Charles Aznavour, um dos mais populares e longevos cantores da França, ganhou um belo musical no Brasil. Minha Nayla e eu acabamos de assistir, no teatro Petragold, no Leblon, zona sul do Rio. Emocionante! Interpretando músicas do cantor, os atores Sylvia Bandeira e Maurício Baduh enchem os olhos da plateia, fazendo muita gente chorar.
Charles Aznavour, um Romance inventado, escrito pelo dramaturgo paraense Saulo Sisnando, une humor e leveza sobre o universo da saudade, das paixões e da passagem do tempo, a partir das músicas mais icônicas do artista francês.
Sylvia divide o palco com o formidável Mauricio Baduh, ambos conduzidos pela direção de Daniel Dias da Silva e Liliane Secco, na direção musical e piano. Apaixonada pela obra do compositor, Sylvia procurou um texto alegre e comovente, que a partir das canções de Charles Aznavour contasse uma história para falar sobre o efêmero da juventude, das paixões proibidas e assim proporcionar bons momentos.
Leia maisO espetáculo é embalado por clássicos do compositor, como ‘La Bohème’, ‘She’, ‘Que C’est Triste Venise’, e outras. Cada canção executada espelha algum momento alegre, triste ou romântico da vida dos personagens e do público.
Trazendo ao público as mais marcantes canções do chansonnier, ‘Charles Aznavour – Um Romance Inventado’ acompanha a história de Isabel, uma conceituada atriz de teatro, que, entediada com a própria vida, mantém-se reclusa por vontade própria. E Heitor, um jornalista tímido, que, às vésperas de perder a mãe, consegue uma entrevista com a estrela.
Ambos descobrem que suas vidas se entrelaçam em torno da trajetória de Charles Aznavour e suas canções. O repórter lhe pede que reconte em detalhes o romance que ela viveu na juventude com Charles Aznavour, então uma série de lembranças emergem dos recantos mais profundos de sua alma e faz com que a plateia mergulhe em seus amores passados.
A história acompanha o encontro dos personagens que têm em comum segredos ligados ao cantor romântico que jamais conseguiram superar. Cartas trocadas entre a atriz e o cantor, descobertas por acaso, são o ponto de partida da peça. Cartas extraviadas, memórias inventadas e mentiras contadas começam a surgir, revelando que a vida da atriz e de seu entrevistador possuem muito mais semelhanças do que eles foram capazes de supor e quando o jornalista revela seu maior segredo, a atriz percebe que Charles Aznavour nunca esteve tão vivo.
A trama traz as mais emblemáticas canções de Aznavour interpretadas por Sylvia Bandeira e Mauricio Baduh acompanhados pelos músicos Liliane Secco no piano e Ulisses Nogueira no violino.
Charles Aznavour vendeu mais de 100 milhões de discos e conquistou o público com a canção “Touslesvisages de l’amour” (ou “She”). Começou a atuar aos nove anos de idade e logo assumiu o nome artístico Charles Aznavour.
Seu grande estouro aconteceu quando a cantora Édith Piaf o ouviu cantar e o levou consigo numa turnê pela França e Estados Unidos. Escreveu musicais e mais de mil canções, gravou mais de 100 álbuns e apareceu em 60 filmes, incluindo ‘Atirem no pianista e ‘O Tambor’. Nos anos 70, sua canção “She,” saltou para o número um nas paradas de sucessos.
Aznavour canta em muitas línguas, o que o ajudou a se apresentar nas mais prestigiadas casas de espetáculos mundo, inclusive em turnês vitoriosas no Brasil.
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