Alepe pode convocar presidente da TV Pernambuco para explicar corte na exibição do Roda Viva

O deputado Sileno Guedes (PSB) anunciou, nesta quarta-feira (30), que, juntamente com o deputado Rodrigo Farias (PSB), apresentará um requerimento para que a Assembleia Legislativa (Alepe) convoque o presidente da TV Pernambuco, Fúlvio Wagner, a explicar por que a emissora estatal interrompeu o sinal da TV Cultura, da qual é filiada, na noite da última segunda-feira (28). A medida coincidiu com a exibição, para todo o país, do programa Roda Viva, que teve a participação do prefeito do Recife, João Campos (PSB), maior liderança do principal partido de oposição à governadora de Pernambuco, Raquel Lyra (PSDB).

“A TV Pernambuco, uma emissora estatal, tirou o sinal da TV Cultura, especificamente do programa Roda Viva, da sua transmissão. Um programa pelo qual já passaram brasileiras e brasileiros que têm algo a dizer para o Brasil. Eu não quero imaginar que se criou um aparelho de censura no Palácio do Campo das Princesas. Não quero imaginar que autoridades do Governo de Pernambuco tenham proibido de retransmitir o programa por conta do convidado daquela noite”, afirmou Sileno. 

A denúncia foi revelada, mais cedo, por este blog. A TV Pernambuco chegou a emitir nota informando que as interrupções no sinal vêm ocorrendo em dias de transmissão de jogos da Série B do Campeonato Brasileiro, mas não comentou reclamações que teriam chegado à TV Cultura sobre a interrupção de sua programação nacional, em momentos específicos da semana, para o público de Pernambuco, sobretudo de um programa fixo, conceituado e antigo em sua grade, como o Roda Viva. 

No fim da tarde, em resposta ao Blog Cenário, a Fundação Padre Anchieta, controladora da TV Cultura, confirmou que tratará sobre a possibilidade de encerrar a parceria com a TV Pernambuco em reunião de sua diretoria na próxima sexta-feira (1º). “Eu me somo a essa iniciativa. É importante trazer o presidente da TV para esclarecer os fatos antidemocráticos que ocorreram aqui em Pernambuco”, afirmou o deputado Rodrigo Farias, em aparte ao deputado Sileno Guedes na tribuna da Alepe.

O presidente da Companhia Pernambucana de Saneamento (Compesa), Alex Campos, visitou nesta quarta-feira (30) o canteiro de obras de esgotamento sanitário na comunidade do Coque, na Ilha Joana Bezerra, Zona Sul do Recife, onde os trabalhos estão acontecendo desde o início do ano. Acompanhado do diretor de Mercado e Parceria da Companhia, Ricardo Torres, e do diretor de Contratos da BRK em Pernambuco, Sérgio Trentini, além de técnicos das duas empresas, o titular da estatal vistoriou o local onde está sendo construída uma das estações elevatórias de esgoto (sistema de bombeamento), no cruzamento entre as ruas Ibiporã e Cabo Eutrópio, (Praça Barreto Júnior). Essa fase da obra irá beneficiar mais de 5 mil pessoas nos bairros de São José, Ilha Joana Bezerra e Cabanga até setembro de 2025, prazo previsto para a conclusão dos trabalhos. Até o momento, já foram assentados 9.500 metros de tubos nos três bairros.

A obra faz parte da segunda etapa do Sistema de Esgotamento Sanitário Cabanga (SES Cabanga), que prevê a implantação de mais de 30 mil metros de rede coletora, 2 mil metros de linha de recalque e cinco novas estações elevatórias de esgoto. Com um investimento de R$ 52 milhões, a obra beneficiará cerca de 15 mil pessoas nos bairros Ilha da Joana Bezerra, Coque, Cabanga e, posteriormente, também o bairro do Pina e parte do Prado e Bongi. 

Quando a obra estiver pronta, os esgotos desses bairros serão coletados e direcionados para Estação de Tratamento (ETE) Cabanga, a primeira estação de tratamento implantada no Recife, em 1959, e hoje a principal unidade em operação da Região Metropolitana do Recife (RMR), com capacidade para tratar 1000 l/s. Com o objetivo de elevar a qualidade do efluente final tratado, a unidade está passando por uma ampliação. Entre as obras de melhoria, foram incluídas novas etapas para a remoção de carga orgânica e desinfecção. Ao final, espera-se uma eficiência de, no mínimo, 90% do efluente tratado.

“Para dar mais celeridade às obras da BRK, parceira da Compesa no Programa Cidade Saneada, firmamos um memorando de entendimento (MoU) que inclui a retomada dos investimentos e a formação de um grupo de trabalho. A partir de agora, vamos avançar na execução dessas intervenções com vistas à ampliação dos serviços de esgotamento sanitário nas 14 cidades da RMR e a cidade de Goiana, na Mata Norte, atendidas pelo programa, um grande anseio da população pernambucana”, ressaltou o presidente da Compesa, Alex Campos. 

O diretor de contratos da BRK em Pernambuco, Sérgio Trentini, também compartilha a importância dos avanços nos indicadores de cobertura de esgotamento sanitário. “No Brasil, uma a cada duas pessoas tem acesso à rede coletora de esgoto e queremos contribuir com a mudança dessa realidade em Pernambuco, oferecendo um serviço de qualidade que traz benefícios à saúde das pessoas”, finalizou.

Por Letícia Lins*

Pesquisa realizada em Pernambuco mostrou um resultado alarmante: cem por cento dos tubarões da espécie cação-figuinho que foram examinados no estudo estavam contaminados com microplásticos, o que representa uma ameaça não só para a fauna marinha mas também para a saúde humana. O cação-figuinho é muito frequente no Brasil e é um dos tubarões mais consumidos no Nordeste.

“A teia alimentar estuarino-costeira encontra-se totalmente contaminada por microplástico em Pernambuco. Essa contaminação mostra-se cíclica no ambiente, não havendo mais como retirar o poluente dela. Isso é um fato que mostra como a atividade humana tem inserido o microplástico no ambiente marinho”. O alerta é do autor do estudo, o pesquisador Roger Rafael Cavalcanti Bandeira de Melo. Ele mostrou essa realidade na dissertação “Ecologia Alimentar e da Contaminação por Microplásticos em “Rhizoprionodon porosus” (cação-figuinho) na Costa do Estado de Pernambuco”.

Inédito, o trabalho foi defendido no Programa de Pós-Graduação em Oceanografia (PPGO) da Universidade Federal de Pernambuco, para a obtenção do título de mestre em oceanografia. O foco da pesquisa era mostrar como a atividade humana vem contribuindo para a contaminação por microplástico do cação-figuinho, espécie de tubarão inofensiva, comum na costa brasileira e também muito consumido na região Nordeste. De acordo com a pesquisa, a contaminação do tubarão por microplástico está fortemente ligada à alimentação do mesmo e o consumo do peixe nessas condições pode trazer danos à saúde humana.

“A maioria das espécies estuarinas demonstrou contaminação por microplásticos. Dessa forma, quando elas ficam disponíveis na região costeira para serem predadas pelo “Rhizoprionodon porosus”, ele acaba se contaminando pelo microplástico que estava na presa”, diz ele.  Os achados acendem o sinal de alerta para o uso desse predador na alimentação humana, em especial, pelas comunidades ribeirinhas e de pescadores, pois o microplástico pode estar associado a substâncias nocivas. “Em nossa convivência com a equipe de pescadores, observamos que essa população ribeirinha ingere muito o “Rhizoprionodon porosus”, por ser um dos tubarões que são mais facilmente capturados. E pode ser que essa carne esteja contaminada ou não seja tão própria para consumo”, adverte o pesquisador.

E explica: “Uma vez que esse microplástico fica aderido ao corpo, ele vai causar um processo inflamatório naquela região, além de carregar substâncias extremamente nocivas para o organismo, como o mercúrio”. Ele ressalta a importância de se estudar o impacto dessa ingestão do microplástico presente no “Rhizoprionodon porosus”.  De acordo com o pesquisador, a contaminação foi maior durante o período chuvoso – com exceção para os tubarões adultos, que tiveram pico de contaminação no período seco. Além disso, quanto menor a distância para a região costeira, maior a contaminação.

Roger explica que o cação-figuinho foi escolhido para o estudo por ser uma espécie abundante no litoral pernambucano. Foi analisado um total de 135 exemplares do tubarão, capturados de forma acessória ou involuntária por uma embarcação da colônia de pescadores de Barra de Jangada, em Jaboatão dos Guararapes, no Grande Recife. As coletas ocorreram na plataforma continental pernambucana, entre as divisas da Paraíba e de Alagoas, em um período de 13 meses, abrangendo os intervalos de início e de fim das estações de chuva e de seca. TODOS OS ESPÉCIMES ESTAVAM CONTAMINADOS  COM MICROPLÁSTICOS. Em especial, por fibras azuis e filmes pretos, originados principalmente da atividade pesqueira e industrial desenvolvida nas áreas costeiras e de estuário. Triste, não é?….

“Dentro do período de amostragem, nós fizemos várias fotos dentro da embarcação do plástico coletado. Independente de estar nos peixes ou não, tinha muito plástico no ambiente”, conta o pesquisador. Na sua avaliação, os resultados encontrados pelo estudo podem ser utilizados em ações que visem preservar o cação-figuinho, espécie mais afetada pela ingestão de microplástico quando comparada a peixes de níveis alimentares inferiores. Os dados indicam ainda a necessidade de apoio e novos estudos envolvendo a zona costeira pernambucana.

Lembrem-se: projeções feitas por ambientalistas indicam que, se nada for feito e o mundo continuar jogando plástico onde não deve, em 2050 os oceanos terão menos peixes do que esse material famigerado. E aí, vai sobrar o quê?

*Jornalista do Oxe Recife

Uma mãe flagrou a filha sendo violentamente colocada na banca escolar pela diretora da Escola Municipal Edite Leite, em Tabira. “Já tem um tempo que minha filha vem demonstrando pavor da escola e relatando  que a diretora tranca ela no quartinho”, relatou. 

A mãe deixou a filha na escola e fingiu que estava indo embora, quando flagrou a forma brusca como a profissional coloca a criança na carteira escolar. Confrontada e mesmo informada da gravação,  a diretora ainda nega a agressão. O mais grave, a criança é portadora de Transtorno do Espectro Autista,  TEA. A mãe prometeu tomar as medidas cabíveis. O caso já está sendo investigado por Ministério Público e Conselho Tutelar de Tabira.

Confira o vídeo:

Do blog do Nill Júnior

Foi definida a nova composição da comissão estadual do União Brasil em Pernambuco, inteiramente formada por nomes indicados pelo advogado Antônio Rueda, atual presidente nacional do partido. A comissão, nomeada para um período de 180 dias, é composta exclusivamente por membros técnicos, sem indicação de políticos para cargos executivos, destacando a atuação mais administrativa e estratégica neste momento.

Na presidência, assume José Ed Jackson da Silva, enquanto Darlliene Cristina Queiros de Paiva, Enio Siqueira Santos (advogado do União em Brasília) e Kenia Pereira de Abreu completam o time designado por Rueda. A tesouraria fica a cargo de Walbia Vania de Farias Lora.

Esse novo quadro surge em meio a uma disputa pelo comando do União Brasil em Pernambuco entre o ex-prefeito de Petrolina, Miguel Coelho, e o deputado federal Mendonça Filho, o que sinaliza uma fase de ajustes internos e possíveis reconfigurações no comando estadual. Os Coelhos querem levar a legenda para apoiar João Campos e Mendonça quer o partido na base de Raquel. A conferir.

Do Blog do Mário Flávio

Seria trágico se não fosse cômica a versão do Governo Raquel Lyra (PSDB), de que a TV Pernambuco não transmitiu a entrevista do prefeito do Recife, João Campos (PSB), ao programa Roda Viva, da TV Cultura, da qual é afiliada, porque simplesmente havia um contrato para transmissão do jogo do Sport. 

Pelo contrato que a TV Pernambuco assinou com a TV Cultura, pertencente ao Governo de São Paulo, é obrigatória a transmissão de programas classificados de rede, entre os quais está o Roda Viva. A própria direção da emissora já se manifestou sobre essa quebra de contrato, em São Paulo. 

A TV Pernambuco alegou que optou pelo jogo do Sport porque havia um outro contrato a cumprir. Ora, se havia, no mínimo deveria ter pedido permissão à direção da Cultura, para tentar autorização de ficar sem transmitir o Roda Viva. E isso também não ocorreu. 

A TV Pernambuco quis, na relação formal com a TV Cultura, impor regras de sobrepor um contrato sobre outro. Qual contrato vale? O original que a TV assinou para retransmitir os programas nacionais da TV Cultura, ou o que assinou para transmitir o jogo do Sport?

Tudo leva a crer que a TV de Raquel boicotou o Roda Viva, o que se traduz também por censura.

Em entrevista na manhã desta quarta-feira (30) à Rádio Itapuama FM, o prefeito eleito de Itaíba, Pedro Pilota (Republicanos) agradeceu a população itaibense pela vitória, disse que Regina mudou a história do município e vai avançar com o trabalho sem deixar ninguém para trás. Pedro falou também de obras, projetos e que sua grande prioridade será a questão do abastecimento de água, que hoje afeta tanto a cidade como a zona rural do município. 

“Tivemos uma campanha tranquila, de paz, andando de casa em casa, mostrando o que já foi feito no governo Regina e o que pretendemos fazer a partir de janeiro. O povo deu a resposta já em 2016, agora repetiu pela terceira vez. Itaíba está preparada para o futuro e o futuro vai ser como nosso povo quer, de muito trabalho. Vamos buscar construir pontes com deputados, senadores e o governo do Estado para solucionar os principais problemas de nossa terra. Nossa grande prioridade será a luta pela água de Itaíba. Já estamos indo atrás, falamos com o deputado Jarbas Filho e o senador Fernando Dueire”, disse Pedro. 

Segundo ele, a conclusão da Adutora do Agreste, com os poços profundos, é essencial para acabar com o problema da água em Itaíba. São R$ 20 milhões necessários para que essa obra seja entregue. Recentemente o deputado estadual Jarbas Filho (MDB), fez uma indicação solicitando a conclusão da obra e o senador Fernando Dueire, que foi relator do empréstimo que garantiu os recursos para o Programa Águas de Pernambuco, ficou de interceder junto a governadora Raquel Lyra para que a obra seja contemplada. 

Em um compromisso inédito com a proteção e o bem-estar dos animais, o Ministério de Portos e Aeroportos (MPor) anunciou, nesta quarta-feira (20), o lançamento do Plano de Transporte Aéreo de Animais (PATA). Elaborado pelo Governo Federal, o documento apresenta um conjunto de medidas com padrão internacional alinhadas às melhores práticas aplicadas em 45 países para assegurar a segurança e o conforto de pets e seus tutores durante viagens aéreas. O plano contou com a contribuição de nove órgão governamentais, entidades de proteção animal, companhias aéreas e sociedade civil. 

“Hoje, pela primeira vez na história do Brasil, apresentamos um plano nacional de transporte aéreo de animais, fruto de um trabalho coletivo que envolve a sociedade, o Congresso e as companhias aéreas – resultado de um diálogo construtivo entre as várias partes envolvidas. Com cerca de 80 mil animais transportados anualmente, precisamos garantir que as empresas aéreas se responsabilizem por esses trajetos, com a qualificação de seus profissionais e pelo monitoramento do transporte do animal, incluindo apoio veterinário para minimizar o estresse dos animais, se for necessário. Tenho certeza de que essa iniciativa pode se tornar um modelo para outros países, contribuindo para a evolução do transporte aéreo no Brasil”, destacou o ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho.

Um dos principais avanços trazidos pelo PATA é a disponibilização de serviços veterinários para emergências, garantindo que os animais recebam assistência adequada quando necessário. Outro ponto importante é o dispositivo técnico que permite a rastreabilidade dos pets, no qual prever a identificação e o acompanhamento de todas as etapas do transporte aéreo, desde o embarque até o desembarque, seja por câmeras, tecnologia de localização, aplicativos de monitoramento, entre outros. 

A formação e a capacitação das equipes que trabalham diretamente no transporte animal é outro item incluído na nova regra. Esse mecanismo assegura que os profissionais estejam preparados para lidar com as necessidades dos pets. A comunicação com os tutores também é um ponto-chave no regimento, com a exigência de informações claras e oportunas que garantam a segurança e integridade dos bichinhos durante a viagem.

O ex-embaixador Celso Amorim, hoje assessor especial da Presidência da República,  afirmou nesta terça-feira (29) que o processo eleitoral da Venezuela é um assunto interno daquele país. “Estamos acompanhando de perto esse processo político, mas a solução precisa ser construída pelos próprios venezuelanos, por meio do diálogo, e não imposta de fora”, disse ele, em audiência pública na Comissão de Relações Exteriores e Defesa Nacional da Câmara dos Deputados.

“Esse entendimento difícil é necessário, porque temos uma fronteira de 2.000 km com a Venezuela, temos que cooperar contra a criminalidade internacional, proteger povos indígenas e preservar a Floresta Amazônica”, completou.

Ele disse ainda que o presidente Luiz Inácio da Silva não conversa com o presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, desde as eleições: “O presidente Lula não chegou a conversar com o presidente Maduro por não ter recebido sinais de abertura para um diálogo franco”, afirmou.

Amorim também reforçou a posição da chancelaria em relação às sanções impostas pela comunidade internacional à Venezuela: “As sanções e o isolamento internacional já se provaram ineficazes e penalizam injustamente a população”.

Mal-estar

O deputado Luiz Philippe de Orleans e Bragança (PL-SP), um dos autores do requerimento para a audiência, quis saber se a diplomacia classifica o governo Venezuelano como uma ditadura.

O parlamentar se mostrou preocupado com o aumento de “alinhamentos ideológicos” na diplomacia brasileira, o que, segundo ele, poderia levar o Brasil à posição de “anão político”.

“O que estamos vendo é um alinhamento do Estado brasileiro não com um governo de esquerda ou de direita, mas fazendo alinhamento ideológico e partidário a grupos terroristas e organizações criminosas”, criticou o parlamentar.

Amorim, por sua vez, disse ser contrário à “classificação de países” em governos ditatoriais ou democráticos. No entanto, afirmou que o fato de o Brasil não ter apoiado oficialmente a autodeclarada vitória de Maduro na eleição sinaliza “mal-estar nas relações” bilaterais.

“Há um mal-estar hoje, eu torço para que isso desapareça, mas vai depender de ações”, respondeu o ex-chanceler.

O assessor reforçou que a ideia é manter a interlocução com o governo de Maduro. No entanto, ele observou que alguns posicionamentos diplomáticos do país, como o veto informal à entrada da Venezuela no Brics (grupo que originalmente reunia Brasil, Rússia, Índia e China), “diminuiu nitidamente” o nível de diálogo com o país vizinho.

Dívida

O deputado Lucas Redecker (PSDB-RS), um dos que solicitaram a audiência, perguntou sobre os esforços da diplomacia brasileira para receber U$ 5 bilhões devidos pelo governo venezuelano.

Amorim discordou do montante da dívida, que, segundo ele, estaria cotada pelo Ministério da Fazenda em U$ 1,28 bilhão em parcelas atrasadas e U$ 400 milhões de juros. Ele assinalou que esse é um dos motivos para a manutenção do diálogo com o vizinho latino-americano.

“Um dos objetivos de reatar rapidamente com a Venezuela era poder obter esse pagamento e poder continuar a fazer negócios”, disse. Ele acrescentou que em 2012 a Venezuela foi o terceiro país com superávit comercial com o Brasil, superada pela China e pelos Países Baixos.

O ex-chanceler aproveitou para informar aos deputados que uma mesa de negociações bilaterais foi instalada em julho deste ano para discutir o tema.

O MPPE deflagrou, na manhã de hoje (30), operação de repressão qualificada no Sertão do Araripe visando combater crimes de sonegação fiscal, organização criminosa e lavagem de dinheiro praticados por um grupo empresarial do setor gesseiro.

As ações da Operação Sertão Branco foram executadas com o apoio do Comitê Interinstitucional de Recuperação de Ativos do Estado de Pernambuco (CIRA), com a participação da Diretoria de Operações da Secretaria da Fazenda (Sefaz), Procuradoria Geral do Estado (PGE-PE) e da Secretaria de Defesa Social por meio das Polícias Civil e Militar, além dos Grupos de Atuação Especializada de Combate ao Crime Organizado (Gaecos) de Minas Gerais e de São Paulo. Foram cumpridos 19 mandados de busca e apreensão em Pernambuco e em outros dois Estados da Federação.

As investigações, conduzidas pelo Núcleo Integrado de Combate à Sonegação Fiscal do Gaeco do MPPE, indicam a atuação de uma organização criminosa que tinha como prática empresarial reiterada a sonegação de impostos e o uso de “laranjas” ou “testas de ferro” para proteção dos reais beneficiários do esquema, dentre outras estratégias ilícitas.

Foram identificados prejuízos de mais de R$ 40 milhões ao Estado de Pernambuco e indícios de movimentação de produtos incompatível ao declarado oficialmente na atividade econômica, indicativo de que a sonegação pode ser muito superior ao que foi apurado pela Sefaz até o momento.

A decisão do Juizo da Comarca de Ipubi autorizou a realização de buscas em diversos endereços, bem como o afastamento do sigilo de dados contidos em dispositivos eletrônicos e o sequestro de bens dos investigados.

Para além de retirar recursos que deveriam ser revertidos na melhoria dos serviços públicos essenciais, como saúde, educação e assistência social, a sonegação fiscal em larga escala é fator de desestruturação do mercado em razão de causar enorme desvantagem aos empreendedores que atuam em conformidade com a lei.