Politização de créditos suplementares pode prejudicar comércio e famílias em Brejo da Madre de Deus

A economia do Brejo da Madre de Deus está sob ameaça. A Câmara de Vereadores, ao politizar a aprovação de créditos suplementares, coloca em risco o fluxo de recursos que mantém o comércio local e o sustento de inúmeras famílias. Esses créditos são mais que números no orçamento: são o combustível que faz o município funcionar, garantindo salários, serviços e a movimentação de negócios que dependem diretamente das verbas públicas.

A abertura de crédito adicional é uma prática legal, amparada pela Constituição Federal e pela Lei Federal n° 4.320/64. Trata-se de um procedimento básico para qualquer administração que deseja manter suas contas em ordem e continuar investindo na cidade. No entanto, ao transformar essa necessidade em uma arena política, os vereadores colocam em jogo o bem-estar da população.

É preciso deixar claro: a paralisação ou atraso na liberação desses créditos pode causar um efeito devastador na economia local. O pequeno comércio, que depende da circulação desses recursos, será o primeiro a sentir o impacto. As famílias, que aguardam por esses valores para garantir o sustento, podem enfrentar dificuldades. Politizar algo tão fundamental para o município é brincar com o futuro de quem mais precisa.

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Por Tarsila Castro
Da Folha de Pernambuco

O processo de concessão administrativa de parte dos serviços da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa) já tem prazos previstos até 2025.

Segundo o presidente da Companhia, Alex Campos, a fase de transição das áreas de distribuição de água e esgotamento sanitário para a iniciativa privada deve ser iniciada em agosto do próximo ano.

“A gente acredita que, se não tiver nenhuma intercorrência, em agosto do ano que vem possamos operar a transição desse serviço que a Compesa está na ponta ainda. Acreditamos que vai ser um debate transparente e público. É um projeto de Estado, não de governo”, afirmou Alex Campos.

Atualmente, a Companhia opera todos os serviços: produção (captação), tratamento e distribuição de água, além de coleta e tratamento de esgoto. No modelo definido, a Compesa atuará nas duas primeiras frentes.

O gestor voltou a garantir que a Compesa não será privatizada.

“A Compesa não será privatizada e continuará sendo uma empresa 100% pública. Vamos atuar nesses dois eixos: produção e tratamento de água. A gente continua sendo uma estatal que vai atuar em um eixo fundamental que é o controle da água. A água ficará sob o controle do Estado ainda”, reiterou.

O modelo de concessão previsto é fruto de estudos que vem sendo realizados pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) – contratado pelo Governo de Pernambuco e que ainda não foi finalizado.

Na fase final, as propostas se tornarão editais que devem ser submetidas aos dois blocos federativos – compostos pelo Estado (que detém 40% de participação) e por municípios – que são detentores do poder de concessão do saneamento.

Após essa etapa, serão realizadas audiências públicas até o final de 2024, com a participação da sociedade, dos municípios, da Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), entre outros atores que interagem com o tema. A partir disso, os estudos serão submetidos à Agência de Regulação de Pernambuco (Arpe).

A expectativa é de que entre março e abril de 2025 o novo arranjo jurídico seja encaminhado para a bolsa de valores (B3) para que as empresas possam oferecer lances sobre as outorgas que serão concedidas.

Segundo Alex Campos, a projeção é de que a operação represente a atração de R$ 15 a R$ 20 bilhões em investimentos nos próximos anos para Pernambuco.

“A parte de distribuição da água, coleta e tratamento de esgoto ficariam a cargo da iniciativa privada com um grande objetivo de estimular, e atrair o privado para essa operação trazendo novos investimentos, a fim de que a gente acelere o processo de universalização que já está ali na frente, em 2033, de acordo com o Novo Marco Legal do Saneamento”, ressaltou.

Petrolina - Testemunhal

Um caça F-5M da Força Aérea Brasileira (FAB) caiu em Natal, Rio Grande do Norte, nesta terça-feira (22), durante um voo de treinamento, após enfrentar problemas técnicos logo após a decolagem. A FAB confirmou a informação.

Segundo informações preliminares, a aeronave sofreu pane nos motores, identificada pelo piloto, que conseguiu se ejetar a tempo. Ele foi resgatado pela equipe de salvamento da FAB.

O militar, antes de se ejetar da aeronave, a direcionou para uma região desabitada.

Segundo a FAB, o Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investigará o acidente para identificar os possíveis motivos que levaram a queda “para evitar que novas ocorrências semelhantes ocorram”.

Leia a nota da FAB na íntegra:

A Força Aérea Brasileira (FAB) informa que, nesta terça-feira (22/10), uma aeronave F-5M se acidentou em Natal (RN), durante um voo de treinamento. O militar, antes de realizar o procedimento de ejeção da aeronave com sucesso, direcionou-a para uma região desabitada, havendo sido resgatado por equipe de salvamento da FAB.

O Centro de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Cenipa) investigará o acidente a fim de identificar os possíveis fatores contribuintes para evitar que novas ocorrências semelhantes ocorram.

Conheça Petrolina

Por Por Guilherme Mazui e Gioconda Brasil
Do g1

Os médicos que atendem o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) divulgaram nota em que dizem que o exame de imagem realizado no petista nesta terça-feira (22) “está estável” na comparação com o anterior e que Lula “está apto a exercer sua rotina de trabalho”.

Lula retornou ao hospital Sírio-Libanês, em Brasília, nesta terça para a realização de exames em razão do acidente doméstico que sofreu no sábado (19) no Palácio da Alvorada.

O presidente ficou na unidade hospitalar por cerca de uma hora. Ele deve ser submetido a um novo exame no prazo de 72 horas.

“O Presidente Luiz Inácio Lula da Silva esteve hoje, 22/10/2024, no Hospital Sírio Libanês, unidade Brasília, para reavaliação. O exame de imagem está estável em comparação ao anterior, com programação de realizar novo exame de controle em 72h. Encontra-se apto a exercer sua rotina de trabalho”, diz comunicado assinado pelos médicos Roberto Kalil Filho e Ana Helena Germoglio.

A nota divulgada pelos profissionais de saúde não especifica para qual rotina de trabalho Lula está liberado, se isso inclui, por exemplo, despachos no Palácio do Planalto ou viagens de longa distância.

Lula caiu em um banheiro da residência oficial da Presidência e bateu a região da nuca. Ele precisou levar cinco pontos no sábado e realizou exames de imagem, que foram repetidos.

No sábado, o presidente foi liberado para voltar para casa, mas orientado a cancelar viagens longas pelas próximas semanas – incluindo o embarque para a Rússia, onde participaria da reunião de cúpula do Brics.

O petista, que tem 78 anos, realizou reuniões de trabalho na segunda-feira (21) e nesta terça no Alvorada.

O presidente comentou o acidente em uma conversa por telefone com Luiz Caetano, candidato do PT à prefeitura de Camaçari (BA).

“Estou bem, querido. Eu tive um acidente aqui, mas uma bobagem minha. Foi grave, mas não afetou nenhuma parte mais delicada. Eu tô cuidando, porque qualquer coisa na cabeça é muito forte”, disse o presidente.
Lula é eleitor em São Bernardo do Campo (SP), cidade com segundo turno na eleição municipal do próximo domingo (27). Na próxima semana, o presidente tem previsão de participar da COP da Biodiversidade em Cali, na Colômbia.

Após uma semana de comemorações e muitos bois abatidos para churrasco, por conta da histórica vitória na eleição para prefeito de Surubim, o deputado estadual Chaparral (União Brasil) tem mais um motivo para comemorar, amanhã, o seu aniversário.

Ele completa 40 anos, e festejará com amigos no café da manhã organizado pela esposa Juliana (União Brasil), reeleita prefeita de Casinhas. O horário é um verdadeiro teste pra saber se tem muitos amigos, pois os bolos, tapiocas e mungunzás serão oferecidos às 7h da manhã na fazenda Caiçaras, espécie de amuleto da família, pois lá morou o avô Sebastião Urbano.

É possível que esse café da manhã emende com um churrasco, que terá intervalo às 17h, quando será celebrada uma missa em ação de graças no Seminário Nossa Senhora de Lurdes, conduzida pelo padre Ayrton Filho.

Por Marcos Cintra*

O Plano de Expansão da Energia (PEN) 2024, recentemente divulgado, trouxe à tona um cenário desafiador para o futuro do sistema elétrico brasileiro. O Operador Nacional do Sistema (ONS) alerta que a necessidade de uso da reserva operativa, um recurso de segurança acionado apenas em momentos críticos, pode se tornar inevitável já no final de desse ano e início de 2025, com risco maior em março devido à variabilidade hidrológica e outras incertezas.

Isso evidencia que estamos diante de um sistema operando no limite, sem folga para imprevistos. Esse quadro de vulnerabilidade precisa ser debatido de maneira séria e profunda, considerando que o aumento de fontes intermitentes, como solar e eólica, exige um planejamento mais robusto e coordenado, o que falta no cenário atual.

Os números projetados pelo ONS para os próximos anos são ainda mais preocupantes: as probabilidades de perda de carga, ou seja, a incapacidade do sistema de suprir toda a demanda de energia, chegam a níveis insustentáveis. Em 2026, a perda de carga está estimada em 12%; em 2027, atinge 19%; e, em 2028, impressionantes 34%, muito acima do limite de 5% considerado aceitável.

Esses dados indicam que o país corre o risco de enfrentar apagões e interrupções significativas no fornecimento de energia, o que, além de impactar o dia a dia de milhões de consumidores, também pode desacelerar o crescimento econômico.

Diante desse cenário, há uma oportunidade importante para evoluirmos para um planejamento mais coordenado e assertivo, que vá além do modelo indicativo atual e contemple as necessidades futuras do sistema.

A matriz energética brasileira, embora diversificada, ainda depende fortemente da hidreletricidade, que sofre cada vez mais com as incertezas climáticas, como secas prolongadas e variações de precipitação. Paralelamente, o Brasil tem avançado na incorporação de fontes renováveis intermitentes, como a energia eólica e solar, o que é positivo para a diversificação e a sustentabilidade. No entanto, essas fontes, por sua própria natureza, trazem novos desafios para o sistema, que precisa lidar com a sua variabilidade e garantir segurança de fornecimento nos momentos em que o vento não sopra e o sol não brilha. O planejamento energético brasileiro, que historicamente operava sob uma lógica mais simples, enfrenta agora uma nova realidade, cada vez mais complexa e interconectada.

Esse cenário exige uma revisão profunda da governança e da capacidade de planejamento do Estado brasileiro. O modelo atual de planejamento indicativo não parece mais suficiente para lidar com os desafios que se avolumam. A complexidade crescente do sistema, impulsionada pela integração de fontes intermitentes e pela necessidade de manter a segurança de fornecimento, exige um planejamento mais assertivo e coordenado. Seria oportuno o Estado assumir um papel mais central no fortalecimento da governança do setor, coordenando de forma mais eficaz políticas integradas de geração, transmissão e distribuição de energia, com diretrizes claras e de longo prazo, que garantam tanto a expansão da capacidade quanto a flexibilidade necessária para lidar com as flutuações na oferta de energia.

Uma das soluções passa pela modernização da governança do setor elétrico, com a criação de uma agência de energia que centralize as decisões e coordene de maneira mais eficiente as políticas de geração, transmissão e distribuição de energia.

Além disso, o fortalecimento do Operador Nacional do Sistema (ONS), conferindo-lhe a responsabilidade não só pela operação da transmissão elétrica, mas também pela gestão dos gasodutos, seria um avanço importante.

O ONS poderia ainda assumir funções mais amplas, como o planejamento integrado do sistema e a liquidação de contratos tanto de energia elétrica quanto de gás natural, o que permitiria uma visão mais ampla e coordenada de toda a infraestrutura energética do país.

Outra medida crucial seria ampliar os investimentos em tecnologias que aumentem a confiabilidade e flexibilidade do sistema, como a construção de usinas térmicas e outras soluções de armazenamento de energia, incluindo baterias e o resgate das hidroelétricas com reservatório.

Essas soluções podem servir como backup para as fontes intermitentes, garantindo um fornecimento estável de energia mesmo nos momentos de maior pressão sobre o sistema.

Além disso, a expansão da rede de transmissão é fundamental para garantir que a energia gerada em regiões com grande potencial renovável, como o Nordeste, chegue aos centros consumidores com eficiência, algo que tem onerado a conta do consumidor. Outra saída seria o deslocamento de projetos energointensivos para a região, como os datacenters.

A crise projetada para os próximos anos não pode ser enfrentada apenas com soluções paliativas ou improvisadas. O Brasil precisa de um planejamento estratégico de longo prazo, que envolva todos os atores do setor e esteja alinhado com as tendências globais de transição energética e sustentabilidade.

O Estado, nesse contexto, precisa reassumir um papel de liderança e coordenação, garantindo que as decisões sejam tomadas com base em critérios técnicos sólidos e com visão de futuro.

O PEN 2024 é um sinal de alerta que não pode ser ignorado. O Brasil enfrenta desafios sem precedentes em seu setor elétrico, que vão desde a volatilidade climática até a crescente complexidade de sua matriz energética.

Para enfrentar esses desafios, é urgente reforçar a capacidade de planejamento e governança do Estado, garantindo a segurança energética e a sustentabilidade do desenvolvimento econômico. O PEN 2024 é um convite ao diálogo e à ação conjunta entre todos os envolvidos no setor, para que possamos garantir a segurança energética e o desenvolvimento sustentável do país.

*Executivo do setor de petróleo, gás e energia. Jornalista pela Unicap, mestre em políticas públicas pelo IE-UFRJ e doutor em energia pelo IEE-USP, é presidente do Instituto Pensar Energia.

Durante uma reunião de campanha de Vinícius Castello (PT) realizada ontem (21), a senadora Teresa Leitão protagonizou um momento inusitado. Ao se dirigir aos apoiadores do petista, Teresa cometeu uma gafe ao confundir o nome do atual prefeito de Olinda, Professor Lupércio (PSD), com o de Vinícius. Assista.

O blog foi informado, há pouco, pela mãe de João Guilherme, Daniele Barbosa, que a solidariedade dos leitores fez a diferença na campanha desencadeada para ajudar o garoto, que enfrenta um problema sério de saúde. Graças ao coração solidário dos que se emocionaram com a dor da família, o valor arrecadado até agora já é suficiente para a compra das órteses que ajudarão João no processo de atrofia dos seus membros.

Daniele está emocionada e extremamente grata por todo o apoio recebido. “A generosidade de vocês trouxe esperança para meu filho”, comentou, emocionada. No entanto, os custos com a manutenção da rotina de cuidados de João são elevados, e qualquer ajuda adicional é muito bem-vinda!

Para aqueles que ainda não tiveram a chance de contribuir, a campanha continua. A causa é nobre e cada gesto faz toda a diferença na vida de João.

Os interessados em ajudar podem fazer doações de qualquer valor via Pix em destaque abaixo:

87991028701

A chave está em nome de Daniele Barbosa da Silva. Se alguém quiser falar diretamente com a mãe de João Guilherme, o contato segue também:

(87) 99170-6389.

Aliado do deputado federal Mendonça Filho (UB), o prefeito reeleito de Belo Jardim, Gilvandro Estrela (UB), gravou, há pouco, para o Frente a Frente, uma entrevista na qual falou dos desafios para o novo mandato e também fez um prognóstico já em relação às eleições para governador, em 2026.

Mas diferente do que pensa Mendonça, que chegou a admitir a possibilidade de João Campos (PSB) não enfrentar a governadora Raquel Lyra (PSDB), em razão de um provável cenário administrativo favorável à tucana, Estrela disse que o Estado pode ter um clássico eleitoral em 2026.

“O cenário pode ser difícil para João, porque Raquel está com muito dinheiro em caixa e tende a fazer uma excelente gestão”, disse. A entrevista vai ao ar logo mais, a partir das 18 horas, pela Rede Nordeste de Rádio, formada por 48 emissoras em Pernambuco, Alagoas e Bahia, tendo como cabeça de rede a Rádio Folha 96,7 FM, no Recife.

Por Letícia Lins
Do Oxe Recife

Até agora, resultado que é bom… nada. Criado com o objetivo de revitalizar bairros como Santo Antônio e São José, o Gabinete do Centro (Recentro) ainda não mostrou a que veio. Ruas inóspitas, lojas fechadas, prédios desocupados mostram a face verdadeira daquele pedaço da cidade que foi marcado por muita fartura e efervescência no passado. E que, hoje, segundo os comerciantes que ainda restam virou um exemplo da falta de segurança, pois furtos, assaltos e invasões aos imóveis espalham o medo em ruas como Nova e Imperatriz.

Medidas isoladas vêm sendo anunciadas não só pelo Prefeito João Campos (como o aproveitamento dos prédios onde funcionaram os cinemas Trianon e Art Palácio), como também pela Governadora Raquel Lyra, que acaba de anunciar a data da entrega do Cinema São Luiz recuperado e a restauração da antiga sede do Diário de Pernambuco, do Liceu de Artes e Ofícios, e da Matriz de Santo Antônio.

Na tentativa de evitar o caos e piora no esvaziamento da cidade, o Recentro realiza a segunda edição do Atende Recentro, com o objetivo de dar atendimento personalizado a eventuais investidores e proprietários de imóveis do centro: desburocratização de licenças e alvarás, negociação de débitos e oportunidade de receber incentivos fiscais entre outras ações.

O evento ocorrerá nos próximos dias 22 e 23 de outubro, das 14h às 19h, no salão de eventos da CasaCor, localizado no Edf. Palazzo Itália, no bairro do Recife. A entrada é gratuita e as inscrições podem ser feitas pelo https://www.sympla.com.br/atende-recentro__2680025 .

A iniciativa, coordenada pelo Gabinete do Centro, envolve diversas secretarias e órgãos como a Secretaria de Política Urbana e Licenciamento, Diretoria de Preservação do Patrimônio Cultural (DPPC), Secretaria de Finanças e Procuradoria Geral do Município e outros órgãos do município. Na edição deste ano, o Atende Recentro também contará com a participação de parceiros como o 1º Cartório de Imóveis, o Conselho de Arquitetura e Urbanismo (CAU), SEBRAE-PE e o IPHAN.

Ou seja, o Recentro escolheu um ambiente artificial para os negócios que pretende atrair. Uma ilha de cor e luxo bem artificial, se comparada à realidade de todo o entorno, que é a CasaCor. Pode ser que, assim, longe da paisagem da cidade degradada, proprietários e investidores fiquem mais motivados.

“Por dois dias, equipes da Prefeitura do Recife estarão disponíveis para compartilhar informações técnicas sobre os imóveis do Centro da cidade e, assim, destravar obstáculos que muitas vezes impõem desafios para a recuperação, ocupação e operações de empreendimentos nos bairros do Recife, Santo Antônio e São José”, informa o Recentro.

A Prefeitura, aliás, alega que 2021, a gestão municipal efetuou a concessão de licenciamentos para mais de 350 empreendimentos de pequeno a grande portes. Ao todo, já foram aproximadamente 400 milhões investidos pela iniciativa privada no Centro do Recife.

E 86 empreendimentos já foram contemplados com a Lei do Recentro com Incentivos Fiscais, segundo a PCR. Só falta, então, saber onde eles estão e se os negócios estão dando certo. Porque o que se vê no Centro é só loja fechada, com placa de vende-se ou aluga-se, prédios desocupados sem comércio nem moradores, ruas inóspitas com zero verde, e poucos atrativos do ponto de vista de equipamentos urbanos que humanizem as ruas.

Imóveis que antes custavam de R$ 30 mil a R$ 40 mil os aluguéis, hoje não conseguem inquilinos nem cobrando R$ 3 mil mensais. Para quem anda pelo centro da cidade, a situação parece não ter mudado – ou até piorado – desde que o Recentro foi criado.

Por Hylda Cavalcanti e José Ozair Cavalcanti Neto*

Se por aqui estivesse, José Ozair Cavalcanti (o José é por causa do santo padroeiro de Vertentes) estaria fazendo 85 anos na próxima sexta-feira (25). Falecido há 10 anos, três dias antes do seu aniversário, seus opositores até se irritam porque ele é conhecido e citado como um líder político relevante no agreste setentrional de Pernambuco até hoje, mesmo em meio a tantas novidades entre as lideranças nos últimos anos. O que nem todos sabem é que, apesar disso, o que menos Ozair fez na vida foi ser político.

Ozair detestava conchavos e todo o tipo de negociação, o que só fazia se existisse um motivo forte ou correto. Era do tipo sincerão que gostava de dizer as coisas na cara. Gostava de tudo certo, exigia dos seus subordinados o menor detalhe possível nos trabalhos. Era extremamente organizado e interessado em entregar o que prometia sempre, no tempo acertado. Características que passam longe da maior parte dos políticos contemporâneos, com poucas exceções.

Ozair foi, muito mais, um militante das lutas contra as desigualdades sociais (desde a juventude) do que o que se entende como um político tradicional. E fez tudo para, da forma que pôde, ajudar a melhorar a realidade à sua volta: o país, seu Estado e, principalmente, sua cidade — Vertentes.

Nascido de uma família de produtores e agricultores por parte de pai e de mãe, ele aprendeu cedo como pesavam as desigualdades. O pai, seu Cavalcanti, dono de sítios, a quem era muito apegado, quando ele era criança, apontou, dentre os amiguinhos com quem brincava, para um deles e cochichou no seu ouvido: “aquele também é seu irmão”. Foi o primeiro filho a chegar em casa e contar “eu tenho um outro irmão”, assunto que os outros já sabiam mas não comentavam por causa da mãe, magoada com a situação.

Com esse gesto, ele transformou o novo irmão num amigo de aventuras e muitas conversas e, quando adulto — com sua casa, esposa e filhos —, terminou por incluí-lo de vez e com muito orgulho na família, inclusive sendo cumprimentado por dona Conceição, a mãe, que entendeu, no final das contas, que o meio-irmão dos filhos não tinha nada a ver com a pulada de cerca do marido. Esse é só um exemplo do seu temperamento. Foi assim em todos os aspectos da vida. Orientou os filhos a distinguirem o que é certo do errado, a reconhecer quem tinha de ser reconhecido e também a que cobrassem sempre por seus direitos, evitando injustiças.

Ainda criança, fazia discursos dizendo que iria ser advogado quando crescesse. E era tão estudioso que a mãe o colocou para estudar o ensino médio, primeiro, num seminário, depois, em Vitória de Santo Antão. Por fim, no Recife, onde fez o curso clássico e passou no vestibular. Na Faculdade de Direito, nos anos 60, um novo mundo se abriu para ele, em meio à política estudantil, os livros de filosofia e literatura universal e o momento de ebulição no país.

Foi presidente do Diretório Acadêmico. Num período turbulento da sua passagem, quando a mãe de Che Guevara, dona Celia Guevara, esteve no Recife, foi escolhido pelos colegas para fazer discurso de saudações a ela, homenageando o seu filho. Só para resumir o clima quente daquele dia: as luzes da faculdade foram apagadas pela direção para evitar a homenagem e os estudantes a realizaram assim mesmo, usando velas.

Depois, houve um período em que os anos ficaram duros para todos. Ozair foi trabalhar na iniciativa privada, casou, concluiu o curso de Direito e voltou a morar em Vertentes, porque tinha chegado o momento da vida tão aguardado: de advogar na sua terra e adjacências. Tinha clientes de Limoeiro, Belo Jardim, passando por Surubim, Santa Maria do Cambucá, Vertentes, Santa Cruz do Capibaribe, Toritama e outros municípios próximos até chegar na divisa de Pernambuco com a Paraíba. Para alguns, muitas vezes trabalhava pro bono.

Fez seu escritoriozinho no quarto que ficava na frente da casa, colado à sala de estar, e virou muitas noites na máquina de datilografia escrevendo petições, processos, pedidos de habeas corpus e o que mais tivesse pela frente ao lado da esposa, Geralda, também advogada. Os dois deixavam os filhos com as tias e a avó e passavam dois a três dias da semana viajando interior afora. Percorrendo fóruns, fazendo júris, tendo audiências, protocolando petições ou fazendo registros em cartórios, num tempo em que não existia a internet e esse tipo de providência tinha de ser feito presencialmente.

Alguns anos depois, foi chamado para ser superintendente do Sistema Penitenciário do Estado. E aí foi um período em que deixou a família louca, porque durante os sábados pegava a menina, de 8 anos, e o menino, de 6 anos, e os levava para visitar os presídios. Dizia que só poderia saber se o que pedia estava sendo bem feito, ouvindo dos próprios detentos. Chegava lá, embora sempre com um olhar atento aos filhos, que ficavam do lado ou brincando ao redor, e perguntava: “Como vocês estão sendo tratados aqui? A comida que lhes servem é boa? Vocês têm tido assistência disso ou daquilo? Tem havido muita briga entre os internos? ” Argumentava que uma prova de suas intenções e de que confiava neles, era que tinha ido ali levando os próprios filhos. Dava essas incertas sem avisar a ninguém e sempre afirmou que as conversas lhe deram grande aprendizado. Muitos desses, péssimos para os filhos, a quem impedia de chegar em casa tarde da noite quando adolescentes, por causa do que alegava ter ouvido dos presidiários.

Até o fim da vida, contava emocionado sobre o dia em que entrou num prédio, no centro do Recife, e o porteiro veio animado falar com ele: “Dr. Ozair, lembra de mim? Eu sou fulano, conheci o senhor quando estava preso e o senhor procurava saber como eu estava, me deu conselhos. E eu tive motivos para estar lá, doutor, fui um jovem delinquente. Hoje sou casado, sou pai e trabalho aqui, como porteiro”. Para resumir, a conversa resultou num almoço no domingo seguinte que Ozair ofereceu para o rapaz e a família em casa. Ele dizia que nunca iria se esquecer desse reencontro e que isso sim consistia na verdadeira ressocialização de um cidadão.

Com os amigos e conhecidos, Ozair abria as portas de casa. Com a família, escancarava. Perdeu as contas dos primos e primas que recebeu para temporadas que duraram poucos dias e outras que duraram meses. Dizia que seu lar era o lar de todos, sem exceção, mesmo que isso deixasse os filhos muitas vezes sem quarto, ou tendo de dormir em colchões improvisados no quarto dele e da mulher. Uma senhorinha que trabalhou muitos anos com a família, dona Lúcia, toda segunda-feira resmungava irônica: “como fica a programação da pensão esta semana? ”. Ele ria e nada dizia, mas sabíamos que gostava de ouvir aquilo.

Ozair também não tinha apego nem por livros nem por objetos que poderiam ser comprados facilmente em outro momento. Livro, se tivesse interesse em alguns, era melhor não o emprestar, porque ele doava para outra pessoa assim que lesse. Ou no meio de uma conversa ou então porque procurava a pessoa e dizia “sei que você precisa dessa leitura”. E depois procurava o dono e confessava: “Sinto muito, se quiser eu pago pelo livro, mas não posso lhe devolver mais porque passei adiante. Precisei fazer isso”. Sempre foi assim.

Da mesma forma, quando via alguém em dificuldade, tentava ajudar como podia. E se não podia, perguntava: “O que você sabe fazer? Sabe costurar? Se tiver uma máquina de costura, vai poder fazer uns clientes e colocar um dinheirinho dentro de casa? ”. E dessa forma, deu várias máquinas de costura da minha avó e da minha mãe, deu batedores e liquidificadores, que tirou diretamente da cozinha para as pessoas terem equipamentos que lhes permitissem fazer sucos e vitaminas, de forma a preparar e vender na feira para se sustentar. E assim por diante. Deu brinquedos dos filhos (que depois, com dor na consciência, substituiu por outros novos, ao vê-los chorando), deu bicicletas dos filhos e por aí vai. A mulher dizia no fim da vida que só não tinha dado as plantas do jardim, mas se enganou: ele também doou algumas, neste caso, como cortesia.

Veio a Prefeitura. Foi um dos primeiros prefeitos a instituir um plano de educação para o município. Mas não foi só a educação. Procurou a antiga Fidem, quando candidato, para estudar a cidade, saber suas viabilidades econômicas, os polos que demandavam maior investimento. Tudo coisa simples e corriqueira hoje, mas que nos anos 70, de governadores e prefeitos de capitais biônicos, em que a influência dos grandes políticos na eleição dos prefeitos de municípios do interior era muito maior, não era comum. Esse tipo de estudo prévio de um município ficava a cargo dos governos estaduais.

Voltou a governar Vertentes mais de dez anos depois, em 1993. Não são raros os vertentenses, hoje formados, que lembram quando ele ia de escola por escola para entregar fardas, cadernos e livros aos alunos. Fiscalizava as salas de aula, via de perto as condições de cada escola, olhava para eles e dizia: “estudem”.

Um episódio em especial, é considerado dos mais marcantes da sua vida. Num período de crise econômica no País, em que ele era o prefeito, houve uma onda de saques no interior de Pernambuco. A seca estava maltratando as cidades, as pessoas não estavam conseguindo ter um roçado e os agricultores se reuniram para entrar em muitos comércios nos municípios e tirar produtos para sobreviver. Menos em Vertentes. Ozair reuniu lideranças políticas e pequenos empresários. Conversou com eles e os convenceu que, pelo andar da carruagem, Vertentes seria uma das próximas cidades a serem atacadas, que a prefeitura se munir com policiamento para enfrentá-los, como muitos já tinham pedido, era a pior opção e ele não faria isso.

Explicou que essas pessoas não eram bandidos. Estavam famintas, sem perspectiva de vida, muitos tinham famílias e filhos e tinham razão nos seus propósitos. E fez uma negociação na qual todos doaram diversos produtos de seus estabelecimentos, lojinhas e casas (pois até donas de casa e pequenos comerciantes de sulanca ajudaram). Chamou o padre pedindo para entrar em contato com a pastoral da terra mais próxima, para que passasse o recado a esses grupos que os estava aguardando. E eles foram recebidos por boa parte da população da cidade num espaço repleto de gêneros alimentícios, cobertores e vários produtos para sua utilidade. Saíram de lá agradecidos e receptivos, sem qualquer tipo de violência.

Assim, seguiu a vida. Teve muitas vitórias e muitas derrotas na política. Fatos que, conforme dizia, só o ajudaram a ser mais forte como pessoa. Sempre ao lado do filho, Cavalcanti, que adulto, virou também advogado, político e um parceiro incansável. Foi ainda diretor do Instituto de Pesquisa Agropecuária de Pernambuco, procurador da Fazenda de Pernambuco e ocupou outros cargos que não é possível contar num único texto. Tinha muita alegria e muita brabeza naquele 1,89 de altura e no vozeirão. Tinha, também, muita preocupação em fazer o melhor e fazer bem feito para as pessoas e para mudar a realidade das pessoas. Mas tinha, principalmente, muito acolhimento e propósito!

Recentemente, Theo Olivetto, filho do publicitário Washington Olivetto, falecido há poucos dias, disse que o pai era suavemente intenso. Lembrou um pouco Ozair. Ele conseguia ser tudo isso ao mesmo tempo: intenso, brabo, suave, carinhoso, agoniado e, também, muito forte em suas convicções e ponto de apoio de todos nos momentos mais difíceis das suas vidas. Uma pessoa que, se estivesse por aqui, estaria comemorando seus 85 anos com garra, brigando pelos direitos, cheio de ideais e com pique de fazer inveja a muitos jovens. Certamente, por tudo isso, uma pessoa que veio ao mundo para ficar na história.

*Hylda Cavalcanti é jornalista e filha de Ozair. José Ozair Cavalcanti Neto é economista e, por óbvio, neto de Ozair. Os dois resolveram, neste texto, escrever sobre ele na terceira pessoa pela primeira vez na vida porque acharam que seria uma outra forma de homenageá-lo, mostrando sua trajetória com certo distanciamento.

As mineradoras BHP e Vale finalizaram os termos com o governo brasileiro para resolver a indenização pela falha da barragem de 2015 na mina de minério de ferro de Germano, em Mariana (MG).

O acordo foi consequência do engajamento do governo Lula em resolver a questão, numa ação liderada pelo ministro das Minas e Energia Alexandre Silveira.

Pelos termos do acordo, que deve ser anunciado em 25 de outubro, as empresas pagarão R$ 170 bilhões (US$ 29,6 bilhões) aos atingidos pelo rompimento da barragem do Fundão.

Dos R$ 170 bilhões, R$ 40,73 bilhões foram alocados para indenizar diretamente as vítimas do desastre de Mariana. Mais de 300.000 indivíduos e famílias devem receber R$ 30.000 no menor prazo possível, de acordo com uma declaração divulgada pela BHP e confirmada pelo ministro.

Alexandre Silveira disse que o acordo “incluirá uma indenização imediata de R$ 30 mil para cada uma das mais de 300 mil famílias”. Outros R$ 13.000 serão pagos diretamente a indivíduos cujo acesso à água foi prejudicado, enquanto os pescadores receberão R$ 95.000.

Embora a data para os pedidos de indenização ainda não tenha sido anunciada, fontes próximas ao acordo observam que os pedidos individuais devem ser abertos no início de 2025. A data para a abertura dos pedidos de indenização provavelmente será anunciada após o anúncio final do acordo nesta quinta-feira, 25 de outubro.

Enquanto isso, o escritório de advocacia oportunista Pogust Goodhead, que criticou repetidamente o acordo brasileiro e esta semana está discutindo uma ação coletiva perante os tribunais do Reino Unido, deseja receber 30 por cento de qualquer indenização paga a indivíduos como parte de seu caso no Reino Unido.

Com os honorários exorbitantes da empresa, a Pogust Goodhead poderia hipoteticamente tirar um total de R$ 12,22 bilhões (US$ 2,1 bilhões) e R$ 12.900 (US$ 2.250) cada de indivíduos e famílias que seriam compensados ​​quase imediatamente no Brasil.

Além disso, embora o julgamento inicial no Reino Unido comece esta semana, ele diz respeito apenas à responsabilidade. Um segundo julgamento para determinar a compensação concedida aos requerentes representados pela Pogust Goodhead, se bem-sucedido, está agendado para outubro de 2026 e durará quase 6 meses. 

É altamente incerto se a Pogust Goodhead vencerá o caso, dada sua desorganização e estouros de custos. Isso significa que os requerentes que escolheram permanecer no caso do Reino Unido provavelmente não receberão compensação até pelo menos 2028, mais de três anos após a compensação ser paga no Brasil.

Diante de uma perda potencial de R$ 12,22 bilhões (US$ 2,1 bilhões) em honorários se indivíduos e famílias escolherem o processo brasileiro, não é surpresa que a empresa e seu CEO, Thomas Goodhead, tenham criticado o acordo brasileiro e dito aos reclamantes para permanecerem no caso do Reino Unido. Ele disse que está “imerso em um grau bastante saudável de ceticismo” [em relação ao acordo brasileiro].

Em um evento público na semana passada, Goodhead disse aos reclamantes brasileiros: “o conselho que darei a vocês é não assinar nenhuma renúncia”. 

Em uma entrevista concedida ao Australian Financial Review, ele admitiu que o acordo brasileiro reduz o tamanho do caso de sua empresa e, portanto, os honorários ganhos por ele e seu exército de advogados: “alguns de nossos clientes podem optar por esse esquema, então o caso na Inglaterra pode ser reduzido em tamanho”.

Com cerca de 620.000 requerentes no caso do Reino Unido, se 300.000 indivíduos e famílias escolherem a compensação imediata no Brasil, o conjunto de requerentes de Pogust Goodhead seria reduzido quase pela metade.

Nesta terça-feira (22), a prefeita eleita de Joaquim Nabuco, Márcia Barreto (PSDB), obteve uma vitória unânime no Tribunal Regional Eleitoral (TRE), que deferiu sua candidatura e reconheceu o resultado das eleições. Com a decisão, Márcia está apta para assumir a Prefeitura de Joaquim Nabuco em janeiro de 2025.

Com informações do Blog do Silvinho