De bigu com a modernidade

Frontier Attack aguenta a briga das picapes?

A proliferação de picapes no mercado automobilístico brasileiro provocou uma série de mudanças nesse segmento. Principalmente por parte das montadoras – que, por exemplo, fizeram desabar os preços de seus modelos para tentar mantê-los atrativos num universo de muita oferta e pouca demanda. Há pouco mais de um mês, este colunista testou a versão Attack, da Nissan Frontier. Ela custava, então, R$ 275,5 mil. Nessa semana que se finda, estava sendo anunciada no site da marca por preços a partir de R$ 219.990 – uma redução de incríveis R$ 55 mil (por tempo limitado, ressalta o site). Também, pudera: chegaram (ou vão chegar) a Ram Rampage, a Fiat Titano, a Ford Maverick, a nova Ford Ranger, a grande Chevrolet Silverado e por aí vai – sem falar na tradicional força comercial da Toyota Hilux e Chevrolet S10.

Diante disso, vale a pena apostar nas picapes mais conhecidas, usadas e aprovadas nesses sertões brasileiros? E, especificamente, na versão Attack, a intermediária da linha Frontier avaliada nesse texto? Vejamos os prós e os contras. Visualmente, com o facelift que ganhou no ano passado, a Frontier ficou com mais cara de picape, digamos assim: porte robusto, linhas marcantes e uma grade frontal toda em preto fosco no caso da Attack. Aliás, a cor predomina pelo capô, parte central do para-choque, molduras das rodas (de 17’’), estribos, santo antônio e rack de teto.

Para um carro de R$ 275 mil – pelo menos originalmente -, a lista de equipamentos poderia ser melhor, mas também não decepciona. O ar-condicionado é manual, mas tem saída para os bancos traseiros. Vidros, travas e ajustes dos retrovisores são elétricos. Tem piloto automático, mas peca com a direção hidráulica – muita dura em manobras em baixas velocidades. Pode até ser raiz, mas é desconfortável. A vida a bordo é relativamente confortável: tem câmera de ré com boa resolução, central multimídia com tela de oito’’, conexão com smartphone via Android Auto e Apple CarPlay, mas apenas com fio, quatro portas USB e três tomadas 12V. 

O painel de instrumentos tem display de 7’’. E os bancos, apelidados pelos engenheiros da marca de “gravidade zero”, têm um exclusivo revestimento de tecido, com camadas de espumas que acomodam bem o corpo e não o cansam após longas horas de viagem. O espaço interno é bom até para quem viaja atrás, devido ao entre-eixos de 3,15m – maior do que o ofertado pela maioria das concorrentes. Do ponto de vista de segurança, são seis airbags – e os essenciais controles de tração e estabilidade e auxiliares de descida e subida em rampa. Não há nenhum item de auxílio à condução – algo que está ficando bem mais comum em modelos nessa faixa de preço. Nem sensor de distância nos para-choques, essencial para um carro de tal tamanho, possui.

Medidas e força – A caçamba da picape, com seus 1,509m de comprimento, tem capacidade de volume 1.054 litros e é capaz de carregar cargas de até 1.209kg. Infelizmente, não foi possível testá-la carregada. Sem carga, e em estradas de terra na região de Jaraguá, em Goiás, ela se mostrou como uma legítima picape: saltadora como uma cabrita, mas com suspensão valente. Por sinal, braço duplo com barra estabilizadora na dianteira e multilink com molas helicoidais, eixo rígido e barra estabilizadora na traseira. Não foi necessário o uso mais intenso do tradicional e confiável sistema 4×4 da Nissan – muito menos da reduzida. No asfalto, a direção fica mais leve à medida que aumentamos a velocidade e o prazer em dirigi-la retorna.

A força do conjunto propulsor torna as retomadas e ultrapassagens seguras. O motor é quatro cilindros 2.3, a diesel, capaz de gerar 190cv e 45,9kgfm de torque. O câmbio é automático sequencial de sete marchas. O consumo nesse período testado ficou na média dos dados divulgados pelo fabricante: na faixa dos 9 km/l na cidade e dos 11 km/l na estrada.

GR Corolla: seu por R$ 417 mil – As primeiras unidades do novo esportivo da Toyota, o GR Corolla, já estão nas lojas. E corram, se tiverem a partir de R$ 417 mil a 462 mil (versão mais completa): o primeiro 100% esportivo terá lote limitado a 99 unidades, em duas versões, a Core e Circuit. O modelo foi criado nas pistas de corrida e aprimorado para o uso nas ruas e é um hatch equipado com tração nas quatro rodas, motor 1.6 turbo de 304cv e torque de 37,7 kgfm. Ele faz de 0 a 100km/h em 5,5 segundos. O visual também é caprichado. O GR Corolla tem rodas aro 18 em acabamento em preto brilhante, para-lamas bem largos e escapamento triplo. Os bancos são do tipo concha, como devem ser de todo esportivo. O é desenvolvido pela divisão esportiva Gazoo Racing, criada em 2007.

Novidades na linha 2023 da Ram – A marca do grupo Stellantis aproveitou a comemoração no Brasil do Cummins Day, em 6 de julho, ou 6/7, a para anunciar novidades para a linha a diesel da Ram, movida pelo lendário motor de 6,7 litros da marca Cummins. O Ram Connect, por exemplo, passa a equipar os modelos da família Heavy Duty após estrear na linha 1500 (Limited e Rebel). Outras são o quadro de instrumentos 100% digital de 12 polegadas, o divisor de caçamba, o alerta do banco traseiro e espelhos externos com mais recursos. Na Ram 2500, o motor ganha o mesmo acerto da irmã 3500, com 377 cv e 115,0 kgfm, e a 3500 Limited Longhorn agora tem controle de ré semiautônomo do trailer e carregador de celular por indução.

Confira os preços:

2500 Laramie: R$ 460 mil
2500 Laramie Night Edition:
R$ 470 mil
3500 Laramie:
R$ 490 mil
3500 Laramie Night Edition:
R$ 500 mil
3500 Limited Longhorn:
R$ 535 mil

Novos preços do C4 Cactus – A linha 2024 do tradicional SUV da Citroën ganhou novo sistema multimídia de 10”, com Android Auto e Apple CarPlay, e inéditas rodas de liga-leve de 16” e 17”. O carregador de celular sem fio e novas entradas USB estão entre as novidades. Os motores são os mesmos: um 1.6 aspirado (até 120cv) e o bom THP 1.6 turbo de até 173 cv, capaz de acelerar de 0 a 100 km/h em apenas 7,7 segundos, com velocidade máxima de 212 km/h. E o modelo passou por reposicionamento de preços, tornando-o mais acessível.

Confira os preços:

C4 Cactus Live 1.6 Automático: R$ 106.990
C4 Cactus Feel 1.6 Automático: R$ 110.990
C4 Cactus Feel Pack 1.6 Automático: R$ 115.990
C4 Cactus Shine Pack 1.6 THP: R$ 129.990

350 mil Spin – A minivan de cinco ou sete lugares da Chevrolet acaba de alcançar 350 mil unidades fabricadas no Brasil, na fábrica de São Caetano do Sul (SP). Ela está à venda por aqui desde junho de 2012 e é a líder absoluta do segmento. A Spin tem 4,41 metros de comprimento, 1,76m de largura, 1,68m de altura e 2,62m de entre-eixos. O motor é um 1.8 flex aspirado de 111cv e 17,7 kgfm de torque.

Os R$ 3 bilhões da BYD na Bahia – A marca chinesa BYD vai usar R$ 3 bilhões para produzir veículos eletrificados em Camaçari (BA), especialmente na produção de chassis de ônibus e de caminhões elétricos – e, claro, de automóveis híbridos e elétricos. O início das operações está previsto para o segundo semestre do ano que vem, com expectativa de gerar 5 mil empregos. A BYD, a maior fabricante de veículos do mundo, terá capacidade inicial para produzir 150 mil unidades e, em um segundo momento, alcançar 300 mil. Obviamente, ela terá vários incentivos federais – como a concessão do porto de Aratu, que era gerenciado pela Ford, e redução de 95% do ICMS e da isenção do IPVA para modelos elétricos de até R$ 300 mil.

BMW R 18 edição especial – Ao comemorar 100 anos, a BMW R 18 ganhou uma edição especial limitada a 30 unidades. O esquema de cores combina pintura preta e superfícies cromadas de alto brilho, bem como linhas brancas duplas e um emblema “100 Anos”. O conceito de pintura sobre cromo também é encontrado na tampa da roda traseira em combinação com a linha dupla branca. A tampa da roda dianteira e as tampas laterais são pintadas de preto, complementadas por uma linha branca dupla no para-lama dianteiro. O banco duplo tem acabamento bi-tom, combinando preto com vermelho Oxford e reforçando o caráter exclusivo do modelo, e o escapamento é assinado pela renomada Akrapovic. Além disso, a R 18 – 100 Anos tem linha acessórios de customização e peças com detalhes usinados, pintados e, muitas vezes feitos à mão, da BMW Motorrad. A peça central da R 18 é um motor boxer de 2 cilindros, desenvolvido para esse modelo. Com 91cv de potência e 15,8kgfm de torque, o motor ainda tem um belíssimo ronco, marca registrada do segmento Cruiser. O câmbio é de seis marchas.

MXF lança nova off-road – Os fãs de motocicletas fora-de-estrada têm uma nova opção no mercado: a 270F, da montadora sediada no Paraná MXF. Ela custa R$ 19,5 mil e vem com motor 4 tempos de 271cc, suspensão invertida na dianteira e sistema de link monoshock e amortecedor a gás com regulagem, compressão e retorno pressurizado com nitrogênio. A MXF já conta com as Pit Bikes da linha PRO Racing de 110, 125cc e 140cc e as motos 250 TS e 300 TS e RXS, além de uma série de quadriciclos e minimotos.

NE tem recuo na gasolina – A última análise do Índice de Preços Ticket Log (IPTL), apontou que a região Nordeste fechou junho com o litro da gasolina comercializado a R$ 5,58, após redução de 0,18% se comparado a primeira quinzena do mês. A região foi a única a apresentar redução no valor do combustível. Já o etanol manteve o mesmo preço médio da primeira quinzena e foi comercializado a R$ 4,51. “Entre os estados brasileiros, a Paraíba apresentou a gasolina mais barata. Se comparada ao etanol, o combustível é economicamente mais vantajoso para o abastecimento em todo o Nordeste. Ainda assim, o etanol é considerado ecologicamente mais viável para abastecimento, por ser capaz de reduzir consideravelmente as emissões de gases responsáveis pelas mudanças climáticas”, comenta Douglas Pina, diretor-geral de Mobilidade da Edenred Brasil.

E se o segmento for fora de linha? – Desde que você comprou seu primeiro carro seminovo, uma regra era anunciada pelos especialistas: “Evite comprar carros fora de linha. Eles perdem preços muito rápido”. Essa é uma daquelas lendas que prevaleceram ao longo de décadas no Brasil. A Mobiauto já havia feito um levantamento em 2022 que apontava o contrário e trazia boas notícias aos donos de carros descontinuados, mostrando que as perdas nas cotações eram bem aceitáveis. Mas o que dizer de carros que pertencem a segmentos fora de linha? Mais do que a saída de produção do carro em si, a paralisação de oferta de modelos daquela categoria mostra, inequivocamente, o desinteresse do consumidor brasileiro pelo tipo de carroceria em questão, certo? Talvez não.

Peruas (station wagons), minivans (ou monovolumes) e hatchbacks médios são segmentos que praticamente desapareceram do país. Exceção feita a uma ou outra minguada oferta de modelos importados, a verdade é que não se produz mais nenhum modelo dos segmentos mencionados acima, compondo opções de vendas em volume. Em dezembro, será o sepultamento do remanescente desses segmentos, o Chevrolet Cruze.

A Mobiauto, um dos três maiores marketplaces de carros usados do país, acaba de realizar uma pesquisa relevadora. O departamento de Dados e Estatísticas da empresa calculou as cotações de preços de vários exemplares dessas três categorias. Inicialmente os valores médios entre janeiro e maio de 2022 e, posteriormente, comparou-os ao mesmo período deste ano. Se você quer uma boa notícia desde já, lá vai: na média, esses carros perderam somente 3,29% no último ano. Foram pesquisados 26 veículos desses três segmentos, com anos/modelos que variaram entre 2013 e 2022, compondo um levantamento total de 112 carros apurados. Como critério, os analistas da Mobiauto só consideraram veículos com número expressivo de anúncios, tanto no primeiro período como no ano seguinte.

Quando separados por categorias, outra surpresa: as depreciações médias revelam uma ótima performance das peruas e das minivans, sobretudo por já se tratar de veículos que haviam se despedido há mais tempo das vendas de zero km, e também por ainda terem forte apelo para uso familiar. Mais especificamente sobre os resultados da pesquisa, os resultados realmente surpreenderam. De um total de 112 modelos avaliados, 25 obtiveram o êxito de anotar valorização de um ano para cá, tendo a Nissan Grand Livina 2013 como campeã, com 16,76% de alta nos preços.

Revisão de férias nos freios – Com o aumento do volume de veículos nas estradas, mais um item do seu carro: a revisão dos freios, que deve ser feita nas partes dianteira e traseira. Veja dicas que a Jurid, fabricante das marcas globais Jurid e Ferodo, separou para os leitores desta coluna.

  1. O sistema de freio dianteiro possui várias peças, pastilha e discos de freio e outros componentes periféricos, como cubo de roda, pinça e pino deslizante. O freio traseiro também tem essas peças, mas no lugar da pastilha tem a sapata.
  2. A pastilha está mais presente no disco de freio e é responsável por gerar o atrito necessário para que o veículo possa desacelerar até parar. Já a sapata atua na parte traseira do sistema de freio a tambor e tem a função de complementar o trabalho da pastilha.
  3. Como o sistema de freio é interligado com as partes dianteira e traseira e ambas sofrem desgaste, muito embora como os veículos possuem a distribuição de carga do freio 70% na frente e 30% para atrás, o dianteiro é mais exigido durante a frenagem.
  4. Portanto, segundo o gerente da Jurid, Luciano Costa, a revisão completa do freio exige a verificação tanto da parte dianteira, como traseira. “Quando as pastilhas de freio apresentam desgaste, o ruído de metal é um dos indícios que a vida útil chegou ao fim e que necessita de troca, uma vez que a chapa metálica começa a encostar no disco”, comenta.
  5. Outros sintomas que também ocorrem quando há o desgaste das pastilhas são sentidos no pedal do freio que pode estar mais baixo ou duro, além da redução da eficiência nas frenagens, e da resposta da ação ao tocar o pedal que começa a ficar mais lenta.
  6. No caso das sapatas, os sintomas de desgaste são dificuldade para acionar o freio de mão e quando o mesmo estiver duro ou apresentar dificuldade para segurar o veículo. “Ajustes são importantes para mantê-lo em boas condições de uso. A revisão deve ser realizada sempre que existir algum sinal de comprometimento, bem como toda a vez que for efetuada a troca das pastilhas de freio”, afirma.
  7. Para manter o sistema de freio em boas condições, também é necessário fazer a troca do fluido, de acordo com as orientações da montadora.

Renato Ferraz, ex-Correio Braziliense, tem especialidade em jornalismo automobilístico.

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O candidato a prefeito de Quipapá, Luizinho do Posto (PT), está sendo denunciado à Justiça Eleitoral acusado de cometer crime eleitoral no domingo (15). A oposição afirma que o candidato teria transformado a comemoração do seu aniversário, na Fazenda Carolina, em ato de campanha. Ele teria contratado bandas, que se apresentaram no local, ofereceu bebida e comida aos eleitores. 

O caráter eleitoreiro do evento fere a legislação eleitoral e fundamentou a ação da coligação “Quipapá Rumo ao Futuro”, cujo candidato é o prefeito Pité, que disputa a reeleição. A denúncia destaca que é vedada a contratação de shows de artistas durante a campanha, conforme previsto no calendário oficial do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ressalta ainda que os  showmícios também são proibidos desde 2006 e, caso o candidato descumpra a norma, a pena para a infração é a cassação da candidatura. 

Do mesmo modo, a ação observa que também não é permitida a distribuição de bebidas, comidas e lanches a eleitores em reuniões políticas, campanhas e eventos. Esta atitude pode enquadrar o candidato no crime de compra de votos ou abuso de poder. 

A festa de Luizinho do Posto foi amplamente divulgada em propaganda eleitoral e nas redes sociais de políticos aliados e apoiadores. Há, inclusive, vídeos e fotos mostrando o estoque de bebidas, palanque e cenas da comemoração. 

Pité afirma que o seu oponente feriu a legislação, atraindo eleitores para uma festa em que ofereceu comida, bebida alcoólica e promoveu showmício. “O cometimento de crimes como este é um comportamento reprovado pela população de Quipapá, que espera dos gestores o respeito às leis. A Justiça Eleitoral deve agir, punindo o candidato. Não podemos admitir infrações e desonestidades na campanha”, disse.

A candidata a prefeita de Iati, Maria Augusta, registrou um Boletim de Ocorrência após sofrer uma ameaça de violência enquanto realizava um evento porta a porta no povoado do Quati, Zona Rural do município. O episódio aconteceu quando um homem, identificado como José Emídio, se aproximou da candidata portando uma faca.

De acordo com relatos, José Emídio abordava várias pessoas presentes no evento, perguntando insistentemente quem era Maria Augusta. Quando a identificou, ele partiu em sua direção com uma faca em punho, causando grande alvoroço entre os presentes. Felizmente, ele foi contido por participantes da atividade antes que pudesse se aproximar ainda mais da candidata.

Além de estar armado, José Emídio estava com uma moto com o chassi adulterado, o que foi informado às autoridades.

Maria Augusta conseguiu deixar o local rapidamente, sendo protegida por amigos e apoiadores. Logo após o incidente, ela procurou a Polícia Militar e, em seguida, dirigiu-se à Delegacia de Polícia Civil em Garanhuns, onde formalizou o Boletim de Ocorrência.

José Emídio, que é foragido da polícia, foi preso e recolhido ao presídio de Canhotinho. O caso agora segue para investigação. O incidente gerou preocupação na equipe de campanha, que reforça a necessidade de segurança durante o período eleitoral, garantindo o direito de participação democrática.

Em razão da emergência climática, o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Flávio Dino, autorizou a abertura de crédito extraordinário ao governo federal a ser utilizado exclusivamente no combate aos incêndios florestais que assolam a Amazônia e o Pantanal e na contratação imediata de brigadistas.

A exemplo das medidas emergenciais tomadas em socorro ao Estado do Rio Grande do Sul, vítima de enchentes em maio deste ano, esse crédito extraordinário deve ficar fora da meta fiscal do governo, estabelecida pela Lei de Responsabilidade Fiscal. O pedido deve ser encaminhado pelo governo federal, por medida provisória, para aprovação do Congresso Nacional. A efetiva aplicação das verbas será acompanhada pelo Judiciário.

Segundo Dino, a decisão é excepcional para assegurar o cumprimento das determinações do STF feitas no julgamento da Arguição de Descumprimento de Preceito Fundamental (ADPF) 743. A excepcionalidade decorre dos impactos econômicos, fiscais, sociais e ambientais resultantes das queimadas e das secas nos biomas Pantanal e Amazônia.

Na decisão, o ministro também permitiu a flexibilização de outras leis e normas para, ainda em caráter emergencial, eliminar barreiras que dificultam a atuação do governo federal no combate às queimadas.

Brigadistas

Ficam suspensos até o final de 2024 todos os prazos que exigem o mínimo de 90 dias para a recontratação de brigadistas para atuarem junto ao Ibama e ICMBio.

A medida flexibiliza o prazo previsto na Lei 7.957/1989, alterado pela Medida Provisória 1.239/2024. Com isso, o governo pode recontratar imediatamente pessoal, de forma temporária, para serviço na prevenção, controle e combate de incêndios florestais.

A quantidade de brigadistas e o local onde deverão atuar serão definidos pelo próprio governo, cabendo ao Judiciário o acompanhamento e a tomada de providências sobre eventuais omissões.

Funapol

A decisão determinou o uso de recursos contingenciados ou cancelados para o exercício de 2024 do Fundo para Aparelhamento e Operacionalização das Atividades-fim da Polícia Federal (Funapol) disponibilizados pelo Ministério do Planejamento e Orçamento.

Comunicação

Por fim, o ministro Flávio Dino estabeleceu que quaisquer entraves à tramitação dos inquéritos policiais relacionados ao descumprimento de deveres funcionais de autoridades do Ministério Público ou do Judiciário devem ser comunicados a ele, para a tomada de providências junto aos órgãos competentes.

EXCLUSIVO 

Um caso grave de apropriação indevida de recursos públicos foi descoberto pelo  Tribunal de Contas do Estado (TCE). O Governo de Pernambuco, através da FUNAPE, pagou mais de R$ 1.204.189,58 pela aposentadoria de um servidor que já estava há anos falecido. O servidor faleceu em 30 de julho de 2022, mas a FUNAPE, fundo de aposentadoria do Estado, continuou pagando o benefício. O servidor ocupava o cargo de auditor fiscal do Tesouro Estadual e tinha aposentadoria de R$ R$ 50.037,91 por mês paga pelo Estado. 

O processo já foi julgado no TCE e o resultado do julgamento, com o nome do servidor falecido, já foi publicado no Diário Oficial. Chamou a atenção durante o julgamento do TCE o fato da FUNAPE, mesmo notificada no processo, não ter apresentado resposta ao TCE. “Apesar de regularmente notificada, a Diretora Presidente da FUNAPE, Sra. Katharina Samara Lopes Florêncio, não apresentou defesa”, informou a decisão oficial do TCE, no processo. A presidente da FUNAPE, Katarina Florêncio, é cargo de confiança da governadora Raquel Lyra (PSDB).

“Após consulta ao sistema Infoseg (Registro Civil – óbito e Receita Federal) e consulta às remunerações no Portal da Transparência do Governo do Estado de Pernambuco, verificou-se que o ex servidor aposentado no Cargo de Auditor Fiscal do Tesouro Estadual, falecido em 30/07/2022, ainda continua recebendo valores referentes a sua aposentadoria mesmo após o seu falecimento”, informa o relatório oficial do TCE. A determinação do TCE, no julgamento, foi que a FUNAPE “se abstenha de realizar quaisquer pagamentos de proventos de aposentadoria ao servidor falecido”. No julgamento, após constatar que a presidente da FUNAPE não apresentou resposta sobre a irregularidade, o TCE determinou que a Controladoria Geral do Estado seja informada.

Confira o documento:

A Associação dos Servidores de Vigilância Sanitária em Pernambuco (AVISAPE) comunicou, por meio de ofício, que os servidores públicos estaduais da Agência Pernambucana de Vigilância Sanitária (APEVISA) realizarão uma paralisação no dia 20 de setembro, às 10h. A mobilização ocorrerá na sede da APEVISA, localizada na Praça Osvaldo Cruz, no bairro da Boa Vista, no Recife, e em suas 12 unidades regionais em todo o Estado.

Os servidores alegam que as tentativas de negociação com o Poder Executivo Estadual têm sido frustradas, principalmente devido à falta de propostas concretas relacionadas às reivindicações da categoria. Uma das principais questões é a regulamentação da Gratificação de Fiscalização, prevista no parágrafo 1º do artigo 8º da Lei Estadual nº 13.077, de 20 de julho de 2006. Apesar de ser um direito assegurado por lei, a gratificação nunca foi regulamentada pelos governos que passaram pelo Estado desde então.

A AVISAPE ressalta que a gratificação possui caráter compensatório, uma vez que os servidores do Grupo Ocupacional de Fiscalização Sanitária da Saúde (GOFSS/APEVISA) são impedidos de atuar em setores de saúde que estejam sob fiscalização sanitária, para evitar conflitos de interesse previstos na lei de criação da APEVISA. Essa situação reforça a necessidade de valorização remuneratória dos servidores.

A AVISAPE destacou ainda que, durante a paralisação, as demandas urgentes e inadiáveis que possam surgir serão atendidas oportunamente, a fim de não comprometer a saúde pública.

No início deste mês, o blog publicou uma denúncia sobre uma crise nos serviços públicos em Arcoverde. De acordo com informações de leitores, o município estaria enfrentando uma série de demissões de funcionários municipais e estaduais, supostamente para atender aos interesses do candidato a prefeito pelo Podemos, Zeca Cavalcanti, que conta com o apoio do atual prefeito Wellington Maciel (MDB).

Há relatos novos de que as dispensas estariam ocorrendo a pedido de Zeca, com o respaldo da governadora Raquel Lyra. Um dos casos mais críticos é o da Agência do Trabalho, que permanece inoperante três semanas após a demissão da única atendente por razões políticas. O órgão está sem funcionários, deixando a população sem acesso a serviços essenciais, como a emissão de carteiras de trabalho, habilitação de seguro-desemprego e consulta de vagas de emprego.

Com a paralisação, os cidadãos de Arcoverde são forçados a se deslocar para outras cidades para realizar esses procedimentos. Ainda conforme os relatos, Zeca Cavalcanti teria solicitado a retirada da atendente, e desde então o cargo permanece vago, aguardando uma suposta indicação política. “Zeca paralisou o órgão e não está nem aí para isso”, afirma a fonte.

O Hospital Sírio-Libanês divulgou boletim médico sobre Pablo Marçal no início da tarde desta segunda (16), logo após o candidato à Prefeitura de SP receber alta.

Ele foi hospitalizado ontem após ser agredido com uma cadeira pelo candidato do PSDB, José Luiz Datena, durante debate da TV Cultura.

Segundo o boletim médico, Marçal teve traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas.

“O paciente Pablo Henrique Marçal foi admitido no Hospital Sírio-Libanês em São Paulo ontem, após traumatismo na região do tórax à direita e em punho direito, sem maiores complicações associadas. Foi avaliado pelas equipes de clínica médica e de ortopedia e está de alta hospitalar”.

Do G1.

Por Aldo Paes Barreto*

O escritor russo Leon Tolstoi foi um homem notável, excepcional. No viver, no escrever e no que ensinou. Pacifista, humanista, combateu a violência em todas as frentes, fez o que pôde para melhorar o comportamento humano. Deixou obra imensa, extensa, virtuosa e atual: “Se queres ser universal, comece por pintar tua aldeia”, ensinou.

Há muitas maneiras de pintar nossa aldeia, galgar o mundo, ter a humildade de exaltar nossas origens, nosso berço. O jornalista Antônio Maria, por exemplo, usou o frevo, a mais pernambucana das nossas manifestações musicais, para enaltecer a alegria de ser recifense. Tinha orgulho daquela gente que ficou por lá.

O médico e compositor sertanejo Zé Dantas percorreu longo caminho, a partir do Pajeú, para cantar o sertão, enquanto Dominguinhos evocava a alegria da volta aos seus apegos, ao seu aconchego.

Mais práticos, alguns empreendedores voltaram às origens, irrigaram o terreno árido, exaltaram a perseverança. Determinados, um dia partiram em busca da sobrevivência, mas sempre voltaram trazendo o matulão carregado dos melhores e mais nobres exemplos. Aprenderam e ensinaram a pintar e a pescar.

O sergipano João Carlos Paes Mendonça está fazendo assim na Serra dos Machado, dos seus antepassados. Empreendedor, vencedor, plenamente realizado, volta sempre às origens para iluminar sua aldeia com as luzes do ensino, pintar o futuro dos conterrâneos com as cores do arco-íris. As cores da esperança.

O pernambucano de Taquaritinga do Norte, Severino Pereira da Silva, não apenas pintou sua aldeia, mas ergueu paredes, cobriu o teto dos mais humildes, construiu escolas, hospital e deixou uma herança de como plantar, colher, trabalhar e tornar possível a realização dos sonhos dos mais humildes.

Adolescente, Severino começou a trabalhar lá mesmo em Taquaritinga ajudando a família. Viajou, buscou outras terras e obteve o mais amplo sucesso na indústria têxtil, no Rio de Janeiro e em São Paulo. Tornou-se empreendedor bem-sucedido na indústria têxtil nacional. Em 1935, comprou pequena tecelagem no Rio de Janeiro. Cresceu e não parou mais. Enfrentou a recessão mundial, a quebra da Bolsa de Nova Iorque, a debacle do algodão, as pragas e o surgimento do fio sintético.

Em todos os momentos, em cada um daqueles anos jamais deixou de voltar a Taquaritinga, rever parentes e amigos, de trazer a mala carregada de ideias e de ensinamentos. Naquela época, início dos anos 1950, o fio sintético chegava ao Brasil e dominava o mercado. A helanca liderava as vendas e as criações têxteis. Mas, tinha um problema: quando uma ponta do fio soltava, só mãos habilidosas poderiam recuperar a meada e o fio. Do contrário, a peça estava perdida.

O industrial pernambucano descobriu o ponto fraco e idealizou uma solução incentivando os conterrâneos a comprarem nas indústrias do Sul, as peças defeituosas, os retalhos, as pontas de estoque para revender nas feiras do Nordeste. Foi um sucesso. Nas feiras de Taquaritinga, Caruaru, Santa Cruz do Capibaribe, a helanca trazida do Sul transformou-se na sulanca e deu nome às feiras. Hoje, atividade tornou-se cenário do maior polo de vendas têxteis do País.

Na cidadezinha onde nasceu “seu” Pereira tudo tem uma realização, pedaço das lembranças do benemérito.

Severino Pereira da Silva pintou, bordou sua aldeia e transformou em realidade um fio de esperança dos conterrâneos.

*Jornalista

A agressão do apresentador José Luiz Datena, candidato do PSDB à Prefeitura de São Paulo, ao adversário Pablo Marçal (PRTB), durante debate exibido ao vivo pela TV Cultura na noite de ontem (15), foi o ápice de um embate entre ambos que começou no segundo bloco, quando Marçal acusou o tucano de assédio sexual. Assista:

Do Diário do Grande ABC.

O deputado estadual Coronel Alberto Feitosa recebeu, na manhã de hoje, uma homenagem do Hospital do Câncer de Pernambuco (HCP) por sua contribuição financeira à instituição. Ao longo de seus mandatos, Feitosa destinou R$ 690 mil em emendas parlamentares para o hospital, recursos que foram aplicados na compra de equipamentos e insumos essenciais.

Durante a cerimônia, os dirigentes do HCP entregaram ao parlamentar uma placa detalhando os valores destinados a cada ano, desde 2019. “As emendas são uma ferramenta para ajudar na melhoria de serviços importantes para os pernambucanos. Agradeço a homenagem desta instituição e reforço a importância de cada parlamentar fazer a sua parte”, destacou Feitosa.

O parlamentar também é autor de uma lei que estabelece que 50% das emendas parlamentares em Pernambuco devem ser direcionadas para a área da saúde. Feitosa destinou mais de 80% de suas emendas para instituições de saúde, como o Hospital da Polícia Militar, Hospital Getúlio Vargas, Fundação Altino Ventura, Hospital Regional Dom Moura, e Hospital Armindo Moura, entre outros.

As emendas parlamentares são instrumentos que deputados e senadores possuem, tanto no Congresso Nacional quanto nas Assembleias Legislativas, para direcionar recursos a setores da sociedade. Cabe ao deputado indicar o valor e a instituição beneficiada, ficando a cargo do governo federal ou estadual a responsabilidade pelo repasse dos fundos.

Por Maurício Rands*

Uma das maiores secas da história e a explosão de focos de incêndios nos biomas colocaram o país literalmente em chamas. A maior catástrofe do gênero de que se tem registro. A tragédia já chegou às capitais. Da 1ª  para a 2ª semana de setembro, a alta dos focos já chegou a 41% no país e a 188% no Rio e em São Paulo. As perdas na agropecuária pelos eventos climáticos extremos já alcançam os R$ 2 bilhões em SP. A reação do governo federal e dos governos dos demais entes federados têm se revelado muito aquém do drama que aflige pessoas, empresas, animais e flora nos biomas da Amazônia, Pantanal e Mata Atlântica.

Na última pesquisa do Ipec, a queda da aprovação do governo Lula foi puxada pelo crescimento da avaliação negativa sobre a gestão na área ambiental, cujos índices de “ruim ou péssima” subiram de 33% para 44% (os de “ótimo ou bom”caíram de 33% para 27%). O ministro do STF Flávio Dino prolatou a decisão, mandando o governo federal enviar mais bombeiros militares para combater as queimadas. Pode ter sido um exagero, mas foi bem recebida pela opinião pública. O governo federal precisa esclarecer o alcance da ação humana nas queimadas. Até onde os focos são causados por ações irresponsáveis de criminosos individuais e espontâneos? Os agentes que têm provocado intencionalmente os focos estão agindo concertadamente? 


Na pandemia da Covid, o Congresso Nacional promulgou a Emenda Constitucional nº 106/20, simplificando procedimentos para enfrentamento da calamidade. Talvez não seja o caso de aprovar nova emenda constitucional. Mas a decretação do estado de calamidade pública já se faz necessária. A calamidade é uma das medidas que a CF/88 prevê dentro do sistema constitucional das crises. Trata-se de uma situação anormal, provocada por desastres, causando danos e prejuízos que impliquem o comprometimento substancial da capacidade de resposta do poder público, na definição do Decreto 7.257/2010, que regulamenta o Sistema Nacional de Defesa Civil – SINDEC.


O presidente Lula deveria, nesta crise do Brasil em chamas, exercer a competência privativa prevista no inciso XXVIII do art. 84 da CF/88, que foi introduzida pela EC nº 109/21 (“propor ao Congresso Nacional a decretação do estado de calamidade pública de âmbito nacional). Com a iniciativa, assumiria a gravidade da crise. Aprovada pelo Congresso Nacional, a medida possibilitaria que o Poder Executivo adotasse regime extraordinário fiscal, financeiro e de contratações, com processos simplificados de contratação de pessoal, em caráter temporário e emergencial, e de obras, serviços e compras. A decretação do estado de calamidade reforçaria, ainda, o papel de liderança que deve ser exercido pelo Presidente da República na gestão da crise.

Não bastam as intenções e medidas genéricas que não têm implementação e efeitos imediatos. Como a anunciada intenção de criar uma Autoridade Climática ou a de treinar 70 mil recrutas para combater os incêndios. O tamanho do desastre requer medidas imediatas, que deveriam se iniciar pela decretação do estado de calamidade pública. E que poderiam ser complementadas com um rol de providências, como as seguintes: maior envolvimento do presidente Lula e da ministra Marina Silva, com pronunciamento presidencial em cadeia nacional e articulação com governadores e prefeitos; utilização dos atuais contingentes das forças armadas em ações diretas nos focos; maior envolvimento da polícia federal na investigação e punição dos responsáveis pelos incêndios criminosos; programa de envolvimento do setor privado e do terceiro setor; programa de premiação em dinheiro a quem denunciar e provar autoria de incêndios criminosos; campanha específica para esclarecer a opinião pública sobre os focos de incêndio e os cuidados a serem tomados por todos; programa de apoio às pessoas, empresas e animais atingidos pela catástrofe; solicitação de apoio estrangeiro com recursos financeiros específicos emergenciais e envio de pessoal técnico especializado em combate aos incêndios que acontecem com regularidade todos os anos na Europa (Portugal acaba de decretar estado de alerta) e nos EUA. Ficam as sugestões que poderiam atenuar o drama que hoje vivem o país, o meio-ambiente, a população, os produtores rurais e os animais.

*Advogado, professor de Direito Constitucional da Unicap, PhD pela Universidade Oxford

O Tribunal de Justiça de Pernambuco (TJPE) realizou, na última sexta-feira, a inauguração de uma Casa de Justiça e Cidadania na Faculdade Vale do Pajeú, localizada no munícipio de São José do Egito, no Sertão do estado. A abertura da unidade de atuação interdisciplinar reflete o comprometimento do Poder Judiciário em promover sedes de apoio ao cidadão e à comunidade em todo o estado.

Na solenidade, o presidente em exercício do TJPE, desembargador Fausto Campos, que assumiu a Presidência em virtude de viagem do desembargador Ricardo Paes Barreto, foi recebido pelo diretor geral da Faculdade Vale do Pajeú, Cleonildo Lopes, o Painha. O gestor da faculdade destacou a importância da unidade na garantia de direitos da população de São José do Egito. “A abertura do órgão vai contribuir com toda a sociedade, promovendo cultura e dignidade e garantindo o direito à cidadania plena”, comentou o diretor.

A tarde foi marcada pelo discurso do presidente em exercício, que enfatizou os avanços do Judiciário pernambucano na promoção da cidadania por todo o estado. “Ao longo dos últimos anos temos testemunhado avanços significativos em nossa Justiça pernambucana e, hoje, vemos esse progresso se estendendo por todo o estado, essa Casa de Cidadania é a materialização de um ideal de justiça mais ágil e acessível”, afirmou o magistrado.