Por Marlos Henrique Carvalho Macedo*
A matriz energética brasileira continua sendo uma das mais renováveis do mundo, destacando-se pela predominância de fontes limpas como a hidrelétrica, solar e eólica. No contexto das mudanças climáticas, a transição para uma energia mais limpa e menos poluente é uma prioridade global. Contudo, para que essa transição seja justa, é fundamental considerar o impacto sobre as comunidades envolvidas, promovendo um desenvolvimento sustentável e inclusivo.
O Nordeste brasileiro consolida sua posição como uma potência em energias renováveis. Com alta incidência solar e ventos constantes, a região lidera a produção de energia solar e eólica no país. Além disso, o Brasil está emergindo como um dos protagonistas na produção de hidrogênio verde, visto como o “combustível do futuro” para uma economia global descarbonizada. Este potencial coloca o país em destaque em meio à corrida global pela diversificação energética.
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Recentemente, crises como a guerra entre Rússia e Ucrânia trouxeram à tona a importância da segurança energética. Na Europa, a dependência de gás natural russo expôs a vulnerabilidade de sistemas baseados em combustíveis fósseis, impulsionando debates sobre fontes renováveis. Nesse cenário, o Brasil ganha visibilidade como um ator estratégico capaz de fornecer energia limpa e sustentável em larga escala.
O setor elétrico brasileiro já conta com infraestrutura sólida para avançar na transição energética. Além disso, o país apresenta vantagens competitivas, como a expertise em biocombustíveis e um ambiente regulatório que tem evoluído para atrair investimentos internacionais. Esses fatores tornam o Brasil um candidato natural a liderar esforços globais para a descarbonização.
No entanto, abandonar definitivamente fontes poluentes exige não apenas investimentos tecnológicos, mas também políticas públicas robustas. É necessário expandir a produção em escala de energia solar, eólica, biomassa e hidrogênio verde, garantindo acessibilidade e eficiência econômica. Essa transformação deve ser guiada por governança transparente, responsabilidade social e o compromisso com práticas globais de sustentabilidade.
A transição energética brasileira, se bem conduzida, pode consolidar o país como referência mundial em soluções climáticas, gerando emprego, reduzindo desigualdades e assegurando um futuro mais verde e resiliente para as próximas gerações.
* Membro do Conselho de Consumidores de Energia Elétrica de Pernambuco e pós-graduado em Regulação do Setor Elétrico pelo GESEL/UFRJ, é professor da pós-graduação e doutorando em engenharia de sistemas.
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