A política movida pela raiva e a intolerância não é novidade na História do Brasil

*Por Marcelo Tognozzi

Ele sabia que estava marcado para morrer. Não tinha certeza do dia e nem da hora, apenas do ato prestes a ser consumado. O homem era um dos símbolos do poder naquele Brasil de 1915, o pior dos adversários, violento e implacável.

Aos 15 anos entrara para o Exército como voluntário da Pátria na Guerra do Paraguai. Aos 43, comandou os ximangos que derrotaram o maragato Gumercindo Saraiva na Batalha de Passo Fundo, em 1894. José Gomes Pinheiro Machado saiu desta batalha com a patente de general de brigada e um imenso prestígio político que durou até ser executado. Gumercindo perdeu a cabeça, entregue numa caixa ao governador gaúcho Júlio de Castilhos. Seu corpo decapitado foi enterrado em Santa Vitória do Palmar. Sua cabeça, jamais encontrada.

Pinheiro Machado, o caudilho, era candidato a troféu, o sobrevivente mais cobiçado do governo Hermes da Fonseca, 1º presidente da República Velha a romper o dueto do café com leite comandado pelas elites políticas de Minas e São Paulo. Pinheiro, vice-presidente do Senado, foi seu principal fiador. Em 1910, derrotaram Ruy Barbosa, talentoso não só no domínio das letras jurídicas, mas exímio na arte de fazer política disseminando a intriga e a discórdia. Ruy, civil, tratou de rotular de civilista seu grupo político e de militarista o do seu oponente marechal.

Tendo sido eleito Hermes da Fonseca, pela 1ª vez o Brasil assistiu ao espetáculo de um presidente ser massacrado pela mídia. Ruy, um dos donos do Jornal do Brasil, mandou instalar um painel na sede da Avenida Central (atual Rio Branco), no Rio, para registrar a contagem dos votos. Passou vergonha. Hermes ganhou com 65,35% dos votos, Ruy levou minguados 35,51% e logo acusou o adversário de fraude. Ele tinha razão, mas a fraude era intrínseca às eleições daquele tempo. Ruy não ganhou porque não tinha poder. Era Pinheiro Machado quem o detinha, sem dele compartilhar 1 milímetro sequer.

O militar e o caudilho não tiveram trégua durante os 4 anos de governo. No 1º ano, encararam a Revolta da Chibata liderada pelo marinheiro gaúcho João Candido. O marechal prometeu acabar com os castigos corporais e anistiar os rebeldes, mas não cumpriu. Nova rebelião foi reprimida violentamente, marinheiros mandados para a Ilha das Cobras, onde muitos morreram. João Candido sobreviveu e morreu em 1969, aos 89 anos, apoiando o regime militar que 5 anos antes depusera o presidente João Goulart.

O governo Hermes da Fonseca enfrentou uma epidemia de febre amarela e inúmeras outras revoltas, entre elas a guerra do Contestado e a Revolta de Juazeiro, na qual os comandados do Padre Cícero tomaram o poder no Ceará e expulsaram o governador eleito com o apoio de Pinheiro Machado.

Logo depois, estourou a 1ª Guerra Mundial e o marechal declarou a neutralidade de um Brasil com sérios problemas econômicos, a ponto de um protesto contra a inflação reunir 10.000 pessoas no Largo de São Francisco, no Rio. Era muita gente para um Rio que não passava de 1 milhão de habitantes.

Saiu do governo desmoralizado. Nem a classe operária, que prometera ajudar com casas populares e leis de redução da jornada de trabalho, ficou ao seu lado. Ruy Barbosa, aliado aos grandes atores econômicos, banqueiros, industriais e fazendeiros, carimbou a administração do marechal de incompetente, desastrada e corrupta. “São as ruínas de um governo”, destilava Ruy. Era o começo do fim de Pinheiro Machado.

Venceslau Brás, vice de Hermes, ganhou a eleição de 1914, derrotando Ruy Barbosa por larga margem. Foram 532 mil votos contra 47 mil dados a Ruy. Aquela pancadaria dos últimos 4 anos acabou com mais derrotados que vencedores. E uma das primeiras medidas de Venceslau foi declarar guerra à Alemanha e aliar-se aos americanos, franceses e ingleses.

Na biografia de Pinheiro Machado escrita por Costa Porto e publicada em 1951, “Pinheiro Machado e seu tempo”, há o registro de uma conversa com o cronista João do Rio poucos dias antes da sua morte. Nela, o senador fala da covardia dos inimigos, sem coragem de encará-lo de frente e aos quais só restaria a alternativa de matá-lo pelas costas. Num Rio de Janeiro tomado pela agitação política e a violência, tempos governados pelo ódio e a intolerância generalizada, Pinheiro Machado, 64 anos, do alto da sua soberba se mostrava disposto a enfrentar a tudo e a todos.

Durante uma manifestação de adversários políticos em frente ao jornal O Paiz, Pinheiro salta do carro. Impávido, abre espaço pelo meio da multidão. Entra no prédio ao lado, sede do seu partido, conversa com correligionários, volta à rua, entra no carro e ordena ao motorista, conforme relato de Costa Porto: “não tão devagar que pareça provocação, não tão rápido que pareça medo”.

Em 8 de setembro, se cumpriu a profecia de Pinheiro Machado a João do Rio. Ao entrar no luxuoso Hotel dos Estrangeiros, na praça José de Alencar, foi apunhalado pelas costas por Francisco Manso de Paiva Coimbra –o matador dizia não ser cavalo para ser manso.

O assassino jurou ter agido por conta própria. Condenado a 30 anos de cadeia, foi indultado pelo presidente Getúlio Vargas em 1935. Em 1965, numa entrevista ao Jornal do Brasil, alegou ter matado Pinheiro movido “pela paixão de uma época”. Mas não era paixão. Era o ódio a transformar em mero detalhe o estar marcado para morrer.

Hermes da Fonseca, sobrinho de Deodoro, o proclamador da República, saiu da Presidência e foi viver na Europa sua Nair de Teffé. Assistiu de camarote à 1ª Guerra Mundial. Voltou em 1920 e logo constatou que o tempo não aplacara a raiva dos seus inimigos. Guardaram o ódio na geladeira, como diria Tancredo Neves. Eleito presidente do Clube Militar, o marechal acabou encurralado pela acusação de conspirar contra o governo de Epitácio Pessoa, atuando como patrono do levante dos 18 do Forte, em 5 de julho de 1922.

O Brasil vivia um clima de campanha eleitoral e uma carta anônima recheada de fake news conta Hermes foi publicada. A carta fora mandada publicar por Arthur Bernardes, inimigo do Marechal e vencedor do pleito. Epitácio Pessoa o mandou para a cadeia usando a carta como desculpa. No caminho para a prisão no encouraçado Floriano, fundeado na baía da Guanabara, o marechal Hermes teve o 1º enfarte. Sobreviveu.

A política movida pela raiva e a intolerância fez Epitácio mantê-lo encarcerado por 6 meses. Sofreu todo tipo de humilhação. Saiu da cadeia abatido e poucos meses depois, em setembro de 1923, outro enfarte, desta vez fulminante, matou o marechal aos 68 anos. Era a maior patente do Exército e o 1º militar eleito presidente pelo voto. Mas isso também era apenas um detalhe.

*Jornalista

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Raquel Lyra e Alepe em crise sem fim

Por Larissa Rodrigues
Repórter do blog

O tempo vai passando e a relação entre o governo Raquel Lyra (PSD) e a Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe) só piora. A gestora está prestes a concluir a metade do seu terceiro ano de mandato sem conseguir estabelecer com a Casa uma convivência harmônica e eficaz, demonstrando uma articulação política sofrível e carente de liderança. Ruim para ela e para a população.

Ontem, depois de colecionar, nos últimos dois anos e meio, inúmeros episódios de falta de diálogo e fragilidade de articulação, a governadora precisou fazer um apelo público, por meio da imprensa, para que a Alepe aprove o projeto referente ao pedido de empréstimo de R$ 1,5 bilhão.

“O que a gente coloca aqui é um apelo para os deputados e deputadas para que façam a votação, que a Mesa Diretora coloque em pauta, que as comissões possam votar e que a gente possa ter acesso a esses recursos, porque esses recursos mudam vidas”, afirmou Raquel, após um evento.

Se chegou a esse ponto a relação da gestora com os deputados, o sinal é preocupante — ou deveria ser — para toda a equipe. Mas é apenas um dos sinais dos tantos já enviados pela Casa, que cobrou diálogo com Raquel desde os primeiros meses de gestão da ex-prefeita de Caruaru (Agreste).

A postura com a qual a governadora assumiu o Poder Executivo do Estado, com ar de superioridade em relação ao Legislativo, custa caro até hoje e foi determinante para a sucessão de derrotas sofridas na Assembleia até aqui.

Jamais Raquel poderia ter tratado o presidente Álvaro Porto (PSDB) com soberba. Faltou visão política, orientação e maturidade. Jamais poderia ter perdido as presidências das principais comissões da Alepe. Faltou experiência e, mais uma vez, articulação.

O TAMANHO DA OPOSIÇÃO FOI RAQUEL QUEM DEU Pode-se dizer que a oposição tem exagerado e esticado a corda? Sim, assim como também se pode dizer que o PSB, do prefeito João Campos, achou excelentes oportunidades nos erros de Raquel para desgastá-la em seus anos finais de primeiro mandato e tem aproveitado bem as brechas, visando facilitar a campanha do gestor do Recife contra a ex-tucana, em 2026 — mesmo que essas oportunidades tenham como pano de fundo uma aliança interna com o PL, de Jair Bolsonaro. Mas o tamanho que a oposição conseguiu na Alepe e a relevância que conquistou na Casa nesses dois anos e meio são resultados das próprias atitudes de Raquel.

Edinho Silva no Direto de Brasília O ex-prefeito de Araraquara e candidato à presidência do PT, Edinho Silva, será o entrevistado do podcast Direto de Brasília, comandado pelo titular deste blog, na próxima semana. O petista confirmou a participação no programa na noite de ontem (8). A entrevista será realizada na quarta-feira (14/05), das 18h às 19h, e transmitida ao vivo pelos canais no YouTube do Blog do Magno e da Folha de Pernambuco. Edinho Silva é um dos cinco postulantes à presidência do PT e tem como prioridade a reeleição do presidente Lula (PT).

Lula cumprimentou o novo Papa O presidente Lula (PT) usou as redes sociais, ontem (8), para cumprimentar o novo Papa da Igreja Católica, o cardeal norte-americano Robert Prevost, que adotou o nome de Leão XIV. O pontífice foi escolhido para suceder o Papa Francisco. Lula expressou seu desejo de que o novo Papa dê continuidade às iniciativas promovidas por Francisco, especialmente no que diz respeito à defesa do meio ambiente e ao respeito à diversidade humana.

O que disse o presidente “Quero cumprimentar o cardeal norte-americano Robert Prevost, escolhido hoje (ontem) para comandar o destino da Igreja Católica, com o nome de Leão XIV. Desejo que ele dê continuidade ao legado do Papa Francisco, que teve como principais virtudes a busca incessante pela paz e pela justiça social, a defesa do meio ambiente, o diálogo com todos os povos e todas as religiões, e o respeito à diversidade dos seres humanos”, escreveu Lula.

Outras lideranças também comemoram Os presidentes do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), e da Câmara, Hugo Motta, também celebraram a escolha do cardeal Robert Prevost como novo Papa. “Papa Leão XIV é revelado ao mundo com a missão de ampliar a conciliação e continuar o legado de Francisco, marcado pela tolerância, diálogo e pacificação. Todos nós, seguidores da fé cristã, desejamos muita sabedoria, fé e energia para o novo Pontífice”, escreveu Motta. Já Alcolumbre afirmou desejar que o “pontificado fortaleça os laços entre as nações e reavive, nos corações de todos, o poder transformador da fé, da compaixão e do bem comum”.

CURTAS

Reconhecimento O titular deste blog foi agraciado, ontem, com o Prêmio Mérito de Comunicação Jornalista Graça Araújo, concedido pela Câmara Municipal do Recife. A homenagem partiu de indicação do vereador Gilson Machado Filho (PL) e integra uma das mais importantes distinções concedidas aos profissionais da comunicação na capital pernambucana.

Editora representou Por estar em Brasília, em virtude da produção do podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, o Direto de Brasília, a editora-chefe do blog, Ítala Alves, representou Magno Martins na cerimônia e recebeu a honraria em seu nome. A premiação, instituída pela Resolução nº 2698/2019, reconhece, anualmente, jornalistas, educadores e instituições que atuam na área da comunicação.

Festa da Pedra do Reino Na próxima segunda-feira (12), a partir das 18h, o auditório Sérgio Guerra, na Alepe, será palco de uma noite especial em homenagem aos 30 anos da Festa da Pedra do Reino, realizada anualmente em São José do Belmonte, no Sertão. O evento promete transportar os presentes ao universo encantado criado por Ariano Suassuna em sua célebre obra O Romance d’A Pedra do Reino e o Príncipe do Sangue do Vai-e-Volta. A cerimônia foi proposta pelo deputado estadual Luciano Duque (SD).

Perguntar não ofende: Raquel Lyra vai conseguir se entender com a Alepe algum dia?

Jaboatão dos Guararapes - Empreendedora

O Supremo Tribunal Federal (STF) marcou para esta sexta-feira (9), às 11h, o julgamento da decisão da Câmara dos Deputados que suspendeu a ação penal contra o deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ) no caso da trama golpista na qual está envolvido o ex-presidente Jair Bolsonaro.

O julgamento será realizado no plenário virtual da Primeira Turma da Corte, formada pelos ministros Alexandre de Moraes, relator do caso, Flávio Dino, Cármen Lúcia, Luiz Fux e Cristiano Zanin. O encerramento da votação está previsto para terça-feira (13).

A solicitação do julgamento colegiado por feita por Alexandre de Moraes após o presidente da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), comunicar o presidente da Corte, ministro Luís Roberto Barroso, sobre a decisão tomada ontem (7) pelo plenário da Casa. As informações são da Agência Brasil.

“Comunico a Vossa Excelência que esta Casa, em sessão deliberativa extraordinária realizada no dia 7 de maio de 2025, resolveu pela sustação da ação penal decorrente do recebimento da denúncia contida na petição nº 12.100, em curso no Supremo Tribunal Federal”, diz o ofício.

A deliberação do STF é necessária porque a decisão da Câmara abre brecha para a suspensão de todas as acusações contra Ramagem e todos os demais réus do núcleo 1 da trama golpista, incluindo o ex-presidente Jair Bolsonaro.

Entenda
No mês passado, o Supremo enviou um ofício à Casa para informar que os deputados não poderiam suspender a íntegra do processo sobre a trama golpista contra o deputado.

A possibilidade de suspensão de processos contra deputados federais e senadores está prevista na Constituição. Conforme o Artigo 53, a Câmara e o Senado podem suspender uma ação penal contra um parlamentar.

No ofício enviado à Câmara, o STF disse que, apesar da permissão constitucional, somente os crimes que teriam sido cometidos por Ramagem após o mandato podem ser suspensos. O marco temporal é a diplomação, ocorrida em dezembro de 2022.

Segundo o Supremo, a suspensão vale para os crimes de dano qualificado pela violência e grave ameaça, contra o patrimônio da União, e com considerável prejuízo para a vítima e deterioração de patrimônio tombado.

Pelo entendimento, Ramagem deve continuar a responder pelos crimes de golpe de Estado, organização criminosa armada e tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito.

Antes de ser eleito, Ramagem foi diretor-geral da Agência Brasileira de Inteligência (Abin) e foi acusado de usar a estrutura do órgão para espionar ilegalmente desafetos de Bolsonaro. O caso ficou conhecido como “Abin Paralela”.

Núcleo 1
Os oito réus compõem o chamado “núcleo crucial” do golpe, o Núcleo 1, e tiveram a denúncia aceita por unanimidade pela Primeira Turma do STF em 26 de março. São eles:

  • Jair Bolsonaro, ex-presidente da República;
  • Walter Braga Netto, general de Exército, ex-ministro e candidato a vice-presidente na chapa de Bolsonaro nas eleições de 2022;
  • General Augusto Heleno, ex-ministro do Gabinete de Segurança Institucional;
  • Alexandre Ramagem, ex-diretor da Agência Brasileira de Inteligência (Abin);
  • Anderson Torres, ex-ministro da Justiça e ex-secretário de segurança do Distrito Federal;
  • Almir Garnier, ex-comandante da Marinha;
  • Paulo Sérgio Nogueira, general do Exército e ex-ministro da Defesa;
  • Mauro Cid, tenente-coronel, ex-ajudante de ordens de Bolsonaro.
Dulino Sistema de ensino

O governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, decidiu deixar o PSDB e se filiar ao PSD, partido comandado pelo ex-ministro Gilberto Kassab.

A filiação do governador gaúcho à sigla está marcada para a sexta-feira (9), às 15h, no gabinete da direção nacional do PSD, na cidade de São Paulo.

Eduardo Leite deixa o PSDB após o enfraquecimento do partido nos últimos anos e depois de a legenda aprovar uma fusão com outro partido: o Podemos.

O governador gaúcho, que não pode tentar reeleição, tem se colocado como um possível candidato à Presidência da República no pleito de 2026.

Com a chegada de Leite, o PSD passará a ter quatro governadores. Já estão filiados à sigla os governadores Raquel Lyra (PE), Ratinho Jr. (PR) e Fábio Mitidiéri (SE).

Petrolina - O melhor São João do Brasil

Por Jornal O Poder

Prestes a assumir o comando nacional do PSB, o prefeito do Recife, João Campos, fez uma espécie de turnê por estados-chave e prestigiou aliados que assumiram diretórios locais do partido. Ele defende que Geraldo Alckmin seja mantido como vice na chapa do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2026, em movimento que busca se antecipar a disputas de partidos do Centrão pela vaga. O PSB também já foi comandado pelo pai de João Campos, Eduardo Campos, e pelo bisavô Miguel Arraes.

Humberto concorda

Em entrevista, esta semana, ao prestigiado podcast Direto de Brasília, do jornalista Magno Martins, em parceria com a Folha de Pernambuco, o senador Humberto Costa, atual presidente nacional do PT, também defendeu Alckmin na vice como prioridade.

Em meio às especulações sobre sua saída da chapa presidencial no ano que vem, o vice-presidente Geraldo Alckmin (PSB) ganhou mais um aliado de peso. O senador e presidente nacional interino do PT, Humberto Costa, avalia que o ex-governador de São Paulo reúne todas as condições para continuar no posto, em especial pela lealdade demonstrada ao presidente Lula (PT). Todavia, Humberto ressalta que a conjuntura será avaliada mais na frente para se concretizar essa decisão.

“Se prevalecerem a competência, a lealdade e o espírito de colaboração, sem dúvida o melhor nome é o de Geraldo Alckmin. Ele mostrou que é leal, que tem todas as condições, mas sabemos que, na política, as coisas são imprevisíveis. Ele pode ser um grande candidato a governador ou a senador em São Paulo. E pode ser que o presidente Lula (PT) precise ampliar o seu conjunto de forças, colocando outro partido mais forte que o PSB na vice. Mas, pelo desempenho, pela lealdade e pela postura, acho que o melhor nome seria o de Geraldo Alckmin”, avaliou Humberto na entrevista.

O certo

É que as duas lideranças, de dois partidos aliados, concordam no essencial, o que sinaliza para a manutenção do projeto e sua provável extensão para o plano estadual nas eleições de 2026.

Ipojuca - No Grau 2025

O deputado federal Carlos Veras (PT) anunciou, nesta quinta-feira (8), que cerca de 30 novos peritos do INSS serão designados para reforçar o atendimento em Pernambuco a partir do segundo semestre. A informação foi confirmada durante reunião com o ministro da Previdência, Wolney Queiroz. Os profissionais fazem parte do grupo de 500 aprovados no concurso nacional realizado este ano e atuarão em polos que incluem municípios como Afogados da Ingazeira, Araripina e Garanhuns.

Segundo Veras, o novo modelo de atendimento, baseado em polos regionais, busca reduzir os impactos causados pelo esvaziamento de quadros da instituição e melhorar o serviço prestado à população. “Seguimos na luta para garantir mais direitos e avanços para a nossa gente”, destacou o parlamentar. Assista:

Caruaru - São João na Roça

O vice-presidente da República e ministro do Desenvolvimento, Geraldo Alckmin, celebrou a escolha do Papa Leão XIV em publicação nas redes sociais. Em tom solene, Alckmin destacou o momento como histórico e afirmou que os brasileiros se unem à comunidade católica mundial na expectativa de que o novo pontífice conduza a Igreja com inspiração, promovendo paz, união e esperança à humanidade. Confira:

Camaragibe - Cidade trabalho 100 dias

O cardeal norte-americano Robert Francis Prevost, de 69 anos, agora Papa Leão XIV, esteve em Campinas (SP) em 2008, na Paróquia Santo Antônio dos Agostinianos, ao lado de Dom Bruno Gamberini, já falecido. O registro foi enviado pelo meu amigo padre Brás, natural de São José do Egito e residente em Brasília, que acompanhou a visita do então bispo agostiniano.

Cabo de Santo Agostinho - IPTU 2025 prorrogado

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) sancionou em 2022 uma medida aprovada pelo Congresso que colocou fim a uma medida que fortaleceria o controle sobre os descontos em benefícios do INSS. Ele poderia apresentar vetos ao texto, mas decidiu dar aval ao conteúdo na íntegra.

Esses descontos estão no centro de um escândalo de desvios que levantam suspeitas sobre dirigentes do INSS no governo Lula (PT).

A oposição tem defendido que Bolsonaro propôs um maior controle nos descontos, o que de fato aconteceu em 2019 quando o então mandatário enviou texto ao Congresso prevendo uma revalidação anual desses abatimentos. Mas a iniciativa foi alterada pelos parlamentares duas vezes até ser eliminada completamente em uma terceira ocasião, e o então presidente aceitou as mudanças sem contestações. As informações são da Folha de S. Paulo.

O desconto de mensalidades de associações e sindicatos vem de governos anteriores, mas atingiu patamares bilionários após 2022, explodindo durante o governo Lula, com movimentações políticas no Congresso que impediram o endurecimento de regras para barrar débitos ilegais.

Uma primeira iniciativa de Bolsonaro sobre o tema foi enviada ao Congresso por meio de uma MP (medida provisória) de janeiro de 2019, assinada por ele e pelos então ministros Onyx Lorenzoni (Previdência) e Paulo Guedes (Fazenda). O texto estabelecia que, para os descontos destinados a associações, a autorização deveria ser “revalidada anualmente nos termos do disposto no regulamento” (ou seja, estabelecia uma revisão anual e deixava em aberto o detalhamento para uma futura norma).

O Congresso flexibilizou o texto, estabelecendo que a revalidação deveria ser feita “a cada 3 (três) anos, a partir de 31 de dezembro de 2021, nos termos do regulamento”. Bolsonaro sancionou a lei sem veto a esse trecho em junho de 2019.

Uma segunda MP de Bolsonaro, de outubro de 2020 e que versava sobre outro tema (crédito consignado), foi usada pelo Congresso para legislar sobre os descontos. Na tramitação, os parlamentares adiaram o começo da revalidação para ela acontecer a cada três anos, “a partir de 31 de dezembro de 2022, podendo esse prazo ser prorrogado por mais 1 (um) ano, por meio de ato do Presidente do INSS”. O texto final foi sancionado sem vetos por Bolsonaro e transformado em lei em março de 2021.

Essa segunda MP foi a que teve como alvo uma emenda do novo ministro da Previdência Social, Wolney Queiroz (PDT-PE), quando ele ainda era deputado. Queiroz queria um adiamento ainda maior do começo da revalidação, com data para 2023.

A emenda foi apresentada pelo então deputado Vilson da Fetaemg (PSB-MG) e coassinada por Queiroz e também por Danilo Cabral (PSB-PE), Enio Verri (PT-PR) e Jorge Solla (PT-BA). A justificativa eram os efeitos da pandemia do coronavírus e a necessidade de reorganização das entidades.

Uma terceira MP de Bolsonaro, de março de 2022 e que criava o Programa de Simplificação do Microcrédito Digital para Empreendedores (SIM Digital), foi usada para acabar com a revalidação. O trecho que previa a condição foi simplesmente revogado quando a medida foi transformada em lei ao ser sancionada sem vetos por Bolsonaro em agosto de 2022.

A oposição tem buscado capitalizar com o escândalo. O deputado federal Nikolas Ferreira (PL) viralizou nas redes sociais ao publicar na noite desta terça-feira (6) um vídeo em que discorre sobre o escândalo. No vídeo, ele acusa Lula de omissão enquanto argumenta que Bolsonaro apresentou em 2019 uma MP que protegeria os aposentados sobre o assunto.

Em 24 horas, o vídeo publicado no perfil oficial do deputado no Instagram já somava 100 milhões de visualizações, além de 4,5 milhões de curtidas, 372 mil comentários e 2,5 milhões de compartilhamentos.

Toritama - FJT 2025

Fui agraciado, na noite desta quinta-feira (8), com o Prêmio Mérito de Comunicação Jornalista Graça Araújo, concedido pela Câmara Municipal do Recife. A homenagem, recebida com muita honra, partiu de indicação do vereador Gilson Machado Filho (PL) e integra uma das mais importantes distinções concedidas aos profissionais da comunicação na capital pernambucana.

Por estar em Brasília, em virtude da produção do meu podcast em parceria com a Folha de Pernambuco, o Direto de Brasília, a editora-chefe do blog, Ítala Alves, me representou na cerimônia e recebeu a honraria em meu nome. A premiação, instituída pela Resolução nº 2698/2019, reconhece, anualmente, jornalistas, educadores e instituições que atuam na área da comunicação.

Palmares - Pavimentação Zona Rural

No programa de hoje, comentei que a análise do projeto que amplia de 513 para 531 o número de deputados federais está travada no Senado à espera do retorno de Davi Alcolumbre. O presidente da Casa embarcou para a Rússia na terça-feira (6), acompanhando a comitiva do presidente Lula, e só deve voltar ao Brasil no próximo dia 14. Sem sua presença, os senadores não pretendem avançar no debate, que segue dividindo opiniões. A expectativa é que, mesmo com esforço para acelerar a tramitação, a votação só ocorra no fim deste mês.

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O prefeito de Garanhuns, Sivaldo Albino, divulgou nota pública nesta quinta-feira (09) em que contesta declaração do presidente da Amupe (Associação Municipalista de Pernambuco), Marcelo Gouveia, sobre a proposta de modificação no projeto de lei que autoriza empréstimo de R$ 1,5 bilhão ao Governo do Estado. Sivaldo defende que parte dos recursos seja repassada diretamente aos municípios, de forma institucional e sem critérios políticos, como propõe o substitutivo aprovado pela Comissão de Finanças da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
Confira a nota na íntegra:

Lemos com atenção e surpresa nosso presidente da Amupe, Marcelo Gouveia, a quem temos grande consideração, afirmar que a mudança no texto do projeto que trata de empréstimo para o Governo do Estado, no valor de R$ 1,5 bilhão, na Comissão de Finanças na ALEPE, quando os deputados defendem destinar metade deste valor de forma democrática institucional diretamente para os municípios, e que, segundo ele, ‘a divisão dos recursos atrapalharia obras benéficas nos próprios municípios’.

Discordamos do nosso presidente Gouveia, a mudança visa justamente garantir que os municípios, independentemente de política e partidarismo de seus gestores, recebam os benefícios e ações do Governo do Estado. Somos testemunhas e sofremos também os efeitos da gestão parcial da governadora Raquel Lyra, e precisamos garantir que os municípios sejam tratados de forma equânime, com institucionalismo, e não somente aos que aderirem ao seu projeto político, na maioria das vezes até se filiando ao seu partido.

Por isto, em nome das relações institucionais, que entendemos que o substitutivo apresentado pela Comissão de Finanças da ALEPE atende ao conjunto dos municípios do estado de Pernambuco, independente de região e grupos políticos, e que esta defesa pelos interesses de todos os municípios, deveria ser o posicionamento da AMUPE.

Sivaldo Rodrigues Albino
Prefeito de Garanhuns

Em meio à euforia do anúncio da Arena de Pernambuco como estádio que receberá jogos da Copa do Mundo Feminina de Futebol em 2027, uma pergunta ficou no ar: será que a governadora Raquel Lyra (PSD) ainda vai levar adiante a ideia de retirar de São Lourenço da Mata a sede do 20º Batalhão da Polícia Militar e transferi-la para Camaragibe?

Quem faz uma viagem, sobretudo internacional, se preocupa em pesquisar com bastante antecedência. Imagine um europeu ou norte-americano se deparando com a informação de que, na cidade para onde se deslocará, a opção foi por fechar um batalhão de polícia em vez de reforçar a segurança. É uma notícia indigesta para quem lê e altamente tóxica para o turismo.

O problema é que, nas últimas semanas, a governadora tem esbanjado insensibilidade com o tema. Ignorou diversos apelos do prefeito Vinicius Labanca (PSB) por birra política, já que ele é do maior partido de oposição a ela e aliado de primeira hora do prefeito do Recife, João Campos (PSB), apontado como favorito na corrida ao Governo de Pernambuco em 2026.

Nesta semana, Labanca chegou a divulgar uma carta prometendo lutar, inclusive na esfera judicial, pela permanência do batalhão. Até agora, porém, o Palácio do Campo das Princesas só devolveu apatia e silêncio em relação ao caso.

Se mantiver a decisão de fechar o batalhão, que já era incoerente antes mesmo de a Copa ser confirmada em Pernambuco, a governadora dobrará a aposta em uma maluquice completa e com chances de repercussão internacional. O Governo Raquel Lyra já demonstrou que não se importa muito com os mais de 117 mil habitantes de São Lourenço da Mata. Mas e com os milhares de turistas do Brasil e de fora do país? Vai pagar para ver algum crime que abale a imagem do turismo local?

Mais do que estimular o esporte, o turismo e a economia, a Copa do Mundo Feminina de Futebol precisa conquistar outro feito por essas bandas: amolecer um duro coração. Quem sabe esse milagre acontece dois anos antes de a bola rolar.