O Exército afirmou neste domingo (10) que o tenente-coronel Mauro Cid não irá ocupar cargo ou exercer função e que ficará acondicionado no departamento de pessoal da corporação.
O ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro recebeu liberdade provisória neste sábado (9) após o ministro do STF (Supremo Tribunal Federal) Alexandre de Moraes homologar o acordo de sua delação premiada com a Polícia Federal. As informações são da Folha de São Paulo.
Na decisão, Moraes impôs, porém, uma série de medidas cautelares que precisam ser cumpridas cumulativamente, entre elas a de que Cid fosse afastado do exercício das funções de seu cargo de oficial no Exército.
“O Centro de Comunicação Social do Exército informa que o Exército Brasileiro cumprirá a decisão judicial expedida pelo ministro Alexandre de Moraes, e o tenente-coronel Mauro César Barbosa Cid ficará agregado ao Departamento-Geral do Pessoal (DGP), sem ocupar cargo e exercer função”, disse o Exército, em nota.
A colaboração foi fechada no âmbito do inquérito das milícias digitais, que é a principal apuração contra Bolsonaro no STF e mira os ataques às instituições, a tentativa de golpe e o caso das joias, entre outros pontos.
Moraes também determinou o uso de tornozeleira eletrônica, a vedação de comunicação com outros investigados e mandou suspender o porte de arma do ex-auxiliar de Bolsonaro. Além disso, vetou o uso de redes sociais e o proibiu de sair do país. Também o obrigou a se apresentar à Justiça num prazo de 48 horas e, depois, comparecer semanalmente, às segundas-feiras.
O magistrado disse que o descumprimento de qualquer uma das medidas alternativas ao cárcere levará à decretação de uma nova prisão.
Cid estava preso desde 3 de maio sob custódia em uma unidade militar em Brasília.
A delação é um meio de obtenção de prova, que não pode, isoladamente, fundamentar sentenças sem que outras informações corroborem as afirmações feitas. Os relatos devem ser investigados, assim como os materiais apresentados em acordo.
Como a premissa da delação é indicar outros possíveis envolvidos nos fatos apurados, a negociação de Cid tem gerado expectativa no meio político sobre eventuais depoimentos que atinjam Bolsonaro.
Pessoas próximas ao político, que está inelegível, afirmam que o acordo do ex-auxiliar tem potencial para comprometer a imagem do ex-presidente, temem eventuais implicações contra a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e se preocupam com o teor das revelações.
A governadora Raquel Lyra se preparava para abrir a coletiva em Arcoverde e, sem perceber que as câmeras estavam ligadas, perguntou ao prefeito Zeca Cavalcanti qual o investimento do Estado na programação junina do município. Não percebera que tudo já estava sendo filmado. As informações são do blog do Nill Júnior.
Raquel primeiro pergunta a Zeca que dia é hoje e até quando vai a festa. Zeca responde que “14” e que a festa vai até o sábado, dia 28. Depois a governadora pergunta: “quanto vocês receberam de patrocínio?” Zeca responde: “dois dedos” — uma alusão a R$ 2 milhões. A Secretária Nerianny Cavalcanti acrescenta: “foi mais”.
Raquel pergunta se é importante dizer o valor na coletiva. Zeca adverte: “É melhor não dizer pra não ter ciumeira”. Nerianny brinca ao afirmar que importante é o dinheiro na conta. Governadores costumam se cercar dessas informações antes de falar à imprensa. O vídeo com Raquel (abaixo) já corre virtualmente.
Em reunião virtual com autoridades israelenses realizada hoje, o prefeito de João Pessoa, Cícero Lucena (PP), e outros prefeitos brasileiros discutiram a rota de evacuação da comitiva que segue abrigada em Tel Aviv desde o início da escalada do conflito entre Israel e Irã.
Durante o encontro, que ocorreu enquanto participavam de uma palestra sobre segurança, Cícero detalhou a proposta em debate: a travessia terrestre até a fronteira com a Jordânia, por uma ponte (chamada por ele de “ponte Rucém”). As informações são do Blog do Maurílio Júnior.
Segundo o prefeito, a alternativa apresenta o “menor risco em termos de distância e tempo”. Ele explicou que o governo da Jordânia já autorizou a entrada dos brasileiros e garantiu apoio conjunto com a embaixada do Brasil.
“A partir da ponte, cada um seguirá para seu destino, seja Arábia Saudita ou outro país, sem mais depender das autoridades israelenses. O que estamos pedindo ao governo de Israel é que nos proporcione o transporte seguro até a ponte”, afirmou o prefeito paraibano.
Cícero permanece em Tel Aviv, cidade sob constantes alertas e ataques desde a intensificação das hostilidades. Ainda não há confirmação de quando o grupo deixará o território israelense.
“Governo Lula, eu quero ver, a ruptura com Israel acontecer”. Essa foi a frase mais gritada por milhares de manifestantes que ocuparam as ruas de São Paulo, na manhã de hoje.
O ato, que é parte da Marcha Global para Gaza, iniciativa internacional que motivou manifestações em diversas cidades pelo mundo, colocou mais pressão no presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para que rompa as relações diplomáticas e comerciais com Israel.
Rawa Alsagheer, coordenadora da Samidoun, rede de solidariedade aos prisioneiros palestinos, cobrou que o governo brasileiro avance para além das críticas. “Muito importante esse ato hoje para a ruptura do governo brasileiro com a ocupação israelense. Estamos aqui para demonstrar que nunca estaremos do lado errado da história, sempre seremos o lado certo da história”, afirmou Alsagheer.
A pressão por uma ruptura também ocorre dentro do PT. Deputado federal e candidato à presidência do partido, Rui Falcão, contou que os cinco presidenciaveis da legenda assinaram um documento pedindo que Lula avance com o rompimento.
“É inconcebível que um governo que assassine mulheres e crianças e que sequestre embarcações em águas internacionais siga impune, afirmou Falcão.
Ainda durante a manifestação, que saiu da Praça Roosevelt e caminhou até a Praça Charles Miller, no Pacaembu, outros parlamentares falaram e pediram o rompimento das relações entre os dois países.
Entre eles, a deputada federal Samia Bonfim (Psol-SP). “Esse é o maior massacre que nossa geração viu e as palavras são insuficientes, é preciso criar um cerco a Israel. Para isso, é preciso medidas concretas e só o rompimento com Israel terá eficiência.”
O segundo fim de semana de julho, na época mais fria do ano na turística cidade, será marcado pelo III Encontro dos Ex-xepeiros da tradicional Casa do Estudante de Pernambuco, até hoje sediada no Derby, no Recife — apesar da ganância imobiliária. A CEP, como é conhecida, acolhe, abriga e protege jovens pobres do interior nordestino há 93 anos.
A CEP surgiu no início dos anos 1930, quando o Recife era o maior centro educacional formador de universitários do Nordeste. Naquela época, existiam os cursos de Direito, Medicina, Odontologia, Engenharia e outros de grande importância na formação acadêmica dos estudantes que sonhavam em conquistar um diploma.
O Recife era famoso pelos cursos oferecidos. Com isto, vinha gente de toda parte do Brasil educar-se nesta importante cidade.
Vários escritores de outros estados brasileiros passaram pela cidade do Recife, seja para estudar ou para outros fins. Entre eles, destacam-se Ariano Suassuna, que, assim como Ruy Barbosa, estudou Direito na Universidade de Recife (atual UFPE), e Clarice Lispector, que frequentou o Ginásio Pernambucano e a Escola João Barbalho, também na cidade.
Mas, para os estudantes pobres do interior, estudar na capital pernambucana era apenas um sonho, tendo em vista que naquele tempo não existia alojamento ou repúblicas estudantis para pessoas carentes. Muitos universitários abandonaram, frustraram os estudos e voltaram para seu pequeno interior devido à falta de recursos financeiros.
Diante de todas as dificuldades encontradas, um grupo de estudantes do interior, movidos pelo espírito humanitário, coletivo e voluntário, resolveram fundar a Casa do Estudante Pobre de Pernambuco, em agosto de 1931. Durante nove décadas de história, esta segunda mãe deu total apoio para aqueles secundaristas e universitários que acreditaram e sonharam em ser alguém na vida por meio dos seus estudos.
Abrigo para carentes
Esta instituição pública coletiva serviu e ainda serve como ponto de abrigo para os estudantes carentes das cidades interioranas. Durante toda a sua existência, o inesquecível abrigo estudantil passou por momentos de turbulências, agitações e revoltas — quando os inimigos da educação quiseram fechar o nosso principal ponto de apoio.
Foi muita resistência, bravura e luta daqueles legítimos estudantes — que nunca se curvaram ou se acovardaram perante o regime opressor implantado naqueles tempos. Foi preciso muita união e força dos moradores externos e internos para que os carrascos opressores ouvissem o nosso grito de dor e revolta. Em certa ocasião de protesto, uma nuvem preta cobriu a cidade do Recife. Nesse dia, fechamos avenidas movimentadas e queimamos pneus para obstruir o trânsito infernal.
Colocamos mesas e panelões no meio das ruas, conseguimos carro de som para aumentar o calor do movimento, saimos também com faixas e camisas pretas simbolizando o luto e a luta dos oprimidos impiedosamente.
Hoje, quase todos os ex-sócios se encontram bem-sucedidos financeiramente e profissionalmente nesse imenso território nordestino. Aqueles que saíram daquele ambiente se encontram espalhados por diversos municípios sertanejos e outras regiões brasileiras. Todos os guerreiros estudantes que residiram nesse local sempre foram chamados de “xepeiros” — e com muito orgulho!
Depois de muito tempo que saímos da Casa, resolvemos realizar uma confraternização no sentido de reencontrar alguns contemporâneos xepeiros. Será um momento histórico de lazer, alegria e satisfação em poder reviver aqueles bons tempos vividos naquele ambiente coletivo. A festa ocorrerá no Restaurante e Bar Papo Pizza.
*Triunfense e ex-presidente da Casa do Estudante (WhatsAPP – (75) 99298-8323)
Petrolina está linda. O palco é monumental. As luzes, impecáveis. A cenografia, de encher os olhos. O investimento, digno de nota. A multidão, viva, alegre, vibrante. Mas falta algo. Falta o que não se compra com edital, com patrocínio ou com produção de marketing. Falta o dono da festa.
Na abertura do São João de Petrolina, em 13 de junho, o que se viu foi uma sucessão de estrelas — mas nenhuma delas brilhou com a luz da sanfona. Nenhuma nasceu do chão quente do sertão. Nenhuma cantou o xote, o baião, a história de um povo que aprendeu a transformar dor em dança, escassez em celebração, saudade em canção.
Não vimos um só sanfoneiro. Nenhum fole, nenhum triângulo, nenhuma zabumba. Nenhuma alma nordestina no centro do palco.
E o que mais assusta não é a ausência em si — é o silêncio cúmplice de quem assiste e aplaude, como se tudo estivesse bem. Como se forró fosse acessório, e não essência. Como se a raiz fosse descartável, e não sagrada.
A pergunta que não quer calar é: desde quando o dono da casa precisa de convite para entrar em sua própria festa?
Enquanto Flávio Leandro canta verdades sobre o sertão nos bastidores, artistas de fora, com cardápio musical comercial, ocupam os holofotes com hits que não dizem nada sobre nós. Enquanto Dorgival Dantas emociona multidões com seu xote sincero, é ignorado em festas que se dizem “juninas”. Enquanto Elba Ramalho segue sendo altar de brasilidade e ancestralidade, preferem-se nomes do momento que sequer sabem diferenciar um arrasta-pé de um axé.
Não se trata de bairrismo. Trata-se de respeito. O São João não é apenas uma grade de atrações. É um rito. É um código de memória coletiva. Desfigurá-lo não é modernizar. É profanar. Trazer artistas de fora, sem espaço para os mestres do forró, é como montar um presépio sem o menino Jesus. É encenar uma ópera sem músicos. É organizar um velório da nossa cultura com palmas e fogos.
E, veja bem: não é proibição que se pede — é equilíbrio. Não é fechar as portas à diversidade — é não expulsar o que é nosso do centro da festa.
Estamos confundindo modernidade com amnésia. Estamos embalando o esquecimento com som de caixa eletrônica. Estamos permitindo que o São João, nossa celebração mais simbólica, se torne um produto genérico, embalado a vácuo, pronto para exportação — sem cheiro de milho assado, sem cheiro de fogueira, sem sotaque.
A cultura não é um detalhe. É a alma de um povo.
E aqui é necessário fazer uma ressalva justa e honesta: este artigo não tem qualquer cunho político-partidário. Pelo contrário, reconhece e parabeniza a atual administração e os gestores públicos de Petrolina pela estrutura monumental da festa — que, sem dúvida, reflete a pujança e o crescimento da cidade.
O que aqui se expressa é apenas um apelo — sereno, mas firme — para que essa mesma grandeza se estenda também à preservação da nossa cultura. Que a beleza da festa abrace também a beleza da nossa identidade. Nada mais. Nada menos.
E, quando se tira a alma de uma festa, o que resta é só o barulho. Petrolina tem o maior palco do São João, mas está deixando vazio o seu coração.
Ainda há tempo de reconduzir o protagonista ao centro da cena. Ainda há tempo de ouvir a sanfona. Ainda há tempo de ensinar às novas gerações que forró não é passado — é permanência. Que Flávio Leandro, Elba, Maciel Melo, Dorgival, Petrúcio, Targino, Flávio José não são relicários. São vivos, urgentes, necessários. Nordeste que esquece sua raiz está pronto para ser podado. E pior: aplaude o corte.
Que essa festa tão linda não se transforme em um espetáculo de ausências. Que o maior palco volte a ser sagrado. E que o povo volte a dançar — não por vaidade, mas por identidade.
Mais de 19 mil crianças e adolescentes foram afastados do trabalho infantil em Pernambuco ao longo de 2023, resultado de ações conjuntas entre o Governo do Estado, prefeituras e o governo federal. A conquista foi consolidada por dados do IBGE, que apontam uma redução de 28,2% nos casos em comparação com o ano anterior — queda de 68.349 para 49.103 casos. “Uma infância digna e feliz para todas as crianças de Pernambuco é um compromisso do nosso governo”, afirmou a governadora Raquel Lyra. “Os resultados que estamos colhendo mostram que esse compromisso se traduz em ações concretas.”
O avanço se apoia em uma série de iniciativas estaduais e municipais articuladas com o Ministério do Desenvolvimento e Assistência Social. O Sistema de Monitoramento do Programa de Erradicação do Trabalho Infantil (SIMPETI/MDS) contabilizou, apenas em 2024, 740 ações do Estado e mais de cinco mil nos municípios. O secretário Carlos Braga, da SAS, destacou que “cada criança afastada do trabalho precoce é uma vitória para Pernambuco e uma reafirmação do nosso compromisso inegociável com um futuro mais justo”.
Entre as ações recentes da Secretaria de Assistência Social estão campanhas como o Bloco do Cuidado e Proteção, realizadas durante o Carnaval, além do Projeto Praia Legal e da qualificação contínua da rede de proteção. Leônidas Leal, coordenador estadual do PETI, reforça que o reconhecimento nacional é sustentado por uma estratégia constante de prevenção e resposta. “Nosso trabalho é permanente, com foco na identificação e acompanhamento das situações de risco.”
A política de proteção à infância inclui ainda medidas estruturantes como a expansão da rede de creches. Até 2026, o governo pretende construir 250 novas unidades, com investimento de R$ 2,1 bilhões. Só no terceiro bloco de licitações, lançado neste mês, foram autorizadas 54 creches em 53 municípios. Outra frente de apoio é o programa Mães de Pernambuco, que beneficia gestantes e mães com crianças de até 6 anos por meio de um auxílio mensal de R$ 300. A iniciativa já atendeu mais de 115 mil mulheres.
A rede de acolhimento também foi ampliada com a inauguração do Lar Girassol, no Recife, que substitui o antigo Lar Esperança e oferece estrutura moderna para crianças afastadas do convívio familiar. A Secretaria da Criança e Juventude, criada pela atual gestão, coordena as políticas intersetoriais e atua para garantir os direitos previstos no Estatuto da Criança e do Adolescente. Com essas ações, o Estado reforça sua posição de destaque na defesa dos direitos de crianças e adolescentes.
A comitiva de prefeitos brasileiros em Israel passou mais uma madrugada sob alertas de bombas e avisos de ataques em diferentes regiões do país. Enquanto aguardam um momento seguro para retornar ao Brasil, os políticos se revezam entre o bunker e os quartos do hotel, ao mesmo tempo em que assistem a aulas sobre segurança e ordem pública.
No quarto dia da nova escalada de confrontos, Irã e Israel voltaram a trocar ataques. A imprensa iraniana noticiou uma explosão em Teerã, enquanto o governo israelense emitiu novos alertas à população após disparos de mísseis do Irã.
Desde o início da ofensiva, 13 pessoas morreram em Israel e mais de 390 ficaram feridas. Do lado iraniano, os ataques registrados entre sexta-feira e sábado deixaram ao menos 128 mortos e centenas de feridos.
Durante a madrugada, o vice-prefeito de Uberlândia (MG), Vanderlei Pelizer Pereira (PL), publicou em suas redes sociais vídeos dos alertas recebidos no celular e imagens do deslocamento da comitiva para o abrigo subterrâneo. Na manhã deste domingo (15), no horário de Brasília, ele compartilhou o tema da palestra do dia: “Sensação de segurança e ordem pública”.
A vice-prefeita de Goiânia, Cláudia da Silva Lira (Avante), também publicou imagens da aula, ministrada em espanhol. Em um dos slides projetados, a palestrante aborda temas como violência urbana e instabilidade política. — O treinamento continua — disse.
Já o prefeito de Belo Horizonte, Álvaro Damião Vieira da Paz (União Brasil), relatou a tensão da madrugada. — É assim que se madruga por aqui — escreveu, ao mostrar um dos alertas de emergência. Em outro vídeo, publicado às 3h15 no horário local, ele aparece deixando o bunker. — Parece que vencemos mais uma noite aqui em Israel. Já é madrugada de domingo. Acredito que agora a gente possa dormir com mais tranquilidade — afirmou.
No sábado (14), o Itamaraty informou que avalia retirar a comitiva de autoridades municipais e estaduais brasileiras em Israel por terra até a Jordânia, de onde seguiriam para o Brasil.
A ministra Gleisi Hoffmann, da Secretaria de Relações Institucionais, conversou por telefone com os prefeitos Álvaro Damião, de Belo Horizonte, e Cícero Lucena, de João Pessoa, que estão em Israel.
“A ministra transmitiu ao prefeito Damião, que coordena o grupo de brasileiros no local, as tratativas, desde ontem, do Ministério das Relações Exteriores do Brasil com autoridades de Israel para providenciar o retorno em segurança da delegação e de um grupo de representantes do Consórcio Brasil Central, que também se encontram em território israelense”, afirma o ministério em nota.
Novo contato foi feito na manhã de hoje entre a delegação, autoridades brasileiras e israelenses, para atualizar a situação e avaliar as alternativas para o retorno seguro do grupo ao nosso país.
Delegação de 19 pessoas
A delegação brasileira é formada por 19 autoridades de municípios distribuídos por 11 estados, incluindo os prefeitos de Belo Horizonte, Álvaro Damião (União Brasil); de João Pessoa, Cícero Lucena (Progressistas), de Macaé, Welberth Rezende (Cidadania), e de Nova Friburgo, Johnny Maycon (PL). Vice-prefeitos e secretários de municípios de todas as regiões do país também participam da visita.
A comitiva inclui também o vereador carioca Flávio Valle (PSD) e o secretário de Ordem Pública de Niterói, Gilson Chagas e Silva Filho. O grupo está impossibilitado de deixar o país por conta do agravamento dos ataques aéreos em Israel, que acontecem como resposta a um ataque israelense a instalações militares iranianas. O espaço aéreo foi fechado, inclusive para voos comerciais. As autoridades brasileiras precisam se proteger em abrigos antiaéreos.
Em nota, o Itamaraty afirmou que “tomou conhecimento da presença de duas comitivas de autoridades estaduais e municipais do País em Israel, a convite do governo local, no momento do início das hostilidades em curso, com o ataque israelense ao Irã, na noite de quinta-feira, 12/6”.
“A embaixada do Brasil em Tel Aviv está em contato com as delegações brasileiras e o Ministério das Relações Exteriores fez gestão junto ao Ministério de Relações Exteriores de Israel para que ambos os grupos tenham garantias de segurança e possam retornar ao Brasil assim que as condições naquele país permitirem”, diz o Ministério das Relações Exteriores do Brasil.
“O secretário de África e Oriente Médio manteve contato telefônico com seu homólogo da chancelaria israelense, ocasião em que pediu tratamento prioritário à saída em segurança das delegações brasileiras. Até o momento, autoridades israelenses têm aconselhado as comitivas estrangeiras a permanecerem no país, até que as condições permitam qualquer deslocamento desses grupos por via aérea ou terrestre”, segue o documento.
O ministro Mauro Vieria, das Relações Exteriores, contatou hoje com seu homólogo da Jordânia, Ayman Safadi, “com o objetivo de abrir uma alternativa de evacuação por aquele país, quando as condições de segurança em Israel permitam um deslocamento por terra até a fronteira”.
Meu agora amigo Luiz Wilson, forrozeiro, poeta e cordelista, que já conhecia há muito tempo de fama e hoje pessoalmente, me convidou e aceitei almoçar no restaurante Sabor do Campo, do meu amigo Kelsen Ferreira, em Arcoverde. Ele acabou fazendo uma forrozada de improviso na companhia do sanfoneiro Zé do Peba, com o seu trio Catingueira.
São João autêntico é assim! Por isso, contaminou todos no restaurante.
O deputado estadual Henrique Filho, líder do Partido Progressista na Assembleia Legislativa de Pernambuco (Alepe), convoca a população para uma Audiência Pública amanhã (16), às 9h, no auditório Sérgio Guerra, com o objetivo de discutir e propor soluções para o grave cenário da doação de sangue em Pernambuco. A iniciativa do parlamentar ocorre dentro da campanha Junho Vermelho, que promove a conscientização sobre a doação voluntária de sangue, e faz alusão ao Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado em 14 de junho.
“Estamos diante de uma situação alarmante. Os estoques do Hemope estão em queda contínua, e isso compromete vidas todos os dias. Precisamos mobilizar o estado para reverter esse quadro. A audiência será um momento de união entre sociedade civil, especialistas e governo para buscar soluções reais”, declarou o deputado Henrique Filho.
Segundo dados mais recentes da Fundação de Hematologia e Hemoterapia de Pernambuco (Hemope), o estoque de sangue do estado encontra-se em nível crítico, com redução média de até 30% em alguns tipos sanguíneos, especialmente O- e A-, considerados universais para transfusões de emergência. Apenas no mês de maio, o Hemope registrou uma queda de cerca de 1.800 bolsas em relação à média histórica mensal, acendendo um alerta para o risco de desabastecimento.
A situação se agrava com a chegada do período chuvoso, quando a mobilização de doadores costuma cair. Hoje, menos de 1,8% da população pernambucana doa sangue com regularidade, número abaixo da média recomendada pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que é de pelo menos 3% da população.
A audiência pública pretende promover o debate sobre campanhas permanentes de incentivo à doação, além de ampliar a divulgação dos postos de coleta e facilitar o acesso da população ao Hemope. O evento contará com a participação de representantes do Hemope, especialistas em saúde pública, lideranças comunitárias, doadores regulares e entidades da sociedade civil.
“Doar sangue é um ato silencioso de coragem. Precisamos romper com a cultura da espera e transformar a solidariedade em hábito. Essa luta é de todos nós, e começa agora”, reforça o deputado.
Por Jorge Henrique Cartaxo e Lenora Barbo Especial para o Correio Braziliense
“Às três da madrugada de domingo (17/11/1889), enquanto a cidade dormia tranquilizada pela vigilância tremenda do governo provisório, foi o Largo do Paço teatro de uma cena extraordinária, presenciada por poucos, tão grandiosa no seu sentido e tão pungente, quanto foi simples e breve. Obedecendo à dolorosa imposição das circunstâncias… o governo teve necessidade de isolar o paço da cidade, vedando qualquer comunicação do interior com a vida da capital… Quando anoiteceu, foi fechado o trânsito pelas ruas que rodeiam… Um boato oficial… espalhara a notícia de que o Sr. D. Pedro de Alcântara (que se sabia dever embarcar para a Europa em consequência da revolução do dia 15) só iria para bordo no domingo pela manhã…
Às três horas da madrugada, menos alguns minutos entrou pela praça um rumor de carruagem. Para as bandas do paço, houve um ruidoso tumultuo de armas e cavalos. As patrulhas que passeavam de ronda reiteravam-se todas a ocupar as entradas do largo, pelo meio do qual, através de árvores, iluminando sinistramente a solidão, perfilavam-se os postes melancólicos dos lampiões de gás. Apareceu, então, o préstito dos exilados.
Nada mais triste. Um coche negro, puxado a passo por dois cavalos, que se adiantavam de cabeça baixa, como se dormissem andando. À frente, duas senhoras de negro, a pé, cobertas de véus, como a buscar caminho para o triste veículo. Fechando a marcha um grupo de cavaleiros, que a perspectiva noturna detalhava um negro perfil… Quase na extremidade do molhe, o carro parou e o Sr. Pedro de Alcântara apeou-se — um vulto indistinto entre outros vultos — para pisar pela última vez a terra pátria…”
O texto de Raul Pompeia — abolicionista e republicano —, testemunha daqueles tempos, descreve, com excelência, como os monarquistas da véspera — Deodoro e Rui, republicanos de bica — trataram de enxotar Dom Pedro do Brasil. Temiam a liderança pessoal do imperador. Sabiam que os brasileiros — os cariocas em particular — não tinham exatamente um apreço pela República, assim como não aplaudiam o império ou qualquer outra forma de organização institucional da ordem. Mas tinham uma particular deferência e admiração por Pedro II, assim como tinham pela música, a religião e as celebrações.
Daí o golpe do dia 15 de novembro, o isolamento da família Real e o seu embarque, naquela madrugada, empurrando Dom Pedro, mar adentro, para nunca mais! Antecipava-se assim, no Brasil, a frase famosa de Tomasi de Lampedusa no seu clássico O Leopardo, de 1958: “As vezes, é preciso que tudo mude para que as coisas permaneçam como estão”.
Instituído o governo republicando provisório, fechados a Cadeia Velha e o Palácio Conde dos Arcos — onde se reuniam, respectivamente, os deputados e senadores do império —, dissolvidas as assembleias legislativas provinciais; transformadas as antigas províncias em estados que formariam, em seu conjunto, os Estados Unidos do Brasil, o novo governo se organiza, excepcionalmente, com uma nova Constituição e prepara as primeiras eleições para o Congresso Constituinte.
Em dezembro de 1889, foi nomeada a Comissão de Petrópolis — ou Comissão dos 5, como ficaria conhecida — para elaborar a Constituição Provisória da República, composta por Saldanha Marinho, Américo Brasiliense de Almeida, Luiz dos Santos Werneck, Rangel Pestana e Antônio Pedreira de Magalhães. A proposta da Comissão seria revisada e analisada por Rui Barbosa que deu forma ao Decreto nº 510, do dia 22 de junho de 1890. Um mês depois, esse mesmo texto seria revisado pelo governo provisório que o substituiu por um novo, o Decreto nº 914-A, de 23 de outubro de 1890. O anteprojeto Constitucional que seria encaminhado à Assembleia Constituinte.
O Decreto nº 78 B, de 21 de dezembro de 1889, determinou as eleições do novo Parlamento a realizar-se no dia 15 de setembro de 1890. A Assembleia Nacional Constituinte deveria iniciar seus trabalhos em 15 de novembro do mesmo ano, primeiro aniversário da República. Eleitos, os senadores e deputados, entretanto, iniciaram seus trabalhos, separadamente, no dia 4 de novembro de 1890, no prédio do Cassino Fluminense — palco dos grandes bailes da monarquia —, inaugurado em 1860 com a presença de Dom Pedro II, posteriormente sede do Automóvel Club.
A Assembleia Constituinte, entretanto, seria instalada no Palácio São Cristóvão, na Quinta da Boa Vista, sede da família real. Naquela ocasião o percurso entre o centro do Rio e a Quinta da Boa Vista, de charrete, demorava duas horas e meia. Algo em torno de seis quilômetros. A mudança incômoda tinha suas razões e apreensões políticas. O governo provisório havia restabelecido a censura à imprensa.
Não raro, milícias — eventualmente com o apoio direto do próprio governo — empastelavam jornais e destruíam redações. As eleições parlamentares haviam sido completamente fraudadas. Havia uma determinação direta do governo para que não fossem eleitos constituintes monarquistas. Nesse clima político, os parlamentares deviam ficar longe dos ouvidos e dos olhos do “povo”. A nova Constituição, assim como a República, nesses termos, foi oferecida para “os bestializados!”
Nem longos ou complexos os debates na Assembleia Constituinte de 1891. A pressão do governo provisório para a celeridade do processo era demasiada. A modelagem da federação, a autonomia politica, jurídica e financeira dos Estados era o ponto de tensão. As representações de São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Rio Grande Sul — então os estados mais ricos do país — arguindo a antiga centralização monárquica queriam a descentralização absoluta, o predomínio dos estados sobre o governo da União.
Nesse sentido, não havia nenhuma discordância sobre a necessidade política e administrativa da mudança da capital. A bancada do Rio de Janeiro era unânime na defesa da proposta. O deputado Thomaz Delfino, o mais entusiasta e ativo defensor da tese, em longos pronunciamentos, resumia bem o consenso que prevaleceu: “A capital da União Brasileira, creio que, isto na opinião geral, não deve estar colocada nem ao Norte, nem ao Sul, mas de modo a receber a influência de ambas as grandes divisões territoriais, num ponto central, traduzindo, assim, a nossa harmonia, a nossa confraternização e a nossa força… Lucramos nós, capital atual, com a mudança, política-administrativa e mesmo, comercialmente, porque na luta por nós próprios empenharemos mais atividades e mais esforço. Lucra a União, porque o seu governo estará firme, sem vacilação alguma, o seu Congresso livre e sem qualquer peia”.
Nesse tom, e com leves nuances, debateram o tema os parlamentares Oliveira Pinto, Clovis Bevilaqua, Virgílio Damásio, Elyseu Martins, Costa Machado, Pedro Américo, Urbano Marcondes, Lopes Trovão e Américo Lobo. O ponto mais sensível era o destino do Município Neutro, onde ficava a capital no Rio de Janeiro: seria incorporado pelo estado do Rio ou viraria um novo estado? A questão era mais uma apreensão do que uma ameaça política real.
Coube ao deputado Lauro Muller apresentar em plenário uma emenda, subscrita por 88 constituintes, que seria acolhida pela Assembleia: “Fica pertencendo à União uma zona de 400 léguas quadradas, situadas no planalto central da República, a qual será demarcada para nela estabelecer-se a futura capital da República”. Como justificativa da proposta ele anexou, por suficiente, a histórica Carta de Formosa, de 28 de julho de 1877, de Adolfo Varhagen, dirigida ao então ministro da Agricultura do Império, José Coelho de Almeida, descrevendo o lugar onde deveria ser edificada a nova capital. Essa emenda foi aprovada na sessão de 22 de dezembro de 1890.
Na tradição do processo parlamentar não teria sido Muller o autor da proposta, uma vez que a primeira assinatura era do deputado Tenente-Coronel Joaquim de Souza Martins (SP). A última sessão da Constituinte, por sua vez, em 23 de fevereiro de 1891, na redação final, faria duas pequenas mudanças. A primeira, de autoria do deputado Antônio Euzébio, altera o Art. 2.: “Fica pertencendo à União, no Planalto Central da República, uma zona de 14.000 quilômetros quadrados, a qual…”. A Comissão dos 21, que fazia a redação final do texto constitucional, mudou o termo “designar” do Art. 34 para “mudar”: Art.34. Compete privativamente ao Congresso Nacional: 13 – Mudar a capital da União.
Na mensagem ao Congresso, de 15 de junho de 1891, o Marechal Deodoro da Fonseca solicita os meios para que, cumprindo a Constituição, fosse demarcado o terreno onde seria edificada a nova capital.
O Blog do Magno publica a segunda reportagem do especial São João das Multidões, da Revista Mais Nordeste. Depois de Gravatá, é a vez de Caruaru mostrar por que é chamada de capital do forró, com uma festa que combina memória, identidade e projeção internacional da cultura nordestina.
Caruaru (PE), a cidade que nasceu da feira e se transformou na capital do forró, celebra em 2025 mais do que uma festa: presta uma homenagem às suas origens. Com o tema “De fazenda à Capital do São João”, o “Maior e Melhor São João do Mundo” abre as portas para a memória e a expansão da cultura nordestina. A programação teve início em 28 de abril e se estende até 1º de julho, com atividades culturais e artísticas distribuídas por diversos polos.
Antes da cidade, vieram a terra, o povo e a feira — cenário de inspiração para a letra da música “A Feira de Caruaru”, composta pelo caruaruense Onildo Almeida e eternizada desde 1957 na voz de Luiz Gonzaga. Com ela, o Rei do Baião ganhou seu primeiro disco de ouro ao vender mais de 100 mil cópias.
“A feira de Caruaru / Faz gosto a gente ver / De tudo que há aí no mundo / Nela tem pra vender…”. Quem conhece o espaço sabe que não há exagero na letra, tamanha a quantidade e diversidade de produtos que atraem pessoas de todo canto. Sucesso enraizado na alma caruaruense, a feira tornou-se Patrimônio Imaterial do Brasil em 2006, reconhecida pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan).
Foi ali, no centro das trocas e dos encontros, que Caruaru nasceu. A escolha do tema deste ano é uma homenagem ao que muitos já esqueceram: que o forró brotou do chão batido da roça. “Queremos que as pessoas entendam por que Caruaru começou com uma fazenda e hoje é a capital do forró”, diz o presidente da Fundação de Cultura, Hérlon Cavalcanti.
A Princesinha do Agreste, como também é conhecida a capital do forró, transformou a terra das compras e trocas em um dos maiores palcos juninos do país, convidando o Brasil inteiro a lembrar de onde vêm o xote, o xaxado, o baião e, claro, o forró. Caruaru tem memória, festa e futuro — e talvez tanto sucesso não seja por acaso: já estava anunciado no próprio nome. Derivada do dialeto dos índios cariris, Caru significa “alimento, coisa boa”, e aru aru, em repetição, expressa “abundância”. Caruaru, portanto, é a terra da fartura.
Foto: Elvis Edson/Secom/PMC
Uma festa viva, pulsante, e em expansão — a expectativa é que mais de 4 milhões de pessoas circulem por Caruaru, impulsionando a economia local e projetando a cultura nordestina para o mundo. Com a rede hoteleira superlotada, a cidade também celebra o fortalecimento econômico. São 1.413 atrações, das quais 83% apresentam repertório de forró. No coração da cidade, o Pátio Luiz Gonzaga se transforma em uma megaestrutura — uma verdadeira vitrine de sons que atravessam gerações.
Elba Ramalho, Wesley Safadão, João Gomes, Xand Avião, Leonardo, Daniel, Márcia Fellipe, Barões da Pisadinha, Juliana e Bonde do Forró estão entre os nomes que alimentam a economia afetiva e turística do Nordeste. A abertura, no dia 31 de maio, contou com apresentações da Orquestra de Pífanos de Caruaru, Matheus Vini, Ivete Sangalo e Solange Almeida. Para o dia 23, estão programados shows de Daniel, Mari Fernandes e Felipe Amorim. Já a noite de 24 de junho será embalada por Klever Lemos, João Gomes e Jonas Esticado.
“Em 2024, recebemos 3,2 milhões de pessoas com quase R$700 milhões injetados na economia. Colocamos 24 polos de animação e 658 atrações artísticas durante 29 dias. Este ano, a expectativa é de pelo menos 10% de aumento com 65 dias de programação porque começamos a festejar em abril. Tudo isso é resultado de um modelo que une tradição, inovação e responsabilidade social”, completa Hérlon.
De acordo com Cavalcanti, o sucesso da festa é fruto de um planejamento contínuo: “Assim que acaba um São João, a gente já começa o outro. Reunimos todos os envolvidos no Comitê do São João para fazer um balanço. No ano passado, por exemplo, 97% do público aprovou o modelo da festa, incluindo a programação, a segurança com câmeras espalhadas e os serviços de acolhimento.”
Apesar da grandiosidade, o São João de Caruaru mantém viva a tradição. O segredo? Um diálogo constante com os artistas, incentivo ao repertório gonzagueano, valorização das roupas típicas e orientação durante reuniões com bandas e grupos populares. “Todos os polos começam com forró e, aos fins de semana, a Casa Rosa, na Feira de Caruaru, também se enche de música”, detalha.
A diversidade cultural é uma marca registrada. O município conta com 16 bandas de pífanos, 14 grupos de bacamarteiros, 96 trios de forró e 64 comidas gigantes. Toda essa força artística faz do São João uma festa multicultural e descentralizada, valorizando tanto a zona urbana quanto a rural. “Mais de 80% da programação é composta por artistas de Caruaru. Isso acontece porque temos um calendário cultural contínuo que garante espaço para todos. Estamos falando de mais de 26 mil artistas envolvidos este ano”, afirma Hérlon.
Foto: Elvis Edson/Secom/PMC
Acessibilidade, segurança e cuidado com todos
O evento também se destaca por seu compromisso social e acessibilidade. Todos os polos contam com rampas, e o Pátio de Eventos oferece um camarote exclusivo para pessoas com deficiência. Além disso, há uma estrutura integrada para segurança e atendimento de emergências. “Montamos um esquema com o Centro de Operações Integradas (COE), que fica no Espaço Cultural e reúne as forças de saúde, segurança e assistência social. A Fundação não está sozinha. Toda a prefeitura está envolvida, desde o Juizado do Forró até as equipes de limpeza urbana, com um modelo que funciona em tempo real”, explicou.
A ornamentação dialoga com o tema e com a tecnologia: palcos com painéis de LED, transmissão via internet e cobertura da PrevTV tornam o São João uma vitrine global. “Temos caravanas de turistas internacionais e mais de 100 mil pessoas conectadas por noite, em lugares como Coréia, Europa e América Central. São 27 polos — 13 na zona rural e 14 na urbana — com atrações que vão do forró ao rock, do cordel ao cinema. É uma forma de cada pessoa se identificar com a festa”, destaca.
Foto: Elvis Edson/Secom/PMC
Do barro ao palco: a pluralidade sonora do São João 2025
A valorização da zona rural também é levada a sério. A caravana do São João na Roça começou no dia 25 de abril e deu início à temporada de forró, percorrendo 13 comunidades até chegar à área central do município. A iniciativa promove cultura e gera renda local, como no Sítio Lajes. “Não trazemos comerciantes de fora. São os próprios moradores que organizam tudo: decoram as casas, acendem as fogueiras e recebem os shows nas portas. Só este ano, são 900 artistas e 65 apresentações apenas na zona rural, completa.
Não apenas pelas luzes no Pátio Luiz Gonzaga ou pelos grandes nomes no palco principal — a festa se espalha como cheiro de milho cozido. No Polo Azulão, espaço dedicado às vozes alternativas, a abertura com Cassiane apresentou o tom plural da festa. Tribo de Jah, Quinteto Violado, Almério, Filhos de Gandhy e Silvério Pessoa mantém viva a proposta de um São João que dialoga com o presente sem trair suas raízes. Já no Alto do Moura — berço do barro e do forró — nomes como Amazan, Trio Nordestino e Santanna dão corpo à tradição.
Em meio ao xote e ao baião, Caruaru reverencia seus homenageados: Lamartine Duarte (o Coroné Cornélio), o cantor Jota Lima e a artista plástica Luisa Maciel (in memoriam). Com ruas enfeitadas, bandeirinhas tremulando e o forró ecoando por todos os cantos, Caruaru vive intensamente mais uma edição do seu São João — celebrado com alma, identidade e paixão.
Reconhecido como o “Maior e Melhor São João do Mundo”, o evento segue até o fim de junho com uma programação vibrante, que mistura tradição e inovação, fé e festa, memória e futuro. “No encerramento, vamos fazer um forró gigante com 50 artistas locais no palco do Pátio. Teremos nomes como Klever Lemos, PV Calado e outros grandes talentos da nossa cidade ao lado de atrações nacionais. Com a emoção do público e a entrega dos artistas, Caruaru não apenas celebra: encanta, acolhe e reafirma com orgulho o que o coração do Nordeste já sabe — São João de verdade, só aqui”, conclui Hérlon Cavalcanti.
Poeta maravilhoso Magno, noivo com tesão a mil por hora, oh santa inveja. Sua crônica domingueira e sua disposição para o São João, a melhor festa do Brasil, que mexe e remexe com a gente, faz lembrar o grande modernista Mário de Andrade, que diz:
“Eu sou trezentos, sou trezentos e cincoenta, mas um dia afinal eu toparei comigo… Tenhamos paciência, andorinhas curtas, Só o esquecimento é que condensa”.
Esse misterioso poema de Mário me fez lembrar misteriosamente você, um dos raros amigos que posso chamar de gênio.
O outro amigo que assim vejo e atesto em qualquer cartório ou tribunal é o seu padrinho de casamento Eduardo.
Chame ele para ser seu compadre na fogueira e já batizem antecipadamente o menino, que essa noiva já casou grávida.
Cuidado, irmão de noiva sertaneja ofendida é bicho perigoso.
O legado de vocês dois — cada um nas suas maravilhosas, trabalhosas e lendárias lidas —, passeará pelos séculos e ecoará no Olimpo e tocará seus deuses, afinal vocês dois enfrentaram e mataram o Minotauro, vocês são filhos de Zeus, o chefe dos deuses.
Quando o trovão sertanejo estrondar, e o relâmpago cortar o firmamento, lembrem-se, jamais duvidem, você e Eduardo: é o vosso Pai fazendo carinhos e mandando beijinhos para vocês. Ele sempre foi assim.