Por Inácio Feitosa*
Gestores municipais de todo o Brasil foram surpreendidos recentemente por manchetes alarmistas espalhadas em portais e redes sociais: “STJ proíbe prefeitos de usar redes sociais para divulgar obras”.
A frase, repetida como mantra por influenciadores e opositores, criou um clima de pânico coletivo, como se, a partir de agora, qualquer foto de obra publicada no Instagram pudesse se transformar numa sentença. Mas, como sempre ocorre quando o debate jurídico vira meme, a história real é muito mais complexa — e, ao mesmo tempo, muito mais perigosa — do que a manchete sugere.
Leia maisO Superior Tribunal de Justiça não proibiu prefeitos de usar redes sociais. O que o tribunal fez, no julgamento do Recurso Especial 2.175.480, foi algo mais profundo: acendeu uma luz vermelha sobre a forma como gestores vêm utilizando suas redes pessoais para divulgar políticas públicas, sobretudo quando há risco de confusão entre comunicação oficial e autopromoção sustentada por verbas públicas. O caso analisado envolve o então prefeito de São Paulo, João Dória, e o programa “Asfalto Novo”. De acordo com o Ministério Público, o gestor teria usado material produzido com recursos públicos — vídeos, imagens, peças gráficas — para alimentar suas redes pessoais com conteúdo de alto alcance, ao mesmo tempo em que cerca de 20% do orçamento do programa teria sido destinado à publicidade.
Diante desses indícios, o TJSP havia trancado a ação de improbidade. O STJ, no entanto, restabeleceu o processo e determinou seu prosseguimento, entendendo que existiam elementos mínimos que justificavam a investigação.
O tribunal não condenou ninguém, nem criou uma espécie de “lei seca digital” para prefeitos. Mas o recado foi claro: se há indícios de que a publicidade oficial pode ter sido usada para promover a imagem pessoal do gestor — e não para informar a sociedade sobre uma política pública — o Poder Judiciário autoriza o avanço da ação de improbidade. E isso, em tempos de comunicação instantânea e de fronteira cada vez mais tênue entre público e privado, ameaça diretamente prefeitos que tratam suas redes como extensão do gabinete.
A confusão se agravou porque inúmeros portais de notícias publicaram manchetes sensacionalistas, afirmando que o STJ teria proibido o uso de redes pessoais para divulgação de obras. A CNM, a ABM, a UVB e diversos especialistas em direito administrativo tiveram de emitir notas e análises esclarecendo o óbvio: a decisão não proíbe a postagem, mas alerta para o risco jurídico da mistura entre comunicação institucional e autopromoção. A decisão abre margem para que promotores investiguem gestores que utilizarem material custeado pelo erário em seus perfis pessoais. (CNM – Nota de esclarecimento, 22/09/2024)
O fato novo — e que deveria preocupar qualquer prefeito — não é a discussão sobre redes sociais, mas a interpretação renovada da Lei 14.230/2021, que reformou a Lei de Improbidade. O artigo 11 continua vedando expressamente a promoção pessoal com recursos públicos. E o STJ deixou claro que as redes sociais pessoais podem, sim, ser objeto de análise para verificar se houve utilização de publicidade oficial em proveito do agente político. Há ainda outro elemento que torna tudo mais delicado: segundo o portal Metrópoles, Ministérios Públicos de diversos estados já estão estudando aplicar a “tese Doria” para fiscalizar prefeitos que usam seus perfis digitais de forma confusa, institucionalizando a vida pessoal e personalizando a vida institucional.
Esse é o ponto central: a fronteira entre informar e promover nunca foi tão tênue. Quando o prefeito utiliza no Instagram pessoal o mesmo card, a mesma identidade visual, o mesmo slogan e o mesmo material gráfico produzido pela prefeitura, ele cria simultaneamente engajamento e prova contra si. A Folha de S.Paulo sintetizou o problema: “quando o gestor copia o card oficial no perfil pessoal, transforma a peça institucional em peça publicitária”. E isso, dependendo do contexto, pode ser interpretado como uso de máquina pública em benefício pessoal. (Folha, 23/09/2024)
O risco, portanto, não está na postagem isolada, mas no conjunto da obra. Um feed pessoal que parece um mural institucional; um vídeo oficial que aparece no perfil privado; uma obra que surge como conquista pessoal do prefeito, não como resultado da administração; um impulsionamento pago que reforça a imagem individual; e, pior, a vinculação desse comportamento ao calendário eleitoral. É justamente esse tipo de cenário que levou o STJ a permitir o prosseguimento do processo no caso Doria.
A verdade é que, se antes a discussão era apenas teórica, agora tornou-se prática e imediata. Gestores que tratam suas redes como palanque permanente, sem separar a linha entre pessoa e função, estão abrindo portas para investigações que podem resultar em desgaste político, ações civis públicas, bloqueio de bens e até inelegibilidade. A comunicação institucional é um dever constitucional. Já a promoção pessoal financiada pelo contribuinte continua sendo ilegal — e agora mais fácil de rastrear.
A saída não é o medo, mas a organização. Prefeitos precisam estabelecer, com rigor, a separação entre perfis institucionais e pessoais, criar regras claras para suas equipes, evitar o uso de material gráfico oficial em contas privadas, e orientar a população para os canais formais de comunicação pública. Redes sociais são instrumentos indispensáveis de prestação de contas, mas só funcionam a favor quando respeitam a legalidade, a impessoalidade e o bom senso.
A decisão do STJ não fecha redes sociais de ninguém. O que ela faz é algo mais poderoso: inaugura uma nova fase da discussão sobre comunicação pública na era digital. E, queira ou não, o Ministério Público, os Tribunais de Contas e a sociedade estarão assistindo — printando, arquivando e analisando — cada passo dos prefeitos nas plataformas.
No final das contas, o que derruba mandato não é a obra que não foi postada. É o post que foi feito do jeito errado.
*advogado, escritor e fundador do Instituto IGEDUC (projetos@igeduc.org.br)
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A Polícia Militar do Distrito Federal reforçou o policiamento ostensivo nas imediações da Superintendência da Polícia Federal em Brasília após a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro. A medida foi tomada após um pedido formal encaminhado à Secretaria de Segurança Pública do DF diante da presença do ex-presidente no local.
A expectativa é que o ex-presidente fique na Sala de Estado por alguns dias antes de ser encaminhado para o local onde vai começar a cumprir a pena de 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. O local mais provável dentre os discutidos é que Bolsonaro seja encaminhado ao 19º Batalhão da Polícia Militar do Distrito Federal, local conhecido como “Papudinha”, que fica na região do Complexo Penitenciário da Papuda. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisBolsonaro foi preso preventivamente por suspeita de que poderia fugir. Conforme o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o equipamento de monitoramento eletrônico do ex-presidente foi violado à meia-noite. A informação foi citada pelo ministro para embasar a decisão na qual decretou a prisão preventiva do ex-presidente, apontando risco de fuga.
O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, convocou apoiadores para uma vigília pela saúde do pai na noite deste sábado. Jair Bolsonaro tem sofrido, segundo aliados e familiares que o visitam, com crises frequentes de soluço e refluxo.
Na decisão, Moraes pontuou que “embora a convocação de manifestantes esteja disfarçada de ‘vigília'”, a conduta indica o mesmo “modus operandi da organização criminosa liderada pelo referido réu, no sentido da utilização de manifestações populares com o objetivo de conseguir vantagens pessoais”.
“O tumulto causado pela reunião ilícita de apoiadores do réu condenado tem alta possibilidade de colocar em risco a prisão domiciliar imposta e a efetividade das medidas cautelares, facilitando eventual tentativa de fuga do réu”, frisou.
O ministro ainda afirmou que no vídeo gravado por Flávio, o senador “incita o desrespeito ao texto constitucional, à decisão judicial e às próprias Instituições, demonstrando que não há limites da organização criminosa na tentativa de causar caos social e conflitos no País, em total desrespeito à DEMOCRACIA”.
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A tornozeleira eletrônica do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) teve de ser trocada na madrugada deste sábado (22) em razão de uma violação grave do dispositivo, segundo apurou o blog de Andréia Sadi, do g1, junto a investigadores. A Polícia Federal vai periciar o aparelho.
A violação foi uma das justificativas do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes para determinar a prisão do ex-presidente. O ministro disse que recebeu um aviso do Centro de Integração de Monitoração Integrada do Distrito Federal sobre a ocorrência, à 0h08, de violação do equipamento. As informações são do portal g1.
Leia mais“A informação constata a intenção do condenado de romper a tornozeleira eletrônica para garantir êxito em sua fuga, facilitada pela confusão causada pela manifestação convocada por seu filho”, disse o ministro na decisão.
Moraes também destacou que o condomínio de Bolsonaro fica a cerca de 13 quilômetros do Setor de Embaixadas Sul, em Brasília — distância que, segundo ele, pode ser percorrida em menos de 15 minutos de carro.
Em fevereiro de 2024, o ex-presidente passou duas noites na Embaixada da Hungria, em Brasília, após ser alvo de uma operação da PF. O ministro lembrou que as investigações sobre os crimes de Bolsonaro revelaram que ele chegou a planejar uma fuga para a Embaixada da Argentina, com a intenção de pedir asilo.
Conforme a Convenção de Viena, de 1961, da qual o Brasil é signatário, as embaixadas são locais invioláveis. Logo, se Bolsonaro entrasse numa embaixada, só poderia ser preso com autorização do país envolvido.
Lei exige que monitorado cuide da tornozeleira
Segundo a Lei de Execução Penal, quem é monitorado por tornozeleira eletrônica tem o dever de zelar pelo funcionamento do equipamento e deve “abster-se de remover, de violar, de modificar, de danificar de qualquer forma o dispositivo de monitoração eletrônica ou de permitir que outrem o faça”.
Quando acontece algum problema, o monitorado é obrigado a receber visitas do servidor responsável pela monitoração eletrônica. No caso de impossibilidade de solução, medida será considerada como descumprida e o juiz é informado para tomada de providências judiciais.
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A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), neste sábado (22), abre margem para investigar o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ) por atos antidemocráticos, avaliam fontes da PF (Polícia Federal) e do STF (Supremo Tribunal Federal).
Auxiliares do ministro Alexandre de Moraes, relator da ação penal sobre a trama golpista na Corte, afirmam que ficou explícito o “papel central” do senador na articulação de uma aglomeração que poderia facilitar a fuga de Bolsonaro. As informações são da CNN Brasil.
Leia maisDe acordo com esses interlocutores, não se descarta a abertura de um inquérito formal contra o senador, com a sua imediata convocação para se explicar oficialmente, em depoimento. O filho mais velho do ex-presidente ainda não se manifestou publicamente sobre a prisão do pai.
A PF afirmou ao Supremo que Flávio adotou “o mesmo modus operandi empregado pela organização criminosa que tentou um golpe de Estado no ano de 2022, utilizando a metodologia da milícia digital para disseminar mensagens de ataque e ódio contra as instituições.”
Ao decidir prender Bolsonaro preventivamente, ou seja, antes do início formal da pena de 27 anos e três meses de prisão, Moraes disse que Flávio “pretende reeditar acampamentos golpistas e causar caos social no Brasil, ignorando sua responsabilidade como senador”.
Para o ministro, Flávio repete a estratégia de “utilizar manifestações populares criminosas, com o objetivo de conseguir vantagens pessoais”. Moraes diz que a vigília configuraria “altíssimo risco” para a efetividade da prisão domiciliar, da ordem pública e da aplicação da lei.
A mobilização de apoiadores do ex-presidente em frente ao quartel-general do Exército, em 2022, levou à prisão e à condenação de centenas de pessoas. O STF viu correlação entre o acampamento e os ataques de 8 de janeiro, no ano seguinte.
O vídeo de Flávio convocando para a vigília, diz Moraes, revela “o caráter beligerante em relação ao Judiciário, em reiteração da narrativa falsa no sentido de que a condenação do réu Jair Bolsonaro seria consequência de uma ‘perseguição’ e de uma ‘ditadura’ desta Suprema Corte”.
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A defesa do ex-presidente Jair Bolsonaro afirmou neste sábado (22) que a prisão preventiva decretada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), causa “profunda perplexidade”. Bolsonaro foi detido em casa, em Brasília, por volta das 6h.
Seus advogados alegam que o estado de saúde de Bolsonaro é “delicado” e que a prisão “pode colocar sua vida em risco”. “A defesa vai apresentar o recurso cabível”, afirmam em nota. As informações são do portal g1.
Leia maisA prisão é preventiva, ou seja, não tem data determinada para acabar. Moraes tomou essa decisão para garantir a ordem pública, já que, segundo o ministro, foi convocada uma vigília na porta do condomínio onde mora o ex-presidente com o objetivo de evitar que ele fosse preso. Moraes também afirmou que Bolsonaro violou a tornozeleira eletrônica, em indício de tentativa de fuga.
Como a condenação de Bolsonaro é superior a oito anos (27 anos e 3 meses), ele deverá iniciar a execução da pena em regime fechado, ou seja, na cadeia. Assim, deve emendar a prisão preventiva com a prisão pela condenação.
Segundo os advogados, a decisão estaria baseada na convocação de uma vigília de orações organizada pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Eles argumentam que o direito de reunião e liberdade religiosa é garantido pela Constituição.
“A prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, decretada na manhã de hoje, causa profunda perplexidade, principalmente porque, conforme demonstra a cronologia dos fatos, está calcada em uma vigília de orações”, diz a nota.
Os defensores afirmam ainda que Bolsonaro estava em sua residência, usando tornozeleira eletrônica e sob monitoramento policial, o que — segundo eles — afastaria o risco de fuga apontado por Moraes.
O ministro do STF justificou a prisão citando violação da tornozeleira eletrônica às 0h08 deste sábado, risco concreto de fuga, tentativa de uso de apoiadores para obstruir medidas cautelares e proximidade da residência do ex-presidente com embaixadas estrangeiras. A decisão também menciona a fuga de aliados, como o deputado Alexandre Ramagem e a deputada Carla Zambelli.
Bolsonaro passará por audiência de custódia amanhã (23), às 12h, por videoconferência, na Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal.
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Por Marcelo Tognozzi
Colunista do Poder360
A chegada das delegações europeias à COP30, em Belém, acabou sendo uma viagem no tempo. A Amazônia brasileira do século 21 é muito parecida com o Brasil do século 19 ou a Europa de 300, 400 anos atrás, quando as cidades cheiravam a esterco de cavalo, urina e fezes. A maioria dos 30 milhões de brasileiros habitantes da Amazônia está na mesma situação dos seus antepassados de 80 anos atrás, quando Josué de Castro escreveu seu clássico “Geografia da Fome”. Nada mudou.
Por isso, não é de se estranhar que o chanceler alemão Friedrich Merz tenha dado graças a Deus ao voltar para casa e sair da Belém caótica e até então desconhecida da maioria dos estrangeiros que lá foram.
Leia maisChanceler alemão diz ter ficado feliz ao ir embora de Belém
— Poder360 (@Poder360) November 17, 2025
O chanceler alemão, Friedrich Merz, afirmou na 5ª feira (13.nov.2025) que ele e sua equipe ficaram “contentes” em retornar à Alemanha depois de participação na COP30.
“Senhoras e senhores, nós vivemos em um dos países… pic.twitter.com/h9yuQG4WzK
A COP30 mostrou que não se pode falar de Amazônia sem incluir as pessoas, habitantes de uma região onde 70% das casas não têm acesso ao saneamento básico. O Pará é o pior de todos, com 80% da população sem esgoto.
As favelas são erguidas nos igarapés, com as pessoas morando dentro d’água e produzindo uma poluição incontrolável. A cena se repete no Amazonas e em outros Estados, como Amapá, Roraima, Rondônia e Acre. E os mosquitos se revezam em turnos durante o dia e a noite e são eles maruim, aedes e carapanã.
Esses brasileiros invisíveis continuam vivendo no século 19 e deveriam ter sido incluídos, mas seguem sendo esquecidos, enquanto os “bambambãs” do clima preferem focar em economia verde, créditos de carbono e outros assuntos completamente alheios à realidade do dia a dia.
Não há como negar que a COP30 serviu para dar um choque de realidade no glamour da floresta pulmão do mundo. Agora talvez comecem a entender que não há salvação para uma floresta onde as pessoas seguem vivendo num tempo de 200 anos atrás.
Para onde foram os bilhões dos fundos europeus para a Amazônia? É uma irresponsabilidade monumental dar dinheiro para a suposta preservação da floresta, enquanto milhões de brasileiros que lá vivem não têm dinheiro para viver dignamente, alimentar seus filhos, ter esgoto e água tratada. Não tenho dúvidas de que a COP30 provocou mais dúvidas que certezas com todos os problemas e mazelas exibidos ao mundo.
O Brasil se vendeu durante anos a fio como o país da preservação, do combate ao desmatamento, do compromisso com a sustentabilidade e por aí vai. Os delegados estrangeiros da COP foram formalmente apresentados aos indígenas do Psol e aos ambientalistas que nunca protestaram contra a falta de esgoto e água tratada, como se viver assim fosse a coisa mais normal do mundo. Como diz aquela letra de Caetano: “De perto ninguém é normal”. E foi assim quando os delegados da COP foram apresentados ao Brasil amazônico, onde o normal é o avesso de qualquer normalidade.
Aqui temos os guardiões do atraso em uma região onde virou crime produzir comida, mas onde o crime, este organizado, produz desgraças em série. Narcos mandam e desmandam em parte desta floresta que a Europa sonha ver intocada. Os garimpos ilegais empanturram de diamantes e ouro mercados onde a riqueza fincou raízes faz muitos séculos.
Eu quero mais COPs por aqui, mais delegações europeias para que eles possam sentir o cheiro das comunidades de Belém ou de Manaus. Para que eles cheguem bem pertinho da margem dos rios e tenham nojo de molhar os pés ou pensem duas vezes antes de comer peixes que podem estar contaminados com mercúrio ou tenham sido pescados com bombas, como fazem os bandidos no Vale do Jaguari. E se forem assaltados, devem ser solidários e lembrar que os ladrões de turistas são vítimas desta ausência completa do Estado.
Vamos precisar de muitos eventos internacionais, muita imprensa estrangeira na nossa Amazônia. Não a imprensa dos jornalistas financiados por ONGs e outras entidades cujo ganha-pão é falar mal dos brasileiros que tentam levar um pouco de prosperidade para os abandonados.
A COP30 me remeteu a este trecho do poema de Tiago de Mello, “É natural, mas fede”:
“Tudo é tão natural, é como o céu estrelado da minha terra
cobrindo o sonho opaco de um menino
– mordido de carapanã, caralho! –
que sequer sabe onde a fome começa”.
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Preso preventivamente neste sábado (22), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi levado para a superintendência da Polícia Federal em Brasília. Enquanto permanecer por lá, Bolsonaro deve ficar em uma sala de Estado – espaço reservado para autoridades como presidentes da República e outras altas figuras públicas.
A TV Globo apurou que o espaço é formado por uma sala com mesa, cadeira e cama de solteiro e um banheiro privativo. O espaço tem ar-condicionado, televisão, janela, armário e um frigobar. As informações são do portal g1.
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva e o ex-presidente Michel Temer, quando detidos, também ficaram em salas de Estado Maior da Polícia Federal – em Curitiba (PR) e São Paulo, respectivamente.
Se Bolsonaro permanecer por lá nos próximos dias, a defesa poderá solicitar à Polícia Federal e ao Supremo Tribunal Federal (STF) autorização para levar itens como eletroeletrônicos, livros e pertences pessoais.
O ex-presidente Jair Bolsonaro foi preso preventivamente na manhã deste sábado (22), em cumprimento a um mandado autorizado pelo Supremo Tribunal Federal.
Bolsonaro foi levado diretamente para a Superintendência da Polícia Federal, em Brasília. Em nota oficial, a Polícia Federal informou que cumpriu um mandado de prisão preventiva por decisão do STF.
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Após o ex-presidente Jair Bolsonaro ser levado para a Superintendência da Polícia Federal (PF), apoiadores e críticos foram ao local se manifestar sobre a prisão preventiva, determinada pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF).
Durante toda a manhã, carros que passam em frente do prédio buzinam, a maioria em sinal de endosso à prisão. Alguns motoristas também criticam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisUm dos primeiros manifestantes a chegar ao local foi o músico Fabiano Trompetista, militante do PT que costuma tocar em situações como essa. De cima de um banco, ele tocou a “Marcha Fúnebre” e a canção “Tá na Hora do Jair”, que fez sucesso após as eleições de 2022.
Depois, chegaram mais partidários de Lula, em maior número, que chegaram a soltar um rojão e estouraram um espumante. Em menor número, também estão presentes simpatizantes de Bolsonaro. Houve um princípio de confusão entre os dois grupos.
O deputado Hélio Lopes (PL-RJ) chegou na superintendência logo depois de Bolsonaro. Ele estava na frente do condomínio do ex-presidente, para orar, e viu o comboio da PF passando. Mais tarde, a também deputada Bia Kicis (PL-DF) foi ao local para tentar visitar Bolsonaro, mas não foi autorizada a entrar.
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A Companhia Pernambucana de Saneamento-Compesa inicia, na próxima segunda-feira (24), os testes operacionais da obra de inversão da Adutora de Jucazinho para receber água do Rio São Francisco via Estação de Tratamento de Água (ETA) Salgado, em Caruaru. Essa ação marca a reta final de uma das principais intervenções da Compesa diante do agravo da situação da Barragem de Jucazinho devido à escassez de chuvas na região. Os testes serão divididos em duas etapas. Do dia 24 de novembro até dia primeiro de dezembro, será testado o trecho Caruaru-Riacho das Almas. Na sequência, começarão os testes até Cumaru e Passira.
Foram implantados 1.100 metros de tubulações entre as ruas San Marino e Clara Nunes, no bairro São João da Escócia, para permitir que a água da Transposição do Rio São Francisco atenda os municípios de Riacho das Almas, Cumaru, Passira e parte da zona rural de Caruaru. O investimento é de R$ 4,5 milhões e a iniciativa integra o conjunto de intervenções aceleradas pela Compesa diante da estiagem no Agreste e do nível crítico da Barragem de Jucazinho, que opera com apenas 1,23% da capacidade, afetando o abastecimento dos 13 municípios dependentes do manancial.
Leia maisParalelamente à inversão, a Compesa está acelerando a conclusão de trechos estratégicos da Adutora do Agreste. Em Caruaru, o lote 5B, com 54 km de extensão, já se encontra em fase de testes para atendimento do município de Bezerros, que também integra o Tramo Sul de Jucazinho. A expectativa é que, até o fim do ano, o município receba água do Velho Chico. Esse mesmo trecho também beneficiará Gravatá, cuja etapa deve ser concluída no próximo ano.
Cidades atendidas pelo Tramo Norte do Sistema Jucazinho
Para atendimento às cidades do Tramo Norte de Jucazinho, emergencialmente, os municípios irão ter um acréscimo na vazão assim que as cidades do Tramo Sul deixarem de receber água de Jucazinho. Além disso, as obras estruturadoras do lote 4B (Adutora do Agreste) e da Adutora do Alto Capibaribe também avançam. A previsão é iniciar os testes até dezembro, permitindo o abastecimento de Toritama e, posteriormente, dos demais municípios do Tramo Norte: Surubim, Salgadinho, Casinhas, Frei Miguelinho, Santa Maria do Cambucá, Vertentes e Vertente do Lério. Aproximadamente 65 km de tubulações já foram assentados.
Esse trecho será integrado à Adutora do Alto do Capibaribe, inaugurada no fim do ano passado, assegurando atendimento contínuo a cidades que hoje dependem exclusivamente de Jucazinho. O presidente da Compesa, Douglas Nóbrega, destacou que a aceleração das intervenções é fundamental para evitar o colapso do abastecimento na região. “Estamos intensificando todas essas ações e antecipando o uso da Adutora do Agreste para impedir o desabastecimento dos municípios diante da situação da Barragem de Jucazinho. São obras estruturadoras que vão garantir a continuidade do fornecimento de água mesmo mesmo durante a estiagem. Crises como esta ficarão para trás”, destacou Nóbrega.
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Após decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro foi levado neste sábado (22) para uma sala na Superintendência do Distrito Federal da Polícia Federal, onde ficará preso preventivamente. O local passou por uma reforma recente, após a possibilidade de Bolsonaro ser preso preventivamente por descumprir ordens do Supremo.
A sala tem 12 metros quadrados e passou a contar com banheiro privado, cama, cadeira, armário, escrivaninha, televisão, frigobar e ar-condicionado. Tem características parecidas com a sala onde ficou detido o presidente Luiz Inácio Lula da Silva na Superintendência da PF em Curitiba. Na época, o petista cumpria pena de 12 anos por condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP), que depois foi anulada pelo Supremo. As informações são do jornal O Globo.
Leia maisOutro ex-presidente que passou quatro dias numa cela na PF foi Michel Temer, na Superintendência do Rio de Janeiro. Na época, ele foi preso após a Operação Descontaminação, um desdobramento da Lava-Jato no Rio.
A legislação brasileira prevê que autoridades com prerrogativa de função, como ex-presidentes, tenham direito a espaço compatível com a chamada “sala de Estado-Maior”. Essa medida busca assegurar condições dignas e evitar riscos à integridade física do preso.
O ex-presidente foi condenado a 27 anos e 3 meses por tentativa de golpe após as eleições de 2022 e cumpria prisão domiciliar preventiva desde agosto.
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Os produtores de frutas do Vale do São Francisco estão comemorando muito o fim da taxa extra de 40% para os produtos que os Estados Unidos importam do Brasil. No entanto outros setores continuam à espera da ampliação desses acordos para que, pelo menos, voltem aos 10%. Entre os quais estão os produtores de açúcar das regiões Norte e Nordeste, que são os responsáveis por abastecer o mercado norte-americano. O presidente do Sindaçúcar, Renato Cunha, está programando reuniões, nos próximos dias, com o Itamaraty e Ministério da Agricultura para pedir uma atenção maior ao setor. As informações são do blog Dantas Barreto.
“São 270 mil empregos diretos no Nordeste e com os indiretos são um milhão, e 280 municípios envolvidos na produção da cana e do açúcar. Está na hora de incluir no acordo para acabar essa sobretaxa de 40%. Queremos isonomia”, ressalta Renato. Segundo ele, até o momento, foram exportadas 60 mil toneladas para os EUA com prejuízo, pois metade do valor é de tarifa. E ainda faltam 90 mil ton para alcançar a cota de 150 mil que os americanos importam do Brasil para suprir uma parcela do déficit de 2,4 milhões de toneladas nesta época. Devido a isso, parte da produção está sendo estocada na expectativa da normalização do comércio do açúcar entre os dois países. O presidente do Sindaçúcar defende que o produto atende ao critério de alimentos essenciais, apesar de os EUA produzirem o açúcar.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF, decretou neste sábado (22) a prisão preventiva do ex-presidente Jair Bolsonaro, após a Polícia Federal apontar risco iminente de fuga e descumprimento reiterado das medidas impostas na prisão domiciliar. A decisão cita a convocação de uma vigília por Flávio Bolsonaro nas proximidades da casa do pai e a violação da tornozeleira eletrônica como fatores que ameaçariam a ordem pública e a aplicação da lei penal.
Confira abaixo documento na íntegra:
