A Bolsa brasileira fechou em queda de 0,44%, nesta segunda-feira (17), aos 119.137 pontos, com investidores de olho na nova decisão sobre a taxa de juros do país e no cenário fiscal, que ainda gera cautela no mercado. Já o dólar encerrou em alta de 0,73%, cotado a R$ 5,421 —seu maior valor desde 4 de janeiro de 2023, início do governo Luiz Inácio Lula da Silva (PT), quando fechou a R$ 5,451.
Com incertezas domésticas persistentes no radar, o mercado engatou a semana de olho na quarta-feira (19), quando será divulgada a decisão do Copom (Comitê de Política Monetária) do BC (Banco Central) sobre o patamar da taxa básica de juros do Brasil, a Selic.
A expectativa é que o colegiado decida, por unanimidade, manter a taxa no atual nível de 10,50% ao ano. Na visão de analistas ouvidos pela Folha, um novo racha entre os membros do colegiado, como ocorreu em maio, provocaria mais ruído no mercado e colocaria a credibilidade do BC na mira. Por isso, a previsão é de uma votação sem divergências e um comunicado mais coeso.
A manutenção da taxa Selic em 10,50% foi também prevista pelo boletim Focus: agora, economistas consultados pelo BC esperam que não haja mais nenhum corte nos juros até o final do ano. A projeção é 0,25 ponto percentual maior do que projetada no último ajuste de expectativas, após duas semanas sem alterações.
As análises levam em conta a deterioração das expectativas de inflação, a depreciação do real frente ao dólar, a percepção de maior risco fiscal e a incerteza externa, além da atividade econômica resiliente.
Nas últimas semanas, a pressão para o governo cortar gastos cresceu, conforme investidores perdiam confiança no compromisso do governo com o equilíbrio nas contas públicas. O risco de mudança das regras do arcabouço fiscal para acomodar o crescimento das despesas obrigatórias entrou no radar após encontro do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, no dia 7 de junho, com representantes de instituições financeiras.
Após a reunião, rumores sobre uma possível mudança no arcabouço fiscal passaram a circular, o que levou à disparada do dólar diante de temores sobre a situação fiscal do Brasil.
A rejeição pelo Congresso da MP (medida provisória) restringindo o uso de créditos do PIS/Cofins para financiar a desoneração da folha de pagamento das empresas de 17 setores e municípios elevou o pessimismo. A derrota gerou preocupação no mercado sobre um possível enfraquecimento de Haddad no governo.
À luz da necessidade de cortar gastos, o presidente Lula participou, nesta segunda, da reunião da JEO (Junta de Execução Orçamentária), colegiado de ministros responsável pelas decisões de política fiscal e orçamentárias do governo. Esta não foi a primeira vez que ele participa desse tipo de reunião, mas sua presença é rara.
Nesta segunda, ainda houve pressão vinda de dados mais fracos da economia chinesa. A produção industrial de maio do país asiático ficou aquém das expectativas e a crise no setor imobiliário não mostrou sinais de abrandamento, pressionando o minério de ferro.
Dramaturgo, poeta e encenador alemão do século XX, Bertolt Brecht escreveu uma pérola que vi pela primeira vez nos bancos escolares: “Há homens que lutam um dia e são bons; há outros que lutam muitos anos e são muito bons, mas há os que lutam toda a vida e estes são imprescindíveis”.
A ideia de homens eternos que ficam ou não pode ser interpretada como aqueles que deixam um legado duradouro, marcando a história de forma permanente. E há outros que são apenas passageiros. Armando Monteiro Filho, o Doutor Armandinho, como era tratado o pai do meu amigo Eduardo Monteiro, dirigente do Grupo EQM, do qual a Folha de Pernambuco faz parte, está na classificação dos imprescindíveis, na visão de Brecht.
Se vivo fosse, festejaria hoje seu centenário ao lado dos filhos, netos e bisnetos. Mas Deus precisava dele lá em cima e o chamou em 2 de janeiro de 2018, aos 92 anos. Convivi pouco ou quase nada com ele, mas quando o conheci mais de perto, voltando ao território movediço da política partidária como candidato a senador, um detalhe me chamou atenção: a forte e apaixonante relação dele com o filho Eduardo.
Duas almas gêmeas entrelaçadas. Nunca vi nada igual! Compreendi, entretanto, que pai e filho tinham a mesma excelência, a excelência do bom caráter. Não há maior orgulho para um pai ouvir de outros, alheios a qualquer relacionamento familiar mais profundo, a carimbada frase: “Tal pai, tal filho”. Armando pai, Eduardo filho, eram assim: nos afagos, na determinação, na coragem cívica, na mão estendida, no abraço fraterno.
Enquanto esteve cumprindo sua missão na terra como pai, o saudoso Armandinho parece que teve dois corações – um para pulsar a sua própria vida, outro para tocar a vida do filho amado. O coração de Armando batia fora do corpo dele diante do filho. Seus olhos e seu sorriso o entregavam. Amor de pai é o mais sincero de todos, se revela num simples abraço, se manifesta no colo, nos gestos, se reflete no espelho. É perene, nunca morre.
Com Armando, Eduardo aprendeu a bondade, a andar com suas próprias pernas. Descobriu o significado da palavra amor. Vivenciou a sublime sensação de ser amado verdadeiramente – e para sempre. Armando, não tenho dúvida, foi um pai que enxergou o filho com o coração, com a pureza da sua alma, a amplitude do seu espírito. A ligação deles era maior do que o mundo, maior que a imensidão do mar, maior até do que a lua cheia.
Armando pai leu Cora Coralina e soprou no ouvido de Eduardo filho o segredo da vida: “O que vale na vida não é o ponto de partida e sim a caminhada”. Caminhando e semeando, colheram juntos. Fizeram a escalada da montanha da vida, removendo pedras, plantando flores. Quando Eduardo viu seu velho amado partir, o mundo não parou nem tampouco acabou, mas com certeza perdeu o seu brilho.
MISSA PELO CENTENÁRIO – Hoje, ao meio-dia, na igreja Madre de Deus, no Recife Antigo, a família de Armando Monteiro Filho celebra seu centenário com uma missa. Genro do ex-governador Agamenon Magalhães, Armando Monteiro Filho conciliou a vida empresarial com a política. Foi deputado estadual e federal pelo PSD, além de ministro da Agricultura no governo João Goulart, após votar a favor da emenda que instituiu o regime parlamentarista em 1961. Como empresário, esteve à frente da Usina Cucaú, do Banco Mercantil e da Fiação e Tecelagem Ribeirão, consolidando sua atuação em defesa do setor produtivo em Pernambuco e no País.
Fora do rótulo – Ninguém, principalmente o mundo jurídico, foi pego de surpresa com o voto do ministro Luiz Fux, do STF, pela anulação do julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Fux incendiou os bastidores do Supremo. Para a defesa de Bolsonaro, foi motivo de euforia: Fux apontou a incompetência do STF para julgar o caso, acendendo a esperança de anulação do processo. Na narrativa dos advogados, o ministro passa a ser visto como o único “independente” da 1ª Turma. A lógica deles é conhecida: Flávio Dino teria a marca de ex-ministro do governo Lula, Cristiano Zanin carrega o passado de advogado do petista e Alexandre de Moraes é considerado inimigo declarado de Bolsonaro. A leitura é que apenas Fux escapa desse rótulo.
Por que aceitou? – A reação dentro da Corte foi outra. O voto provocou perplexidade entre alguns colegas. A pergunta que ecoa nos corredores do tribunal é simples: se o STF é incompetente, por que o próprio Fux aceitou julgar centenas de processos dos chamados “peixes pequenos”, réus envolvidos nos atos de 8 de janeiro? O próprio Fux havia acompanhado Moraes e Dino no julgamento que recebeu a denúncia da PGR contra Bolsonaro e outros sete acusados, tornando-os réus por tentativa de golpe de Estado.
Só pelo plenário do STF – Fux sustentou seu argumento sob o entendimento de que os réus são pessoas sem prerrogativa de foro privilegiado. O ministro acrescentou que, se mesmo assim o STF tiver que julgar a ação, a Primeira Turma — composta por cinco ministros — não seria a mais adequada para fazê-lo, mas, sim, o plenário do Supremo — composto por 11 ministros. “Sinteticamente, ao que vou me referir é que não estamos julgando pessoas que têm prerrogativa de foro, estamos julgando pessoas sem prerrogativa de foro”, afirmou Fux. “Meu voto é no sentido de reafirmar a jurisprudência dessa corte. Concluo, assim, pela incompetência absoluta do STF para o julgamento desse processo, na medida que os denunciados já havia perdido seus cargos”, afirmou.
Rorró comemora PEC 66 – Presente na sessão do Congresso em comemoração a sanção da PEC 66, que deu uma folga no caixa das prefeituras, que passarão a ter um prazo mais elástico e prestação bem mais em conta do débito previdenciário, a prefeita de Floresta, Rorró Maniçoba (PP), comemorou com muita euforia. Segundo ela, o pagamento mensal do passivo previdenciário desequilibrou as finanças do município. “Agora, vamos ter uma folguinha de caixa para tocar obras”, disse a gestora, que aproveitou a passagem por Brasília para destravar projetos na Codevasf.
CURTAS
Podcast – No podcast Direto de Brasília da próxima terça-feira, em parceria com a Folha, entro no debate da CPMI do INSS. Nosso convidado é o senador Izalci Lucas (PL-DF), autor da proposta de convocação de Frei Beto, irmão do presidente Lula, vice-presidente de uma instituição envolvida no escândalo.
Em Sertânia – Na próxima segunda-feira estarei em Sertânia para uma noite de autógrafos do meu livro Os Leões do Norte. Está agendada para a Câmara de Vereadores, a partir das 18 horas, com apoio da prefeita Pollyana Abreu (PSD). De lá, sigo para Tabira, onde faço igual evento na Câmara, às 19 horas, com apoio do prefeito Flávio Marques (PT).
No Cabo – Já na sexta-feira, às 11 horas, levou Os Leões do Norte para o Cabo, na Região Metropolitana do Recife. Será no centro administrativo da Prefeitura, com a presença do prefeito Lula Cabral (SD).
Perguntar não ofende: Foi justo o voto do ministro Luiz Fux?
A vice-governadora de Pernambuco, Priscila Krause (PSD), afastou a possibilidade de a governadora Raquel Lyra (PSD) integrar como vice a chapa do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), em uma eventual candidatura à Presidência da República em 2026.
“Essa cotação de Raquel Lyra ser vice de Tarcísio não existe. A governadora é candidata à reeleição e será eleita pelo voto direto e pelo julgamento do povo pernambucano. Então tudo que vier ao contrário disso é barriga, fofoca e invenção de alguém. Pode ser também um reconhecimento da liderança de Raquel Lyra, mas o momento é de ser candidata à reeleição”, afirmou.
Ao comentar o cenário nacional, Priscila Krause defendeu que o PSD, partido ao qual ela e a governadora são filiadas, tem condições de lançar uma candidatura própria ao Palácio do Planalto. “O PSD vai fazer sua discussão interna e tem toda legitimidade pra lançar candidato próprio e tem quadros não apenas para serem candidatos, mas para governar o Brasil”, destacou.
O ministro Luiz Fux, do STF (Supremo Tribunal Federal), votou para absolver o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) de todos os crimes em que ele era acusado pela PGR (Procuradoria-Geral da República). As informações são da CNN Brasil.
Os crimes são:
organização criminosa armada;
tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito;
Em relação ao ex-presidente, Fux começou seu voto dizendo que não cabe a nenhum ministro se comportar como “inquisidor”, recuperando adjetivação usada pela defesa de Augusto Heleno em relação ao ministro Alexandre de Moraes, no início do julgamento, na semana passada.
Para o ministro, imputar a Bolsonaro uma relação com os ataques de 8 de Janeiro, “decorrente de discursos e entrevistas” do ex-presidente ao longo de seu mandato, não é algo juridicamente devido.
“Seria igualmente absurdo, por exemplo, considerar como partícipe em um atentado à vida de um candidato a presidente da República — como ocorreu — todos aqueles que houvessem proferidos discursos inflamados e críticos à sua pessoa”, afirmou, se referindo ao caso do próprio Bolsonaro, com a facada sofrida em Juiz de Fora (MG) na campanha de 2018.
“Além de faltar o dolo, falta o indispensável nexo e causalidade”, acrescentou. Também para Fux, “a simples defesa da mudança do sistema de votação”, por meio de discursos e entrevistas, “não pode ser considerada narrativa subversiva”.
“A impressão do registro do voto não é um retrocesso, não é fonte de desconfiança no processo eleitoral: decorre de uma escolha dos representantes eleitos”, declarou o ministro, se referindo à pauta do voto impresso em paralelo ao eletrônico, defendida por Bolsonaro.
Para Fux, Bolsonaro tinha uma “postura de boa-fé”, que visava apenas esclarecer e aperfeiçoar o sistema eletrônico de votação ordenado pelo TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
O ministro também usou a argumentação de que não há provas de dolo, ou de “atuação específica no delito penal”, para defender afastar de Bolsonaro a ligação a ocorridos como a operação montada pela PRF (Polícia Rodoviária Federal) que visaria dificultar o acesso de eleitores do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aos seus locais de votação na eleição de 2022.
Sobre minutas apontadas pela PGR (Procuradoria-Geral da República) como de caráter golpista, que preveriam questões como estadio de sítio e de defesa, Fux classificou os textos como “mera documentação ‘cogitatio’”, mas “jamais” o início de uma execução de uma tentativa de derrubar o Estado Democrático de Direito.
“O estado de sítio depende de prévia autorização do Congresso Nacional”, ponderou, afirmando não haver “qualquer elemento” nos textos que sugerissem que etapas que dependessem de outros Poderes fossem puladas.
“É contraditório imaginar tentativa de abolição do Estado Democrático de Direito com autorização e participação ativa dos membros do Congresso no pleno exercício de suas prerrogativas”, afirmou Fux.
“Todos estes elementos conduzem à inescapável conclusão de que não há provas suficientes para imputar ao réu Jair Messias Bolsonaro a tentativa de abolição violenta do Estado Democrático de Direito, golpe de Estado, dano qualificado por violência ou grave ameaça contra o patrimônio da União e deterioração de patrimônio tombado”, concluiu.
O ministro Alexandre de Moraes, do STF (Supremo Tribunal Federal), negou nesta quarta-feira (10) o acesso livre para a visita do presidente do PL, Valdemar Costa Neto, e outros parlamentares da sigla ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL).
A negativa vem horas após a defesa de Bolsonaro fazer o pedido ao ministro relator. Bolsonaro cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto.
“A prisão domiciliar é uma medida intermediária entre as diversas cautelares previstas na legislação e a prisão preventiva, não perdendo, entretanto, as características de restrição à liberdade individual, e, portanto, impedem o livre acesso de pessoas estranhas à família do réu sem qualquer controle judicial”, destacou o ministro na decisão. As informações são da CNN Brasil.
No pedido, a defesa pede que Valdemar, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), o senador Rogério Marinho (PL-RN) e os deputados federais Altineu Côrtes (PL-RJ), Carol de Toni (PL-SC) e Bruno Scheid, vice-presidente do PL de Rondônia, tivessem acesso livre para visitar o ex-presidente.
A medida de negar o acesso livre foi tomada pelo ministro relator que acompanha o julgamento do ex-presidente na Primeira Turma do STF. Nesta quarta, os magistrados ouvem o voto do ministro Luiz Fux. Já passam de oito horas da leitura do voto de Fux.
Os advogados fizeram um pedido em especial para a visita do presidente do PL. Segundo eles, “pela condição de dirigente máximo da agremiação partidária, torna indispensável o contato direto e permanente” com Bolsonaro.
“Sua presença reveste-se de relevância singular, não apenas pela função de liderança política, mas também pela necessidade de coordenação das atividades partidárias em âmbito nacional, o que reforça a pertinência da autorização ora renovada”, dizia a defesa no pedido.
A Prefeitura de Santa Cruz do Capibaribe anunciou nesta quarta-feira (10) a conclusão da fase de licitação para a obra do campus do Instituto Federal de Pernambuco (IFPE). A empresa vencedora foi a BWS Construções Ltda CE, que ficará responsável pela execução do projeto. Com essa etapa finalizada, o próximo passo será a assinatura do contrato e o início das obras.
A instalação do IFPE em Santa Cruz do Capibaribe foi confirmada pelo Governo Federal em março de 2024, em cerimônia no Palácio do Planalto. O projeto faz parte do programa de expansão da rede federal de ensino e teve como base pleitos apresentados ao Ministério da Educação por representantes políticos do município e do estado.
O campus deve atender não apenas a população de Santa Cruz, mas também de cidades vizinhas do Agreste, com oferta de cursos técnicos e superiores. A expectativa é de que a unidade contribua para a formação profissional e fortaleça setores econômicos locais, como o Polo de Confecções.
Revi, hoje, em Brasília, dois amigos jornalistas: Mário Rosa, de roupa escura, e Leandro Mazzini, ambos de projeção nacional. Rosa é autor da principais referências bibliográficas brasileiras sobre imagem e gestão da reputação.
Escreveu os livros “A Síndrome de Aquiles” (2001, Editora Gente), “A Era do Escândalo- Lições, relatos e bastidores de quem viveu as grandes crises de imagem” (2003, Geração Editorial), “A Reputação na Velocidade do Pensamento” (2006, Geração Editorial) e “Memórias de um Consultor de Crises – Entre a Glória e a Vergonha” (2016 , lançado em capítulos, no site UOL).
É articulista do jornal digital Poder360 e faz palestras sobre imagem, gestão de crises e reputação. Leandro Mazzini é jornalista graduado na FACHA (Rio), escritor e pós-graduado em ciências políticas pela UnB. Em 25 anos de redações, passou por jornais, sites, rádios, TVs e revista.
Foi colunista do Informe JB, da Gazeta Mercantil, UOL, iG e atualmente edita a coluna Esplanada, publicada em mais de 30 jornais no País.
As notícias se repetem, dia após dia: arrombamentos, assaltos, sequestros relâmpagos, homicídios e feminicídios em plena luz do dia, no coração de Petrolina. À noite, o cenário é ainda mais cruel — mortes se multiplicam nos bairros periféricos e nos perímetros irrigados, deixando famílias em luto e uma população refém do medo.
Estamos falando de Petrolina, mas, se olharmos para o estado de Pernambuco, a situação é ainda pior. A violência se alastra, impiedosa, atingindo capital e interior, sem dar trégua.
A sociedade tem feito sua parte: empresários cercam suas lojas de grades e vigilância eletrônica, moradores erguem muros e instalam câmeras. Mas os crimes não param.
É hora de dizer basta! Não podemos normalizar o anormal. Segurança pública é dever do Estado, e o povo exige ação. Queremos mais policiamento, mais inteligência investigativa, mais presença nas ruas.
Petrolina pede socorro. Pernambuco pede socorro. E quem tem o dever de ouvir e agir é a polícia, é o governo, são as autoridades. Não se pode esperar que o silêncio das vítimas seja a única voz que ecoe nas nossas cidades.
Até quando vamos viver assombrados? Queremos uma posição das autoridades de segurança pública.
*Professor universitário aposentado, memorialista e cidadão petrolinense
O projeto de lei do deputado federal Eduardo da Fonte (PP-PE), que amplia o acesso ao Benefício de Prestação Continuada (BPC) para pessoas com deficiência (PCD) e pessoas com transtorno do espectro autista (TEA), avançou no Congresso Nacional. A proposta foi contemplada em substitutivo e aprovada pela Comissão de Previdência, Assistência Social, Infância, Adolescência e Família (CPASF) e pela Comissão de Defesa dos Direitos das Pessoas com Deficiência (CPD).
A principal mudança está no limite de renda familiar per capita exigido para concessão do benefício, que deixa de ser de 1/4 do salário mínimo e passa a ser de até um salário mínimo. Segundo o parlamentar, a alteração corrige uma das barreiras que excluíam famílias do benefício por ultrapassarem minimamente o valor estipulado em lei. “Estamos falando de justiça social. Muitas famílias vivem uma realidade de altos custos com terapias, medicamentos e acompanhamento especializado. Ampliar o acesso ao BPC é garantir dignidade, inclusão e qualidade de vida”, afirmou Eduardo da Fonte.
O texto segue agora para análise da Comissão de Finanças e Tributação e da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC). Caso seja aprovado nessas etapas e não haja recurso para votação em plenário, o projeto seguirá diretamente para o Senado Federal. O PL 4093/2023 também assegura o direito ao auxílio-inclusão, pago a pessoas com deficiência que ingressam no mercado de trabalho, independentemente do valor da remuneração recebida.
Entrou em vigor nesta quinta-feira (11) a lei que estabelece multas e sanções administrativas a instituições que promovam a erotização ou adultização de crianças e adolescentes em Pernambuco. O texto é resultado do Projeto de Lei nº 3162/2025, de autoria do deputado Coronel Alberto Feitosa (PL), aprovado por unanimidade em duas votações na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe).
A governadora Raquel Lyra (PSDB) recebeu o projeto em 21 de agosto para sanção ou veto, mas não se manifestou dentro do prazo legal de 15 dias. Diante da devolução do texto sem posicionamento do Executivo, coube ao presidente da Alepe, deputado Álvaro Porto (PSDB), promulgar a lei, conforme prevê a Constituição Estadual.
O autor da proposta, deputado Alberto Feitosa, afirmou que a nova legislação representa um avanço na proteção de crianças e adolescentes. “Pernambuco ganha com essa lei que protege o bem maior das famílias e do nosso Brasil, que são nossos filhos e netos”, declarou o parlamentar.
O ministro Luiz Fux votou para absolver o ex-comandante da Marinha Almir Garnier do crime de organização criminosa.
Fux considerou insuficientes as evidências citadas na acusação da PGR, de que ele participou de duas reuniões: uma em 7 de dezembro de 2022 com o então presidente Jair Bolsonaro para discutir uma minuta de estado de exceção, e outra de 14 de dezembro com o então ministro da Defesa Paulo Sergio Nogueira, em que teria colocado tropas da Marinha à disposição do golpe. As informações são da Folha de São Paulo.
Segundo o ministro, participar de organização criminosa “exige o dolo de participação em um número determinado de delitos”.
Fux também rejeitou elementos acusatórios como o desfile de veículos da Marinha em 2021 no dia da votação de um projeto no Congresso para implantar voto impresso e o fato de ele não ter transmitido o cargo para seu sucessor.
O ministro ainda criticou a PGR por ter incluído fatos entre a denúncia e as alegações finais.
Com sua autoridade de décadas no jornalismo sertanejo, Carlos Britto surge como a grande novidade na política de Pernambuco. Sua chegada à equipe da governadora Raquel Lyra (PSDB) para atuar em temas estratégicos do Sertão do São Francisco foi bem recebida em Petrolina e revela um novo e promissor ciclo. Essa decisão marca um desligamento de Britto do grupo Bezerra Coelho, com quem ele já vinha em rota de colisão. Agora, ele busca um ambiente onde suas ideias possam florescer. Para a governadora, a presença de um nome forte e influente como Carlos Britto oxigena suas bases no Sertão.
O vasto histórico profissional do jornalista, que inclui passagens por rádio, jornal e TV, soma-se ao poder de seu Blog, uma referência na região. Essa indicação, que conta com a aprovação de Guilherme Coelho, ex-prefeito e figura central no governo estadual, mostra a confiança de Raquel Lyra no trabalho de Britto. Essa parceria sinaliza uma nova fase para a política em Petrolina, com o objetivo de fortalecer o governo em um momento de transição, com os olhos já voltados para 2026. A população de Petrolina aceitou de bom grado o movimento, o que indica uma boa intenção para o futuro de Carlos Britto.
O embaixador Celso Amorim, principal conselheiro do presidente Luiz Inácio Lula da Silva em política externa, afirmou, nesta quarta-feira, que considera grave a ameaça feita pela porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, de que os Estados Unidos “não têm medo de usar o poder econômico e militar para proteger a liberdade de expressão em todo o mundo”. Leavitt fez esse comentário ao responder a uma pergunta sobre o julgamento do ex-presidente Jair Bolsonaro.
— Mesmo que seja só uma ameaça, é grave. Não importa quem tenha falado isso, se tem ou não autoridade, não deixa de ser da Casa Branca — afirmou Amorim. As informações são do jornal O Globo.
O presidente americano, Donald Trump, aplicou uma sobretaxa de 50% produtos brasileiros e exigiu o término dos processos contra Bolsonaro, que, no momento, é julgado pelo Supremo Tribunal Federal (STF) por tentativa de golpe de Estado. O governo brasileiro rechaça essa possibilidade.
Amorim disse não acreditar que os EUA vão realmente usar forças militares contra o Brasil. Ressaltou que tal atitude iria ferir o direito internacional e a soberania brasileira.
— Estamos em um mundo imprevisível, mas não creio que isso seria implementado — disse.
Após a declaração da porta-voz da Casa Branca, o Itamaraty divulgou um anota em que “condena o uso de sanções econômicas ou ameaças de uso da força contra a nossa democracia”.