A guerra interna na Polícia Federal tem um novo capítulo. Estão marcados para esta quarta-feira os interrogatórios dos integrantes da cúpula da corporação acusados de interferir no inquérito que levou à prisão o ex-ministro da Educação Milton Ribeiro.
Os dirigentes da PF foram intimados pelo delegado Bruno Calandrini, responsável pela apuração que mira tanto a corrupção no MEC quanto as suspeitas de interferência indevida que surgiram no caso. As informações são do colunista Rodrigo Rangel, do Metrópoles.
Deverão ser interrogados outros delegados da direção da Polícia Federal, em Brasília, e da superintendência em São Paulo, encarregada de cumprir o mandado de prisão de Milton Ribeiro, em junho passado.
Entre os elementos apontados pelo delegado para enquadrar os colegas da direção, que já foram indiciados por impor obstáculos à investigação, está a decisão deles de não autorizar a transferência de Milton Ribeiro para Brasília.
Ministra do STF dá salvo-conduto a delegado investigado
Nesta terça-feira, Cármen Lúcia concedeu salvo-conduto a pelo menos um dos alvos da investigação, o delegado Leopoldo Soares Lacerda, coordenador do setor de inquéritos especiais da Polícia Federal.
Lacerda é um dos dirigentes da PF cujo interrogatório está marcado para a tarde desta quarta. Ele havia pedido à ministra a expedição de um habeas corpus para suspender a apuração de Calandrini sobre a suposta interferência, além do cancelamento do interrogatório, a suspensão de seu indiciamento e a garantia de que não poderá ser preso.
No salvo-conduto concedido, porém, Cármen Lúcia assegurou ao delegado apenas o direito de ser interrogado com a assistência de um advogado, de ficar em silêncio e de não ser obrigado a assinar qualquer documento que o coloque na condição de investigado ou mesmo de testemunha.
Nos últimos dias, Lacerda e os demais delegados intimados para interrogatório tentaram obter cópia completa da apuração tocada por Calandrini. Até esta terça, alguns deles cogitavam não comparecer se não soubessem, em tempo hábil, exatamente o que há nos autos.
Ex-ministro Marcelo Queiroga tenta reinventar a história da pandemia no Brasil
Por Larissa Rodrigues – repórter do blog
Ex-ministro da Saúde do Governo Bolsonaro (PL) durante a pandemia de Covid-19, o médico Marcelo Queiroga declarou que “o ex-presidente não deixou faltar nada para o povo brasileiro” no período crítico da doença. Para Queiroga, Bolsonaro ser chamado de “genocida” pelos adversários é apenas uma “retórica”.
Marcelo Queiroga foi o entrevistado de ontem (9) do podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog em parceria com a Folha de Pernambuco. Sobre as mais de 700 mil pessoas que faleceram no Brasil durante o Governo Bolsonaro, vítimas da Covid-19, Queiroga afirmou que “morreram porque a Covid era uma doença grave”, ignorando a postura negacionista do ex-presidente.
“O Brasil teve menos óbitos por milhão de habitantes do que os Estados Unidos, do que o Reino Unido, por conta do Sistema Único de Saúde (SUS)”, comparou. Sobre as declarações de Bolsonaro à época, o ex-ministro minimizou o fato de o ex-presidente ter classificado a pandemia como “gripezinha” e considerou que Bolsonaro cometeu “um errinho ali, outro acolá.”
“O Bolsonaro tem esse jeito espontâneo dele. Mas é uma pessoa que fez todos os esforços para socorrer a população brasileira (na época da Covid-19). Naturalmente que todos cometem erros, né? Se ele não tivesse cometido um errinho ali, outro acolá, nós não estaríamos passando pelo que estamos passando hoje, com o descondenado Lula (presidente eleito em 2022)”, ressaltou Queiroga.
Marcelo Queiroga foi o quarto ministro da Saúde da gestão de Bolsonaro, marcada pelo negacionismo do ex-presidente e pelo atraso na compra de vacinas que poderiam ter salvo milhares de vidas, mesmo que o ex-ministro tente hoje, no final de 2025, emplacar uma narrativa absolutamente inverídica.
É de se questionar se realmente Queiroga acredita que a população brasileira, que viveu aquela época e sobreviveu à pandemia, escuta um discurso desse tipo e engole. Será mesmo que Queiroga acha que ninguém lembra do contexto da compra das vacinas? Que Bolsonaro só se mexeu para adquirir as vacinas depois que o então governador de São Paulo, João Dória, anunciou que começaria a imunizar a população do seu estado?
Muito ligado à família Bolsonaro, sobretudo a um dos filhos do ex-presidente, o senador Flávio Bolsonaro (PL), pré-candidato à Presidência da República, Marcelo Queiroga tentou lamentavelmente negar os fatos ocorridos na gestão da pandemia do Brasil e suavizar a postura de Jair Bolsonaro, o que é quase uma agressão aos familiares das vítimas ou aos que escaparam da morte.
Todos os brasileiros e brasileiras que sobreviveram a um dos capítulos mais dolorosos da história do país lembram do ex-presidente defendendo o uso de medicamentos ineficazes contra o vírus, debochando das pessoas que sofriam com falta de ar em decorrência da doença, declarando que não era coveiro e correndo atrás das emas do Palácio da Alvorada com uma caixa de cloroquina nas mãos. Pelo visto, só Marcelo Queiroga não lembra.
Mistura de papagaio com pavão – Um de seus antecessores, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que deixou a pasta em abril de 2020, logo no início da pandemia, foi alvo de críticas de Marcelo Queiroga durante o podcast Direto de Brasília. “O presidente (Bolsonaro) me disse que precisávamos de eficiência no enfrentamento à pandemia. Porque tinha aquele primeiro ministro (Mandetta) que só falava. Era uma mistura de papagaio com pavão: vaidoso como um pavão e falante como um papagaio. Ele passou um ano só falando e deixando o Bolsonaro ‘p’ da vida, porque ele queria efetividade”, disparou Queiroga.
Relembre a eficiência – Não custa relembrar um pouco da gestão “eficiente” de Jair Bolsonaro durante a pandemia de Covid-19 no Brasil. No dia 23 de julho de 2020, o ex-presidente foi fotografado no Palácio da Alvorada exibindo uma caixa de cloroquina para as emas. A imagem foi capturada por Adriano Machado, da agência Reuters, e a cena virou chacota nas redes sociais. Nesse dia, 80 mil pessoas já haviam morrido infectadas pela Covid-19. Passados três anos do primeiro caso registrado no país, o Brasil alcançou o marco de 700 mil mortes (março de 2023).
Dia de caos na Câmara – O deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) foi retirado à força da mesa diretora da Câmara dos Deputados ontem (9). Ele foi retirado por policiais legislativos da Casa. Glauber ocupou a mesa diretora e se recusou a deixar o espaço. Após a declaração do deputado, os policiais legislativos começaram a esvaziar o plenário. Além disso, a TV Câmara cortou a transmissão do plenário. O protesto ocorreu porque o presidente da Câmara, Hugo Motta (RP-PB), anunciou que os deputados devem analisar uma possível cassação de mandato de Glauber, acusado de agressão a um manifestante.
Caso Ana Maraíza – O deputado estadual Waldemar Borges (PSB) voltou a cobrar respostas claras do Governo de Pernambuco sobre o contrato de R$ 31 milhões firmado sem licitação para a implantação de um sistema de computação no Estado. Em pronunciamento na Assembleia Legislativa ontem (9), o parlamentar afirmou que o Executivo enviou uma resposta de mais de 130 páginas ao seu pedido de informações, mas sem esclarecer pontos centrais do questionamento.
O que disse Borges – “Pedimos informações muito simples. Queríamos saber por que essa empresa foi contratada sem licitação, qual a justificativa robusta para esse procedimento e se a secretária de fato viajou e quem pagou por essa viagem. São perguntas básicas.” Segundo ele, a resposta enviada pelo Executivo não trouxe objetivamente nenhum dos esclarecimentos solicitados. “Recebemos um calhamaço de 130 páginas, mas nenhuma resposta clara. Não mostram a exclusividade do sistema, não comprovam a necessidade de inexigibilidade e não dizem, concretamente, se a secretária viajou e à custa de quem”, criticou Borges.
CURTAS
Criticou – Após o deputado federal Glauber Braga (PSOL-RJ) ser retirado à força da mesa diretora da Câmara, o primeiro-secretário da Casa, deputado Carlos Veras (PT), criticou a condução do presidente Hugo Motta (RP). O parlamentar defendeu a reivindicação de Glauber.
O que disse Veras – “Como é que você pauta o processo do Glauber junto com o da Zambelli, que é uma condenada já pela Justiça? Uma presidiária? Como é que você pauta junto com o do Ramagem? Não tem cabimento”, questionou o deputado.
Cidadão recifense – A Câmara Municipal do Recife aprovou projeto de autoria da vereadora Kari Santos (PT) que concede o Título de Cidadão do Recife ao senador Humberto Costa (PT-PE), que nasceu em Campinas, São Paulo. Costa é médico psiquiatra e jornalista, formado pela UFPE. Ainda jovem, mudou-se para o Recife, onde iniciou sua militância política.
Perguntar não ofende: O que acham os familiares das vítimas de Covid-19 das declarações de Marcelo Queiroga?
O presidente da Câmara dos Deputados, Hugo Motta (Republicanos-PB), afirmou à CNN Brasil que determinou a retirada do deputado Glauber Braga (Psol-RJ) da Mesa Diretora porque não admitirá que parlamentares voltem a ocupar a cadeira de presidente da Casa.
Glauber Braga ocupava a cadeira em protesto contra o anúncio feito mais cedo por Hugo de que o pedido de cassação do deputado será analisado no plenário nesta quarta-feira (10). A Polícia Legislativa retirou o deputado a força horas depois. As informações são da CNN.
O presidente da Câmara classificou a ocupação do deputado de “atípica” e “esdrúxula”. Hugo afirmou à CNN Brasil que determinou à Polícia Legislativa que Glauber Braga fosse retirado da cadeira de presidente da Câmara seguindo o protocolo de atuação da força de segurança da Casa.
“Não vou admitir mais que ocupem a cadeira da presidência”, disse Hugo ao ser questionado sobre o tratamento dado ao deputado do Psol e ao que havia sido dado a deputados bolsonaristas que fizeram um motim em agosto.
Depois, em publicação nas redes sociais, Hugo escreveu que “o agrupamento que se diz defensor da democracia, mas agride o funcionamento das instituições, vive da mesma lógica dos extremistas que tanto critica”.
“O extremismo não tem lado porque, para o extremista, só existe um lado: o dele. Temos que proteger a democracia do grito, do gesto autoritário, da intimidação travestida de ato político. Extremismos testam a democracia todos os dias. E todos os dias a democracia precisa ser defendida”, escreveu.
O Conselho de Ética da Câmara havia marcado para esta terça-feira (9) o início das oitivas no âmbito dos processos disciplinares contra três parlamentares que participaram de motim no plenário da Casa.
Hugo afirmou ainda ter telefonado para a Polícia Legislativa para determinar que os jornalistas que atuam na cobertura da Câmara dos Deputados pudessem retornar ao plenário para fazer imagens e fazer seu trabalho.
O Sindicato dos Trabalhadores nas Indústrias Urbanas do Estado de Pernambuco (Sindurb/PE) esteve novamente na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) nesta terça-feira (9) para mobilizar os deputados e defender a aprovação do Projeto de Lei nº 2.675, que trata da estabilidade dos funcionários públicos da Compesa. A votação, porém, não ocorreu por falta de quórum. Em vídeo divulgado pelo sindicato, a direção afirmou que “não tem acordo entre os líderes” e que o projeto foi adiado “mais uma vez devido a uma obstrução na pauta”.
Pré-candidato ao Senado, o ex-ministro da Saúde, Marcelo Queiroga (PL-PB), disparou contra recente decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes. O magistrado estabeleceu que pedidos de impeachment contra ele e seus pares seriam prerrogativa exclusiva da Procuradoria-Geral da República (PGR). Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, Queiroga classificou a decisão como um “estupro à Constituição Federal”.
“O impeachment é um processo excepcional, a lei é de 1950 e foi recepcionado pela Constituição Federal. Dois ex-presidentes da República já passaram por processo de impeachment, e o mesmo pode acontecer com ministros de Estado, com ministros de tribunais superiores, com diretores de agências reguladoras. Não se discute o saber jurídico do ministro Gilmar Mendes, é uma pessoa que tem qualificação jurídica inequívoca. No entanto, no que pesa essa decisão temporária, em caráter liminar, eu espero que o ministro reveja esse estupro à Constituição Federal. Até para fazer as pazes, pois creio que os demais ministros não concordam com isso”, disparou Marcelo Queiroga.
O ex-ministro da Saúde avalia que o STF “tem saído da pauta” desde a eleição do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). “O Supremo vinha muito bem. Na época do Mensalão, os ministros andavam na rua e eram aclamados. E hoje eles não conseguem andar na rua, porque a justiça que não é justa, não pacifica o coração do povo. O conhecimento jurídico que o ministro Gilmar tem não é condizente com essa decisão liminar, espero que ele faça uma reflexão e volte a julgar de acordo com a jurisprudência da corte e com a lei”, completou.
O deputado estadual Waldemar Borges (PSB) voltou a cobrar respostas claras do Governo de Pernambuco sobre o contrato de R$ 31 milhões firmado sem licitação para a implantação de um sistema de computação no Estado.
Em pronunciamento na Assembleia Legislativa, nesta terça-feira (9), o parlamentar afirmou que o Executivo enviou uma resposta de mais de 130 páginas ao seu pedido de informações, mas sem esclarecer pontos centrais do questionamento.
Denúncia deste blog
Borges explicou que, semanas atrás, solicitou oficialmente esclarecimentos após reportagens da imprensa local apontarem que a secretária de Administração, Ana Maraíza, teria viajado à Estônia e à Finlândia para conhecer o sistema oferecido por uma empresa privada — justamente a mesma empresa que, posteriormente, recebeu o contrato milionário por inexigibilidade de licitação.
Este blog publicou com exclusividade o caso das viagens e do contrato sem licitação da empresa. Veja aqui.
Faltam respostas, sobram perguntas
“Pedimos informações muito simples”, afirmou o deputado. “Queríamos saber por que essa empresa foi contratada sem licitação, qual a justificativa robusta para esse procedimento e se a secretária de fato viajou e quem pagou por essa viagem. São perguntas básicas.”
Segundo o parlamentar, a resposta enviada pelo Executivo não trouxe objetivamente nenhum dos esclarecimentos solicitados. “Recebemos um calhamaço de 130 páginas, mas nenhuma resposta clara. Não mostram a exclusividade do sistema, não comprovam a necessidade de inexigibilidade e não dizem, concretamente, se a secretária viajou e à custa de quem”, criticou Borges.
Waldemar Borges afirmou, ainda, que sua equipe já constatou que o sistema contratado não é exclusivo e que outros estados utilizam soluções semelhantes, pagas pelo poder público e por valores menores do que os praticados em Pernambuco. “Isso reforça ainda mais a necessidade de explicações. Não é a única empresa capaz de fornecer esse tipo de sistema, e há estados que pagam menos por serviços semelhantes”, destacou.
Faltam documentos
Outro ponto levantado pelo deputado foi a ausência de documentos essenciais solicitados, como o parecer da Procuradoria-Geral do Estado (PGE), que deveria fundamentar a decisão pela inexigibilidade.
“Esse parecer simplesmente não foi apresentado”, disse. Ele ironizou a falta de clareza das respostas: “Dizem que uma empresa pagou, mas não dizem a quem, nem apresentam os documentos que pedimos”, criticou.
O parlamentar informou que protocolou um requerimento ao Tribunal de Contas do Estado (TCE) para que seja instaurado um procedimento de fiscalização sobre o caso. O objetivo é aprofundar as investigações e obter oficialmente as informações que o Legislativo não recebeu do Executivo.
“Não estamos querendo nada complexo. Só queremos saber por que houve inexigibilidade, quais critérios foram cumpridos para justificá-la e quem pagou pelas viagens — especialmente a que ocorreu em maio, antes da assinatura do contrato”, afirmou.
Segundo Borges, uma segunda viagem ocorreu posteriormente, já dentro do escopo contratual, mas a primeira é a que levanta maior preocupação. O deputado concluiu dizendo que a falta de respostas claras demonstra resistência do governo em esclarecer fatos simples.
“Isso poderia ser respondido em três ou quatro linhas. Mas parece haver certa dificuldade cognitiva de quem lê as nossas perguntas”, provocou. A expectativa agora é que o TCE analise o pedido e determine as próximas etapas de fiscalização.
O ex-ministro da Saúde e pré-candidato ao Senado pela Paraíba, Marcelo Queiroga (PL), disse, na noite desta terça-feira (9), esperar que o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Gilmar Mendes, reveja decisão que atribuiu apenas à Procuradoria Geral da República pedir impeachment de membros da Corte.
Em entrevista ao podcast, Direto de Brasília, do jornalista Magno Martins e da Rede Mais Rádio, Queiroga considerou que Gilmar cometeu um “estupro” à Constituição em sua decisão. Mendes alegou que a lei do impeachment, da década de 50, havia caducado.
Para Queiroga, não é porque a lei seja antiga, que ela não seja boa. “Nos países têm sistema jurídico sólido, as leis são antigas. Não é que por ser antigas que não são boas. Elas permanecem”, avaliou.
Como é uma decisão liminar, a questão ainda deverá ser levada para apreciação do plenário.
O período de 2020 a meados de 2022 trouxe muitos traumas ao Brasil em função da pandemia da Covid-19, que resultou em mais de 700 mil mortes em função do vírus. Naquele período, ainda no governo Bolsonaro, três médicos e um militar comandaram o Ministério da Saúde, o que gerou muita instabilidade no governo de Jair Bolsonaro. Ainda assim, o último dos titulares, Marcelo Queiroga, defende com unhas e dentes a gestão da pandemia naquele período.
“Bolsonaro não deixou faltar nada para o povo brasileiro durante a pandemia. Nós trouxemos as vacinas. Agora, a gente não ia forçar as pessoas a tomar vacina, porque não dá certo. Por exemplo, sexo forçado é bom? Não. É estupro. Não funciona. O povo brasileiro queria tomar a vacina, então esses mandados de vacinação são absolutamente errados. É por isso que eu vacinei muito mais do que a gestão petista”, declarou, em entrevista ao podcast Direto de Brasília.00
Segundo Marcelo Queiroga, algumas medidas adotadas naquele período teriam se mostrado ineficazes quando analisadas no momento atual, como o lockdown. “Aquilo foi um caos. Imagina o impacto sobre a saúde mental dos idosos presos em casa, sem poder ver seus netos. Além do impacto para a economia. Essas posições de fechamento, de lockdown, foram tomadas com base em opinião de especialistas, não de ensaios clínicos robustos, como se queria para algumas questões relativas à pandemia. Penso que não surtiu o efeito desejado. Naturalmente, quem propôs isso tinha boa intenção, mas o resultado não foi o esperado, porque a gente lida com as pessoas”, explicou o ex-ministro.
Queiroga assumiu a pasta em março de 2021, pouco após o início da vacinação, e ficou até o final do governo. Ele recordou que, no dia em que tomou posse, morreram cerca de 2.700 pessoas, e aproveitou para cutucar um de seus antecessores, o ex-ministro Luiz Henrique Mandetta, que deixou a pasta em abril de 2020, logo no início da pandemia.
“O presidente me disse que precisamos de eficiência no enfrentamento à pandemia. Porque tinha aquele primeiro ministro que só falava. Era uma mistura de papagaio com pavão: vaidoso como um pavão e falante como um papagaio. Ele passou um ano só falando e deixando o Bolsonaro ‘p’ da vida, porque ele queria efetividade. Então tratei de conquistar a confiança do presidente. Bolsonaro é um político que fala a língua do povo, tem essa capacidade. Ele ia dando uma sintonia fina das questões próprias do governo e eu traduzia isso com programas, com respaldo técnico. Por isso que em seis meses conseguimos reduzir 90% dos óbitos por Covid-19. As pessoas não falam isso. Imagina se essa gente do PT estivesse à frente do governo? Primeiro, teria tido escândalos de corrupção muito grandes, como vimos uma pequena amostra do tal Consórcio Nordeste. Eles teriam comprado vacinas de Cuba, da China. Era isso que o PT iria fazer”, disparou Queiroga.
O prefeito de Sobral, no Ceará, Oscar Rodrigues (União Brasil), anunciou que pretende construir uma réplica da Estátua da Liberdade como uma de suas prioridades administrativas para 2026. A declaração foi feita durante entrevista ao programa Tribuna e Plenário, da Rádio FM Paraíso, emissora que pertence ao próprio prefeito. Segundo ele, a escultura deverá ser maior que a original, localizada em Nova York, e tem como objetivo impulsionar o turismo e ampliar o desenvolvimento comercial do município.
Oscar Rodrigues afirmou que pretende iniciar a obra já no começo do próximo ano e que o projeto está em fase de orçamento. O prefeito estima que a estátua terá cerca de 94 metros de altura e deverá ser instalada entre as localidades do Jordão e do Boqueirão. Ele também mencionou que a execução pode durar de um a dois anos, “dependendo do pagamento”. Durante a entrevista, destacou ainda que planeja criar um distrito industrial para fortalecer a economia local.
O gestor informou que já realizou contato com o responsável pela construção da estátua de Nossa Senhora de Fátima, no Crato, atualmente a maior estrutura religiosa do Ceará, com altura superior à do Cristo Redentor, no Rio de Janeiro. Segundo ele, a intenção é utilizar experiências semelhantes como referência para o novo projeto. Com informações do blog do Eliomar.
A Sudene recebe nesta quinta-feira (11), às 9h, representantes do Banco Mundial para o lançamento do relatório “Rotas para o Nordeste: Produtividade, Empregos e Inclusão”. O estudo analisa caminhos para acelerar o crescimento econômico da região e será apresentado a gestores, especialistas e técnicos da Autarquia. O documento ressalta que o Nordeste, com 54 milhões de habitantes — 80% em idade ativa —, possui um dos maiores e mais diversos contingentes de mão de obra do país, reforçando sua importância estratégica para o desenvolvimento nacional.
O relatório aponta que a transição energética em curso no Brasil abre oportunidades para um avanço mais rápido e sustentável da economia nordestina, especialmente com a expansão das energias renováveis e a possibilidade de inserção da região em setores emergentes, como o de hidrogênio verde. Segundo o Banco Mundial, esse cenário pode impulsionar novos polos industriais e ampliar a geração de empregos qualificados.
Outro eixo do estudo detalha ações para enfrentamento das desigualdades entre o Nordeste e as regiões mais ricas do país. Entre os pontos abordados estão a necessidade de reduzir a dependência da agricultura, elevar a produtividade em áreas urbanas — como manufatura e serviços — e promover maior inclusão econômica. O relatório reúne recomendações voltadas a políticas públicas estruturantes capazes de fortalecer o crescimento regional.
Ex-ministro da Saúde no governo de Jair Bolsonaro, Marcelo Queiroga (PL) fez duras críticas à situação da pasta na gestão de Lula (PT). Em entrevista ao podcast Direto de Brasília, apresentado por este blogueiro, ele disparou contra a ex-titular da pasta, Nísia Trindade, e o atual comandante, Alexandre Padilha (PT), que já ocupou o posto no governo Dilma Rousseff, entre 2011 e 2014.
“A saúde vai de mal a pior. Vimos a epidemia da dengue, essa gente nem matar mosquito sabe. Diziam que tinha colapso no sistema de saúde do Brasil, que o governo Bolsonaro acabou com o SUS, mas o povo brasileiro sabe que não é verdade. Aliás, de 2008 a 2018, eles fecharam 40 mil leitos hospitalares no Brasil. E sabe quem era o ministro nesse período? Alexandre Padilha, que voltou com Lula. Colocaram aquela senhora que me substituiu, que ficou à frente da Fiocruz na época que eu estava no ministério. E fritaram ela, literalmente. Ela não era nem uma rainha da Inglaterra; me parece mais com uma boba da corte. Teve que enfrentar a epidemia da dengue, mas isso não se enfrenta com teorias sociológicas. Se enfrenta com eficiência do sistema de saúde. Em 2024, tivemos oito mil óbitos por dengue no Brasil, mais que Covid-19”, disparou Queiroga.
Ele ainda criticou a demora do atual governo de agir e distribuir a vacina, comparando com o período da Covid-19. “Na pandemia, não houve demora de providências. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) aprovou a primeira vacina no dia 19 de janeiro de 2021. Nesse mesmo dia, o primeiro brasileiro já tomou a vacina. A vacina da dengue, a Anvisa aprovou em março de 2023, e sabe quando começou? Em fevereiro de 2024. Cadê os especialistas que ficavam na televisão enchendo meu saco? Eles são uns caras de pau. Porque eles não têm coragem de criticar uma demora de meses, que levou várias crianças a morrer ou ficar internadas em UTI. Aí fica com essa conversa fiada”, completou o ex-ministro.
“E tudo atrasou por incompetência desse governo. Porque eles fazem aposta errada o tempo inteiro. O governo Lula sempre volta para repetir os mesmos erros. A política industrial relacionada à assistência farmacêutica é absolutamente inadequada. Agora o objeto do desejo são as tais canetinhas emagrecedoras. Aliás, o senhor Padilha está fazendo propaganda das canetinhas do amigo dele. Isso não é postura de ministro da Saúde. Claramente a saúde vai de mal a pior. É só mentira enganando a população brasileira, balela”, concluiu.
Dados da pesquisa Ipsos-Ipec, divulgados nesta terça-feira, mostram que 40% dos eleitores entrevistados classificam o governo Lula como ruim ou péssimo, enquanto 30% afirmam que a gestão federal é ótima ou boa. Outros 29% disseram que a administração é regular e 2% não souberam ou não quiseram responder.
O índice dos que avaliam o governo positivamente se manteve igual ao contabilizado na última rodada da pesquisa, realizada em setembro. Já os que veem negativamente o governo oscilaram de 38% para 40%, enquanto os que o enxergam como regular decaíram de 31% para 29%. As alterações aconteceram dentro da margem de erro, de dois pontos percentuais para mais ou para menos. As informações são do jornal O GLOBO.
O levantamento também indica que a avaliação positiva do governo é melhor entre aqueles que declaram ter votado no petista em 2022 (62%) e em moradores da região Nordeste (41%), considerado reduto eleitoral do presidente, além de eleitores menos escolarizados (39%), de renda familiar de até um salário mínimo (40%) e católicos (35%). A visão negativa, por sua vez, prevaleceu entre os eleitores do ex-presidente Jair Bolsonaro (67%), moradores da região Sul (51%), de renda média (53%), evangélicos (47%) e brancos (46%).
A pesquisa também mostrou poucas oscilações tanto na aprovação atuação do presidente, que variou de 44% para 42% desde setembro, quanto na desaprovação, que mudou de 51% para 52%. Os que não souberam ou não responderam variaram de 5% para 6%. A confiança dos eleitores no chefe do Executivo também oscilou de 41% para 40%, enquanto a desconfiança permaneceu 56%.
Quando o Legislativo se omite e o Judiciário avança, a atuação estratégica do advogado torna-se indispensável para restaurar o equilíbrio institucional e proteger empresas e cidadãos dos efeitos da insegurança jurídica.
Por Eduardo Figueiredo*
A judicialização das políticas públicas deixou de ser exceção para se tornar uma das marcas mais preocupantes da realidade institucional brasileira. Saúde, educação, previdência, meio ambiente e assistência social são áreas onde decisões judiciais impactam diariamente não apenas o planejamento governamental, mas também a vida de empresas e cidadãos que dependem de regras claras e estáveis para conduzir seus negócios e planejar seu futuro.
Por trás desse fenômeno, há uma crise mais profunda: o desequilíbrio entre os Poderes constitucionais. A falta de coragem política da última geração de legisladores em enfrentar temas sensíveis e construir políticas públicas adequadas ao nosso tempo criou um vácuo normativo que o Judiciário tem sido chamado, ou se sentido compelido, a preencher. O Congresso Nacional, paralisado por disputas partidárias e receoso de assumir o ônus político de decisões impopulares, transfere ao magistrado o que deveria resolver no debate democrático.
O resultado é uma crescente confusão de competências. Juízes passam a definir parâmetros de políticas que deveriam nascer da deliberação parlamentar. Tribunais determinam a alocação de recursos, prioridades administrativas e até mesmo o conteúdo de direitos que a Constituição deixou para o legislador regulamentar. Em casos extremos, abre-se margem ao ativismo judicial, fenômeno em que o Poder Judiciário ultrapassa os limites da interpretação normativa para, na prática, legislar. Não se trata de culpar os magistrados, que frequentemente agem para suprir omissões inadmissíveis. Trata-se de reconhecer que essa dinâmica compromete a separação de poderes e gera insegurança jurídica generalizada.
Para as empresas, esse cenário representa imprevisibilidade: contratos, investimentos e planejamentos estratégicos ficam à mercê de decisões judiciais que podem alterar regras sem aviso prévio. Para os cidadãos, significa a fragmentação de direitos, garantidos para uns por força de sentença, negados a outros que não tiveram acesso ao Judiciário. A igualdade perante a lei se transforma em loteria processual.
Diante dessa crise, qual é o papel da advocacia?
O advogado contemporâneo, especialmente aquele com formação em gestão de políticas públicas, assume uma função que transcende a representação judicial. Ele se posiciona como articulador entre os Poderes, capaz de traduzir demandas sociais em proposições normativas viáveis e de antecipar os riscos da omissão legislativa antes que ela se converta em conflito judicial.
Esse profissional atua como ponte entre o que a Constituição promete e o que a gestão pública consegue entregar. Ao participar do desenho de programas, da avaliação de impacto regulatório e da construção de mecanismos de controle, ele contribui para que políticas públicas nasçam juridicamente sólidas, reduzindo a necessidade de intervenção judicial. Ao assessorar empresas na compreensão do ambiente regulatório instável, oferece a previsibilidade que o Estado não consegue garantir. Ao orientar gestores públicos, ajuda a evitar as falhas de planejamento que alimentam a judicialização.
Mais do que interpretar leis, esse profissional ajuda a antecipar problemas, reduzir conflitos e garantir que direitos saiam do papel sem depender exclusivamente de sentenças. Em um ambiente institucional marcado pela tensão entre os Poderes e pela cobrança por resultados, a presença desse perfil técnico é fundamental para que o Brasil reencontre o caminho do diálogo democrático.
É dessa combinação entre rigor jurídico, visão de gestão e compromisso com a ordem constitucional que nasce uma advocacia à altura dos desafios do seu tempo, capaz de contribuir para que políticas públicas sejam construídas onde deveriam: no espaço legítimo da representação popular, e não nos gabinetes dos tribunais.