Conheci, ontem, na estada carioca com minha Nayla Valença, o belíssimo e ultramoderno Museu do Amanhã. Projeto do arquiteto espanhol Santiago Calatrava, foi erguido ao lado da Praça Mauá, na zona portuária (mais precisamente no Píer Mauá). Sua construção contou com apoio da Fundação Roberto Marinho, orçado em R$ 230 milhões. Funciona desde 2015. Só no primeiro fim de semana após a sua inauguração, recebeu mais de 25 mil visitantes.
Com ele, o antigo píer desativado passou a abrigar uma construção pós-moderna, orgânica e sustentável. Se constitui hoje num ícone da identidade cultural do Rio de Janeiro. Não é um museu convencional. É um espetacular espaço de artes e ciências. Visitando-o, é possível se deparar com mostras que alertam sobre os perigos das mudanças climáticas, da degradação ambiental e do colapso social. O edifício conta com espinhas solares que se movem ao longo da claraboia, projetadas para adaptar-se às mudanças das condições ambientais.
Leia maisA exposição principal é majoritariamente digital e foca em ideias ao invés de objetos. O museu tem parcerias com importantes universidades brasileiras e instituições científicas globais e coleta de dados em tempo real sobre o clima e a população de agências espaciais e das Nações Unidas. A instituição também tem consultores de várias áreas, como astronautas, cientistas sociais e climatologistas.
Como uma das âncoras do projeto de revitalização urbana chamado Porto Maravilha, o museu recebeu, em 2015, como doação antes de sua inauguração, a escultura Puffed Star II, do renomado artista norte-americano Frank Stella. O trabalho consiste em uma estrela de vinte pontas e seis metros de diâmetro que foi instalado no espelho d’água do museu, em frente à Baía de Guanabara.

A escultura metálica, antes da doação para acervo permanente a céu aberto do museu, esteve em exposição na cidade de Nova York. O museu fortalece a identidade cultural e internacional da cidade do Rio de Janeiro. A cidade do Cristo Redentor sempre foi muito conhecida pelas suas praias e eventos, como o carnaval, mas havia a necessidade do fortalecimento da diplomacia cultural. Outras cidades, como Londres e Paris, também são muito conhecidas por seus acervos culturais.
O Museu foi apresentado como um ícone da reurbanização da zona portuária. E, ontem, ao saber que eu e Nayla estávamos no museu, meu amigo Rogério Mota me revelou uma grata surpresa: um dos idealizadores do projeto é pernambucano.
Ricardo Piquet, na verdade, é presidente do Museu do Amanhã, afilhado de Zito Mota, pai de Rogério, que batizei de embaixador de Triunfo. Ontem, logo após a visita, já conversei por telefone com Piquet. Ele estava muito feliz com uma boa nova na vida do museu.
“Ontem, foi um dia especial no Museu do Amanhã, Magno. Recebemos executivos ex-alunos e pesquisadores brasileiros da Havard University”, disse. Parabéns a Piquet por essa obra magnífica que deixou o Rio mais rico culturalmente.
Sebastião Salgado

Na visita ao Museu do Amanhã conhecemos também a belíssima exposição do fotógrafo Sebastião Salgado. Depois de passar por Paris, Londres, Roma e São Paulo, a exposição “Amazônia” ficará no Rio até janeiro de 2023. Ao todo, são 194 fotografias que mostram a beleza, a força e o cotidiano dos povos indígenas. Em sua grande maioria mostradas ao público pela primeira vez.
As imagens impressas são o resultado de sete anos de experiências e expedições de Sebastião Salgado na Amazônia brasileira e revelam a floresta, rios e montanhas, assim como a vida em várias comunidades indígenas – estão retratados os povos Awá-Guajá, Zo’é, Suruwahá, Yawanawá, Marubo, Asháninka, Korubo, Yanomami e Macuxi. Esse denso universo marcou o olhar do fotógrafo com imagens impressionantes.

Além das imagens impressas, a exposição apresenta ainda dois espaços com projeções de fotografias. Uma delas mostra paisagens florestais musicadas pelo poema sinfônico “Erosão – Origem do Rio Amazonas”, do compositor brasileiro Heitor Villa-Lobos (1887-1959); a outra revela retratos de indígenas, com uma composição especial de Rodolfo Stroeter.
Também vídeos com testemunhos de lideranças indígenas sobre a importância da Amazônia e os problemas enfrentados hoje em sua sobrevivência na floresta.
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