Por Letícia Lins
Do Oxe Recife
Quatro grandes municípios do Nordeste estão entre os cinco com pior pontuação, quando o assunto é desenvolvimento sustentável. Deles, um é de Pernambuco: Jaboatão dos Guararapes, que fica na Região Metropolitana do Recife. Os outros são: Terezina, Maceió e São Luís. Cidades grandes são aquelas com mais de 500 mil habitantes. A situação da capital pernambucana, no entanto, não é nada confortável. É que está na décima quinta posição entre as capitais, atrás, portanto, de João Pessoa (PB) e Salvador (BA), que também ficam na região.
As informações constam da quarta edição do Índice de Desenvolvimento Sustentável das Cidades – Brasil (IDSC-BR), que será divulgado em evento presencial, hoje, no Ministério do Meio Ambiente em Brasília, com transmissão online nos canais do MMA e também no ICS no YouTube. As cidades nordestinas, no entanto, não estão sozinhas.
O estudo mostrou que 68 por cento dos municípios brasileiros têm nível baixo ou muito baixo de desenvolvimento sustentável. Ou seja, em uma escala de zero a 100 pontos, nenhum – mas nenhum mesmo – atingiu pontuação acima de 80. E 51 por cento do total, encontram-se na faixa de 40 a 49 pontos (nada menos de 2.855), enquanto apenas 1,6 por cento (91) chegaram a 60 pontos. Triste, não é? Afinal, o que estão fazendo os agentes públicos?
Leia maisForam analisadas as condições de 5.570 municípios brasileiros, com base em fontes oficiais como o IBGE, DataSus e Inep. Outra notícia que não é nada boa, de acordo com a análise de cem indicadores utilizados na investigação.
É que 80 por cento dos municípios brasileiros simplesmente não avançaram em relação aos 17 ODS (Objetivos do Desenvolvimento Sustentável) estabelecidos pela ONU em 2015,e que deveriam ser alcançados até 2030. Desde 2015, o índice mostra que 88 por cento das cidades pioraram ou ficaram estagnadas.
Essa distância dos ODS já haviam sido denunciadas, conforme mostrou o #OxeRecife, no último 22 de outubro, quando análise feita pela sociedade civil no Relatório Luz 2024 indicou que entre 2022 e 2023, das 169 metas dos ODS apenas 7,73 por cento estavam com desenvolvimento satisfatório; 23,8 por cento retrocederam; e que 25,59 por cento ficaram estagnadas no período analisado. Ou seja, o IDSC-BR praticamente reforça o que diz aquele relatório, que foi produzido por 80 especialistas e 47 organizações da sociedade civil.
Já o IDSC-BR traz o mapeamento da situação dos municípios brasileiros. Entre os grandes em pior situação em relação ao desenvolvimento sustentável estão com menor pontuação, pela ordem: Terezina (PI), Jaboatão (PE), Maceió (AL), São Luís (MA) e Belém (PA).
Entre as cidades médias (com entre 100 mil e 500 mil habitantes), estão com piores pontuações: Itacoatiara (AM), Cametá(PA), Altamira (PA), Santana (AP), e Breves (PA). Entre as menores (com menos de 100 mil habitantes), as com menor pontuação são: Labrea (AM), Marajá do Sena (MA), Santana do Araguaia (PA), Aldeias Altas (MA) e Ipixuna (AM).
Como se vê, os piores ou são do Nordeste ou da Região Norte. Entre as que ficam em situação melhor, quanto ao desenvolvimento sustentável, não há nenhuma do Nordeste. Nem do Norte.
Entre as cidades grandes com maior pontuação estão: São José dos Campos (SP), Uberlândia (MG), Ribeirão Preto (SP), Londrina (PR) e Brasília (DF). Entre as média, o estudo aponta: São Caetano do Sul (SP), Varginha (MG), Jundiaí (SP), Catanduva (SP) e Bragança Paulista (SP). Já entre as menores, estão Alfredo Marcondes (SP), Uru (SP), São Jorge do Ivaí (PR), Cruzália (SP) e Jumirim (SP).
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