandú Orsi (da coalizão Frente Ampla, de centro-esquerda), candidato de Mujica, e Álvaro Delgado (Partido Nacional, centro-direita), nome do atual presidente Luis Lacalle Pou na disputa. As pesquisas de intenção de voto projetam uma liderança estreita do candidato da esquerda. 

Mujica não participou ativamente da campanha. Faz tratamento contra um câncer no esôfago. Em agosto, disse se sentir “destruído” pela doença. Ao falar neste domingo sobre a situação, comemorou estar “milagrosamente vivo”. 

“O meu futuro mais próximo é o cemitério, mas estou interessado no destino de vocês, dos jovens que, quando tiverem a minha idade, vão viver em um mundo muito diferente”, declarou. 

PEPE MUJICA

Pepe Mujica é um dos principais nomes da esquerda na América do Sul. Atuou em guerrilhas na década de 1960. Foi preso 4 vezes, a última vez de 1972 a 1985. Além de presidente do Uruguai, Mujica também foi deputado federal (1994-1999), ministro da Agricultura (2005-2008) e senador por 3 mandatos (1999-2005, 2015-2018 e 2019-2020).

Em janeiro, declarou que o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) é “uma causa, não um homem”. Em sua última visita ao Brasil, em julho de 2023, reuniu-se com ministros do governo e participou do 59º Congresso da UNE (União Nacional dos Estudantes), em Brasília.

Do Poder360

Os candidatos Yamandú Orsi, de centro-esquerda, e Álvaro Delgado, de centro-direita, registraram seus votos no segundo turno das eleições presidenciais do Uruguai, neste domingo (24).

Orsi votou por volta das 10h30 em sua cidade natal, Canelones, a segunda mais populosa do país, onde foi prefeito de 2015 a 2024, cercado por familiares e apoiadores. Já o conservador Delgado votou na capital Montevidéu por volta das 12h30.

Orsi, que é protegido do ex-presidente Pepe Mujica, ganhou no primeiro turno com 43,9% dos votos para o Movimento de Participação Popular (MPP), contra os 26,8% de Delgado, do Partido Nacional.

O centro-direitista tem o apoio do conservador Partido Colorado, que, com o Nacional, compõe quase 42% dos votos. Os dois partidos fizeram o mesmo em 2019, vencendo a eleição.

As pesquisas de opinião finais sugerem que o segundo turno deste domingo promete ser acirrado, com menos de 25 mil votos separando potencialmente os concorrentes.

Após registrar seu voto, o pupilo de Mujica se dirigiu aos eleitores indecisos e fez um pedido. “Não percam a esperança na política”, declarou enquanto falava com jornalistas. O apelo é feito no momento em que esse grupo de eleitores [indecisos] pode ser fundamental em uma disputa extremamente acirrada.

Delgado também conversou com jornalistas após votar e reforçou a importância da ida às urnas no domingo, “hoje os uruguaios decidem os próximos cinco anos”.

Da CNN

Os participantes da 29ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudança Climática (COP29) fecharam um acordo de US$ 300 bilhões por ano que os países ricos deverão doar a países em desenvolvimento, até 2035, para combate e mitigação da crise do clima. O anúncio foi feito na manhã deste domingo (24) em Baku, no Azerbaijão, onde ocorreu o encontro.

O secretário-geral da Organização das Nações Unidas (ONU), António Guterres, afirmou que “esperava um resultado mais ambicioso”, pediu que o acordo seja “honrado integralmente e dentro do prazo” e que os compromissos “se traduzam rapidamente em recursos financeiros”. Ainda assim, para ele, o documento final representa a base para manter vivo o objetivo de limitar o aumento da temperatura global a 1,5°C.

As nações mais vulneráveis às mudanças do clima chamaram o acordo de “ofensa”, alegando que ele não forneceu o volume necessário de recursos. Inicialmente, a proposta era de US$ 250 bilhões por ano e os países em desenvolvimento defendiam meta de US$ 1,3 trilhão anuais para financiar as ações. O novo acordo substituirá os US$ 100 bilhões anuais previstos para o período 2020-2025.

O texto final da COP29 destaca a urgência de aumentar as ambições e as ações nesta “década crítica” e reconhece que há um “fosso” entre os fluxos de financiamento climático e as necessidades, especialmente para adaptação nos países em desenvolvimento. O entendimento é de que são necessários de US$ 5,1 a 6,8 trilhões, até 2030, sendo US$ 455 a US$ 584 bilhões por ano para o novo acordo.

“[A conferência] reitera a importância de reformar a arquitetura financeira multilateral e sublinha a necessidade de remover barreiras e abordar os fatores desfavoráveis ​​enfrentados pelos países em desenvolvimento no financiamento da ação climática, incluindo elevados custos de capital, espaço fiscal limitado, níveis de dívida insustentáveis, elevados custos de transação e condicionalidades para acesso aos recursos para o clima”, diz o acordo.

Para Guterres, o ano de 2024 foi “brutal”, marcado por temperaturas recordes e desastres climáticos, enquanto as emissões de gases de efeito estufa continuam aumentando. Ele destacou que os países em desenvolvimento, “sufocados por dívidas, devastados por desastres e deixados para trás na revolução das energias renováveis, estão em necessidade desesperada por recursos financeiros”.

Mercado de carbono

Os países também concordaram com as regras para um mercado global de carbono apoiado pela ONU. Esse mecanismo facilitará o comércio de créditos de carbono, incentivando os países a reduzir as emissões e investir em projetos ecologicamente sustentáveis.

Guterres afirmou que a negociação sobre o mercado de carbono foi “complexa, em um cenário geopolítico incerto e dividido”. Ele elogiou o esforço para construir consenso, que considerou como uma demonstração de que o multilateralismo pode “encontrar um caminho mesmo nas questões mais difíceis”.

Para o secretário-geral da ONU, o fim da era dos combustíveis fósseis é uma “inevitabilidade econômica”. Ele afirmou que as novas Contribuições Nacionalmente Determinadas (NDC, na sigla em inglês), que são os planos climáticos de cada país, devem acelerar essa mudança e garantir que ela ocorra com justiça.

O Brasil foi o segundo país a apresentar a terceira geração da NDC que define a redução de emissões de gases de efeito estufa de 59% até 67%, em 2035. O documento entregue reassume a meta de neutralidade climática até 2050.

Além de reunir um resumo de políticas públicas que se somam para viabilizar as metas propostas na NDC, o documento também detalha, por setor da economia brasileira, as ações que vêm sendo implementadas no país para que as emissões de gases do efeito estufa sejam mitigadas.

A próxima conferência sobre mudanças climáticas (COP30) será realizada no Brasil, em novembro de 2025, em Belém (PA).

*Com informações da ONU News

Mais da metade das pessoas que se autodeclararam pardas no Brasil não se identificam como negras, indicou a última pesquisa Datafolha, divulgada neste domingo (24). Segundo a pesquisa, seis em cada dez (60%) pardos não se consideram como negros, enquanto 40% se veem como tal.

Já entre os que se declaram pretos, 4% não se consideram negros, enquanto 96% se veem como tal. A pesquisa ouviu 2.004 pessoas de 16 anos ou mais em 113 municípios brasileiros, entre os dias 5 e 7 de novembro. A margem de erro é de 2 pontos percentuais (p.p.) para mais ou para menos no total da amostra, 5 p.p. para pretos, 4 p.p. para brancos e 3 p.p. para pardos.

Os dados da nova pesquisa Datafolha vêm em meio ao número crescente de pessoas que se declaram pardos no país. Foi no Censo 2022, por exemplo, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) que o número de brasileiros que se declaram pardos passou o de brancos e tornou-se o maior grupo racial do país pela primeira vez na história. À época, 45,3% dos brasileiros se autodeclaravam pardos.

Apesar de o Censo 2022 definir o termo pardo como “quem se identifica com mistura de duas ou mais opções de cor, ou raça, incluindo branca, preta e indígena”, o significado da palavra nem sempre foi esse.

Desde a fundação do IBGE, em 1936, o conceito mudou de sentido diversas vezes — e tiveram até anos que não havia uma explicação exata sobre quem a categoria deveria representar.

Foi apenas em 1950 que o termo “pardo” foi incorporado como categoria oficial, mas sem uma definição clara sobre o que significava. Assim, na época, a população indígena — termo que ainda não era incorporado como categoria pelo IBGE — também era incluída na contagem da população parda.

Para o Censo 2030, o IBGE indicou que há um debate sobre como definir a categoria. Até o final de 2023, havia quatro correntes que disputavam qual poderia ser o significado de “pardo”.

59% dos brasileiros consideram que a maior parte da população é racista

Uma pesquisa Datafolha recente sobre racismo no Brasil já havia indicado que 59% dos brasileiros consideram que a maior parte da população do país é racista. Veja os números abaixo:

59% acreditam que maior parte da população é a racista

30%, que a menor parte é racista

5%, que todos os brasileiros são racistas

4%, ninguém é racista

2% não souberam responder

A percepção de que a maioria dos brasileiros é racista é majoritária tanto entre brancos (55%) quanto entre pretos (64%) e pardos (60%).

Segundo a Folha, 74% das mulheres acham que todos ou a maioria dos brasileiros são racistas. Entre os homens, esses dois grupos somam 45%.

No Brasil, racismo é crime inafiançável e imprescritível.

Do g1

Em mais uma iniciativa do programa Juntos pela Educação, a governadora Raquel Lyra nomeou 122 profissionais aprovados no último concurso realizado pela Secretaria Estadual de Educação. Os novos servidores vão ocupar cargos de analista em gestão educacional e assistente administrativo educacional. Com isso, a gestão estadual marca o número de 1.382 contratações de analistas e assistentes, sendo 866 analistas. As nomeações foram publicadas no Diário Oficial do Estado deste sábado (23).

Desde 2023, já foram nomeados mais de 9.600 novos profissionais para diferentes setores, sendo 3.565 professores. Segundo o governo estadual, novos docentes serão nomeados no próximo dia 30 de novembro, seguindo cronograma já divulgado e totalizando 4.601 professores aprovados no cadastro de reserva convocados. “Sabemos da importância e necessidade de reforçar a Rede Pública de Ensino no nosso estado com mais profissionais qualificados. Entendemos a importância do investimento na educação para que os estudantes tenham um ambiente adequado de ensino e os profissionais encontrem um espaço digno de trabalho”, reforçou a governadora Raquel Lyra.

Na próxima terça-feira (26), a partir das 19h30, o espetáculo Tributo a Luiz Gonzaga será apresentado no Festival de Teatro em Limoeiro (FESTEL). A peça tem o texto e encenação assinados pelo professor e doutor em Ciências da Educação, Didha Pereira. No elenco ainda tem Leno Pereira, Carmelita Pereira, Vinícius Coutinho, Juraci Vicente, Mônica Holanda e o próprio Didha.

O tributo é um musical composto por 22 canções do Rei do Baião e 11 cenas que contam a sua trajetória, desde a sua saída de casa em busca de notoriedade e do respeito que todo artista almeja, apresentando  as contradições tão comuns à existência  humana.

A Comissão Permanente Mista de Combate à Violência contra a Mulher promove na terça-feira (26), às 14 horas, audiência pública interativa sobre a situação de mulheres brasileiras vítimas de violência doméstica no exterior. O debate será realizado no plenário 13 da ala Alexandre Costa, no Senado.

“A violência contra brasileiras no exterior é uma realidade preocupante que exige medidas específicas e urgentes de proteção”, observa a senadora Augusta Brito (PT-CE), que preside a comissão mista e propôs a realização do debate.

Estima-se que cerca de 1,8 milhão de mulheres brasileiras residam em diversos países, com destaque para a América do Norte e a Europa. De acordo com a senadora, muitas delas enfrentam situações de vulnerabilidade agravadas por fatores como dependência financeira, barreiras linguísticas, status migratório irregular e afastamento de suas redes de apoio familiar.

A relevância do debate é reforçada pela apresentação de dados inéditos sobre a violência de gênero no exterior, fruto de uma parceria entre o Senado Federal, por meio do Observatório da Mulher contra a Violência, e o Ministério das Relações Exteriores.

“Os dados, que serão incorporados ao Mapa Nacional da Violência de Gênero, ampliam a compreensão da magnitude e das especificidades do problema em contextos internacionais”, conclui Augusta Brito.

A Instituição Fiscal Independente (IFI) estima que o governo precisará de um esforço adicional de R$ 42,3 bilhões no último bimestre do ano para zerar o déficit primário em 2024. Caso o governo busque o limite da margem de tolerância prevista no novo arcabouço fiscal, o valor exigido cairia para R$ 13,6 bilhões. A avaliação consta do Relatório de Acompanhamento Fiscal (RAF) de novembro, que foi divulgado na quinta-feira (21).

Medidas que podem ajudar o governo a atingir as metas fiscais incluem a execução reduzida de emendas parlamentares ao Orçamento, o “empoçamento” de recursos orçamentários, um repasse maior de dividendos e resultados das estatais, além de bloqueios e contingenciamentos de gastos. A análise é de Marcus Pestana e Alexandre Andrade, diretor-executivo e diretor da IFI, respectivamente.

“Esse montante de R$ 13,6 bilhões pode ser alcançado com uma maior efetividade de algumas medidas previstas na Lei Orçamentária Anual, com alguma surpresa positiva na arrecadação em razão da dinâmica da atividade econômica, com as outras medidas de compensação da desoneração da folha de pagamento, ou mesmo com a falta de execução do restante das emendas parlamentares autorizadas para 2024”, apontam os dois no relatório.

Emendas

Na quinta-feira (21) o Congresso concluiu a votação do projeto de lei complementar (PLP) que regulamenta as regras de transparência, execução e impedimentos para as emendas parlamentares ao Orçamento (PLP 175/2024). A matéria seguiu para sanção presidencial. O PLP 175/2024 é uma tentativa de resolver o impasse sobre o pagamento das emendas individuais impositivas, das quais fazem parte as classificadas como de transferência especial (conhecidas como “emendas pix”).

A liberação das emendas parlamentares está suspensa por determinação do ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF). Ele condiciona o pagamento das emendas à definição de regras sobre rastreabilidade, transparência, controle social e impedimento.

Em 2024, segundo o relatório da IFI, R$ 28,4 bilhões em emendas foram pagos até outubro, de um montante de R$ 45,3 bilhões referente ao limite de pagamento de emendas para o ano — somando as individuais, de  bancada e de comissão. O montante desembolsado inclui os restos a pagar de exercícios anteriores quitados em 2024.

“Assim, faltariam R$ 16,9 bilhões passíveis de serem executados em emendas, mas que, até o momento, não podem em razão da decisão do STF. Considerando que faltam dois meses para o encerramento do exercício, o cumprimento da meta de resultado primário deste ano pode ficar mais fácil”, avalia o relatório.

“Empoçamento”

O chamado “empoçamento de recursos” é a diferença entre os limites de pagamento autorizados e os valores realmente pagos em um determinado período. Até o fim do quinto bimestre, o limite de pagamento de despesas discricionárias (não obrigatórias) foi de R$ 162,7 bilhões. Os dados indicam que foram pagos, até o momento, R$ 140,8 bilhões nessas despesas. Assim, a IFI estima a soma de R$ 21,9 bilhões “empoçados”.

“Caso o empoçamento se mantenha, nos dois últimos meses do ano, no nível observado até o 5º bimestre, aumenta a possibilidade de cumprimento da meta de resultado primário, embora isso possa prejudicar o alcance da meta fiscal no exercício de 2025”, alerta o relatório.

Além desses fatores pelo lado da despesa, é possível que medidas pelo lado da arrecadação sejam utilizadas  para o alcance da meta fiscal do ano. Espera-se, por exemplo, um pagamento extraordinário de dividendos pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que já transferiu ao Tesouro R$ 10,1 bilhões neste ano.

Ajuste fiscal

Já o cenário para os próximos anos pode ser mais complicado, segundo a IFI. A instituição destaca quatro decisões adotadas durante a transição e no primeiro ano do governo atual que tornaram “ainda mais complexa” a tarefa de equilibrar as contas públicas:

  • Expansão fiscal contabilizada pela incorporação do aumento do Bolsa Família para o patamar pago ao longo da pandemia
  • Retomada da vinculação das despesas de educação e saúde às receitas
  • Correção do salário-mínimo acima da inflação e sua manutenção como indexador
  • Criação dos fundos orçamentários previstos na reforma tributária (Emenda Constitucional 132).

A IFI estima que essas medidas representarão um aumento de gastos entre R$ 2,3 trilhões e R$ 3 trilhões nos próximos dez anos. Diante desse cenário, o governo teria dois caminhos possíveis: um ajuste de curto prazo, com fôlego limitado, para garantir o cumprimento da regra fiscal em 2025 e 2026; ou um rearranjo estrutural mais profundo, visando garantir a solidez e a sustentabilidade fiscal a longo prazo.

“Caso as medidas de revisão de gastos a serem anunciadas sejam apenas conjunturais, servindo apenas para cumprir o limite de despesas do arcabouço fiscal até o término do governo atual, é possível que não ocorra a reversão das expectativas e que a condução da política fiscal continue a pautar o debate econômico, mantendo a pressão, principalmente, sobre as taxas de câmbio e de juros, com crescente impacto sobre o endividamento público”, finalizam os economistas da IFI.

Desde que o TPI (Tribunal Penal Internacional) emitiu um mandado de prisão para o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, 7 países europeus afirmaram que cumprirão a ordem caso o premiê israelense pise em seus territórios. O ex-ministro de Defesa israelense Yoav Gallant e o líder militar do Hamas, Mohammed Deif, também receberam mandados de prisão.

Os mandados citam crimes de guerra na Faixa de Gaza cometidos de 8 de outubro de 2023 a 20 de maio de 2024. Na prática, a medida tem pouco efeito pois o TPI não tem poder de prender diretamente e depende da posição de qualquer um dos 123 países integrantes da convenção.

Ao todo, 14 países se manifestaram sobre a ordem do Tribunal Internacional, dos quais 7 disseram que irão cumpri-la, 1 informou que não prenderá Netanyahu e outros 4 deram declarações ambíguas se cumprirão a ordem ou não.

A Itália deu sinais de que aceitaria a ordem do TPI, mas com ressalvas. O ministro da Defesa italiano, Guido Crosetto, disse na sexta-feira (22) que, como o país é signatário do TPI, cumpriria o mandado, mas ressaltou que o governo italiano não concorda com a decisão que equipara os israelenses aos integrantes do Hamas.

Até o momento, a Hungria foi o único país europeu que declarou que não prenderá o primeiro-ministro israelense caso ele entre em seu território. O primeiro-ministro da Hungria, Viktor Órban, disse até que convidaria Netanyahu para visitar o país, um claro desafio à autoridade do TPI.

Os demais países (França, Reino Unido, República Tcheca e Alemanha) apresentaram declarações diplomáticas de que uma prisão em uma eventual visita de Netanyahu aos seus territórios seria avaliada.

Do Poder360